Vídeo
João Cândido Portinari Trip Transformadores
Dusponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Mzr-u_x84sc> Acesso em: 14//08/2018
Vídeo
Portinari do Brasil - Canal Arte 1- Fabio Guerra
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Jcg7rbh-cd0>Acesso em: 14/08/2018
Romper com as tendências
artísticas tradicionais das elites paulistanas foi um desafio alcançado pela
ousadia do movimento Modernista no Brasil, pois ter uma identidade artística
tipicamente brasileira parecia alucinação diante dos padrões da época. A Semana
de Arte Moderna de 1922 surgiu em meio a insatisfação dos conservadores; mesmo
assim, o movimento eclodiu com novas tendências para figurar padrões que suplantasse esteticamente os
princípios europeus.
Por
ocasião dessa insatisfação abolir o conceito de estética perfeita não pareceu
fácil diante da busca pela identidade própria e liberdade de expressão que
tantos buscavam para ressignificar as angústias do povo brasileiro que perduram
como marco histórico mais importante das artes até a atualidade.
Dentre
tantos artistas engajados no Modernismo no Brasil, Cândido Portinari se destaca
pela sua imponência, pois aborda em suas obras os mais diversos temas. O
cotidiano da sociedade brasileira demarca sua originalidade adentrando vários
aspectos que vão além das cores e formas.
Um
artista eclético e inovador, assim era Portinari. Desde as pinturas em grandes
painéis, murais, retratos, Cândido Portinari, pode ser considerado um ícone do
Modernismo no Brasil; sua trajetória artística lhe rendeu muitas honrarias,
inclusive internacionalmente. Se ele quis se indignar e mostrar as mazelas
brasileiras, conseguiu veementemente.
Todavia
vale ressaltar que o compromisso social e humanístico se reflete em suas obras,
pois seu fazer artístico retrata desde a
travessuras da infância, à adolescência e a vida adulta adentrando ao
regionalismo que abrange desde o trabalho árduo no cafezal à seca nordestina
que até hoje nos assola.
Dentre
o seu extenso repertório podemos perceber na magnitude dos seus traços, seja
por pincéis, espátulas, desenhos, etc., sua produção artística parece não se
preocupar com uma metodologia específica, mas se estende por uma diversificação
influenciada pelos movimentos cubistas e surrealistas europeus sem contudo
esquecer características da identidade tipicamente brasileira.
Segundo
Imbroisi (2016), Portinari era um ativista político que buscava acordos junto
aos intelectuais e artistas da sociedade em torno das mudanças estéticas do
Século XX. Com reconhecimento internacional, Portinari deixou um legado
atemporal bem expressivo por meio de desenhos, gravuras e pinturas; suas
narrativas pictóricas, portanto serão sempre atuais em quaisquer épocas e
contextos, sobretudo no que tange as mazelas sociais brasileiras.
A
série “Os Retirantes”, por exemplo, enfatizam dramaticamente as tragédias
nordestinas, pois explicitam de forma pictórica os tormentos sociais que as
elites persistiam em esconder. Apesar de Portinari ser um cidadão paulistano
tentou apresentar o Brasil como um todo,
ressignificando o fazer artístico para inferir um novo olhar sobre as vertentes
sociais.
A
obra “A Criança morta” reflete o flagelo e a dor incontestável da perda de um
filho vítima da fome e da falta de esperança. A obra se apresenta com
característica do movimento expressionista, pois os aspectos dos rostos e
corpos magérrimos provocam extrema emotividade ao apreciador. Os tons terrosos,
o branco, violeta, azul e vinho dialogam com a negrura do preto do fundo que
ressaltam a obscuridade da cena trágica que se adequam com as sombras na parte
inferior da tela que deixa transparecer um entardecer sombrio.
Vale
ressaltar que as mãos firmes e disformes de uma mulher sentada ao centro do
painel perpassa a ideia de que a criança está com o corpo já deformado, ao
ponto de ser percebido como o ponto principal da obra, enquanto os demais
personagens atuam como coadjuvantes complementando o cenário. Enquanto que as
lágrimas aparentemente grotescas e petrificadas se espalham ao chão dando mais
veracidade ao fato.
Logo,
quanto aos detalhes expressionistas desta obra, o que mais me sensibilizou foi
o modo com que o autor se preocupou em sintetizar categoricamente os
sentimentos humanos e emotivos. A dimensão do seu dinamismo e sua
expressividade estética o incluído no contexto cultural de Minas Gerais. De
acordo com Diana (2017), a Igreja de São Francisco da Pampulha em Belo
Horizonte-MG, abriga em seu interior a via sacras composta por catorze painéis
do artista, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer.
Apesar
de sua morte precoce, aos cinquenta e oito anos, devido a intoxicação pelas
tintas. Segundo Portinari (1979), o artista pintou “cinco mil cento e quarenta
e seis obras” e “logrou prestígio nacional e internacional dificilmente
igualado no Brasil”. (DIANA, 2017).
Todavia, vale ressaltar que para uma época em
que as elites repudiavam qualquer inovação artística e cultural, “A Semana de
Arte Moderna” veio trazer mais liberdade na literatura, nas artes plásticas, na
música, etc. Portanto, quebrar esses paradigmas aos olhos dos conservadores,
mesmos que parecesse alucinação veio ressignifica o conceito do belo, de
estética perfeita, em busca da identidade própria promovendo um alívio para
novos passos da expressividade artística brasileira.
OBS: Esse texto corresponde a uma das atividades de História da Arte, aplicada no Curso de Licenciatura em Artes Visuais UECE-Universidde Estadual do Ceará/UAB-Universidade Aberta do Brasil.
Por: Eliane Batista Barbosa (LIA) - Graduanda em Licenciatura emArtes Visuais
Por: Eliane Batista Barbosa (LIA) - Graduanda em Licenciatura emArtes Visuais
Bibliografia:
IMBROSI, Margart. Criança Morta,
Cândido Portinari. jun. 2018
Disponível em:
<https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/crianca-morta-candido-portinari/> Acesso em:11/08/2018
PORTINARI, Portal. Projeto
Cândido. 1979
PORTINARI, Cândido. BIOGRAFIA. Toda
Matéria. 2018
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=Jcg7rbh-cd0