É um projeto de empreendedorismo socioambiental, atuante no campo das Artes Visuais, escrita criativa (prosa e verso), economia circular e práticas ESG. Objetivo: fomentar práticas de empreendedorismo socioambiental com mulheres periféricas por meio da cultura visual fortalecendo o potencial criativo com foco no meio ambiente. Atividades: Exposições de arte, oficinas de pintura, artesanato ecológico, customização, palestras sobre educação ambiental e empoderamento feminino.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

CÂNDIDO PORTINARI-MODERNISMO NO BRASIL




Vídeo 

João Cândido Portinari Trip Transformadores


Dusponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Mzr-u_x84sc> Acesso em: 14//08/2018
                            Vídeo 

Portinari do Brasil - Canal Arte 1-Fabio Guerra


Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=Jcg7rbh-cd0>Acesso em: 14/08/2018
  Romper com as tendências artísticas tradicionais das elites paulistanas foi um desafio alcançado pela ousadia do movimento Modernista no Brasil, pois ter uma identidade artística tipicamente brasileira parecia alucinação diante dos padrões da época. A Semana de Arte Moderna de 1922 surgiu em meio a insatisfação dos conservadores; mesmo assim, o movimento eclodiu com novas tendências para figurar  padrões que suplantasse esteticamente os princípios  europeus.
Por ocasião dessa insatisfação abolir o conceito de estética perfeita não pareceu fácil diante da busca pela identidade própria e liberdade de expressão que tantos buscavam para ressignificar as angústias do povo brasileiro que perduram como marco histórico mais importante das artes até a atualidade.
Dentre tantos artistas engajados no Modernismo no Brasil, Cândido Portinari se destaca pela sua imponência, pois aborda em suas obras os mais diversos temas. O cotidiano da sociedade brasileira demarca sua originalidade adentrando vários aspectos que vão além das cores e formas.
Um artista eclético e inovador, assim era Portinari. Desde as pinturas em grandes painéis, murais, retratos, Cândido Portinari, pode ser considerado um ícone do Modernismo no Brasil; sua trajetória artística lhe rendeu muitas honrarias, inclusive internacionalmente. Se ele quis se indignar e mostrar as mazelas brasileiras, conseguiu veementemente.
Todavia vale ressaltar que o compromisso social e humanístico se reflete em suas obras, pois seu fazer artístico retrata  desde a travessuras da infância, à adolescência e a vida adulta adentrando ao regionalismo que abrange desde o trabalho árduo no cafezal à seca nordestina que até hoje nos assola.
Dentre o seu extenso repertório podemos perceber na magnitude dos seus traços, seja por pincéis, espátulas, desenhos, etc., sua produção artística parece não se preocupar com uma metodologia específica, mas se estende por uma diversificação influenciada pelos movimentos cubistas e surrealistas europeus sem contudo esquecer características da identidade tipicamente brasileira.
Segundo Imbroisi (2016), Portinari era um ativista político que buscava acordos junto aos intelectuais e artistas da sociedade em torno das mudanças estéticas do Século XX. Com reconhecimento internacional, Portinari deixou um legado atemporal bem expressivo por meio de desenhos, gravuras e pinturas; suas narrativas pictóricas, portanto serão sempre atuais em quaisquer épocas e contextos, sobretudo no que tange as mazelas sociais brasileiras.
A série “Os Retirantes”, por exemplo, enfatizam dramaticamente as tragédias nordestinas, pois explicitam de forma pictórica os tormentos sociais que as elites persistiam em esconder. Apesar de Portinari ser um cidadão paulistano tentou apresentar  o Brasil como um todo, ressignificando o fazer artístico para inferir um novo olhar sobre as vertentes sociais.
A obra “A Criança morta” reflete o flagelo e a dor incontestável da perda de um filho vítima da fome e da falta de esperança. A obra se apresenta com característica do movimento expressionista, pois os aspectos dos rostos e corpos magérrimos provocam extrema emotividade ao apreciador. Os tons terrosos, o branco, violeta, azul e vinho dialogam com a negrura do preto do fundo que ressaltam a obscuridade da cena trágica que se adequam com as sombras na parte inferior da tela que deixa transparecer um entardecer sombrio. 
Vale ressaltar que as mãos firmes e disformes de uma mulher sentada ao centro do painel perpassa a ideia de que a criança está com o corpo já deformado, ao ponto de ser percebido como o ponto principal da obra, enquanto os demais personagens atuam como coadjuvantes complementando o cenário. Enquanto que as lágrimas aparentemente grotescas e petrificadas se espalham ao chão dando mais veracidade ao fato.
Logo, quanto aos detalhes expressionistas desta obra, o que mais me sensibilizou foi o modo com que o autor se preocupou em sintetizar categoricamente os sentimentos humanos e emotivos. A dimensão do seu dinamismo e sua expressividade estética o incluído no contexto cultural de Minas Gerais. De acordo com Diana (2017), a Igreja de São Francisco da Pampulha em Belo Horizonte-MG, abriga em seu interior a via sacras composta por catorze painéis do artista, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer.
Apesar de sua morte precoce, aos cinquenta e oito anos, devido a intoxicação pelas tintas. Segundo Portinari (1979), o artista pintou “cinco mil cento e quarenta e seis obras” e “logrou prestígio nacional e internacional dificilmente igualado no Brasil”. (DIANA, 2017).
 Todavia, vale ressaltar que para uma época em que as elites repudiavam qualquer inovação artística e cultural, “A Semana de Arte Moderna” veio trazer mais liberdade na literatura, nas artes plásticas, na música, etc. Portanto, quebrar esses paradigmas aos olhos dos conservadores, mesmos que parecesse alucinação veio ressignifica o conceito do belo, de estética perfeita, em busca da identidade própria promovendo um alívio para novos passos da expressividade artística brasileira.
OBS: Esse texto corresponde a uma das atividades de História da Arte, aplicada no Curso de Licenciatura em Artes Visuais UECE-Universidde Estadual do Ceará/UAB-Universidade Aberta do Brasil.
Por: Eliane Batista Barbosa (LIA) - Graduanda em  Licenciatura emArtes Visuais
Bibliografia:

IMBROSI, Margart. Criança Morta, Cândido Portinari. jun. 2018
Disponível em:
PORTINARI, Portal.  Projeto Cândido. 1979
Disponível em: <http://www.portinari.org.br/#> Acesso em:11/08/2018
PORTINARI, Cândido. BIOGRAFIA. Toda Matéria. 2018
Disponível em:<https://www.todamateria.com.br/candido-portinari/> Acesso em: 14/08/2018
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=Jcg7rbh-cd0



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