Embora haja uma gama de recursos tecnológicos
inseridos no cotidiano da sociedade, a educação escolar contemporânea ainda não
se deu conta de que as múltiplas possibilidades dessas ferramentas ao serem
agregadas no processo do ensino/aprendizagem podem colaborar positivamente como
fator coadjuvante na vida dos docentes e discentes fora e dentro da sala de
aula.
A integração da
arte com as tecnologias digitais abre novas possibilidades para o ensino da
arte na escola, tornando-se um importante instrumento de mediação no processo
ensino/aprendizagem. Tanto nas relações com as proposições artísticas
específicas das tecnologias digitais, como na possibilidade de pesquisas no
âmbito da história da arte ou da cultura visual emergente deste meio, bem como
na produção e tratamento de imagens que possam ser construídos por projetos educacionais
(BERTOLLETI 2010, p. 3).
Sabemos que os Smartfones, as câmeras fotográficas, os computadores e a
internet não alcançam linearmente a maioria dos estudantes da escola da rede pública,
porém não se pode abstraí-los da lógica educacional, onde a sociedade em geral tem
mais acesso a internet. A escola, todavia dá prioridade à metodologias tradicionais
em que o uso do livro impresso e despreparo dos educadores junto às novas mídias
embaraçam o processo de inserção de outros saberes, sobretudo quanto às
poéticas digitais.
Percebo que na maioria das instituições de ensino da rede pública os
laboratórios de informática são bem equipados, modernos; porém, os alunos têm
acesso restrito, professor não qualificado e muitas vezes sem rede de
internet.
Esse distanciamento parece antagonizar com,
As
ações do fazer artístico, em específico da poesia digital, estendem, ampliam e
estabelecem relações além do campo literário. Desenvolve-se um diálogo e
intercâmbio entre a Literatura, Artes Visuais, Ciência da Computação e
Tecnologia da Informação no contexto de criação (BUZELLO, 2011).
E
é nesse fazer artístico que as crianças desde os primeiros meses estão sendo
inseridas pelos próprios pais a verem imagens, perceberem sons, já dentro de um
processo de encantamento com as tecnologias digitais contemporâneas.
Nesse sentido, essa relação com as novas
tecnologias precisam estar em consonância com as práticas pedagógicas no
ambiente escolar desde a primeira infância concomitantemente com outras metodologias
do ensino, no que tange a BNCC em que o aluno de primeiro ao quinto ano do
ensino fundamental 1 explore “diferentes tecnologias e recursos digitais
(multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações em áudio e vídeo,
fotografia, softwares etc.) nos processos de criação artística” (BNCC
2018, p. 203).
Nesse contexto é possível desenvolver com os
alunos da rede pública a produção de pequenos vídeos (com o uso do celular dos
próprios alunos) seja com imagens em movimento ou fotografias que depois possam
ser descarregadas no laboratório de informática, que geralmente toda escola
pública tem. Ou então o material pode ser enviado para o professor por meio do
What App. Cada atividade deve ser estruturada de acordo com a faixa etária da
cada aluno.
Esta
atividade vai proporcionar a experimentação com ferramentas como Movie Maker ou
outros aplicativos, podendo estas serem editadas e modificadas com o uso de Power
Point, Photoshop online, Fotor, Gimp, dentre outros. Dessa maneira a pesquisa
no campo das Artes Visuais torna-se mais instigante, pois podemos inserir outros
recursos como: textos, colagens, música,
efeitos de transição e outros.
Com tais manipulação torna-se possível
ampliar as habilidades e o conhecimento dos alunos de forma lúdica e prazerosa
podendo posteriormente ser feito um descarregamento em uma rede social como o
You Tube. Acredito que o vídeo é uma
ideia bastante instigadora por envolver várias ferramentas de inter relação em
que o aluno vai se inserindo no projeto e aprendendo sem perceber que está em
uma pesquisa, pois ao explorá-las, a criatividade e a curiosidade funcionam
como mola propulsora da motivação.
Para Bertolette (2010, p.
5),
Qualquer programa de ensino deverá, desta forma, ser elaborada a
partir de três ações: fazer (expressar-se e comunicar-se através de linguagens
artísticas – visual, sonora, cênica, corporal), contextualizar (buscar
subsídios, através de pesquisa, para a apreensão das manifestações culturais) e
ler imagens (decodificar e apreender significados).
Diante dessa inserção tecnológica no cotidiano da sociedade é preciso
que a escola avance nas práticas pedagógicas no processo de
ensino/aprendizagem, pois durante os estágios percebi que quase nada mudou do
meu tempo de estudo há quase 50 aos atrás. Os alunos do século XXI buscam uma revolução
em sala de aula e a sociedade precisa repensar e construir novas práticas
educacionais. Talvez a partir de agora, depois dessa pandemia do Covid-19, isolamento social pode ser que as práticas educacionais sejam remodeladas por parte da sociedade.
Acredito que não podemos esquecer que a inter relação da “linguagem tecno-artística-poética,
entendida como plurisignificação, e sob esse viés ela pode ser lida e apreciada
usufruindo de itens como som e visualidade das palavras representadas de outras
formas poéticas” (BUZELLO 2011, p. 21).
Dessa
maneira a educação escolar contemporânea carece dessa “fusão conceitual
de meios distintos entre si que, conjugados no nível do seu significado, formam
um terceiro meio, este, diferente dos anteriores, e por isso mesmo, apto a uma
nova classificação e denominação” (LONGHI 2002, p. 3), para correlacionar às com as múltiplas possibilidades no processo do
ensino/aprendizagem.
Capa da literatura de Cordel de Ivonete Morais-Arte de Lia Batista 02/2020
XILOGRAVURA E FOTOGRAFIA
Capa da literatura de Cordel de Ivonete Morais Cordelista-Arte de Lia Batista 02/2020
FOTOGRAFIA DE PINTURA EM TELA
COM INTERVENÇÃO DO EDITOR DE FOTOS
ARTE COLAGENS, FOTOGRAFIA
E TEXTO
ARTE COLAGENS, FOTOGRAFIA
E TEXTO
ARTE INTEGRATIVA ABAYOMI- ARTE COLAGENS, FOTOGRAFIA
ARTE INTEGRATIVA, ARTE COLAGENS, FOTOGRAFIA
Imagens: Lia Batista. 25/05/2020.
AUTORRETRATO E EDITOR PHOTOSHOP.
OBS: Esse artigo é parte das atividades da disciplina optativa de Poéticas Digitais do curso de Licenciatura em Artes Visuais do Polo UAB/uece-Maracanaú-CE - 7° semestre.
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PHOTOSHOP ONLINE EM PORTUGUÊS.
Disponível em: <http://www.photoshoponline.net.br/> Acesso em: 12/014/2020.
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Disponível em: <https://www.fotor.com/pt/>
BIBLIOGRAFIA
BERTOLETTI, Andréa. Tecnologias digitais e o ensino da arte: algumas reflexões
Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). In. V Ciclo de Investigações do PPGAV-UDESC. Santa Catrina, 3,4 e 5 nov. 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Secretários de Educação – CONSED. União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME, Dez 2018.
Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf> Acesso em: 04/04/2020.
BUZELLO, Adriano Gabriel. Poesia Digital: Trajetória, poética e visualidade. 2011. 85 f. Monografia (Graduação em Artes Visuais) Curso de Artes Visuis, Universidade do Extremo Sul - Catarinense, UNESC - Criciúma, Jul, 2011.
LONGHI, Raquel Ritter. Intermedia, ou para Entender as Poéticas Digitais. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) In. INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação.XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Salvador/BA – 1 a 5 Set 2002.