OFICINA DE MANDALA EM CRATEÚS
O processo de ensino/aprendizagem
tem em suas nuances incógnitas que exige do ser humano mais do que uma simples
análise contextual. Desde a antiguidade os questionamentos sobre essa
complexidade do ensinar e aprender compreende a “práxis reflexiva ou como experiência dotada de sentido,
não é somente uma questão terminológica” (BONDÍA 2002, p. 21).
Nesse sentido as oficinas de mandalas tende a fazer com que os aluno se engaje nessas descobertas não importando com a faixa etária, a classe social ou econômica. A proposta é fazer do aluno um pesquisador autônomo e conhecedor de si mesmo e de tudo que está em sua volta.
AGRADECIMENTOS: Para que essa oficina fosse realizada com sucesso contamos presença dos alunos de várias localidades da região, a articulação da Assistente Social Iolanda Santos, organização de Ana Cristina do Vale Gomes, o apoio do Armarinho Literário em Crateús e da Escola de Ensino Médio Lions Club de Crateús-CE na pessoa de Adriane.
Parte deste artigo compreende das atividades da Disciplina de Estágio Supervisionado I do Curso de Licenciatura em Artes Visuais UAB/UECE.
Imagens: Iolanda Santos e Adriane (2019).
O papel do professor perpassa
os conteúdos, dessa maneira este tem a capacidade de apropriação do
conhecimento para fazer do aluno um pesquisador autônomo pautado nas suas vivências
e culturalidade na constante busca emancipatória dentro das capacidades de um ser
intelectual e criativo na aquisição de novos saberes.
Desmistificar ou desconstruir essas incógnitas
é perceber que a produção do conhecimento é um recurso nato do ser humano desde
a infância, onde os pais aprendem com os suas crias e vice e versa; e ambas
apendem com o mundo ao seu redor.
A reciprocidade no dia a
dia aponta o caminho de um conhecimento empírico em que as experimentações
colaboram para um saber deslumbrante sem cobrança de resultados esperado sob a
visão dos métodos convencionais impostos, isto é uma imersão dentro do eu de
cada um em busca de repostas para seus questionamentos.
Dessa forma que aconteceu no dia 27/04/2019 a oficina de mandala em Crateús, onde os alunos que vinham de localidades diferentes puderam trocar ideias em uma imersão holística na para vislumbrar um "Encontro Precioso" com o seu próprio centro, sobretudo na busca por uma consciência evolutiva em sua totalidade com o universo cósmico, sem a preocupação de comparar os métodos pedagógicos.
Dessa forma que aconteceu no dia 27/04/2019 a oficina de mandala em Crateús, onde os alunos que vinham de localidades diferentes puderam trocar ideias em uma imersão holística na para vislumbrar um "Encontro Precioso" com o seu próprio centro, sobretudo na busca por uma consciência evolutiva em sua totalidade com o universo cósmico, sem a preocupação de comparar os métodos pedagógicos.
Segundo
Ranciére (2002, p. 25) comparar uma inteligência a outra é embrutecer a
consciência do sujeito, isto frequentemente ocorre com relação aos nossos
métodos pedagógicos entre professor/aluno, aluno/aluno, pessoa/pessoa em nossa
sociedade.
Esquecemos
que primeiro aprendemos a balbuciar, falar, andar, sorrir... Depois teorizamos
sobre esses processos e aos poucos vamos percorremos novos caminhos de acordo
com nossa necessidade, curiosidade e criatividade. Esse aprendizado nos traz um
saber relevante sem necessariamente entender a “lógica do sistema explicador” (RANCIÈRE
2002, p. 20).
Todavia
vale ressaltar que pessoas autodidatas estão sempre vivenciando experimentação
seja por necessidade, curiosidade ou acaso; logo a espontaneidade os instiga a construir
seus próprios conhecimentos. Nessa magia das experimentações práticas do “fazer
fazendo”, o empirismo e a vontade de “aprender qualquer coisa e a isso relacionar todo o resto, segundo o
princípio de que todos os homens têm igual inteligência” (RANCIÈRE, p. 30) assim
os autodidatas se reconhecem não como gênios, mas pela busca de seus resultados
às vezes peculiares no encontro consigo mesmo.
Ao
contrário do acontece, na relação entre professor e aluno a escola é regida por
padrões metodológicos destinados a cumprirem aos trâmites burocráticos das políticas
educacionais, aos quais relegam as abordagens mais dinâmicas, críticas, reflexivas,
criativas, inovadoras e emancipatórias.
O que
mais me importuna são os critérios comparativos que esse sistema de
ensino/aprendizagem utiliza para mensurar a capacidade cognitiva, emocional e
intelectual dos alunos aos quais se sentem discriminados e rotulados como aprendizes
de “menor potencial de aprendizagem” de acordo com os parâmetros politico
pedagógicos existentes. Esse
modo de abordagem transpõe o aluno a invisibilidade dentro do próprio ambiente
escolar, relegando outras habilidades individuais.
O
engessamento do sistema e a sobrecarga das atividades curriculares dos
professores, geralmente seguem a tendência pedagógica tradicional que considera
o professor como o detentor do saber, sem dar voz e vez ao aprendiz. Insistir nesse tradicionalismo recorre em
prefixar caminhos pré-existentes tornando os alunos inertes e pouco questionadores.
Assim, instigar o aluno a se engajar em suas próprias descobertas potencializa o
aperfeiçoamento do indivíduo.Nesse sentido as oficinas de mandalas tende a fazer com que os aluno se engaje nessas descobertas não importando com a faixa etária, a classe social ou econômica. A proposta é fazer do aluno um pesquisador autônomo e conhecedor de si mesmo e de tudo que está em sua volta.
Atualmente,
as mídias digitais vêm desmistificando a busca por novos saberes as quais nos
dão maior autonomia para muitas resoluções do cotidiano, dessa maneira o conhecimento se dar por
intermédio de uma nova relação de ensino aprendizagem, onde o “mestre explicador”
(RANCIÈRE 2002, p.24) deixa o pesquisador mais emancipado.
De acordo com (Passos e
Barros 2015, p.17), “a
diretriz cartográfica se faz por pistas que orientam o percurso da pesquisa
sempre considerando os efeitos do processo do pesquisar sobre o objeto da
pesquisa, o pesquisador e seus resultados”. Nesse sentido a virtualidade do Ensino à Distância,
por exemplo, vem ganhando mais espaço e abrindo novas diretrizes na relação
entre ensinar/aprender e professor/aluno.
Lidar com esse novo recurso na instrução do “sujeito
moderno” talvez aumente mais o debate sobre a abordagem da práxis dentro da
complexidade do que vem a ser o processo de ensino/aprendizagem, em um paradoxo de experimentações que
colaboram para um saber em descompasso da escola convencional.
“Ensinantes e aprendizes”
são estimulados por manusearem e manipularem essas mídias e nesse sentido
podemos verificar o domínio dessas ferramentas para a funcionalidade das coisas
mais simples às mais complexas; Nessa dialética em vias de mão dupla, os mais
jovens são instantaneamente instigados às novas experiências; assim professores
e alunos interagem dentro da interdisciplinaridade, pluridisciplinaridade e multidisciplinaridade
objetivando a conveniência de que a “práxis transformadora” seja coadjuvante na
concretude do “contexto social” do individuo (ROCHA 2010, p. 87).
Portanto, essa relação
emancipatória da díade aprender e ensinar converge em um compasso para
reconhecer que a autonomia entre mestre e aluno pode sim, se sobrepor a
inteligência e a particularidade da busca de conhecimento; seja por
curiosidade, experimentação ou construindo algo dentro do que se achar
conveniente, até porque no mundo da informação volátil deixa transparecer a
efemeridade do que se pretende aprender e ensinar.
AGRADECIMENTOS: Para que essa oficina fosse realizada com sucesso contamos presença dos alunos de várias localidades da região, a articulação da Assistente Social Iolanda Santos, organização de Ana Cristina do Vale Gomes, o apoio do Armarinho Literário em Crateús e da Escola de Ensino Médio Lions Club de Crateús-CE na pessoa de Adriane.
Apoio:
ARMARINHO LITERÁRIO:
Grande variedades em livros e opões de presentes
Rua Barão do Rio Branco, 1081-Centro--Crateús-CE.
Contato ( 88) 3691 3193/ (88)3691 0751.
ARMARINHO LITERÁRIO:
Grande variedades em livros e opões de presentes
Rua Barão do Rio Branco, 1081-Centro--Crateús-CE.
Contato ( 88) 3691 3193/ (88)3691 0751.
Escola de Ensino Médio Lions Club.
Referência:
BONDÌA. Jorge
Larrosa. Notas sobre a experiência e o
saber de experiência. No combate entre você e o mundo. 2001. 28 f. (Departmento
de linguística). Universidade de Barcelona, Espanha Tradução de João Wanderley
Geraldi. Universidade Estadual de Campinas, 2002.
PASSOS, Eduardo e BARROS, Regina Benevides de. Pistas
do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade /
orgs. Eduardo Passos, Virgínia Kastrup e Liliana da Escóssia. – Porto Alegre:
Sulina, 2015. 207 p.
RANCIÈRE, Jacques R185m C) Mestre Ignorante - Cinco lições sobre a emancipação
intelectual/Jacques Rancière; tradução de Lilian do Valle Belo Horizonte : Autêntica,
2002.
ROCHA, Antônia Rozimar Machado e. História da Educação. 2. ed. SECRETARIA
DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE). 2010.