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domingo, 8 de setembro de 2024

RENDEIRA



Por Lia Batista

Almofada de palha e chita 

Ao som do vento a soprar 

Vê a onda e o movimento 

A rendeira tem seu sonhar 

Colher espinhos de cactos

Para a trama facilitar.


Da prainha à sombra fresca 

De um cajueiro a vingar 

 Na praça com os seus bilros

Espinhos gigantes a espetar

A sua arte pratica

Como se fosse um bailar.


Risco certo e mãos jeitosas 

Faz o esboço no papel 

No dançar dos movimentos 

De espinhos se faz Cordel 

Na calçada da igreja 

Da Prainha a Cascavel.


Sua trama apertada 

Sempre ao raiar do sol 

A sua renda perfeita 

Debaixo de um paiol 

Ou sob uma nuvem branca

Da almofada de chita

Sai sempre um ou o girassol.


Fonte: 

BATISTA, Lia. Poemas sutis/Lia Batista-Fortaleza: RDS, 2024