sexta-feira, 24 de maio de 2019

ABAYOMI-EXPERIÊNCIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA







Imagens Iolanda Santos e arquivos pessoais (2019).

O papel do professor deve perpassar aos conteúdos para propor ao aluno a capacidade de apropriação do conhecimento, pautado nas vivências de um ser intelectual e criativo.  A aquisição de novos saberes não se relega apenas as informações fugazes, mas as experiências vividas no trajeto social e da vida escolar.
Deixar o aluno ter suas próprias experiências sejam individuais ou coletivas é possibilitar a imersão dos sentidos em todas as formas cognitivas, intelectuais, emocionais que tendem a perceber o mundo sem, contudo se limitar a rotina pedagógica a qual deve ir além da didática conteudista.  
 A experiência é algo que nos “move” e nos impulsiona a buscar novas descobertas, sem que necessariamente precise ser explicadas ou descritas, pois sem elas não temos capacidade de vislumbrar caminhos obscuros que nos cercam e nos dão os reais sentido para encará-los.
Sabemos que a efemeridade do mundo da informação tem imposto ao indivíduo contemporâneo comportamentos “ao sujeito do estímulo, da vivência pontual, tudo o atravessa, tudo o excita, tudo o agita, tudo o choca, mas nada lhe acontece”. (BONDÌA, p.23). Por isso é importante que as experiências aconteçam em sala de aula evitando que “a falta de silêncio e de memória” (BONDÌA, p.23) afetem à experiências a qual  necessitamos para o desenvolvimento salutar e humanistico.
Nesse sentido, o profissional de arte deve cultivar um despertar sistêmico de sentidos reflexivos, pois isso possibilita aos alunos a  busca das  próprias e novas experiências, e estes tornam-se capazes de perceber o quanto é importante a prática do sensível com a imersão e a descoberta de si mesmos.
Para tanto, criar um ambiente adequado é o ponto de partida para promover as vivências sensíveis nas quais possibilitem ao educando a se conectar com o mundo interior a fim de transbordar seus sentimentos para seu exterior.
 Nesse sentido, um Projeto Pedagógico bem elaborado se faz necessário para que haja por parte do aluno a imersão reflexiva que relativize além da experimentação do que nos toca ou nos cerca.   Assim sendo sugiro a inserção do tema sobre a Boneca Abayomi, que segundo Vieira (2019) serviam para acalentar para os filhos das africanas no trajeto dos navios negreiros entre a África e o Brasil. 
 Adotar os temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais é garantir que a escola se aproprie de sua competência na aplicabilidade de projetos comprometidos “com o desenvolvimento” que possam intervir e transformar a realidade (PCNs, 1997 p.24). Logo, se faz necessária a prática da contação de história, que se comprometa em abordar o resgate das memórias afetivas e africanas, combatendo o preconceito e enfatizando o protagonismo e a resistência da mulher negra na sociedade.
O tema proposto permite dinamizar a prática pedagógica, sobretudo, aproximar equitativamente professor e aluno à experienciação frente a uma retrospectiva histórica das tradições culturais, e o incentivo a pesquisa sobre a trajetória dos escravos nos porões dos navios negreiros que eram transportadas como mercadoria da África para as Américas durante a diáspora no século XVI.

Da mesma forma, uma visão histórica da África contribui para a compreensão da formação cultural brasileira, tanto no que se refere às tradições como aos processos históricos que levaram seus habitantes a imigrarem para as Américas, e em particular para o Brasil, em diferentes momentos” (PCNs p.131).

O objetivo é promover um Encontro Precioso com os alunos para intensificar a reflexão sobre a importância do afeto, respeito ás diferenças, o combate a qualquer tipo de pré-conceito e a violência contra a mulher negra na sociedade.
Com essa prática é possível permitir que o aprendiz vivencie essa experiência rememorando quanto às tradições culturais, o trajeto das mães escravas dos navios negreiros da África para as Américas e produzir em sala de aula a Boneca Abayomi com o aproveitamento de trapos com amarrações.
 O projeto justifica-se devido à possibilidade de minimizar os transtornos provocados pelo preconceito racial, de gênero, o aumento da violência contra a mulher negra na sociedade contemporânea bem como os casos recorrentes de feminicídio.
Promover um diálogo por meio da prática do “brincar” é remeter espontaneamente o sujeito a uma experiência que pode mudar o rumo da história nessa relação simbólica da Abayomi com o passado, futuro, entre conceito e preconceito.
Portanto, a contação da história da Boneca Abayomi em sala de aula aponta uma abordagem interdisciplinar que pode ser aplicada em qualquer faixa etária, qualquer disciplina para intensificar reflexivamente sobre essas questões e partir experiência dos sentidos, pois só assim será possível relacionar os benefícios que serão obtidos em sala de aula e na sociedade.


AGRADECIMENTOS: Para que essa oficina fosse realizada com sucesso contamos presença dos alunos de várias localidades da região, a articulação da Assistente Social Iolanda Santos, organização de Ana Cristina do Vale Gomes, o apoio  do Armarinho Literário em Crateús e da Escola de Ensino Médio Lions Club de Crateús-CE na pessoa da diretora Adriane.

Apoio:
ARMARINHO LITERÁRIO: 
Grande variedades em livros  e opões de presentes
Rua Barão do Rio Branco, 1081-Centro--Crateús-CE.
Contato ( 88) 3691 3193/ (88)3691 0751.

Escola de Ensino Médio Lions Club.

Ação Eco Arte lia Batista/REMES-Rede de Mulheres Empreendedoras Sustentáveis.

Bibliografia:
ABAYOMI, Bonecas: símbolo de resistência, tradições e poder feminino.

BONDÌA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência*. Universidade de Barcelona, Espanha Tradução de João Wanderley Geraldi Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Lingüística. Jan/Fev/Mar/Abr 2002 Nº 19.
Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/371466779/n19a02-pdfAcesso em: 01/05/2019.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 146p. 1.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf> Acesso em: 30/04/2019.

ESCOLA PROFESSOR OTÁVIO TERCEIRO DE FARIAS





             

                     Imagens: Acervo pessoal (2019).

Das escolas as quais estudei muitas a fecharam. Por isso vou citar apenas a última onde cursei o Ensino Médio.

Escola Estadual de Ensino Médio Otávio Terceiro de Farias, hoje Escola Estadual de Ensino Médio, localizada na avenida C, 435- Jose Walter - Fortaleza-CE. Esta escola inaugurada em 1977(MOREIRA 2018).

Após terminar o ginasial aos 19 anos ingressei na nesta escola para cursar o Segundo Grau, no curso de Habilitação em Administração de Empresas cuja tendência tecnicista prevalecia. De acordo com Pianowiski e Goldiberg (2015, p. 17), Com disciplinas voltadas para o mercado te trabalho na área administrativa.
Ao chegar na escola fui muito bem recebida pela diretora e logo me encaminhou a coordenação. Tive a oportunidade de visitar as dependências, refeitórios, biblioteca, conversar com alguns professores e alunos. Pude constatar no espaço da antiga sede hoje funciona uma escola municipal que está muito deteriorada pela fachada podemos constatar nas imagens abaixo.
           As imagens contrastam, já eu foi construída uma nova sede voltada para educação em “tempo integral para que recebe o atualmente um total  de 1.171 jovens do ensino médio regular distribuído em três turnos”, segundo a coordenadora (MARILAC, 2019).  As estruturas físicas, aparentemente estão em ótimo estado de conservação e foi reinaugurada em 2014, pelo governador Camilo Santana (MOREIRA, 2018).
Como pude constatar, a nova sede está dividida em 3 pavimentos com escadas de concreto e 2 elevadores; ginásio poliesportivo; 12 salas de aula todas climatizadas e em uso; 1cozinha; 1 refeitório; (Alimentação escolar para os alunos com cardápio escolhido pelos próprio alunos); 2 bebedouros com agua filtrada; 2 laboratórios de informática com 20 computadores cada totalizando 40 máquinas; 12 banheiros internos com chuveiros, inclusive com acessibilidade para portadores de necessidades especiais; 1 biblioteca climatizada, com ótimo acervo com cerca de 20 mil livros, segundo Cinara, (2019), informatizada com 4 computadores modernos, tem vários projetos de incentivo a leitura e pesquisa; jornal na escola; livro com coletânea de textos produzidos pelos alunos;  2 laboratórios de física e matemática; biologia e química; eu percebi que a artes visuais é bem intensa;1 sala de secretaria; 1 sala de recepção; 1 sala da diretoria; 1 sala coordenação; sala dos professores; almoxarifado; pátio coberto; estacionamento interno  com porteiro na entrada; coleta regular de lixo e reciclagem, esgoto de rede pública, acesso a internet e banda larga. Segundo alunos a turma tem acesso a pesquisas e atividades por meio do site da SEDUC com acesso em casa e na escola tudo orientado pelo professor.                   
Como nem tudo é perfeito as chuvas também causam seus estragos. O teto estava apresentando alguns defeitos e preocupação por parte da direção. Mas avista o que era na década de 1977 quando foi aberta à comunidade já houve muita evolução.
  O que questionamos é o porquê do desinteresse desses alunos com relação à aprendizagem. Antes tínhamos que comprar livros, quando podíamos ou nos dirigir a biblioteca pública, ou ainda recorrer ao colega. Hoje os professores estão angustiados sem encontrar uma resposta para tanto desinteresse nossos discentes. Talvez essa relação professor aluno precise adotar uma nova dialética em que ambos  aprendam juntos para uma formação de uma consciência mais critica.

Na investigação se identifica o universo vocabular e os temas geradores dos educandos. Na tematização são codificados e decodificados os temas de maneira contextualizada. Na problematização, abordam-se as situações concretas dos indivíduos, no seu contexto social, objetivando uma práxis transformadora (ROCHA 2010, p. 87).
               
                     Nesse contexto pude perceber no ambiente da biblioteca alguns ex-alunos que colaboram como voluntário, uma forma de contribuir a aprendizagem e o compartilhamento mesmo a estando cursando uma universidade, pois dividir as experiências com os demais alunos e o corpo docente pode influenciar nessa práxis transformadora em um sentido mais amplo.



BIBLIOGRAFIA

ESTADUAL, Escola Pública. Escola Professor Otávio Terceiro de Farias. Escol.as. 2019.

MOREIRA, Roberto. Governo do Ceará inaugura nova sede da Esc

MINHA VIVÊNCIA ESCOLAR

SEMANA UNIVERSITÁRIA UECE-2017
APRESENTAÇÃO ACADÊMICA








Minha vida escolar começa aos seis anos de idade na “Carta de ABC” e na tabuada na escola comunitária Pontes Carvalho na periferia de Fortaleza. O sonho de passar de ano era ganhar cadernos novos e sair da carta de ABC. Lembro que estudei na “Cartilha do Povo”, na escola da Dona Eunice em um livro com volume único com disciplinas de Matemática, Linguagem, Ciências e Estudos Sociais apenas.

Meu material didático se resumia a um simples caderno, lápis de escrever e a uma caixinha de lápis com seis cores. Isso era tudo para uma estudante em que precisava aprender a ler, escrever e fazer as quatro operações matemáticas.

Naquela época a cultura era que as mulheres fossem preparadas apenas para casar, ter filhos e nada mais. Nessa trajetória fui migrando de escolinha em escolinha até chegar a quarta série. Entre o carrancismo dos professores, puxões de orelhas e palmatória para a punição os rebeldes, às vezes conseguia alguma professora mais humanas que nos davam uma segunda chance nas atividades as quais não tínhamos bons resultados. O drama para quem não se enquadrava no decoreba das leituras e da tabuada era vexatório, principalmente no dia de arguição. Aos 7 anos, aprendi as ler as primeiras palavras com o professor Neto.

Nessa Pedagogia, o aluno é visto como um ‘depositório’ de conteúdos. A preocupação pedagógica foca-se no produto final e o processo não é importante. O conteúdo é reprodutivista e, portanto, mantém a divisão social” (PIANOVISKI; GOLDBERG, p. 14, 2015).

 Nos anos 70 depois de passar após terminar a quarta série do primário no Instituto 15 de Novembro, com a professora Zilá consegui meia bolsa de estudos para ingressar no quinto ano ginasial no (particular) Colégio Santa Cruz em Parangaba, onde o sistema educacional não era muito diferente, além da preponderância dos professores, olhar dos diretores teria que enfrentar a distancia de casa.

Por dois anos acordava de madrugada ia e voltava a pé por falta de recursos financeiros, transporte coletivo raro, quando muito apanhava carona no ônibus escolar da Faculdade de Veterinária-UECE. Por não poder comprar material didático e livros encontrei dificuldades para acompanhar os conteúdos de matemática e português e sempre era aprovada com nota mínima.

Sem biblioteca na escola, toda a tensão estava centrada na aula expositiva do professor e para completar geralmente copiava conteúdos dos livros dos colegas para não reprovar. As disciplinas propostas no ginasial eram de Português, Matemática, Ciências, OSPB-Organização Social e Política Brasileira, Estudos Sociais, Educação Moral e Cívica, Educação Física, e Religião.

O medo da reprovação era evidente, pois não podia perder a bolsa do ano seguinte. O medo da reprovação era uma constante com a turma e mesmo assim, nunca pensei em desistir. Após o sexto ano consegui bolsa integral para estudar à noite no Colégio Francisco Nunes Cavalcante no bairro Prefeito José Walter, onde cursei o sétimo e oitavo anos. Nesse período a continuação das disciplinas anteriores acrescida de Biologia, Química e Física. Como era em período noturno os professores já eram mais flexíveis e abertos às discussões, até porque  a maioria dos alunos era adulta parte trabalhava durante o dia. Nessa época eu já dava reforço escolar na comunidade e vendia catálogo da Avon, assim não precisava mais ir a pé e transporte público já não era raro.

Após terminar o ginasial aos 19 anos ingressei na Escola Estatual Otávio Terceiro de Farias para fazer o Segundo Grau, hoje Ensino Médio, no curso de Habilidade em Administração de Empresa. Aproveitava o tempo livre para fazer alguns cursos gratuitos de datilografia e na área de escritório no Centro Social Urbano José Walter no período da tarde e já ficava para o horário da noite.

No curso de Habilidade em Administração de Empresas a tendência tecnicista se fazia necessárias. De acordo com Pianowiski e Goldiberg (2015, p. 17), essa tendência surgiu devido o “processo de industrialização e desenvolvimento econômico” brasileiro, pois havia uma demanda racional e mecânica  a qual pretendia formar a mão de obras especializadas; sendo assim, a formação de mão de obra teria que ser direcionada para a indústria, dessa maneira a formação do estudante  teria seus “objetivos, conteúdos, estratégias, técnicas e avaliação” com essa finalidade,  principalmente no dois últimos anos de curso.

O currículo escolar era compreendia pelas disciplinas de Administração de Empresas, Inglês, Contabilidade, Mecanografia, Organização de Empresarial Matemática Financeira e Geométrica, além de Física, Química, Geografia, História do Brasil, História Geral, Educação Física, Literatura, Biologia.

A pós 20 anos de trabalho, dona de casa e empreendedora de vestuário resolvi enfrentar novos desafios. Fechei a empresa e resolvi me preparar para o ENEM. Durante dois anos, meus domingos se resumiram ao Pré-ENEN no Ginásio Paulo Sarazate. Com o incentivo dos filhos o cursinho transcorreu sem a preocupação com os resultados. A Prefeitura de Fortaleza oferecia vale transporte, lanche, apostilas, além de excelentes professores, lousa digital, interprete de libras, uma sala de aula gigante com mais de três mil alunos e vídeo aulas para revisão posterior. Diferentemente de tudo o que a tinha visto em termo de aprendizagem, as disciplinas do currículo eram Linguagem e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências Humanas e ciências da Natureza e Redação.

Depois de 32 anos ausente da sala de aula com os filhos já se formando consegui uma bolsa integral via Enem para a UNICHRISTUS. Em 2014 escolhi o Curso Técnico em Multimeios Didáticos ao qual tive muita afinidade. Os professores todos em idade de serem meus filhos. No começo eu até fiquei sem jeito, mas recebi apoio e o carinho da turma que me ajudou nas atividades e os professores apesar de seguir uma tendência tecnicista imposta pelo curso eram mais interativos e dinâmicos.  Assim, os mestres já não se consideravam os donos do saber já que fazíamos parte da construção do conhecimento compartilhando as ideias e vivencias.

O Curso Técnico em Multimeios Didáticos é um curso oferecido pelo Ministério da Educação via Sistema de Seleção Unificada (SISUTEC) que prepara o profissional para dar suporte ao professor diante dos novos desafios tecnológicos. Ele é habilitado com aulas praticas para colaborar com o professor na área de ferramentas interativas e digitais, criando projetos que suscite aos discentes a uma aprendizagem mais dinâmica frente às novas tecnologias, bem como as práticas artísticas manuais e digitais.

Português Instrumental, Metodologia da Pesquisa Científica, Elaboração de Projetos, Disciplina de EAD, Biblioteca, Multimeios na Educação, Tecnologias Assistivas e Inclusiva, Laboratório de Informática, Educação para o Trabalho, Práticas Pedagógicas e Tecnológicas, Material Impresso e Textuais, Práticas Trabalhistas, Informática Aplicada e Empreendedorismo são as disciplinas da grade curricular do curso.

Antes de terminar o curso de Multimeios Didáticos, tentei Geografia na UECE, mas não deu certo, fiquei em nono lugar nos classificáveis e em seguida ingressei na Licenciatura em Artes Visuais via vestibular. Confesso que esse sempre foi o curso dos meus sonhos desde o primeiro momento que voltei a estudar.

Portanto, estou muito orgulhosa em fazer parte da turma de Artes Visuais UAB/UECE-Maracanaú onde encontrei excelentes professores e tenho um ótimo relacionamento com todos. Gosto da metodologia aplicada no Sistema EAD, mas o encontro é sempre muito especial.



OBS:
Este artigo faz parte dostrabalhos academicos da disciplina de História da Educaçao do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da UAB/UECE-Polo Maracanaú.

BIBLIOGRAFIA

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PIANOWISK, Fabiane; GOLDBERG, Luciane. Artes Plásticas: Metodos e técnicas do ensino de artes. 3. ed. Fortaleza  - Ceará: UECE, 2015.
PRONATEC, Unicristus, 2014.
Disponível em: <https://unichristus.edu.br/noticias/pronatec/> Acesso em: 01/04/2017



sábado, 4 de maio de 2019

ARMARINHO LITERÁRIO












                    Existem lugares que são cheios de encanto e que nos despertam a curiosidade de verificar de perto para ter realmente a certeza e ter as próprias conclusões. Assim aconteceu comigo e a minha amiga Iolanda Santos quando olhei a página no facebook, logo me encantei. 
                    Por intermédio da proprietária, escritora e educadora Ana Cristina do Vale Gomes tive a oportunidade se ser convidada para ministrar um Encontro Precioso em Crateús para oficinas de Abayomi e Mandalas. 
                  Por ocasião deste evento eu e a Assistente Social e amiga Iolanda Santos (que também ministrou uma Roda de Conversa na Escola Lions Club) tivemos a oportunidade de conhecer o encantador ambiente literário. 
            Referência intelectual e cultural na cidade de Crateús o Armarinho Literário apresenta um mix de livros acadêmicos, literatura infanto-juvenil,  livros de artes, bibliográficos, revistas, álbuns de figurinha, além dos livros dinâmicas voltados para a educação de autoria da própria Ana Cristina Gomes, sem falar nas belíssimas camisetas para o publico jovens, presentes exclusivos e personalizados para todas as ocasiões. 
                A escritora é membra a Academia de Letras de Crateús (SABI CRATEÚS, 2011), além de ser uma pessoa dedicada a cultura, a arte e mentora de vários projetos  inclusive  o Memorial Luiz Gonzaga onde tive a o prazer de visitar. 
         
          Tanto o Armarinho como o Memorial Luiz Gonzada proporcionam ao clientes e visitantes peculiaridades da cultura regional, espaço criativo, conchegantes projetado especialmente com requinte para receber de braços abertos a um público seleto e em busca de novidades sobre a cultura e a boa conversa. 
               
           Segundo Ana Cristina (2019), o Armarinho Literário partiu da ideia em preservar o espaço deixado por sua tia que anteriormente vendia aviamentos. Porém após o falecimento da mesma, ela resolveu investir nas literaturas já que não havia mais tanta procura  materiais de costura. 
            
           Sem medo de ser feliz ela relata que mesmo não estando mais em sala de aula se sente realizada em contribuir com educação da comunidade por meio do diálogo com os estudantes, professores e visitantes que por lá passam em busca de novidades. 

"E ainda um espaço convidativo para um bom papo entre os amantes da leitura: o Café Literário. Nada melhor para aqueles que apreciam um bom texto. Uma boa conversa. Um bom café" (CLAUDINO, 2012).

        Assim pude comprovar que cada cantinho do Armarinho Literário é muito especial e projetado para atender aos públicos de todas as idades, decorado com o carinho de uma artista que assim como as palavras dos seus livros são preparados cuidadosamente pensando no leitor.

              Portanto se você vai passar por Crateús não se esqueça de marcar presença no Armarinho Literário e conhecer a renomada escritora, e  Ana Cristina Gomes. Se esquecer desse cantinho das letras não diga que foi a Crateús.

Dinâmicas em Grupo é um dos livros maravilhoso para interagir criativamente em sala de aula ou em encontros diversos. A obra apresenta uma coletânea de 100 atividades bem divertidas de uma profissional amante da educação e das letras. 

Super recomendo!

        
Dinamicas Em Grupos (Em Portuguese do Brasil) - Ana Cristina do Vale Gomes (8575643398)


Imagens: 
Disponível em: <ttps://www.buscape.com.br/dinamicas-em-grupos-em-portuguese-do-brasil-ana-cristina-do-vale-gomes-8575643398> Acesso em: 04/05/2019


                                               


Apoio:

ARMARINHO LITERÁRIO: 
Grande variedades em livros  e opões de presentes
Rua Barão do Rio Branco, 1081-Centro--Crateús-CE.
Contato ( 88) 3691 3193/ (88)3691 0751.

Escola de Ensino Médio Lions Club.

Ação Eco Arte Lia Batista/REMES-Rede de Mulheres Empreendedoras Sustentáveis.

Bibliofgrafia

LITERÁRIO Armarinho. Disponível em:
 <https://pt-br.facebook.com/oiarmarinho/> Acesso em: 04/05/2017.

CLAUDINO, Silvana. Armarinho Literário é nova opção para compra. Diário do Nordeste. 


ENSINO/APRENDIZAGEM X PROFESSOR/ALUNO

                                                    OFICINA DE MANDALA EM CRATEÚS

            

                                     
                            





Imagens: Iolanda Santos e Adriane (2019).

O processo de ensino/aprendizagem tem em suas nuances incógnitas que exige do ser humano mais do que uma simples análise contextual. Desde a antiguidade os questionamentos sobre essa complexidade do ensinar e aprender compreende a “práxis reflexiva ou como experiência dotada de sentido, não é somente uma questão terminológica” (BONDÍA 2002, p. 21).
O papel do professor perpassa os conteúdos, dessa maneira este tem a capacidade de apropriação do conhecimento para fazer do aluno um pesquisador autônomo pautado nas suas vivências e culturalidade na constante busca emancipatória dentro das capacidades de um ser intelectual e criativo na aquisição de novos saberes.
 Desmistificar ou desconstruir essas incógnitas é perceber que a produção do conhecimento é um recurso nato do ser humano desde a infância, onde os pais aprendem com os suas crias e vice e versa; e ambas apendem com o mundo ao seu redor. 
A reciprocidade no dia a dia aponta o caminho de um conhecimento empírico em que as experimentações colaboram para um saber deslumbrante sem cobrança de resultados esperado sob a visão dos métodos convencionais impostos, isto é uma imersão dentro do eu de cada um em busca de repostas para seus questionamentos.
  Dessa forma que aconteceu no dia 27/04/2019 a oficina de mandala em Crateús, onde os alunos que vinham de localidades diferentes puderam trocar ideias em uma imersão holística na para vislumbrar um "Encontro Precioso" com o seu próprio centro, sobretudo na busca por uma consciência evolutiva em sua totalidade com o universo cósmico, sem a preocupação de comparar os métodos pedagógicos.
Segundo Ranciére (2002, p. 25) comparar uma inteligência a outra é embrutecer a consciência do sujeito, isto frequentemente ocorre com relação aos nossos métodos pedagógicos entre professor/aluno, aluno/aluno, pessoa/pessoa em nossa sociedade.
Esquecemos que primeiro aprendemos a balbuciar, falar, andar, sorrir... Depois teorizamos sobre esses processos e aos poucos vamos percorremos novos caminhos de acordo com nossa necessidade, curiosidade e criatividade. Esse aprendizado nos traz um saber relevante sem necessariamente entender a “lógica do sistema explicador” (RANCIÈRE 2002, p. 20).
Todavia vale ressaltar que pessoas autodidatas estão sempre vivenciando experimentação seja por necessidade, curiosidade ou acaso; logo a espontaneidade os instiga a construir seus próprios conhecimentos. Nessa magia das experimentações práticas do “fazer fazendo”, o empirismo e a vontade de “aprender qualquer coisa e a isso relacionar todo o resto, segundo o princípio de que todos os homens têm igual inteligência” (RANCIÈRE, p. 30) assim os autodidatas se reconhecem não como gênios, mas pela busca de seus resultados às vezes peculiares no encontro consigo mesmo.
Ao contrário do acontece, na relação entre professor e aluno a escola é regida por padrões metodológicos destinados a cumprirem aos trâmites burocráticos das políticas educacionais, aos quais relegam as abordagens mais dinâmicas, críticas, reflexivas, criativas, inovadoras e emancipatórias.
O que mais me importuna são os critérios comparativos que esse sistema de ensino/aprendizagem utiliza para mensurar a capacidade cognitiva, emocional e intelectual dos alunos aos quais se sentem discriminados e rotulados como aprendizes de “menor potencial de aprendizagem” de acordo com os parâmetros politico pedagógicos existentes. Esse modo de abordagem transpõe o aluno a invisibilidade dentro do próprio ambiente escolar, relegando outras habilidades individuais. 
 O engessamento do sistema e a sobrecarga das atividades curriculares dos professores, geralmente seguem a tendência pedagógica tradicional que considera o professor como o detentor do saber, sem dar voz e vez ao aprendiz.  Insistir nesse tradicionalismo recorre em prefixar caminhos pré-existentes tornando os alunos inertes e pouco questionadores. Assim, instigar o aluno a se engajar em suas próprias descobertas potencializa o aperfeiçoamento do indivíduo.
 Nesse sentido as oficinas de mandalas tende a fazer com que os aluno se engaje nessas descobertas não importando com a faixa etária, a classe social ou econômica. A proposta é fazer do aluno um pesquisador autônomo e conhecedor de si mesmo e de tudo que está em sua volta.
Atualmente, as mídias digitais vêm desmistificando a busca por novos saberes as quais nos dão maior autonomia para muitas resoluções do cotidiano, dessa maneira o conhecimento se dar por intermédio de uma nova relação de ensino aprendizagem, onde o “mestre explicador” (RANCIÈRE 2002, p.24) deixa o pesquisador mais emancipado.
De acordo com (Passos e Barros 2015, p.17), “a diretriz cartográfica se faz por pistas que orientam o percurso da pesquisa sempre considerando os efeitos do processo do pesquisar sobre o objeto da pesquisa, o pesquisador e seus resultados”.  Nesse sentido a virtualidade do Ensino à Distância, por exemplo, vem ganhando mais espaço e abrindo novas diretrizes na relação entre ensinar/aprender e professor/aluno.
Lidar com esse novo recurso na instrução do “sujeito moderno” talvez aumente mais o debate sobre a abordagem da práxis dentro da complexidade do que vem a ser o processo de ensino/aprendizagem, em um paradoxo de experimentações que colaboram para um saber em descompasso da escola convencional.
“Ensinantes e aprendizes” são estimulados por manusearem e manipularem essas mídias e nesse sentido podemos verificar o domínio dessas ferramentas para a funcionalidade das coisas mais simples às mais complexas; Nessa dialética em vias de mão dupla, os mais jovens são instantaneamente instigados às novas experiências; assim professores e alunos interagem dentro da interdisciplinaridade, pluridisciplinaridade e multidisciplinaridade objetivando a conveniência de que a “práxis transformadora” seja coadjuvante na concretude do “contexto social” do individuo (ROCHA 2010, p. 87).
Portanto, essa relação emancipatória da díade aprender e ensinar converge em um compasso para reconhecer que a autonomia entre mestre e aluno pode sim, se sobrepor a inteligência e a particularidade da busca de conhecimento; seja por curiosidade, experimentação ou construindo algo dentro do que se achar conveniente, até porque no mundo da informação volátil deixa transparecer a efemeridade do que se pretende aprender e ensinar.

AGRADECIMENTOS: Para que essa oficina fosse realizada com sucesso contamos presença dos alunos de várias localidades da região, a articulação da Assistente Social Iolanda Santos, organização de Ana Cristina do Vale Gomes, o apoio  do Armarinho Literário em Crateús e da Escola de Ensino Médio Lions Club de Crateús-CE na pessoa de Adriane.


Apoio:
ARMARINHO LITERÁRIO: 
Grande variedades em livros  e opões de presentes
Rua Barão do Rio Branco, 1081-Centro--Crateús-CE.
Contato ( 88) 3691 3193/ (88)3691 0751.

Escola de Ensino Médio Lions Club.


Parte deste artigo compreende das atividades da Disciplina de Estágio Supervisionado I do Curso de Licenciatura em Artes Visuais UAB/UECE.


Referência:

BONDÌA. Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. No combate entre você e o mundo. 2001. 28 f. (Departmento de linguística). Universidade de Barcelona, Espanha Tradução de João Wanderley Geraldi. Universidade Estadual de Campinas, 2002.
PASSOS, Eduardo e BARROS, Regina Benevides de. Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade / orgs. Eduardo Passos, Virgínia Kastrup e Liliana da Escóssia. – Porto Alegre: Sulina, 2015. 207 p.
RANCIÈRE, Jacques R185m C) Mestre Ignorante - Cinco lições sobre a emancipação intelectual/Jacques Rancière; tradução de Lilian do Valle Belo Horizonte : Autêntica, 2002.
ROCHA, Antônia Rozimar Machado e. História da Educação. 2. ed. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE). 2010.