sexta-feira, 7 de setembro de 2018

METODOLOGIA NO ENSINO DA ARTE.



Vídeo
 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=l5_EMEU4kwY> Acesso em: 07/09/2018

Abordagem metodológica do ensino da Arte compreende por vários métodos aos quais os professores utilizam para aplicar em sala de aula com seus alunos as práticas artísticas. A cada dia percebemos que há uma necessidade de ressignificar o modo dessa abordagem. Contudo vale salientar que a habilidade e o conhecimento, agregado às experimentações do arte educador é fundamental no dia a dia.  Na disciplina de Metodologia da Pesquisa em Artes podemos perceber a importância desse conhecimento para promover o debate das análises no que tange aos métodos  que abrangem as práticas artísticas que vão desde as metodologias tradicionais até as mais modernas.
O resultado positivo do ensino da Arte por parte do professor não depende apenas da sua formação, mas de uma série de fatores que juntos contribuem para a aprendizagem dos alunos, todavia vale ressaltar que as questões socioculturais ao qual este educando está inserido devem ser consideradas. Assim sendo, esses aspectos socioculturais ao serem aproveitados podem auferir a bons resultados na abordagem criativa do aluno, agregando maior significância quando essa experimentação humana parte desse pressuposto.
Em épocas passadas os padrões de ensino da Arte consistiam em meras repetições de técnicas, até porque a arte era voltada para a padronização Revolução Industrial, onde a capacidade criativa do aluno não era respeitada, pois ele simplesmente tinha que seguir o modelo da fábrica e da produção em massa.
Logicamente que, com a vinda da Missão Francesa para o Brasil no século XIX, e a criação da Academia Imperial de Belas Artes seria necessário a introdução de um modelo tido como “oficial” de ensino de Arte semelhante aos moldes europeus, para atender os anseios da corte de D. João VI.
Ao mudar-se para a nova colônia de Portugal, D. João VI queria, portanto, que os padrões e técnicas da Europa servissem como referências para as práticas do desenho e da pintura e que estes permaneceram como regra para atender o mercado das elites dominantes, porém com uma identidade própria de brasilidade.
Com o passar dos anos as práticas voltadas para o mercado de trabalho ainda se mantiveram nas escolas primárias e secundárias sempre visando à profissionalização do aluno em que os utilitários e as atividades giravam em torno do exercício artesanal enfatizando as noções de construções geométricas, perspectivas, etc. dentro do mais absoluto rigor técnico.
Esta prática “tradicional” o professor se limitava a aplicação de conteúdos; o aluno era mero espectador do processo educacional e o professor era considerado detentor do saber. Para isso bastava que o aluno não fugisse a regra da repetição proposta em sala. Infelizmente, ainda hoje alguns professores pensam dessa forma, mesmo sabendo nenhum conhecimento, muito menos a arte é um produto acabado.
Perceber que as mudanças trouxeram suas significâncias pode nos parecer notório, todavia isso ocorreu de forma um tanto o quanto sutil, pois as políticas educacionais sempre avançaram sem a devida relevância a que de direito.
No decorrer dos anos na década de 1960 a Escola Nova abordou uma nova metodologia em que se passou a respeitar o mais o potencial criativo valorizando as aptidões e iniciativas do aluno, bem como a experiência, a preponderância do fazer artístico de uma maneira em que a “livre expressão” fosse determinante nos resultados das criações.  Encarar o certo ou errado na produção artística já não era fato, até porque a liberdade de escolhas passou a ser respeitada, até mesmo na utilização dos materiais escolhidos pelo aluno. Dessa forma, cabia ao professor acompanhar os trabalhos sem interferência nas inspirações.
Segundo, Santomauro (2009), a partir de 1971, “Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)”, começou a se pensar em uma nova  maneira do ensino da Arte. A metodologia “Sociointeracionista” na década de 1980 passa a ser uma abordagem mais condizente na formação do aluno, tendo em vista a inserção das novas linguagens em sala de aula, como por exemplo: a dança, as artes visuais, a música e o teatro.  Assim, a possibilidade de enriquecimento de novas formas de compartilhar as experiências são relevantes diante das trocas de saberes entre os indivíduos, cabendo ao professor apenas intermediar o diálogo sobre o que poderá ser abordado nos eixos da produção, a apreciação e a reflexão sem, contudo limitar essas discussões no processo.
Portanto, não há mais espaço para o tradicionalismo do ensino da arte, tendo em vista que o professor deve usar das práticas inovadoras dentro do contexto histórico e social para abordar as novas tendências que levem ao aluno a refletir sobre a necessidade de ressignificar o conhecimento artístico usando inclusive as tendências contemporâneas que possam ir além da imitação e das relações  estéticas convencionais.

Por Lia Batista-Atividade referente a disciplina de Metodologia da Pesquisa e do Ensino da Arte-UECE/UAB.
FONTES:

CONTEÚDOS e Metodologia do Ensino da Arte. Produzido por Faculdade Fetac. mar 2017. Vídeo.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=l5_EMEU4kwY> Acesso em: 07/09/2018
FERRARI, Maria Heloísa  e FUZARI, Maria F. de Resendi. Cortez. Metodologia do Ensino de Arte. Arte Educação.  1993. Disponível em: <http://www.arteducacao.pro.br/metodologia-do-ensino-de-arte.html> Acesso em: 26/04/2018.  
 GOMES, Cristina. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. Disponível em: <https://www.infoescola.com/historia/revolucao-industrial/>
Acesso em: 30/04/2018.
SALES, José Albio Moreira. Metodologia da Pesquisa e do Ensino de Artes.  SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE). 2010.
SANTOMAURO, Beatriz.  O que ensinar em arte. mar. 2009. Disponível em:<https://novaescola.org.br/conteudo/1509/o-que-ensinar-em-arte> Acesso em: 24/04/2018

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

BONECA ABAYOMI-OFICINAS ITINERANTES

BONECA ABAYOMI


A boneca Abayomi-The Abayomi Doll

Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dpvmakYu6oE&feature=youtu.be> Acesso em: 01 fev 2021




No século XVI, com pedaços de suas saias as mães africanas que eram transportadas em navios negreiros para o Brasil, acalentavam seus filhos com minúsculas bonecas de pano, como forma de aliviar a angústia no trajeto entre África e Brasil.
                                                             ORIGEM
                  De acordo com Vieira (2015), a boneca Abayomi tem origem na etnia-linguística Iorubá no continente africano e significa “encontro precioso”. Durante o trajeto, as mães produziam as bonecas com pedaços das próprias saias, contavam histórias para tentar acalentar seus filhos  e estes as guardavam como amuletos.       
                   Simples de fazer: Sem costura e com apenas nós, a Abayomi vai encantando pela sua importância memorável. Como símbolo de resistência e protagonismo da mulher na sociedade atual, essa história tenta afirmar a identidade cultural afro-brasileira, provocando reflexões em torno das lutas e da aceitação das nossas origens na contemporaneidade.
                      Para além das fronteiras do Estado do Ceará as oficinas de bonecas Abayomi vão tomando formas com o estilo Eco Arte e depois da Creche Francisco Erasmo Pitombeira no Parque Dois Irmãos em Fortaleza e o XI Seminário SATRE-UECE, chega às donas de casa de Serra Negra e à Escola Municipal Luiz Barbosa, localizada na Rua Monteiro Lobato, 187, Pimentéis em Águas de Lindoya-São Paulo. 
                   Foi uma honra ser recebida pela diretora Denise e seus alunos; juntos trocamos ideias e experiências, onde também fizemos uma mini exposição de pinturas em tela e com artesanato oriundos de materiais recicláveis para a turma de alunos de sétimo ano. Eu e a artesã Edilene da Silva tivemos o apoio do senhor Otacísio Pereira e do Escritório de Contabilidade Santa Rita em Águas de Lindoya.
            No geral o projeto de oficinas itinerantes Abayomi suscita o  debates sobre o preconceito, o feminicídio, a resistência da mulher negra e ainda promove uma reflexão sobre as questões de gênero. As oficinas são ministradas de acordo com cada público alvo.
           Para jovens e crianças são apresentadas as questões afetivas, as relações interpessoais na escola,  na comunidade, adolescência, e o combate ao bulling, bem como da afetividade entre os membros da família que atualmente está sendo substituída pelo uso abusivo das redes sociais dentro do próprio lar. 
              Quanto ao público adulto a oficina apresenta uma discussão mais ampla onde são abordados assuntos relacionados a resistência da mulher negra, o  racismo, o combate a homofobia, relações amorosas, dentre outras questões.
              Para tanto é preciso enfatizar que  toda instituição educacional tem o direito e o dever de abordar sobre os temas transversais aos quais dentre eles está  do ponto de vista das relações étnicas, escravidão e mercantilização dos povos africanos.
                            
                            Da mesma forma, uma visão histórica da Ásia contribui para a                                               compreensão  da   formação cultural brasileira, tanto no que se refere às                               tradições como a  processos históricos que levaram seus habitantes                                     a imigrarem para as  Américas, e em particular para o Brasil, em                                            diferentes momentos (PCNs p.131). 
  1.       A oficina começa com uma oração do Pai Nosso e uma dinâmica energizadora em círculo sempre de mãos dadas para depois iniciar a apresentação sobre a  história da Abayomi.  O Objetivo principal é abordar a relação simbólica da boneca com os aspectos de resistência e o protagonismo da mulher na sociedade atual, bem como afirmar a identidade cultural afro-brasileira, provocando reflexões em torno das lutas e da aceitação das nossas origens na contemporaneidade. 
  2.     A segundo bloco, fala-se um pouco da história da boneca no modo geral, como surgiram e qual o significado em determinadas civilizações desde o Paleolítico até a atualidade. 
  3.       No terceiro bloco são apresentadas as ações internas e externas do ateliê e as práticas artísticas e socioambientais nas comunidades, tais como o resgate da cultura popular da boneca de pano, citando o exemplo a Vó Luíza (94) que mantém a tradição com as netas e bisnetas. Dessa forma o uso dos retalhos para a produção das bonecas possibilita discussões dos temas transversais, podendo ser aplicados  na educação por meio da contação de história com os alunos.
  4.    Quarto bloco, aponta as exposições trabalhos artísticos, empoderamento da mulher, casos de    superação e auto aceitação para a melhoria da autoestima. 
  5.       Último bloco onde acontece o passo a passo da confecção da Boneca Abayomi e para finalizar acontece  o momento de escuta e encerramento.
A experiência de mediar as oficinas de Abayomi tem sido muito enriquecedora devido as suas peculiaridades. Todavia percebo visivelmente no rosto das pessoas que a sensibilidade flui de uma forma espontânea irradiando uma energia própria que emana espontaneamente sem receio, pois percebo que a cada finalização ocorre uma liberação intensa de empoderamento e alívio.
Veja! Quanto aos homens presentes nas oficinas noto que mesmo que transpareçam receosos, se empenham com veemência na produção da boneca; alguns se manifestam discursivamente, elogiam e partilham suas algumas experiencias.

                    
 Escola Municipal Luiz Barbosa

Águas de Lindoyoa-Pimentéis-São Paulo-Jun-2018







Oficina de Abayomi no Ateliê Eco Arte


        Oficinas com os pais - CEI Francisco Erasmo da Silva Pitombeiras Parque Dois Irmãos Fortaleza-CE   


Oficina na XI Seminário de Estudos SATRE-Centro de Humanidades - UECE-Ago/2018


Campanha solidária de doação de sangue -Salve o Miguel-

Oficina no Polo UECE/UAB-Maracanau-CE



Oficina no Bom Jardim- Igreja Sheikinah-Acão Mulher/2018





Polo UAB/UECE-Maracanaú-
Escola Francisco Jaborandi de Melo-Fortaleza
XIII Semana Universitária UECE-
II Feira do Conhecimento do Ceará
CEI-Maria de Carvalho Martins II


 Saiba mais: 
O vídeo da Priscila Batista mostra que a maior aflição da mulher negra é cuidar do cabelo, a ditadura da beleza feminina e auto preconceito.


ABAYOMI, Bonecas: símbolo de resistência,tradição e poder feminino



    BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais.  Pluralidade Cultural parte 1. 
    Disponível em:            http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pluralidade.pdf Acesso em:                      27/08/2018 
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    MEU Big Chop. Cortei o cabelo com 5 meses de transição. Produção de Priscila Batista Barbosa.Ceará: MAIS QUE RUBIS, 2015. VÍDEO
DDisponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=srwI7y01sog> Acesso em: 27/08/2018.

VA BONECA Abayomi - The Abayomi Doll. Produção Cleiber Andrade. 2019. Fortaleza
íDisponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dpvmakYu6oE&feature=youtu.be> Acesso em: 01 fev 2021








ARTE CONCRETA DE LUIZ SACILOTTO



Vídeo:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RzPx_4Z9dWI> Acesso em 23/08/2018


Apesar da Semana de Arte Moderna trazer mais liberdade na literatura, nas artes plásticas, na música, etc., o conceito do belo, estética perfeita é dinâmico e muda de acordo com o tempo, podendo ser influenciado pelos aspectos políticos, econômicos e socioculturais fazendo-se necessário investir em novas possibilidades artísticas que transcendam os anseios das sociedades, contudo a inquietude humana exige novas perspectivas estéticas.
Nesse contexto, surge em meados do século XX, a Arte Contemporânea adentrando a tridimensionalidade, a irreverência e novos conceitos para um discurso mais livre no fazer artístico. A Arte Contemporânea ultrapassa as fronteiras do imaginário chegando à Era Digital quebrando paradigma após a Segunda Guerra Mundial.
A Era Digital trouxe inovações e questionamentos que intrigam a própria a crítica de arte e deixa a pergunta sem resposta, do que pode ser realmente arte? A desconstrução do belo perpassa por várias vertentes.  A liberdade de expressão e o uso de materiais passam a integrar os novos rumos de uma nova Cultura Visual aos quais não temos dimensões aonde vamos chegar.
Logo, nesse sentido se envereda o mundo das artes transitando pela diversidade de recursos e ideias criativas e o Brasil, portanto, se insere nesse contexto de afirmação indenitária a qual acompanha esse desdobramento percorrendo as várias experiências, experimentos, modalidades e tipologias artísticas.
A globalização, por exemplo, tem contribuído para o avanço do conhecimento tecnológico ao qual conecta o cidadão instantaneamente a qualquer parte do planeta. Assim, a produção artística vai quebrando paradigmas e trazendo novos valores.
Experimentar esses valores parece-nos vislumbrar novos movimentos que vão se relacionar com tudo inclusive com as relações de consumo, rompendo com os antigos modos da produção artística.
A Op Arte, Arte Cinética, Arte Povera, Abstracionismo, Concretismo, dentre outros movimentos da Arte Contemporânea crescem exponencialmente para conquistar novos atores das Artes Visuais. O Concretismo chega com uma nova proposta e como referência desse movimento Sacilotto foi um dos artistas brasileiros que se destacou mundialmente pela ousadia do seu estilo inovador.
O paulistano Luiz Sacilloto apesar de começar a trabalhar aos dezessete anos sempre esteve ligado às técnicas de desenho, pintura e trabalhos com metais; a precisão na pintura de letras e projetos de alumínio o levou a desenvolver interesse pelas artes plásticas.            “No início, seus trabalhos são figurativos. Paisagens e retratos de tendência expressionista, mas a partir de 1947 realiza suas primeiras experiências no domínio da abstração geométrica, sendo um dos pioneiros da arte concreta no País”. (IMBROSI, 2016).  Logo, o Concretismo de Luiz Sacilotto tenta romper com o figurativo deixando de lado a representatividade objetiva para se lançar na geometrização das linhas e formas.
Ao observar a plasticidade de suas obras, somos induzidos a perceber que o artista quer brincar com o olhar do apreciador provocando uma inquietação, para a progressão contemplativa; ora parecem dobraduras em movimentos ou escadas que podem levar a algum lugar. O aspecto de algumas obras visualmente em movimento pode ser também caracterizada como Arte Cinética ou Op Arte, devido a ideia tridimensionalidade.
 A ilusão de ótica presente em seus trabalhos é acompanhada de progressão, precisão matemática milimetricamente calculada do positivo e negativo, união de formas e conteúdos. O dinamismo estético nos deixa dúvida quanto à sua técnica; aparentemente não são feitas artesanalmente e sim com ferramentas digitais. Provavelmente a precisão nos corte com os metais e o desenho das letras associadas ao seu ofício o tenha influenciado na perfeição dos traçados precisos das linhas com o manuseio dos pincéis.
Apesar de parecerem simples a Arte Concreta de Luiz Sacilotto apresentam geralmente cores chapadas com traços bem definidas, volume, profundidade, tridimensionalidade, movimento, luz e sombra. O ritmo sequenciado dessas linhas e formas provocam incômodos visuais e podem fazer o apreciador a desviar o olhar. Os elementos repetidos em algumas séries promovem diálogo entre si e formulam uma fantástica completude no conjunto da obra.
Para tanto a concisão das formas e linhas de Sacilotto tende ser provocador e inquietante, sem, contudo apresentar frieza e elasticidade estrutural o que dá ao apreciador a vontade de tocar em cada peça separadamente como em um jogo de elementos soltos em 3D.  “São justamente esses aspectos construtivos do desempenho perceptivo que irão, pela via dos atos subjetivos, reaproximar a investigação estética do âmbito do conhecimento”. (BARROS 2010, p. 19).
De acordo com Marques (2018), o artista teria deixado a “tela de lado” para enveredar pela tridimensionalidade para fazer “relevos em alumínios pintados e uma sequência de esculturas em latão e alumínio” e como vemos Sacillotto se transporta do simples ao complexo, da tela ao metal com a mesma desenvoltura.
Ao observar algumas esculturas em metais percebi que o artista tem compromisso com a seriedade e simplicidade, pois, são desprovidas de sensações ou sentimentos, por isso acho um tanto desafiador classificá-las com mais propriedade, logo a semelhança estrutural entre os elementos nos convida a observação por repetidas vezes nos conduzindo a um olhar descompromissado da reflexão.
Portanto, dessa forma é que a Arte Contemporânea pretende atingir a inquietude humana dentro das novas perspectivas estéticas promovendo novos conceitos para um discurso mais livre ultrapassando as fronteiras do imaginário sem necessariamente ter uma relação direta com a vida cotidiana.
Por Eliane Batista Barbosa (LIA)

OBS: O texto acima corresponde  a uma das atividades da disciplina de História da Arte do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da UECE/UAB-Maracanaú.
Fontes:

BARROS, Fernando R. de Moraes. Estética, 2010. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE).
COUTINHO, Rafael. 2012. Culturamix.com. História da Arte Ocidental – Arte Contemporânea no Brasil.
DIANA, Daniela. Toda Matéria. Arte Contemporânea. 2018.
 Disponível em:<https://www.todamateria.com.br/arte-contemporanea/> Acesso em 20/08/2018
IMBROISI, Margaret. História das Artes. Luiz Sacilotto, 2016
SACILOTTO, Luiz. Pinturas Brasileiras.com. Biografia, 2018. Disponível em:




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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

CÂNDIDO PORTINARI-MODERNISMO NO BRASIL




Vídeo 

João Cândido Portinari Trip Transformadores


Dusponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Mzr-u_x84sc> Acesso em: 14//08/2018
                            Vídeo 

Portinari do Brasil - Canal Arte 1-Fabio Guerra


Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=Jcg7rbh-cd0>Acesso em: 14/08/2018
  Romper com as tendências artísticas tradicionais das elites paulistanas foi um desafio alcançado pela ousadia do movimento Modernista no Brasil, pois ter uma identidade artística tipicamente brasileira parecia alucinação diante dos padrões da época. A Semana de Arte Moderna de 1922 surgiu em meio a insatisfação dos conservadores; mesmo assim, o movimento eclodiu com novas tendências para figurar  padrões que suplantasse esteticamente os princípios  europeus.
Por ocasião dessa insatisfação abolir o conceito de estética perfeita não pareceu fácil diante da busca pela identidade própria e liberdade de expressão que tantos buscavam para ressignificar as angústias do povo brasileiro que perduram como marco histórico mais importante das artes até a atualidade.
Dentre tantos artistas engajados no Modernismo no Brasil, Cândido Portinari se destaca pela sua imponência, pois aborda em suas obras os mais diversos temas. O cotidiano da sociedade brasileira demarca sua originalidade adentrando vários aspectos que vão além das cores e formas.
Um artista eclético e inovador, assim era Portinari. Desde as pinturas em grandes painéis, murais, retratos, Cândido Portinari, pode ser considerado um ícone do Modernismo no Brasil; sua trajetória artística lhe rendeu muitas honrarias, inclusive internacionalmente. Se ele quis se indignar e mostrar as mazelas brasileiras, conseguiu veementemente.
Todavia vale ressaltar que o compromisso social e humanístico se reflete em suas obras, pois seu fazer artístico retrata  desde a travessuras da infância, à adolescência e a vida adulta adentrando ao regionalismo que abrange desde o trabalho árduo no cafezal à seca nordestina que até hoje nos assola.
Dentre o seu extenso repertório podemos perceber na magnitude dos seus traços, seja por pincéis, espátulas, desenhos, etc., sua produção artística parece não se preocupar com uma metodologia específica, mas se estende por uma diversificação influenciada pelos movimentos cubistas e surrealistas europeus sem contudo esquecer características da identidade tipicamente brasileira.
Segundo Imbroisi (2016), Portinari era um ativista político que buscava acordos junto aos intelectuais e artistas da sociedade em torno das mudanças estéticas do Século XX. Com reconhecimento internacional, Portinari deixou um legado atemporal bem expressivo por meio de desenhos, gravuras e pinturas; suas narrativas pictóricas, portanto serão sempre atuais em quaisquer épocas e contextos, sobretudo no que tange as mazelas sociais brasileiras.
A série “Os Retirantes”, por exemplo, enfatizam dramaticamente as tragédias nordestinas, pois explicitam de forma pictórica os tormentos sociais que as elites persistiam em esconder. Apesar de Portinari ser um cidadão paulistano tentou apresentar  o Brasil como um todo, ressignificando o fazer artístico para inferir um novo olhar sobre as vertentes sociais.
A obra “A Criança morta” reflete o flagelo e a dor incontestável da perda de um filho vítima da fome e da falta de esperança. A obra se apresenta com característica do movimento expressionista, pois os aspectos dos rostos e corpos magérrimos provocam extrema emotividade ao apreciador. Os tons terrosos, o branco, violeta, azul e vinho dialogam com a negrura do preto do fundo que ressaltam a obscuridade da cena trágica que se adequam com as sombras na parte inferior da tela que deixa transparecer um entardecer sombrio. 
Vale ressaltar que as mãos firmes e disformes de uma mulher sentada ao centro do painel perpassa a ideia de que a criança está com o corpo já deformado, ao ponto de ser percebido como o ponto principal da obra, enquanto os demais personagens atuam como coadjuvantes complementando o cenário. Enquanto que as lágrimas aparentemente grotescas e petrificadas se espalham ao chão dando mais veracidade ao fato.
Logo, quanto aos detalhes expressionistas desta obra, o que mais me sensibilizou foi o modo com que o autor se preocupou em sintetizar categoricamente os sentimentos humanos e emotivos. A dimensão do seu dinamismo e sua expressividade estética o incluído no contexto cultural de Minas Gerais. De acordo com Diana (2017), a Igreja de São Francisco da Pampulha em Belo Horizonte-MG, abriga em seu interior a via sacras composta por catorze painéis do artista, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer.
Apesar de sua morte precoce, aos cinquenta e oito anos, devido a intoxicação pelas tintas. Segundo Portinari (1979), o artista pintou “cinco mil cento e quarenta e seis obras” e “logrou prestígio nacional e internacional dificilmente igualado no Brasil”. (DIANA, 2017).
 Todavia, vale ressaltar que para uma época em que as elites repudiavam qualquer inovação artística e cultural, “A Semana de Arte Moderna” veio trazer mais liberdade na literatura, nas artes plásticas, na música, etc. Portanto, quebrar esses paradigmas aos olhos dos conservadores, mesmos que parecesse alucinação veio ressignifica o conceito do belo, de estética perfeita, em busca da identidade própria promovendo um alívio para novos passos da expressividade artística brasileira.
OBS: Esse texto corresponde a uma das atividades de História da Arte, aplicada no Curso de Licenciatura em Artes Visuais UECE-Universidde Estadual do Ceará/UAB-Universidade Aberta do Brasil.
Por: Eliane Batista Barbosa (LIA) - Graduanda em  Licenciatura emArtes Visuais
Bibliografia:

IMBROSI, Margart. Criança Morta, Cândido Portinari. jun. 2018
Disponível em:
PORTINARI, Portal.  Projeto Cândido. 1979
Disponível em: <http://www.portinari.org.br/#> Acesso em:11/08/2018
PORTINARI, Cândido. BIOGRAFIA. Toda Matéria. 2018
Disponível em:<https://www.todamateria.com.br/candido-portinari/> Acesso em: 14/08/2018
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=Jcg7rbh-cd0