sábado, 20 de fevereiro de 2021

AULAS REMOTAS NO ENSINO DE ARTE EM TEMPO DE PANDEMIA

 


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                     Como não é de hoje o ensino a distância traz sempre suas provocações na sociedade. Desde as primeiras possibilidades de aprendizagem, que segundo Pelli e Vieira (2018), a educação a distância pode ter se iniciado por ocasião das cartas do apóstolo Paulo “para os cristãos da Ásia Menor”, no século I d.C.

                    De certo é que com a evolução dos tempos, a criação da imprensa, rádio, TV e internet verificou-se a necessidade pela busca de alternativas fora da sala de aula convencional, assim também se procedeu no ensino de artes.

                       Para Bertollete (2012), foi verificado a necessidade de um conhecimento maior no campo das tecnologias digitais para se compreender como as relações do ensino de arte podem ser aplicadas e analisadas dentro do contexto da cibercultura.

                   Como as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) se faz presente no cotidiano das sociedades, “Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares)” (BNCC, 2018 p. 9), portanto significa que o professor de arte também deve se apropriar dessas prerrogativas.

                    Toda via é de suma importância que o ensino de artes esteja devidamente adaptado ao uso dessas ferramentas, já que os educandos estão, hiperconectados aos aparelhos tecnológicos digitais e sejam instigados às atividades dentro das plataformas ou de forma híbrida, síncronas ou assíncronas, coletiva ou individual.

               Nos últimos meses por ocasião da pandemia da COVID 19 e o isolamento social todos os profissionais tiveram que se reinventar, e na educação não foi diferente. Os alunos vislumbrados por novas metodologias de ensino e o professor acostumado na sua rotina de trabalho, a mudança foi brusca e traumática para ambos e a duras penas tiveram que “pôr a mão na massa” e descobrir novos caminhos.

             Cada um em sua casa com auxílio das famílias, o sistema remoto de ensino foi a opção para atender a demanda pedagógica via ferramentas e plataformas que os ajudassem no desenvolvimento das aulas, no compartilhar de conteúdos e demais materiais didáticos.

                Nesse sentido há uma imensa gama de aplicativos que possibilitam ao professor de artes visuais utilizá-los com total segurança, pois permitem a criação de salas de aulas remotas e tenham uma boa performance, inclusive podendo ser integradas ao Google, maior rede mundial de buscas na internet.              

                  A maioria desses recursos são bem intuitivos, muitos com versão gratuita. Para Sousa (2020),  

                                

                                 Existem dez aplicativos seguros para compartilhar conteúdos até mesmo até mesmo via (iOS) Androides. São eles: “ClassDojo: Sala de aula e Casa, Microsoft Oficce/PDF Scan, Canva, Google Classron, TED, Clip Escola, Google Tarefas, Box-CloudContent Manangent, Documentos Google, Packet” e “Duolingo” (SOUSA, 2020) esse último para aulas línguas.

 Em época de aulas remotas a eficácia de um novo modelo pedagógico inclui robotização, gameficação, sistema de avaliação online, inclusive com recursos para estudantes com necessidades especiais no uso da Língua Brasileiras de Sinais (LIBRAS) e Braile, além de sistema de tutores inteligentes no intuito promover o engajamento dos alunos.

Segundo Contente (2020), o Google disponibiliza 52 aplicativos para os mais variados fins, onde é possível organizar tarefas que podem ser feito armazenamento e salvo em nuvens por parte do usuário podendo ser editado, compartilhado simultaneamente, online ou off-line com outros usuários.

No Google Classroon (Google sala de aula), por exemplo, o professor pode estruturar, customizar e gerenciar a sala de aula virtual de forma interativa com textos, vídeos, aplicativos de imagem, apresentação, planilhas, calendário, agenda, avaliações, fóruns, etc., podendo ser compartilhado de maneira síncrona ou assíncrona, via computador, tablete ou Smartfones com qualquer aluno, em qualquer lugar a qualquer hora, desde que seja convidado e esteja vinculado ao projeto, via conta de Gmail.

Além disso os educandos podem ser conduzidos a visitação virtual de bibliotecas, museus, dentre outros e ainda produzirem conteúdos em plataformas de audiovisual como o You Tube com liberdade para editar, inserir textos, emotions, recortar, colar, inserir sons e efeitos nas atividades pedagógicas propostas na sala virtual. Ou seja as aulas de artes visuais serão mais dinâmicas e criativas para um diálogo com, e entre as diversas linguagens artísticas, como: desenho, pintura, música, teatro, fotografia, dança etc., sendo possível o aluno produzir interdisciplinarmente seu próprio conhecimento,  em uma espécie de sala de aula invertida, tornando-o mais reflexivo, crítico e autônomo podendo recorrer ao professor quando necessário via aplicativos ou a tutoriais na internet para tirar dúvidas.

Já o Google Meet é um sistema gratuito utilizado por escolas e empresas na transmissão ao vivo, pode agregar um número de até 250 participantes internos ou externo e tem um alcance de até “100 mil espectadores no próprio domínio” (VÍDEOSCHAMADAS, 2020). Este recurso é disponibilizado para reuniões, videoconferências, ensaios e apresentações musicais, peças teatrais etc., ao vivo ou ainda com possibilidade de armazenamento no em nuvens ou para compartilhar em redes sociais ou não.

Com a imensidão de recursos, a aula de artes fica mais condizente com a realidade do isolamento social, em caráter de emergência sem que os alunos de dispersem desde que tenham as condições mínimas tecnológicas necessárias e internet acessível para seu aprendizado, além da criatividade do professor no engajamento dos alunos nos projetos.

Com a democratização das redes sócias como Instagran, WhatsApp, Telegran, dentre outas é bem maior a integração por parte da sociedade, sobretudo na forma de ultrapassarmos as fronteiras geográficas para vislumbrar outros mundos no tocante a divulgação de informações e comunicação. Com isso a aprender com outras experiências via os aplicativos facilitou a vida de quem busca potencializar saberes.

A Educação 4.0 implica em uma relação mais intimista com a criação e difusão de conteúdo de um fazer manual, próprio das artes visuais por meio das TDCS. Para Silva (2020),

“a educação 4.0 irá mudar o modo como aprendemos, sendo mais do que nos basearmos no conceito de learning by doing (aprender fazendo), atualmente conhecido como a educação do futuro, em que o processo de ensino-aprendizagem deve passar a ocorrer “colocando a mão na massa”, por meio de experiências, testes e projetos. 

                 A aprendizagem dessa maneira pode ser um divisor de águas como difusor de conhecimento entre prática e teoria para aprendizes contemporâneos de todas as idades, em que a produção artística estará intrinsecamente integrada a sensorialidade, a capacidade de “Ler-Fazer-Contextualizar” (RIZZI; SILVA, 2017, 223), remotamente.  E nesse sentido é que as alternativas de agora por diante devem percorrer para melhoraria da relação com as vivências pedagógicas em sala de aula inclusive no ensino de artes em que a criatividade do aluno o fará protagonista do processo de ensino-aprendizagem.


Como citar: BARBOSA, Eliane Batista. Aulas remotas no ensino de artes em tempo de pandemia. Eco arte Lia Batista, 2020.

Este artigo é parte das atividades propostas pela disciplina de Estágio IV da Aluna Eliane Batista Barbosa-Graduanda em Artes Visuais-UAB/UECE-Maracanaú-CE.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Secretários de Educação – CONSED. União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME, Dez 2018.

Disponível   em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf> Acesso em: 31 ago 2020.

BERTOLETTI, Andréa.  Tecnologias digitais e o ensino da arte: algumas reflexões

Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). In. V Ciclo de Investigações do PPGAV-UDESC. Santa Catarina, 3,4 e 5 nov. 2010.

CONTENT, Redator Rock. CONHEÇA 52 aplicativos do Google para os mais diferentes objetivos. Blog. 2020.

Disponível em: <https://rockcontent.com/br/blog/aplicativos-do-google/>Acesso em: 01 set 2020.

 PELLI, Débora; CÉSAR FREITAS VIEIRA, Flávio. História da Educação na Modalidade à distância. CIET:EnPED, [S.l.], maio 2018. ISSN 2316-8722.

Disponível em: <https://cietenped.ufscar.br/submissao/index.php/2018/article/view/907>. Acesso em: 03 set. 2020.

RIZZI, M. C. de S. L.; SILVA, M. da. Abordagem Triangular do Ensino das Artes e Culturas Visuais: uma teoria complexa em permanente construção para uma constante resposta ao contemporâneo. Revista GEARTE, Porto Alegre, v. 4, n. 2, p. 220-230, maio/ago. 2017. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/gearte> Acesso em: 03/09/2020.

SALA de aula invertida: o que é e como funciona e seus principais benefícios. SAE Digital.  2020. Disponível em: <https://sae.digital/sala-de-aula-invertida/> Acesso em: 04 set 2020.

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Aprendizagem e tecnologia remota: Catálogo de apoio aprendizagem e ao ensino remoto.  Brasília, 2020.

Disponível em<http://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2020/06/Aprendizagem_e_tecnologias_remotas___GFAF___2020_Final.pdf> Acesso em: 01 set 2020.

 SOUSA Diego. Canaltech. 10 aplicativos para ajudar em sala de aula. Abr. 2020.

Disponível em: https://canaltech.com.br/ios/dia-do-professor-10-aplicativos-para-ajudar-na-sala-de-aula/ Acesso em: 02 set /2020.

VÍDEOCHAMADAS, prêmium. Agora Gratuitas para todos.

Disponível em: < https://apps.google.com/meet/> Acesso em: 03 set  2020.