É um projeto de empreendedorismo socioambiental, atuante no campo das Artes Visuais, escrita criativa (prosa e verso), economia circular e práticas ESG. Objetivo: fomentar práticas de empreendedorismo socioambiental com mulheres periféricas por meio da cultura visual fortalecendo o potencial criativo com foco no meio ambiente. Atividades: Exposições de arte, oficinas de pintura, artesanato ecológico, customização, palestras sobre educação ambiental e empoderamento feminino.

domingo, 15 de abril de 2018

ROCOCÓ

Rococó foi um movimento que surgiu no século XVIII após a morte de Luís XIV na França; a principal característica era a preocupação em apresentar traços suaves, em formas de conchas, cores como o verde claro e rosa tons pastéis. O requinte e a sofisticação atendia a uma sociedade aristocrata da época e em contrapartida ao barroco que tinha cores fortes e traços grotescos, linhas retorcidas para adotar formas mais requintadas e convencionais que remetesse ao sentimentos agradáveis e eram aplicadas aos interiores palácios.
A Origem do Rococó
É um termo de origem francesa, deriva-se de “rocaille” o mesmo que concha. O estilo Rococó tenta apresentar sentimentos agradáveis, perfeição por meio dos traços delicados em peças decorativas e era normalmente usado em ambientes internos dos palácios, portanto feita para aristocracia burguesa. De acordo com Imbroisi e Martins (2018), alguns historiadores acreditam que o estilo Rococó perdurou até 1780 com a reação da ideias neoclássicas.
Principais características:
As cores suaves contrastam com as escuras, como o verde-claro e o rosa-escuro, formas  sensuais, delicadeza e fluidez, textura suaves,  prazer e a futilidade.
Com o governo francês autoritário e centralizador de Luís XIV a tendência era ter uma característica mais clássica,  portanto para a satisfação e o prazer do Rei Sol, como gostava de ser chamado. Em 1715 após a morte do rei e com a mudança da corte de Versalhes para Paris a classe rica não aristocrática como banqueiros, financistas e homens de negócios passaram a  proteger os artistas visando o prestígio para serem aceitos na sociedade burguesa.  Com essa imponência os artistas direcionaram suas produções para esse novos clientes, confeccionando bibelôs, castiçais, relógios, peças de pequeno porte em gesso e cerâmicas que serviam para apreciação para compor  a decoração de uso domésticos. Assim, a sociedade aristocrática via na futilidade uma forma de fugir dos problemas reais.
Arquitetura
O Iluminismo foi a corrente principal para a inspiração na arquitetura do movimento Rococó. Começando pela Europa  entre 1700 e 1780, no período sucedido pelo barroco e depois sendo transferido para a Roma e Paris, onde Pierre Lepautre se consagrou com seu estilo inovador na decoração. A decoração Rococó compreendia por edificações com apenas dois andares, por fachada mais simples que o estilo clássico com uso mais alinhados e lisos, porém os balaústres, as cornijas e entablamentos se mantiveram, porém com formas curvas; Já os telhados possuíam dois declives de água, nas portas as janelas as arqueaduras apareciam com “volta perfeita” com saliências que serviam de suporte para estatuetas e vasos conhecidas como “mísulas”, enquanto o “ferro forjado” era bastante utilizado em grades, jardins, portas e varandas.
Nos jardins podemos observar uma composição com grandes relvados com árvores gigantes, “esculturas, rampas e lagos, pavilhões de caça, pequenos apartamentos, pagodes chineses e quiosques turcos”, onde costumavam acontecer “reuniões íntimas com fogos de artifício, festas de máscaras e celebrações públicas”. (IMBROISI e MARTINS, 2018).
No interior das edificações encontramos salas secundárias, escadarias e  divisões privadas para os donos da casa. Os salões e salas geralmente ovais eram os principais ambientes com baixas divisões, independentes, com pisos de madeiras, espelhos, candeeiros, lustres; com janelas e portas iluminadas. A decoração era composta por diferentes tipos de móveis e sobre estes o uso de pequenos bibelôs em prata ou porcelana. Nas paredes as cores claras faziam uma composição harmoniosa com o dourado e prateado usados nas molduras e telas, bem como na tapeçaria, afrescos e relevos bem como os cantos das paredes, pois só assim, os limites das paredes podiam se esconder por trás da decoração. Um exemplo de arquitetura Rococó é Salão da Princesa do Hotel de Soubise (1736-1739) em Paris, por Germain Boffrand e decorado por Nicolas Pineau, a Igreja de Vierzehnheiligen, Würzburg.
Pintura
Contrapondo ao Barroco com suas cores fortes, temas religiosos e dramáticos das imagens expressas, a pintura no Rococó apresenta temas mundanos, onde os parques e os jardins visivelmente presentes nas pinturas e nos interiores requintados. Todavia que o Rococó se preocupava apenas em mostrar a futilidade e o cotidiano da sociedade aristocrática, porém na pintura não era diferente.  Esquecer os problemas reais precisava também permear as obras de arte.
Para tanto, as cenas graciosas e a sensualidade sutil teriam que estar presentes. Dessa forma, “O Balanço (1768), de Fragonard” é um bom exemplo. Nessa obra podemos visualizar uma menina em um balanço, no jardim com roupas leves com babados de renda com pernas à mostras e cortejada por um moço  sem demonstrar nenhuma preocupação com os problemas da vida. Nessa mesma cena as cores rosa, o verde e os tons pastéis são predominantes, identificando o movimento rococó. Na vestimenta das personagens é bem comum a presença de roupas masculinas com babados nas golas e perucas brancas.
Com o uso da técnica do pastel os efeitos de leveza e suavidade, sedosidade, e maciez da pele, fluidez nos tecidos eram possíveis, bem como a luz e o brilho nas produções artísticas da época. Para ilustrar esse período podemos identificar vários pintores que se destacaram; Antoine Watteau (1684-1721), Jean-Baptiste Siméon Chardin (1699-1779), François Boucher (1703-1770), Jean-Honoré Fragonard (1732-1806), Canaletto (1697-1768), Francesco Guardi (1712-1793).  
Essas peças ao contrário de grandes pinturas em murais e painéis, como no barroco, produziam pequenos quadros para atender a classe rica não aristocrática como banqueiros, financistas e homens de negócios passaram a proteger os artistas visando o prestígio para serem aceitos na sociedade burguesa. Essas peças eram geralmente usadas nos pequenos espaços interiores entre janelas ou portas.
Escultura
A escultura no Rococó apresenta-se de acordo como Imbroisi e Martins (2018),  cronologicamente não é possível traçar estilisticamente uma divisão explicita entre o Rococó e o Barroco, assim como aconteceu na arquitetura e na pintura. Portanto, as figuras isoladas têm existência individual e próprias dependendo da coordenação dos grandes grupos, dessa maneira o importante é que fosse respeitado o “equilíbrio geral da decoração interior das igrejas”.
As linhas curvas e em forma de S e C faziam com que as esculturas se tornassem mais fluidas; a figura humana, o corpo alargado e silhueta caprichosa eram bem marcantes e elegantes. Existia também a preferência por esculturas decorativas e ornamentais para serem utilizadas como bibelôs, sem nenhuma função utilitária.
Nas composições escultóricas tem um sentido cênico e se enquadra como um cenário ao ambiente destinado. Para esse tipo de peça eram utilizados o gesso, madeira, porcelana, já nas grandes dimensões usava-se o ouro a prata a porcelana enquanto na decoração mural, a argila, o estuque e o gesso, pedra e bronze.
Ao grandes escultores do rococó, podemos citar: Jean-Antoine Houdon (1741-1828) Johann Michael Feichtmayr (1709-1772) e Ignaz Günther (1725-1775).
Esse texto corresponde a uma atividade acadêmica do curso de Licenciatura da  Artes Visuais-UECE/UAB

Por Lia Batista

Saiba mais:

Vídeo: Histótia da Arte 4
Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=bN3jIXaturE>Acesso em: 08/04/2018

Bibliografia:
Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-barroca/rococo/>Acesso em:05/04/2018

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