O Humanismo é, historicamente, um
movimento de base filosófica e de ruptura com os valores medievais dominantes
da época. Tal movimento remonta ao período do Renascimento quando o pensamento
filosófico se concentra no homem e no seu modo de atuar no mundo, deixando de
lado a noção de uma divindade provedora de todo o sentido existencial do homem.
Sendo assim, a natureza humana passa a ser enfatizada dando ao ser humano a
consciência de sua autonomia, o que lhe proporciona mais liberdade nas escolhas
e decisões dentro desse estado de consciência das próprias potencialidades. A
partir desse movimento, o indivíduo constitui-se como elemento central do mundo,
isto é, o antropocentrismo é adotado como ideologia, em resposta negativa ao
teocentrismo do Renascimento, que colocava Deus como centro do universo.
Com o surgimento das teorias
psicogenéticas, o Humanismo é apresentado como a Terceira Força da Psicologia
na metade do século XX nos Estados Unidos, juntamente com as devidas
contribuições da Teoria Comportamental e da Psicanálise. Surge com o intuito de
formalizar seus estudos no indivíduo e em suas potencialidades em prol da
análise e compreensão de sua capacidade de realização e crescimento pessoal
como as peças-chave do comportamento humano.
Dessa forma, o indivíduo pode
descobrir novas experiências e obter resultados satisfatórios a partir delas,
bem como desenvolver sua criatividade e sua individualidade nesse processo de
aprendizagem de si mesmo. Portanto, a Teoria da Psicologia Humanista tenta
resgatar o estado da subjetividade cujo objetivo é priorizar qualitativo e
quantitativamente os métodos científicos que envolvem a psicologia humana. A Teoria
Humanista trouxe uma resposta às influências negativas do pensamento humanista
do Renascimento. Dentre as diversas vertentes humanistas, destacamos aqui a
escola norte-americana, representada pela psicoterapia humanista-existencial de
Carl Ransom Rogers e Abraham Harold Maslow.
A abordagem de Abraham Maslow apresenta
uma hierarquia das necessidades, cuja proposta tem como base a satisfação
diante do esforço de cada indivíduo para conquistar suas necessidades pessoais
e profissionais de forma hierárquica e gradual, do nível mais baixo para o mais
alto até atingir a sua satisfação plena e sua autorrealização. Assim, o
psicólogo americano conseguiu definir e dispor cinco necessidades, que vão
desde as primárias ou básicas (fisiológicas e as de segurança) e as secundárias
(social, estima e autorrealização).
Segundo a pirâmide de tal hierarquia
concebida por Maslow, temos as necessidades
fisiológicas, que são as que determinam a sobrevivência humana, sem as quais o
indivíduo não se mantém vivo. As necessidades
de segurança estão ligadas à segurança ao trabalho etc. As necessidades sociais estão relacionadas à harmonia,
à socialização, ao afeto e às pessoas do sexo oposto. As necessidades de estima dizem respeito ao
reconhecimento feito por nós mesmos e o reconhecimento dos outros, levando em
conta a dignidade, respeito, prestígio etc. As necessidades de autorrealização
estão relacionadas com autonomia e independência, representando a capacidade do
potencial e do autocontrole humano.
Imagem 1. Hierarquia das necessidades por Maslow
Disponível em:: <http://www.sobreadministracao.com/a-piramide-hierarquia-de-necessidades-de-maslow/> Acesso em: 01/02/2018
Já a concepção humanista de Carl Rogers
é apoiada na ideia de que todo ser humano é dotado de uma capacidade de
crescimento permanente, independente das condições externas, o homem tende
naturalmente a modificar-se em prol da sua realização pessoal. Segundo o
psicoterapeuta, é de suma importância para a promoção desse crescimento pessoal
o tipo de relação que o homem estabelece com os demais, pois a constituição do self
depende da interação com o outro, da partilha de vivências e das mudanças em
direção ao aprimoramento de suas potencialidades. Em sua prática como
psicólogo, Carl Rogers estabeleceu três atitudes fundamentais para a interação
plena e satisfatória entre terapeuta e paciente: a autenticidade, a aceitação
incondicional e a empatia são as ferramentas do trabalho de quem lida com as
idiossincrasias do outro.
A educação humanista proposta por Carl
Rogers considera o professor um facilitador no processo de aprendizagem do
aluno, tendo em vista a autonomia e o desejo deste em aprender. O professor deve
assumir o papel de quem propicia momentos, recursos, estratégias e incentivo na
condução dessa aprendizagem individual e coletiva, pois cabe ao mestre suscitar
e mobilizar seu aprendiz no exercício do seu autoconhecimento e do conhecimento
do mundo que o circunda, com os desafios, obstáculos, crises e alegrias
advindas da descoberta do saber e do (con)viver.
Atividade de Psicologia do Desenvolvimento do Curso de Licenciatura em Artes Visuais UECE/UAB
Por Lia Batista e Maria Lúcia Barbosa Alves
Referências:
NUNES, Ana Ignez Belém Lima; SILVEIRA, Rosemary do Nascimento. Psicologia
da Aprendizagem. 3ª ed. rev. Fortaleza: EdUECE, 2015.
Disponível em:
Imagem:
Disponível em: <http://www.sobreadministracao.com/a-piramide-hierarquia-de-necessidades-de-maslow/> Acesso em: 01/02/2018
Carl Rogers. Documentário apresentado por Ana Gracinda Queluz Garcia. Série
Educadores. Brasil, 2007. 35min.
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