quarta-feira, 11 de abril de 2018

HUMANISMO


O Humanismo é, historicamente, um movimento de base filosófica e de ruptura com os valores medievais dominantes da época. Tal movimento remonta ao período do Renascimento quando o pensamento filosófico se concentra no homem e no seu modo de atuar no mundo, deixando de lado a noção de uma divindade provedora de todo o sentido existencial do homem. 
Sendo assim, a natureza humana passa a ser enfatizada dando ao ser humano a consciência de sua autonomia, o que lhe proporciona mais liberdade nas escolhas e decisões dentro desse estado de consciência das próprias potencialidades. A partir desse movimento, o indivíduo constitui-se como elemento central do mundo, isto é, o antropocentrismo é adotado como ideologia, em resposta negativa ao teocentrismo do Renascimento, que colocava Deus como centro do universo.
Com o surgimento das teorias psicogenéticas, o Humanismo é apresentado como a Terceira Força da Psicologia na metade do século XX nos Estados Unidos, juntamente com as devidas contribuições da Teoria Comportamental e da Psicanálise. Surge com o intuito de formalizar seus estudos no indivíduo e em suas potencialidades em prol da análise e compreensão de sua capacidade de realização e crescimento pessoal como as peças-chave do comportamento humano. 
Dessa forma, o indivíduo pode descobrir novas experiências e obter resultados satisfatórios a partir delas, bem como desenvolver sua criatividade e sua individualidade nesse processo de aprendizagem de si mesmo. Portanto, a Teoria da Psicologia Humanista tenta resgatar o estado da subjetividade cujo objetivo é priorizar qualitativo e quantitativamente os métodos científicos que envolvem a psicologia humana. A Teoria Humanista trouxe uma resposta às influências negativas do pensamento humanista do Renascimento. Dentre as diversas vertentes humanistas, destacamos aqui a escola norte-americana, representada pela psicoterapia humanista-existencial de Carl Ransom Rogers e Abraham Harold Maslow.
A abordagem de Abraham Maslow apresenta uma hierarquia das necessidades, cuja proposta tem como base a satisfação diante do esforço de cada indivíduo para conquistar suas necessidades pessoais e profissionais de forma hierárquica e gradual, do nível mais baixo para o mais alto até atingir a sua satisfação plena e sua autorrealização. Assim, o psicólogo americano conseguiu definir e dispor cinco necessidades, que vão desde as primárias ou básicas (fisiológicas e as de segurança) e as secundárias (social, estima e autorrealização). 
Segundo a pirâmide de tal hierarquia concebida por Maslow, temos as necessidades fisiológicas, que são as que determinam a sobrevivência humana, sem as quais o indivíduo não se mantém vivo. As necessidades de segurança estão ligadas à segurança ao trabalho etc. As necessidades sociais estão relacionadas à harmonia, à socialização, ao afeto e às pessoas do sexo oposto. As necessidades de estima dizem respeito ao reconhecimento feito por nós mesmos e o reconhecimento dos outros, levando em conta a dignidade, respeito, prestígio etc. As necessidades de autorrealização estão relacionadas com autonomia e independência, representando a capacidade do potencial e do autocontrole humano.

Imagem 1. Hierarquia das necessidades por Maslow 

Já a concepção humanista de Carl Rogers é apoiada na ideia de que todo ser humano é dotado de uma capacidade de crescimento permanente, independente das condições externas, o homem tende naturalmente a modificar-se em prol da sua realização pessoal. Segundo o psicoterapeuta, é de suma importância para a promoção desse crescimento pessoal o tipo de relação que o homem estabelece com os demais, pois a constituição do self depende da interação com o outro, da partilha de vivências e das mudanças em direção ao aprimoramento de suas potencialidades. Em sua prática como psicólogo, Carl Rogers estabeleceu três atitudes fundamentais para a interação plena e satisfatória entre terapeuta e paciente: a autenticidade, a aceitação incondicional e a empatia são as ferramentas do trabalho de quem lida com as idiossincrasias do outro.
A educação humanista proposta por Carl Rogers considera o professor um facilitador no processo de aprendizagem do aluno, tendo em vista a autonomia e o desejo deste em aprender. O professor deve assumir o papel de quem propicia momentos, recursos, estratégias e incentivo na condução dessa aprendizagem individual e coletiva, pois cabe ao mestre suscitar e mobilizar seu aprendiz no exercício do seu autoconhecimento e do conhecimento do mundo que o circunda, com os desafios, obstáculos, crises e alegrias advindas da descoberta do saber e do (con)viver.
Atividade de Psicologia do Desenvolvimento do Curso de Licenciatura em Artes Visuais UECE/UAB
Por Lia Batista e Maria Lúcia Barbosa Alves
Referências:
NUNES, Ana Ignez Belém Lima; SILVEIRA, Rosemary do Nascimento. Psicologia da Aprendizagem. 3ª ed. rev. Fortaleza: EdUECE, 2015.
Disponível em:
HUMANISMO <https://conceito.de/humanismo/> Acesso em: 28/01/2018
HUMANSMO <https://www.significados.com.br/humanismo/> Acesso em: 28/01/2018
Imagem:
Carl Rogers. Documentário apresentado por Ana Gracinda Queluz Garcia. Série Educadores. Brasil, 2007. 35min.  

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