É um projeto de empreendedorismo socioambiental, atuante no campo das Artes Visuais, escrita criativa (prosa e verso), economia circular e práticas ESG. Objetivo: fomentar práticas de empreendedorismo socioambiental com mulheres periféricas por meio da cultura visual fortalecendo o potencial criativo com foco no meio ambiente. Atividades: Exposições de arte, oficinas de pintura, artesanato ecológico, customização, palestras sobre educação ambiental e empoderamento feminino.

quinta-feira, 21 de março de 2019

DESAFIO DO ENSINO DE ARTES VISUAIS NO BRASIL

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Discorrer sobre do Ensino de Artes Visuais no Brasil é um tanto desafiador, pois, a sociedade tem uma visão distorcida a ponto ignorar a importância dessa prática de ensino-aprendizagem para o desenvolvimento intelectual e cognitivo do indivíduo.  Por conseguinte a presença do arte educador em sala de aula é  negligenciada, assim como o não investimento em infraestrutura, material didático, má gestão, bem como das políticas educacionais de qualidade.  
É fato que, que os Parâmetros Curriculares Nacionais asseguram o valor formativo ao profissional de Artes, pois sabemos que a Arte está intrinsecamente relacionada ao indivíduo desde a antiguidade.  Dessa forma as instituições educacionais brasileiras têm a legitimidade de implementação das práticas artísticas nas mais diferentes séries, pautadas nas concepções de ensino das práticas docentes (CUNHA 2012, p. 8).
Pianowiski e Goldberg (2015, p. 46), fazem indagações sobre o ensino de artes em que não é apenas seguir um “roteiro pré-determinado para que os resultados sejam alcançados”. Diferentemente de outras disciplinas é precioso compreender, saber como aplicar os métodos e técnicas que possibilitem ao aluno uma vivência sensível e experimentação mais interativa em qualquer modalidade, quanto à leitura, produção e contextualização do processo artístico. Para tanto, a avaliação deve ser individualizada sem os critérios rígidos aplicados tradicionalmente em outras disciplinas.
Logo, a prática docente em Artes Visuais nas instituições nem sempre são condizentes com os aspectos históricos, culturais e sociais, além da falta de estrutura física, a precariedade de materiais didáticos, dentre outros, que deixam à mercê as aptidões da comunidade escolar.
Sabemos que o Ensino de Artes Visuais vai além da pintura, do uso dos pincéis e tintas, perpassando as questões teóricas promovendo o espírito critico, a cidadania, sobretudo, quando este indivíduo percebe sua capacidade de aquiescência de outros saberes. Segundo Barbosa e Coutinho (2011, p. 50), o saber democrático que respeita a diversidade cultural é uma “tendência pós-moderna”, de abordagem da Proposta Triangular, pois é dessa maneira que a arte deve ser vista. Pois só assim, o educando será capaz de problematizar e construir a sua autônoma e ser consciente das atribuições relacionadas aos seus direitos e deveres.
Os desafios atualmente são grandes, principalmente na escola pública. Algumas instituições de Educação Infantil, por exemplo, o Projeto Ateliê tenta se inspirar na Pedagogia de “Loris Malaguzzi em Reggio Emília” – Itália (NEVES 2019), porém, as tentativas são desafiadoras. As professoras se reinventam todos os dias para cumprir as múltiplas etapas pedagógicas corriqueiras e ainda assumir inclusive o papel de “atelierista” e artistas visuais sem a mínima qualificação.
 Percebo que até tentam, porém a exaustão é perceptível por lidar com o acúmulo de funções ao mesmo tempo, adequação das estruturas ambientais aos pequenos, pesquisar sobre artes e ainda ter que conseguir materiais didáticos minimamente necessários.
Como voluntária tive a oportunidade de colaborar com alguns projetos de Artes Visuais como: exposições coletivas, murais coletivos, oficinas da boneca Abayomi para sensibilizar a comunidade escolar sobre a relevância das artes na promoção da cidadania. Acredito que foi proveitosa essa experiência tendo em vista a indicações por parte das instituições para outros locais.
Logo, diante das tecnologias digitais, o arte educador precisa estar apto a lidar com soluções inovadoras para as mediação artísticas, já que “a necessidade humanizadora da arte como expressão do ser implica na ampliação do processo afetivo, solidário, interpretativo, criativo pautado pelo respeito, para cada ação humana” (BRAVOS 2018, p. 85).
Dessa maneira é indispensável a capacitação do profissional de Artes Visuais e que este se preocupe com projetos exequível, a fim de instigar a imaginação na descoberta novas poéticas. Só assim será possível desenvolver métodos e técnicas capazes de apontar o caminho que possibilite a vivência e experimentação da leitura, produção e contextualização do processo artístico na contemporaneidade em qualquer modalidade artística. 
Assim, o profissional de artes também deve ter o conhecimento sobre as as tendências do ensino  bem como as “reformas” educacionais que apontam para questões de ordem estrutural e pedagógica, abrigando embates teóricos e político-ideológicos" para enfrentamento dos novos discursos quebrando os paradigmas ideológicos, econômicos, filosóficos e político no campo educacional (ROCHAS 2010, p. 89).  Portanto, negligenciar  a capacitação do professor e o investimento em políticas educacionais é relegar o desenvolvimento intelectual, cognitivo e humanizador do indivíduo. 

OBS: Parte deste conteúdo refere-se a atividade de Métodos e Técnicas do Ensino de Artes, disciplina aplicada no Curso de Licenciatura em Artes Visuias-UAB/UECE

Referenciar:
BARBOSA, Eliane Batista. DESAFIO DO ENSINO DE ARTES VISUAIS NO BRASIL. 
Disponível em: <https://ecoarteliabatista.blogspot.com/b/post-preview?na token=APq4FmBfc84Kq-ysx1um7Yuuv7HMvpDV9ARlK11xtEoZC4HBeEtq1H2aor3iRwbMZcAMJtdALS5da3zIlpB6abt5FAN4XEUEfNDvQgHXvICy2PGOULfgkm9_uLMQXA0_e3ICLIqlE-2y&postId=3382377244511967009&type=POST>
Bibliografia:
BARBOSA, Ana Mae; COUTINHO, Rejane Galvão. Rede São Paulo de Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da SEESP. Ensino Fundamental II e Ensino Médio. 2011. P. 
2ed_art_m1d2.pdf
BRAVOS, Kelsen. Os Jovens e a Leitura. CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura. Fascículo 6. FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE. ) 05/2018. P. 85.
CUNHA, Julia M. de J. ENSINO DE ARTES: DIFICULDADES, EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS Periódico de Divulgação Científica da FALS. Ano VI - Nº XIV-DEZ / 2012.

NEVES, Gisele. EDUCAÇÃO. EDUCAÇÃO INFANTIL: REGGIO EMILIA UM NOVO OLHAR PARA A EDUCAÇÃO. Meu Artigo. Brasil Escola. 2019. Disponível em: <https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-infantil-reggio-emilia-um-novo-olhar-para-educacao.htm> Acesso em: 25/02/2019.

PIANOWISK, Fabiane; GOLDBERG, Luciane. Artes Plásticas: Métodos e técnicas do ensino de artes. 3. ed. Fortaleza  - Ceará: UECE, 2015. 

ROCHA, Antônia Rozimar Machado  História da Educação. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE). Ed. 2. 2010.

Imagens: Acervo pessoal-Lia Batista. 2017/2018



segunda-feira, 4 de março de 2019

PINTURA "NEM SE DESPEDIU DE MIM"




Ficha técnica:
Título: "NEM SE DESPEDIU DE MIM"
Técnica: Mista
Dimensão: 60cmx82cm
Ano: 2016
Categoria: Assemblage
Artista: Lia Batista

PROCESSO CRIATIVO

                       Essa obra de arte foi inspirada na música nordestina de Luiz Gonzaga "Nem se Despediu de Mim" e faz parte da série Cultura Brasilis. A ideia de produzir uma obra dessa relevância não surgiu à toa. Por apreciar a cultura e a música nordestina em especial de Luis Gonzaga procurei compor neste trabalho uma imagem que lembra os traços físicos do ator Chambinho como personagem contemporâneo e que representa muito bem o "Rei do Baião" em cenário tipicamente nordestino com as característica peculiares do chapéu de couro, sanfona e gibão.
                            Produzida na técnica mista em óleo,   pincéis chato de número 18, 12, 4  e espátulas. Com preenchimento tipo  pintura de fundo e para o personagem  usei a técnica de pintura em camadas finas (veladura) e para a vegetação foi utilizada a espátula e pincéis. 
                            
                          De acordo com Pianowiski e Goldberg (2015, p. 111), As transparências obtidas por meio do óleo de    denominada de velaturas, podemos obter uma imagem com profundidade e que de tão fina que é a camada as vezes só se consegue descrever as cores por mio de um microscópio. Eu por exemplo costume fazer isso diretamente na tela, por isso nunca consegui copiar com precisão a  mesma obra fielmente.


                         Como de costume uso a marca  Acrilex em meus trabalhos  por terem uma cartela de cores diversificadas e de ótima qualidade. Nesta obra usei as tonalidades  como: azuis, verdes, branco, marrom Wandick, ocre, sombra queimada, amarelo indiano, preto, amarelo pele, vermelho e laranja. 

                       Para o chapéu foram usados bijuterias velhas, como estrelas em aço, tradicional couro e o relógio, este  para dar enfase a poética musical e promover um diálogo da contagem das horas e despedida que o autor retrata na música. Os cactos representam a seca e a resistência e a perseverança de dias melhores do povo do sertanejo. A sanfona foi produzida com um filtros de ar automotivo alinhavada sobre a tela e esta caracteriza a identidade do "Rei do Baião". Essa técnica é chamada de assemblagem por se tratar de agregar vários materiais aos quais o artista achar interessante para a composição da obra. 
                 
                  Esse tipo de técnica é muito usada na arte contemporânea tendo em vista a  disponibilidade de resíduo estão disponibilizado no meio ambiente. Esse trabalho também serve como uma "manifestação de protesto" em que se pretende levar o espectador a reflexão sobre o consumo inconsciente e o tratamento incorreto do lixo e suas consequências.
         
                       O reuso do filtro nessa obra pode ser  do automóvel "Royalit Free", composto de papel e uma espécie de resina que dar maior resistência podendo ser lavado levemente. Esse é o procedimento que faço antes de reusar esse material. 

                                                                  CONCEITO DA OBRA

                     Não há dúvida que a cultura é um processo de leitura que nos apresenta uma diversidade de signos que identificam a origem e o cotidiano de um povo. Esse processo é dinâmico enriquecedor ao qual nos remete a antiguidade de uma determinada população. Dessa forma decodificar as tradições culturais de um povo carece de informações histórica para a compreensão de todo o processo das tradições e das memórias.
               
                  A pluralidade de culturas relacionadas as referencias "dialogam e se fundiram" em muitos aspectos criando uma identidade tipicamente brasileira advinda das culturas africanas, europeias e indígenas que enriquecem nos aspectos artísticos como um todo, desde as crenças, musicas, costumes, dentre outros (ASSUNÇÃO; VASCONCELOS 2015 p. 12).
               
                 Dentre esses sinos o  nordeste  traz uma herança cultural de extrema grandeza. A música por exemplo apresenta ritmos diversos, mas o Baião com seu ritmo  frenético e contagiante adota o uso sanfona, zabumba, viola caipira, flauta doce e triângulo.
               
                    De acordo com Pesquisa (2019), essa música nordestina teve início na década de 1940 por meio de Luis Gonzaga como "rei do Baião' e Humberto Teixeira, o "doutor do baião" cujas origens musicais são de tradição  "caipira e danças indígenas".
                 
                    De sorte é que o "rei do Baião" consegui representar a angústia do  homem sertanejo  com originalidade e desenvoltura. A música " Nem se despediu de Mim" relata a pressa de uma pessoa amada em beber água na quartinha, uma espécie de deposito de água para beber usada nas casas do sertão, e nesse diálogo romântico à espera da amada deseja que ela quebre o pote, a quartinha em caso de arrependimento. 

                Segundo alguns historiadores "Baião" seria o nome originado de baiano e que esse ritmo é resultante da união do batuque dos escravos, uma espécie música e dança dos escravos com portugueses, "moda de viola e danças indígenas", conhecida como Lundu (COELHO, 2015).

                  Detalhes históricos à parte sabemos que a música é uma modalidade artística que expressa sentimentos e atemporal diante da sua poética. Assim, como qualquer de Arte a sensibilidade de quem ler e interpreta é algo peculiar de cada olhar sensível; É uma inter-relação complexa estabelecida de acordo com os diversos contextos socioculturais e históricos..

                 Portanto essa representação pictórica da música de Luiz Gonzada pretende relacionar uma experiencia visual e tátil com a música em que o apreciador possa ter uma conexão da prática  do sensível consigo mesmo e com nossas origens. Espero orgulhosamente que o "arrasta o pé do Baião" de Seu Luis esteja vivo e sossegado sem se despedir da cultura brasileira também por meio dessa obra pictórica.

Por: Lia Batista

Vídeo

Vídeo:
Nem se despediu de mim - Luiz Gonzaga - Composição: Luiz Gonzaga e João Silva
Música 200. 02.set.2009.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Vv7CeUGj0Nk&list=RDVv7CeUGj0Nk&start_radio=1&t=198> Acesso em: 04/03/2019

Bibliografia:

PESQUISA, Sua.com. Baião. 2019.
Disponível em: <https://www.suapesquisa.com/o_que_e/baiao.htm>> Acesso em: 12/02/2018.
COELHO, Aldemário, Blog oficial do Forrozeiro. Curiosidades do Nordeste: O que é Baião?. Fev,2015.
Disponível em: <http://www.adelmariocoelho.com.br/blog/curiosidades/curiosidades-nordeste-baiao-430.html> Acesso em: 12/02/2018.

FREE, Royalit. DreamstimeFiltro de ar do carro no fundo brancoJanuary 02nd, 2013.

Disponível em: <https://pt.dreamstime.com/imagem-de-stock-royalty-free-filtro-de-ar-automotivo-image31417476de ar po> Acesso em: 04/03/2019

Música 200. Nem se despediu de mim - Luiz Gonzaga. 
02.set.2009.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Vv7CeUGj0Nk&list=RDVv7CeUGj0Nk&start_radio=1&t=198> Acesso em: 04/03/2019


PIANOWISK, Fabiane; GOLDBERG, Luciane. Artes Plásticas: Métodos e técnicas do ensino de artes. 3. ed. Fortaleza  - Ceará: UECE, 2015. p. 111.









quinta-feira, 8 de novembro de 2018

BRASIL INCLUSIVO




  



Ficha técnica:
Título: BRASIL INCLUSIVO
Técnica: Acrílico sobre tela
Dimensão: 55cmx90cm (Bidimensional)
Ano: 2018
CATEGORIA: Pintura
PROCESSO CRIATIVO:

            Esta obra foi inspirada em rabiscos que haviam sido guardados desde 2007 e que este ano resolvi por ocasião da Copa do Mundo precisava aumentar a série “Cultura Brasilis” para uma exposição no North Shopping Fortaleza. Foi produzida sobre lona de algodão água e tintas acrílicas diluídas em água, levou cerca de dois dias para ser concluída. Para o preenchimento da superfície foi usado pinceladas cheias e longas. 
            Pinceis utilizados foram do tipo chato número 12, 14 com cerdas duras e pincel N° 4 com cerdas macias para fazer finalização dos alinhavos brancos. Também foram usadas cores quentes como: laranja e vermelho; frias como azul e verde, marrom Wandick, verde oliva e verde folha com leve sombreamento. As cores de fundo são chapadas e o sol com pequenos sombreados nas personagens e no sol dando a impressão de raios intercalando o amarelo e laranja com o branco.  As linhas de pesponto cadenciados é uma inspiração baseada na arte do couro de Expedito Celeiro de Nova Olinda-CE.

CONCEITO DA OBRA

                 Em meio a tantas desilusões no mundo contemporâneo a arte ainda resiste com sua poética, dentro de um lirismo que nos possibilita inferir as práticas do sensível modo de pensar, seja por meio de protesto, indignação ou até mesmo a busca pelo afeto, amor perfeito que nos sujeita a reverenciar a plasticidade de obras de arte que nos comove intimamente como se a prática artista estivesse encrustado no nosso pensamento ou tivesse feito parte da subjetividade viva.
Distante do Paleolítico onde as cavernas com seus lugares obscuros serviam de suporte para o que viria a ser “Arte” um dia, os desenhos iconográficos nos inspira a um ritual criativo na construção e descoberta do modo peculiar do fazer artístico na sociedade contemporânea.
                 Certamente a comunicação vem mudando ao longo dos séculos fazendo com que o homem busque novas maneiras de dialogar com o outro. Se isso é evolução eu não sei; todavia esse diálogo precisa ser entendido explicitamente, coisa que na arte nem sempre isso é compreendido. Apesar desse contraponto o sentimento do ser humano continua o mesmo em todas as épocas embora a simbologia seja distinta. Se já no Paleolítico a arte rupestre era produzida com ferramentas rudimentares, hoje as tecnologias digitais nos apresentam novas possibilidades de construção imagética, porém o sentimento, a percepção humana continua influenciada pela cultura visual do cotidiano de cada civilização.
                  Nesse contexto, a sensibilidade se perpetua mesmo com novos olhares e saberes que fazem do homem eterno dentro do seu contexto social. Dessa forma, a arte resiste ao tempo provando que o amor e a inclusão do outro nos estimula a continuar sensível.
Para tanto, a criação da obra “Brasil Inclusivo” vem tratar dessas questões do cotidiano, da emotividade, da família, da inclusão e da natureza humana.
                    É uma obra que foi inspirada em rabiscos que haviam sido guardados desde 2007 e que este ano resolvi por ocasião da Copa do Mundo, busquei aumentar a série “Cultura Brasilis” para uma exposição no North Shopping Fortaleza.
O trabalho tenta trazer para o centro da discussão um diálogo reflexivo com intimidade das questões socioculturais brasileiras, com suas características étnico-raciais e ícones que remetem à seca, a pesca com devida significância a resistência e continuidade ao serem colocadas linhas de continuidade em cores tropicais delimitados por pontos brancos como se fossem alinhavos.
                    Esta foi inspirada na arte do couro de Expedito Celeiro de Nova Olinda-CE que surgiram a ideia dos alinhavos e seus contornos de pontos sequenciados em branco que demarcam as formas curvilíneas crescentes, que representam a expansão e a continuidade resistente da cultura brasileira; Também pode ser simbolizada como uma colcha de retalhos que se move em torno da imigração de vários povos por ocasião do descobrimento do Brasil e com mais expressividade com o domínio português e a descoberta do ouro em Minas Gerais. De acordo com site Brasil Escola (2018), “calcula-se que nos primeiros cinquenta anos do século XVIII entraram só em Minas, mais de 900.000 pessoas”.
                A obra Brasil Inclusivo é um convite à reflexão sobre as nossas origens, as nossas limitações quanto são inseridas a imagem do cego com bengala e sem óculos, do cadeirante e da mulher gestante e da Iracema, ícone da representatividade indígena cearense do escritor José de Alencar.
            Nesse sentido, associar que a obra pode se inserir em vários contextos aos quais os elementos visuais instigam na leitura e compreensão é fato. É uma obra figurativa, contemporânea que nos mostra a riqueza de detalhes desde a parte superior com viga sobre os ombros das personagens adultas como se fosse um peso da responsabilidade, logo á frente uma coluna que se caracteriza como uma limitação da diversidade e regionalidades cultural do nosso povo.
            Portanto, a presença da Bandeira Brasileira é muito bem vinda nesse contexto, pois simboliza muito bem essa classificação pictórica, a qual a tornará como uma obra sempre atualizada diante da brasilidade consoante idealização das riquezas, que nos destinam para promoção da autoconfiança, do sentimento de brasilidade, a resistência e o orgulho que se sobrepõem as demais questões. 
           Assim, essa obra pretende inferir a reflexão sobre o nosso cotidiano, a diversidade sociocultural para que tenhamos uma cidadania plena de direitos e respeito ao próximo.

OBS: A ANÁLISE DA OBRA SE DEU A PARTIR DO PONTO DE VISTA DA ARTISTA, PODENDO SER AMPLIADA POSTERIORMENTE.
Por: Lia Batista

Fonte:
ESCOLA, Brasil. Imigração no Brasil.
Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/brasil/imigracao-no-brasil.htm>  Acesso em: 01//112018







 


domingo, 28 de outubro de 2018

PINTURA ABSTRATA-ARTE CONTEMPORÂNEA

Por que será que quando visitamos exposições por ai vimos tantas obras que não compreendemos? Obras de arte abstrata podem ter significados (ou não) extraordinários no momento de criação para o artista. 
Para os apreciadores esse tipo de arte provoca rejeição no primeiro momento, principalmente para quem não tem intimidade com esses aspectos visuais que a arte contemporânea se propõe.


A estranheza da arte contemporânea remete ao medo do novo diante da multiplicidade de eventos, da forma de olhar e entender as novas propostas visuais. Quando nos deparamos com esse tipo de  abordagem artística, questionamos a princípio, até porque somos educados para apreciar e aceitar somente o "belo" convencional, esteticamente falando. Logo, é mais fácil aceitar o que é óbvio e convencional, por isso a arte contemporânea nos parece  de difícil compreensão. 

Por incrível que pareça a arte abstrata está presente no nosso dia a dia, embora nosso olhar não está treinado pra enxergá-la na prática. Assim,  quando passamos a conhecer um pouco a trajetória do artista ela ganha um sentido, mesmo que a cada apreciação tenhamos uma mensagem diferente. 

Essa produção artística acima foi elaborada em suporte de aço (antena de tv a cabo) inspirada no artista abstracionista Jackson Pollock. O artista se expressa gestualmente com respingos de tintas diretamente nos painéis na horizontal no chão para fazer suas obras de forma rítmicas e seriadas conhecida como pintura de ação (action painting).

Assim, como Pollock, o meu inconsciente se apropriou  dos campos de flores de Holambra em junho passado minha última viagem a São Paulo e dai consegui me surpreender com essa obra que hoje está exposta no polo da Universidade Aberta do Brasil em Maracanaú-CE, onde curso graduação em Licenciatura em Artes Visuais.


No curso de Licenciatura em Artes Visuais da UECE (universidade Estadual do Ceará)/UAB (universidade Aberta do Brasil) EaD em Maracanaú, a disciplina de Desenho e Pintura II, tivemos a possibilidade de aprender a desconstruir a ideia de que a arte precisa ser necessariamente bela para ser aceita.

Para o arte educador é de suma importância perpassar por esse olhar de ressignificação da arte, seja na pintura, no teatro na dança ou nas artes digitais. Logo, abordar esse tema é promover a liberdade da expressão e comunicação visual dentro ou fora do ambiente escolar. 

Assim, perturbar pelas formas criativas de produzir arte contemporânea pode representar uma inquietação expressiva de uma nova forma de enxergar o mundo, na visão questionadora e ampliada de um artista.  Eu por exemplo, apesar de alguns ensaios ainda estou tentando me encontrar com essa estranheza que a arte contemporânea remete.

OBS: Esta pintura é parte de uma atividade do curso de Licenciatura em Artes Visuais UAB/UECE -Polo Maracanaú, na disciplina de Desenho e Pintura II. Ano de 17/06/2018, proessor Alfredo Barros.

Fonte:


MARTINS, Simone R;IMBROSI, Margaret H.  Número 1A, 1948, Jackson Pollock. História das Artes > Olho-vivo > Análise Estética > Obras Analisadas. 2018.

Disponível em:
 <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/numero-1a-1948-jackson-pollock/> 
Acesso em: 28/10/2018

terça-feira, 16 de outubro de 2018

O ÊXTASE DE SANTA TEREZA






Imagem:
 Disponível em: <http://www.romapravoce.com/extase-santa-teresa-davila-bernini/> Acesso em: 09/102018

O Êxtase de Santa Tereza trata-se de uma escultura barroca de cunho religioso feita em mármore branco e colorido produzido entre 1598-1680 pelo artista italiano Gian Lorenzo Bernini. A obra encontra-se “em um nicho em mármore e bronze dourado na Capela Cornaro na Igreja de Santa Maria della Vittoria, Roma” (ROSSI, 2013).
 De acordo com Rossi (2013), para essa obra o artista segue as ordens da Igreja Católica Romana cuja finalidade é estimular a sensibilidade religiosa dos fiéis.
Ao observar a escultura podemos inferir alguns pontos de vista estéticos. De acordo com Costela (1997), esses pontos de vista podem colaborar na compreensão do significado e o porquê do fazer artístico.
Nesse sentido, associar que a obra pode se inserir em vários contextos aos quais os elementos visuais nela presentes instigam na leitura e compreensão. São por exemplo: conteúdo factual, expressional, convencional, institucional, etc.
  Os pontos de vista institucional e convencional atende as necessidades da igreja para sensibilizar os fiéis. É uma obra realista, expressional, pois corrobora visivelmente com a expressividade provocando o sentimento do perplexo no expectador diante dos traços expressivos da face e corpo da santa em posição de desmaio e extremo prazer.
A estrutura mostra riqueza de detalhes desde a parte superior com o aglomerado de hastes em bronze insinuando aos raios de estrela que se sobrepõe na ala central espelhando sobre as personagens sobre uma nuvem formando um cenário teatral requintado; logo à frente as esculturas em mármore branco se sobressaem com vestes volumosas, fluidas e bem detalhadas com plasticidade excepcional.
A iluminação presente amplia a todo o cenário proporcionando maior fidelidade e sensibilidade nos corpos alongados (característica barroca) evidenciando os gestos, o detalhamento das mãos, o caimento esvoaçante das vestimentas e a expressividade dos rostos e dos gestos singelos.       
Todavia vale ressaltar que a emotividade não atua de forma isolada, mas harmonicamente em todo o conjunto da obra. Ainda podemos constatar a presença do anjo sorridente, jovial com lança dourada, asas abertas com corpo parcialmente coberto com roupas fluidas como que balançadas pelo vento. Ao perceber o anjo com a lança a Santa “desfalece sobre uma nuvem” com um prazer intenso de “êxtase e exaustão”.
Sob outros olhares para além do “fervor religioso” o “Êxtase de Santa Tereza” impresso na escultura de Berrnini perpassa uma “interpretação emblemática” a cercada do questionamento que se supõe “mais para o carnal que para o que para o espiritual” (ROMA PRA VOCÊ, 2013).
 Certamente Bernini se fez transportar sensivelmente para compor essa obra, cuja magnitude dos detalhes nos permite imaginar a sua imersão sobrenatural de estar inserido na leveza de uma nuvem sentindo o balançar dos ventos, o cintilar da estrela para representar divinamente tamanha obra prima, que sem dúvida nenhuma pode ser considerada uma das mais belas do século XVII.
Portanto, a engenhosidade artística, o tipo de mármore, as ferramentas contribuíram significativamente o acabamento perfeito que perpassa ao espectador a sensação de drama emoção e movimento.

Texto refere-se a atividade da disciplina de  Modelgem e Escultura do curso de Licenciatura em Artes Visuais UAB/UECE.
 Por Lia Batista

BIBLIOGRAFIA
COSTELLA, F. Antônio. Para Apreciar a Arte. Roteiro Didático. Ed. 3. São Paulo. Editora SENAC.1997.
Disponível em:

LUCIANA. O Êxtase da Santa Tereza D’Avila, de Bernini: Beleza, Eros e até Psicanálise. Termini. 22/05/2017. Roma pra você

ROSSI, Juliana. Renascimento.Joinville, 18 fev. 2008. Blog Desenho e História da Arte.
Disponível em: < http://julirossi.blogspot.com.br/2008/02/renascimento.html >. Acesso em 08/10/2018


segunda-feira, 8 de outubro de 2018

IRACEMA-GUARDIÃ DE FORTALEZA



Imagem:
Disponível em:  http://mochileirosecampistas.blogspot.com/2012/09/ Acesso em: 24/09/2018


           Sob o sol de Fortaleza, lá está ela; A virgem dos lábios de mel – Iracema - está a índia do romance de José de Alencar. Sua imponência aos olhos dos transeuntes, sejam turistas ou conterrâneos, lá estar... A identidade das nossas origens indianistas; mulher, guerreira, sedutora e simplesmente índia; em formas delicadas, bronzeada e metalizada.  
        
          De acordo com nossos estudos em estética existem valores e pontos de vista que são atribuídos e que nos fazem entender melhor uma obra de arte. No ponto de vista factual, segundo Cidade (2015), a “obra de Zenon Barreto inaugurada em 1996” foi projetada em pedra a qual representa as formas e curvas femininas da índia Iracema. 

        Sob o ponto de vista Expressional a Guardiã de Fortaleza aparece com aspecto tridimensional como uma guerreira com arco em estilo figurativo sobre uma base geométrica em mármore à beira mar de Fortaleza precisamente na praia de Iracema.

         No ponto de vista neo-factual, devido ao desgaste do tempo e o vandalismo o monumento foi restaurado em 2012, com “modificações mais rígidas”.
Sob o ponto de vista Técnico o monumento foi “assinado pelo escultor Franzé D’Aurora, mede 4,68m de altura” e recebeu em sua restauração a cobertura de cobre com direito a ângulos mais modernos e delicados com referência a anterior (CIDADE, 2015).
         
       Do ponto de vista Estético ela está diretamente ligada ao sentimento de preservação histórica que remetem ao romance de José de Alencar, enquanto que o ponto de vista Atualizado a obra reflete a nossa contemporaneidade e o modo pelo qual cada pessoa enxerga e se envolve sensivelmente com o enredo indianista e romântico.

       Do ponto de vista Institucional a obra de Zenon Barreto é considerada um patrimônio cultural do povo de Fortaleza, portanto para qualquer tipo de intervenção é necessária uma análise mais ampla e até um debate formal da sociedade. Porém, a prefeitura de Fortaleza é a instituição responsável para esse fim. 
   
        Sob o ponto de vista Comercial, embora a escultura seja de grande porte, a imagem do monumento é amplamente comercializada como cartão postal de Fortaleza, propriedade e identidade cultural do povo fortalezense.

Este poste corresponde a atividade da disciplina de  Estética do curso de Licenciatura em Artes Visuais UAB/UECE.

Por Lia Batista
Artista Plástica

FONTE:

COSTELLA, F. Antônio. Para Apreciar a Arte. Roteiro Didático. Ed. 3. São Paulo. Editora SENAC.1997.

Disponível em:
 Imagem:

MOCHILEIROS e Campistas. Disponível em:  http://mochileirosecampistas.blogspot.com/2012/09/ Acesso em: 24/09/2018

MUDANÇAS na Estátua Iracema Guardiã chamam atenção. Diário do Nordeste online. Fortaleza, 16 jun. 2015. Cidade.




EMPREENDENDO COM O "LIXO" AUTOMOTIVO

A VERDADEIRAA HERANÇA ANCESTRAL

Título: Lavadeiras Acrílico S/ eucatex- 2014 Artista: Lia Batista Tamanho: 40x60cm Imagem: Disponível em:  https://br.pinterest.com/pin/5559...