É um projeto de empreendedorismo socioambiental, atuante no campo das Artes Visuais, escrita criativa (prosa e verso), economia circular e práticas ESG. Objetivo: fomentar práticas de empreendedorismo socioambiental com mulheres periféricas por meio da cultura visual fortalecendo o potencial criativo com foco no meio ambiente. Atividades: Exposições de arte, oficinas de pintura, artesanato ecológico, customização, palestras sobre educação ambiental e empoderamento feminino.

quinta-feira, 21 de março de 2019

DESAFIO DO ENSINO DE ARTES VISUAIS NO BRASIL

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Discorrer sobre do Ensino de Artes Visuais no Brasil é um tanto desafiador, pois, a sociedade tem uma visão distorcida a ponto ignorar a importância dessa prática de ensino-aprendizagem para o desenvolvimento intelectual e cognitivo do indivíduo.  Por conseguinte a presença do arte educador em sala de aula é  negligenciada, assim como o não investimento em infraestrutura, material didático, má gestão, bem como das políticas educacionais de qualidade.  
É fato que, que os Parâmetros Curriculares Nacionais asseguram o valor formativo ao profissional de Artes, pois sabemos que a Arte está intrinsecamente relacionada ao indivíduo desde a antiguidade.  Dessa forma as instituições educacionais brasileiras têm a legitimidade de implementação das práticas artísticas nas mais diferentes séries, pautadas nas concepções de ensino das práticas docentes (CUNHA 2012, p. 8).
Pianowiski e Goldberg (2015, p. 46), fazem indagações sobre o ensino de artes em que não é apenas seguir um “roteiro pré-determinado para que os resultados sejam alcançados”. Diferentemente de outras disciplinas é precioso compreender, saber como aplicar os métodos e técnicas que possibilitem ao aluno uma vivência sensível e experimentação mais interativa em qualquer modalidade, quanto à leitura, produção e contextualização do processo artístico. Para tanto, a avaliação deve ser individualizada sem os critérios rígidos aplicados tradicionalmente em outras disciplinas.
Logo, a prática docente em Artes Visuais nas instituições nem sempre são condizentes com os aspectos históricos, culturais e sociais, além da falta de estrutura física, a precariedade de materiais didáticos, dentre outros, que deixam à mercê as aptidões da comunidade escolar.
Sabemos que o Ensino de Artes Visuais vai além da pintura, do uso dos pincéis e tintas, perpassando as questões teóricas promovendo o espírito critico, a cidadania, sobretudo, quando este indivíduo percebe sua capacidade de aquiescência de outros saberes. Segundo Barbosa e Coutinho (2011, p. 50), o saber democrático que respeita a diversidade cultural é uma “tendência pós-moderna”, de abordagem da Proposta Triangular, pois é dessa maneira que a arte deve ser vista. Pois só assim, o educando será capaz de problematizar e construir a sua autônoma e ser consciente das atribuições relacionadas aos seus direitos e deveres.
Os desafios atualmente são grandes, principalmente na escola pública. Algumas instituições de Educação Infantil, por exemplo, o Projeto Ateliê tenta se inspirar na Pedagogia de “Loris Malaguzzi em Reggio Emília” – Itália (NEVES 2019), porém, as tentativas são desafiadoras. As professoras se reinventam todos os dias para cumprir as múltiplas etapas pedagógicas corriqueiras e ainda assumir inclusive o papel de “atelierista” e artistas visuais sem a mínima qualificação.
 Percebo que até tentam, porém a exaustão é perceptível por lidar com o acúmulo de funções ao mesmo tempo, adequação das estruturas ambientais aos pequenos, pesquisar sobre artes e ainda ter que conseguir materiais didáticos minimamente necessários.
Como voluntária tive a oportunidade de colaborar com alguns projetos de Artes Visuais como: exposições coletivas, murais coletivos, oficinas da boneca Abayomi para sensibilizar a comunidade escolar sobre a relevância das artes na promoção da cidadania. Acredito que foi proveitosa essa experiência tendo em vista a indicações por parte das instituições para outros locais.
Logo, diante das tecnologias digitais, o arte educador precisa estar apto a lidar com soluções inovadoras para as mediação artísticas, já que “a necessidade humanizadora da arte como expressão do ser implica na ampliação do processo afetivo, solidário, interpretativo, criativo pautado pelo respeito, para cada ação humana” (BRAVOS 2018, p. 85).
Dessa maneira é indispensável a capacitação do profissional de Artes Visuais e que este se preocupe com projetos exequível, a fim de instigar a imaginação na descoberta novas poéticas. Só assim será possível desenvolver métodos e técnicas capazes de apontar o caminho que possibilite a vivência e experimentação da leitura, produção e contextualização do processo artístico na contemporaneidade em qualquer modalidade artística. 
Assim, o profissional de artes também deve ter o conhecimento sobre as as tendências do ensino  bem como as “reformas” educacionais que apontam para questões de ordem estrutural e pedagógica, abrigando embates teóricos e político-ideológicos" para enfrentamento dos novos discursos quebrando os paradigmas ideológicos, econômicos, filosóficos e político no campo educacional (ROCHAS 2010, p. 89).  Portanto, negligenciar  a capacitação do professor e o investimento em políticas educacionais é relegar o desenvolvimento intelectual, cognitivo e humanizador do indivíduo. 

OBS: Parte deste conteúdo refere-se a atividade de Métodos e Técnicas do Ensino de Artes, disciplina aplicada no Curso de Licenciatura em Artes Visuias-UAB/UECE

Referenciar:
BARBOSA, Eliane Batista. DESAFIO DO ENSINO DE ARTES VISUAIS NO BRASIL. 
Disponível em: <https://ecoarteliabatista.blogspot.com/b/post-preview?na token=APq4FmBfc84Kq-ysx1um7Yuuv7HMvpDV9ARlK11xtEoZC4HBeEtq1H2aor3iRwbMZcAMJtdALS5da3zIlpB6abt5FAN4XEUEfNDvQgHXvICy2PGOULfgkm9_uLMQXA0_e3ICLIqlE-2y&postId=3382377244511967009&type=POST>
Bibliografia:
BARBOSA, Ana Mae; COUTINHO, Rejane Galvão. Rede São Paulo de Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da SEESP. Ensino Fundamental II e Ensino Médio. 2011. P. 
2ed_art_m1d2.pdf
BRAVOS, Kelsen. Os Jovens e a Leitura. CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura. Fascículo 6. FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE. ) 05/2018. P. 85.
CUNHA, Julia M. de J. ENSINO DE ARTES: DIFICULDADES, EXPERIÊNCIAS E DESAFIOS Periódico de Divulgação Científica da FALS. Ano VI - Nº XIV-DEZ / 2012.

NEVES, Gisele. EDUCAÇÃO. EDUCAÇÃO INFANTIL: REGGIO EMILIA UM NOVO OLHAR PARA A EDUCAÇÃO. Meu Artigo. Brasil Escola. 2019. Disponível em: <https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-infantil-reggio-emilia-um-novo-olhar-para-educacao.htm> Acesso em: 25/02/2019.

PIANOWISK, Fabiane; GOLDBERG, Luciane. Artes Plásticas: Métodos e técnicas do ensino de artes. 3. ed. Fortaleza  - Ceará: UECE, 2015. 

ROCHA, Antônia Rozimar Machado  História da Educação. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE). Ed. 2. 2010.

Imagens: Acervo pessoal-Lia Batista. 2017/2018



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