É um projeto de empreendedorismo socioambiental, atuante no campo das Artes Visuais, escrita criativa (prosa e verso), economia circular e práticas ESG. Objetivo: fomentar práticas de empreendedorismo socioambiental com mulheres periféricas por meio da cultura visual fortalecendo o potencial criativo com foco no meio ambiente. Atividades: Exposições de arte, oficinas de pintura, artesanato ecológico, customização, palestras sobre educação ambiental e empoderamento feminino.

domingo, 31 de março de 2019

ARTE E DESAFIOS NA EDUCAÇÃO


               


A arte faz parte da história da humanidade desde o período Paleolítico, onde os desenhos nas rochas e cavernas tentavam comunicar sobre o cotidiano das civilizações de uma forma rudimentar.  Tudo isso nos faz pensar que esse tipo de comunicação embora rudimentar tem em sua essência  as incógnitas sobre a nossas origens.
           Mesmo antes de ser classificada como arte, os desenhos rupestres tinham suas significâncias extraordinárias e apesar da chamada “evolução humana” acredito que muito pouco ainda se conhece sobre os nossos antepassados. No Brasil, por exemplo, os Sítios Arqueológicos como a Serra da Capivara no Piauí ainda pode ter muitas obscuridades relacionadas a origem do homem brasileiro.
             Nesse sentido a Arte, embora muitos a tratem como fruto do ócio ou privilégio de poucos, precisa ser vista como uma ferramenta pedagógica essencial para a formação e construção do saber seja ela formal ou informal.
         Apesar de todo esse preconceito, o Ensino da Arte no Brasil tem seu desdobramento relacionado às mudanças significativas das tendências contemporâneas as quais percorreram uma trajetória que se iniciou com a Missão Artística Francesa e com a transferência de D. João VI, no século XIX (PIANOWSKI; GOLDBERG, 2015 p.10).
        De acordo com as interferências socioculturais o Ensino de Artes deve se embasar nas tendências pedagogias, porém cabe ao arte-educador  escolher qual delas se aproxima da realidade de seus educandos.
            Para um bom aproveitamento da educação em Artes Visuais no Brasil, o professor deve ser devidamente qualificado para propor atividades curriculares condizentes ao seu posicionamento frente ao novo perfil de aluno, podendo ser escolhido criteriosamente entre tradicional, libertador ou transformador.
        Para tanto, os métodos e técnicas, planejamento e execução devem estar alinhados à tendências pedagógicas para que os resultados avaliativos tenham a sua eficácia na formação humana desde a infância, pois cabe ao educador usar criativamente dos recursos  artísticos, evitando o retrocesso.
        Para tanto, vale salientar que uma delas é a tendência Progressiva Libertadora que surgiu na década de 60, com as ideias do educador Paulo Freire. A “busca da transformação da prática social das classes populares” tem o objetivo de conscientizar e promover o diálogo igualitário entre educador e estudantes, sem necessariamente seguir um programa estruturado dependendo ser adaptado de acordo com cada contexto e suas realidades.
        Dessa forma a aprendizagem deve ser pautada em temas relacionados às vivencias dos educandos para que se possa promover a reflexão, compreensão e criticidade da arte. (PIANOWSKI; GOLDBERG, 2015 p.19).
          Outra característica é a possibilidade observação da “autogestão e não-efetividade e autonomia como forma de resistência”, onde os estudantes podem ter a liberdade quanto as escolhas e métodos de acordo com os interesses do grupo. Assim, essas características contribuem democraticamente na formação do indivíduo dispensando o engessamento do conteúdo pra uma aprendizagem mais livre e reflexiva baseada, sobretudo no cotidiano do cidadão. Dessa forma, o aluno torna-se sujeito ativo e produtor da sua própria história.
          Segundo Freire (1987, p. 29), “o diálogo critico e libertador” deve ser feito com o oprimido independente da condição frente a sua “luta por sua libertação”, portanto as tendências contemporâneas de liberdade do indivíduo deve levar em consideração esse posicionamento para permitir maior criticidade.
      Portanto, o Ensino da Arte permite que essa “função crítico-transformadora”, perpasse as ideologias para fortalecer as mudanças sociais, culturais, sobretudo como uma ferramenta pedagógica de conscientização política (LOSADA 2013, P.52).

                                    A educação em artes visuais requer trabalho continuamente informado sobre os conteúdos e experiências relacionados aos materiais, às técnicas e às formas visuais de diversos momentos da história, inclusive contemporâneos. Para tanto, a escola deve colaborar para que os alunos passem  por um conjunto amplo de experiências de aprender e criar, articulando percepção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística               pessoal e grupal. (BRASIL, 1997, p.40).

            Logo, o Ensino de Artes Visuais suscita questionamentos para a formação de um sujeito sensível, criativo e participativo. Dessa maneira ele será capaz de buscar soluções racionais que ultrapassem as fronteiras do cotidiano, com autonomia para entender a história das civilizações podendo argumentar contra o preconceito, as desigualdades na tentativa de encontrar a soluções transformadoras para a sua luta individual e coletiva.


BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf> Acesso em: 19/02/2019.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido: 17.ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

PIANOWISK, Fabiane; GOLDBERG, Luciane. Artes Plásticas: Metodos e técnicas do ensino de artes. 3. ed. Fortaleza  - Ceará: UECE, 2015.
LOSADA, Terezinha. Tendências contemporâneas do ensino de artes / Terezinha Losada – Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2013.


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