É um projeto de empreendedorismo socioambiental, atuante no campo das Artes Visuais, escrita criativa (prosa e verso), economia circular e práticas ESG. Objetivo: fomentar práticas de empreendedorismo socioambiental com mulheres periféricas por meio da cultura visual fortalecendo o potencial criativo com foco no meio ambiente. Atividades: Exposições de arte, oficinas de pintura, artesanato ecológico, customização, palestras sobre educação ambiental e empoderamento feminino.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

HUMANISMO


O Humanismo é, historicamente, um movimento de base filosófica e de ruptura com os valores medievais dominantes da época. Tal movimento remonta ao período do Renascimento quando o pensamento filosófico se concentra no homem e no seu modo de atuar no mundo, deixando de lado a noção de uma divindade provedora de todo o sentido existencial do homem. 
Sendo assim, a natureza humana passa a ser enfatizada dando ao ser humano a consciência de sua autonomia, o que lhe proporciona mais liberdade nas escolhas e decisões dentro desse estado de consciência das próprias potencialidades. A partir desse movimento, o indivíduo constitui-se como elemento central do mundo, isto é, o antropocentrismo é adotado como ideologia, em resposta negativa ao teocentrismo do Renascimento, que colocava Deus como centro do universo.
Com o surgimento das teorias psicogenéticas, o Humanismo é apresentado como a Terceira Força da Psicologia na metade do século XX nos Estados Unidos, juntamente com as devidas contribuições da Teoria Comportamental e da Psicanálise. Surge com o intuito de formalizar seus estudos no indivíduo e em suas potencialidades em prol da análise e compreensão de sua capacidade de realização e crescimento pessoal como as peças-chave do comportamento humano. 
Dessa forma, o indivíduo pode descobrir novas experiências e obter resultados satisfatórios a partir delas, bem como desenvolver sua criatividade e sua individualidade nesse processo de aprendizagem de si mesmo. Portanto, a Teoria da Psicologia Humanista tenta resgatar o estado da subjetividade cujo objetivo é priorizar qualitativo e quantitativamente os métodos científicos que envolvem a psicologia humana. A Teoria Humanista trouxe uma resposta às influências negativas do pensamento humanista do Renascimento. Dentre as diversas vertentes humanistas, destacamos aqui a escola norte-americana, representada pela psicoterapia humanista-existencial de Carl Ransom Rogers e Abraham Harold Maslow.
A abordagem de Abraham Maslow apresenta uma hierarquia das necessidades, cuja proposta tem como base a satisfação diante do esforço de cada indivíduo para conquistar suas necessidades pessoais e profissionais de forma hierárquica e gradual, do nível mais baixo para o mais alto até atingir a sua satisfação plena e sua autorrealização. Assim, o psicólogo americano conseguiu definir e dispor cinco necessidades, que vão desde as primárias ou básicas (fisiológicas e as de segurança) e as secundárias (social, estima e autorrealização). 
Segundo a pirâmide de tal hierarquia concebida por Maslow, temos as necessidades fisiológicas, que são as que determinam a sobrevivência humana, sem as quais o indivíduo não se mantém vivo. As necessidades de segurança estão ligadas à segurança ao trabalho etc. As necessidades sociais estão relacionadas à harmonia, à socialização, ao afeto e às pessoas do sexo oposto. As necessidades de estima dizem respeito ao reconhecimento feito por nós mesmos e o reconhecimento dos outros, levando em conta a dignidade, respeito, prestígio etc. As necessidades de autorrealização estão relacionadas com autonomia e independência, representando a capacidade do potencial e do autocontrole humano.

Imagem 1. Hierarquia das necessidades por Maslow 

Já a concepção humanista de Carl Rogers é apoiada na ideia de que todo ser humano é dotado de uma capacidade de crescimento permanente, independente das condições externas, o homem tende naturalmente a modificar-se em prol da sua realização pessoal. Segundo o psicoterapeuta, é de suma importância para a promoção desse crescimento pessoal o tipo de relação que o homem estabelece com os demais, pois a constituição do self depende da interação com o outro, da partilha de vivências e das mudanças em direção ao aprimoramento de suas potencialidades. Em sua prática como psicólogo, Carl Rogers estabeleceu três atitudes fundamentais para a interação plena e satisfatória entre terapeuta e paciente: a autenticidade, a aceitação incondicional e a empatia são as ferramentas do trabalho de quem lida com as idiossincrasias do outro.
A educação humanista proposta por Carl Rogers considera o professor um facilitador no processo de aprendizagem do aluno, tendo em vista a autonomia e o desejo deste em aprender. O professor deve assumir o papel de quem propicia momentos, recursos, estratégias e incentivo na condução dessa aprendizagem individual e coletiva, pois cabe ao mestre suscitar e mobilizar seu aprendiz no exercício do seu autoconhecimento e do conhecimento do mundo que o circunda, com os desafios, obstáculos, crises e alegrias advindas da descoberta do saber e do (con)viver.
Atividade de Psicologia do Desenvolvimento do Curso de Licenciatura em Artes Visuais UECE/UAB
Por Lia Batista e Maria Lúcia Barbosa Alves
Referências:
NUNES, Ana Ignez Belém Lima; SILVEIRA, Rosemary do Nascimento. Psicologia da Aprendizagem. 3ª ed. rev. Fortaleza: EdUECE, 2015.
Disponível em:
HUMANISMO <https://conceito.de/humanismo/> Acesso em: 28/01/2018
HUMANSMO <https://www.significados.com.br/humanismo/> Acesso em: 28/01/2018
Imagem:
Carl Rogers. Documentário apresentado por Ana Gracinda Queluz Garcia. Série Educadores. Brasil, 2007. 35min.  

terça-feira, 10 de abril de 2018

PINTURA DE CAJUS EM ANTENAS

 As antenas de TV a cabo estão por toda a parte na maioria das residências e nos mais altos prédios. Depois que o cliente cancela o serviço elas perdem a serventia de transmissão de sinal e ficam  no local por vários tempos até que o cliente resolva retirá-las. Assim sendo, elas ficam enferrujando e deixando um visual comprometedor nas fachadas. Se por acaso o cliente contratar outra empresa a antena antiga  pode ser substituída, porém nunca aproveitada. Pensando nisso, o Museu do Caju do Ceará resolveu inovar na sustentabilidade e me enviou várias antenas para o ateliê Eco Arte, assim elas receberam uma nova utilidade. Isso mesmo. Essas antenas tem outra função. A decoração de ambientes, dai fiquei antenada com os cajus e agora elas passaram a fazer parte da decoração do museu.

Bela iniciativa! Vejam como ficaram lindas! Essa ideia além de econômica é sustentável,, pois são produzidas em material altamente resistente, uma chapa de aço galvanizado de boa espessura. Por isso achei a ideia brilhante. Fazer arte com recicláveis é meu forte e confesso que também me apaixonei pelas antenas pintadas. 
Para a pintura desse tipo de suporte podemos utilizar:

Como pintar sua antena:

Prepare sua abtena com tinta PVA mobiliária e cola branca em uma proporção de  40% de cola, 50% de tinta e 10% de água.e aguarde secagem, se preferir pode passar outra demão.
Tinta acrílica ou de artesanato geralmente eu uso da marca Acrilex, pinceis de cerdas macias e muita criatividade.  

Caso queiram ver essas obras de arte, o Museu do Caju do Ceará, está com as portas abertas para recebê-los.
E boa visita!
Depois dessa ideia  você vai pensar duas vezes antes de descartá-las. Que tal pintar a sua também?

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Tampas de microondas e de panelas


Tampas de microondas e pratos de porcelana

Saibba mais:
Disponível em:
MUSEU DO CAJU: http://g1.globo.com/ceara/ne-rural/videos/v/museu-do-caju-conta-relevancia-cultural-historica-e-economica-do-alimento-para-o-ceara/5263403/ Acesso em: 10//04/018


Imagens; Lia Batista

quinta-feira, 5 de abril de 2018

ALEIJADINHO - BARROCO NO BRASIL



Vídeo: 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=L1F3771qtGE> Acesso em: 05/05/2018

Em meio à tensão das “Guerras Civis e Religiosas, Reformas Protestantes e Contra Reforma Católica” no século XVIII, a Arte Barroca em Ouro Preto (Antiga Vila Rica-MG) teve como influência a descoberta do ouro, a “reconquista portuguesa no cenário europeu” e os “temas sacros” (FERNANDES, 2018).
A consonância da Arte Barroca e os aspectos físicos de Aleijadinho nos faz pensar como a imperfeição, irregularidade e a excentricidade associada ao “movimento estilístico e filosófico” se imbricam e se correlacionam perfeitamente ao contexto da vida de Antônio Francisco Lisboa, O Aleijadinho, filho de uma negra com um português branco, nascido em Ouro Preto-MG, considerado a maior figura do Barroco no Brasil (VARELA, 2017).
Por ocasião do movimento de luta pela liberdade, a inconfidência mineira e a chegada dos “artesãos, artistas, escravos e religiosos” vindos da Europa, Vila Rica em Minas Gerais é atraída pela “riqueza aurífera”, provocando mudanças significativas no seu contexto histórico, social e cultural que reflete até a atualidade.
 Diante disso, as obras de Aleijadinho tornaram-se referência dando ao artista a congratulação e reconhecimento internacional como “Gênio da arquitetura Barroca”.  Com aptidão para trabalhos de entalhamento, escultura e lapidação de madeira e pedras, o “Gênio” é influenciado desde cedo pelo pai, o bem sucedido português, Manoel Francisco Lisboa, mestre de obras e também arquiteto, cujo incentivo desperta no artista extrema habilidade com as ferramentas rudimentares, dentro de oficinas no exercício cotidiano.   
 Dotado dessa habilidade, a criatividade de Aleijadinho surpreende aos lideres religiosos e da sociedade de Vila Rica, de modo que seu trabalho passou a ser reconhecido a ponto de ter crescimento profissional de artífice e se destacar na área da arquitetura e escultura. Apesar de seguir traços do estilo barroco, notoriamente em suas obras evidenciam-se características próprias retratando os aspectos mais suaves com um estilo autêntico, o “Barroco Rococó”. Por isso pretendia representar um estilo diferente, sem, contudo fugir dos padrões europeus. Logo, Aleijadinho pretendia retratar a arte barroca tipicamente brasileira; ao unir a arte sacra à inquietação, aos anseios do povo por meio das particularidades físicas e dramaticidade dos rostos esculpidos. 
Mesmo com suas mãos e pernas deformadas, a doença degenerativa que o afligia em sua meia idade, Antônio Francisco Lisboa, não se esquivava ao lapidar suas pedras. Aleijadinho, como ficou conhecido por substituiu o mármore comumente usado na arte europeia por pedra-sabão, abundantemente encontrada na região de Vila Rica.
O conjunto dos “doze profetas que estão expostas no ádrio da Basílica Bom Jesus de Matozinhos em Congonhas”, é considerado um dos maiores tesouros da Arte Barroca pela Unesco em 1895 (DIVULGAÇÃO, 2018). Além, desse espetacular conjunto de esculturas a Igreja de São Francisco de Assis em Ouro (MG) representa a maior obra arquitetônica da Arte Barroca mineira, contudo vale salientar que de acordo com COELHO, (2014), “era chamada de Capela Nossa Senhora dos Anjos e pertencia a Vulnerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Penitência, da Antiga Vila Rica”.
Sendo, pois considerada uma obra de originalidade imponente, se percebe o valor mágico da sua identidade diferentemente das demais igrejas do seu entorno.  “A obra escultórica e a talha são de um mesmo artista”, no caso Antônio Francisco Lisboa, portanto a originalidade pode ter contribuído para esta harmonia perfeita entre a composição dinâmica da fachada (ao qual desenhara) e o conjunto das talhas (ENCICLOPÉDIA ITAU CULTURAL, 2017).
Ao olhar o frontispício da Igreja de São Francisco de Assis, o visitante é convidado a refletir sobre a fé cristã, a obediência e a penitência que levam a salvação da alma. A tipologia da portada convida os fieis a entrarem no ambiente.  
Em seus medalhões podemos visualizar a uma escultura em pedra-sabão e madeira que expressam a representação de São Francisco no “Monte Alverne - Santuário de Verne”, que ajoelhado mostra-se extremamente humilde, “enquanto os anjos estão apontando para o brasão dos Franciscanos e a coroa portuguesa que parecem sustentar a Virgem Maria” (FONSECA, 2009).
É impressionante a riqueza dos detalhes, a precisão dos cortes e a expressão dos movimentos e do rosto das esculturas. Um detalhe que caracteriza o Rococó nessa obra são as formas arredondadas das torres dos arcos dos frontais, a portada da parte superior, pois evidenciam a precisão de um tracejado “ora pesado, ora suave”, dando uma dinamicidade de extrema grandeza ao olhar. Enquanto os altares têm em suas esculturas imagens de São João Evangelista, Santo Antônio e São Gonçalo do Amarante.
        Na planta percebemos três níveis volumétricos, sequenciados e integrados as torres em forma de cilindros, modelagem em superfície convexa que interliga sutilmente o frontispício ao corpo da igreja (DIVULGAÇÃO, 2018).
Assim, na ornamentação além da sutileza dos detalhes banhados a ouro no altar de cedro, das colunas retorcidas próximas ao altar como “se projetasse para frente”, púlpitos de pedra-sabão no arco cruzeiro com os quatro evangelistas e lavabo com anjos do monge (BOHRER, 2014), são alguns detalhes dessa obra, onde estão representados de forma harmoniosa, coisa de gênio.
Enquanto na parte interior da obra a afinidade perfeita com o pintor Manoel da Costa Ataíde, Aleijadinho se completa na busca por características identitária ao conjunto da obra da Igreja Francisco de Assis, onde podemos perceber a leveza da pintura da abóboda do forro, em cores suaves como: o azul que remete aos azulejos portugueses, os tons pastéis, a delicadeza na composição própria do rococó europeu, porém com as particularidades que só esses dois mestres conseguiram imprimir.
Já as personagens pintadas pelo “mestre Ataíde” comungavam com a identidade tipicamente mestiça em que os dois artistas se identificam. As cores pardas da pele de suas figuras sacras pretendem representar a nossa brasilidade, já que ambos eram mestiços. Assim, justificava-se a predominância dos traços exóticos e das cores fortes em suas obras.
Quanto ao conjunto de obras dos “doze profetas que estão expostas no adro da Basílica Bom Jesus de Matozinhos em Congonhas”, foram esculpidas em pedra-sabão, onde mostra as passagens relacionadas às várias transcrições bíblicas do Antigo Testamento, sendo assim citada em cartelas anexadas, já os “Passos da Paixão”, são “esculpidas em madeira policromada” por Aleijadinho e seus auxiliares entre e representam as “cenas do calvário” (CIDADES HISTÓRICAS, 2018).
 Nessas obras o artista mostra a estranheza da expressividade dos aspectos físicos, dolorosos; talvez representasse a sua angústia diante da luta pela saúde debilitada, pela dor e as consequências da deformação.
Falar do conjunto de obras desse artista é um tanto desafiador, pelo que percebo ainda existe muita indagação sobre esse “Barroco Rococó mineiro”, portanto percebemos que essa consonância da Arte Barroca e as deformidades de Aleijadinho nos faz pensar quanta riqueza essa “pérola imperfeita” deixou para a humanidade. Assim, percorrer esse contexto sócio histórico parece mágico e encantador diante de tanta complexidade. Por isso, a vida e obras do artista precisam estar presentes em nossa memória para que possamos preservar nossa história.
Sua morte aconteceu dois anos após cegueira (1814) e por não haver assinatura de registros comprobatórios, alguns historiadores relatam que isso deixa lacunas, todavia a única maneira de identificá-las é por meio das características estilísticas dos artistas dessa época (BOHRER, 2014).

Fontes:
VARELA, Paulo. Barroco. mai. 2017. Disponível em: <http://arteref.com/movimentos/barroco-xvi-xviii/ Acesso em: 27/02/2018
FERNANDES, Cláudio. Barroco Mineiro. 2018. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/barroco-mineiro.htm> Acesso em: 27/02/2018
CIDADES HISTÓRICAS. Passos da Paixão. Disponível em: <http://www.cidadeshistoricas.art.br/cidadeshistoricas/congonhas/cgn_pas_p.php> Acesso em: 27/02/2018
IGREJA de São Francisco de Assis (Ouro Preto, MG). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/instituicao227359/igreja-de-sao-francisco-de-assis-ouro-preto-mg>. Acesso em: 27 de Fev. 2018. Verbete da Enciclopédia.

ISBN: 978-85-7979-060-7> Acesso em: 28/02/218

          ARQUITETURAS, Igreja de São Francisco de Assis. SESC TV, 2014, 49.12min, son., color.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ijP0AQ9O-m8> Acesso em: 28/02/218

ALEIJADINHO, a arte de um gênio. TVBRASIL, 2014,51.51min, som., color. Disponível em: <TV Brasil https://www.youtube.com/watch?v=3y_HHF9N9U4> Acesso em: 01/03/2018


ESTAÇÃO JOÃO FELIPE--CE-ARQUITETURA NEOCLÁSSICA NO BRASIL

       
          No século XVIII muitos acontecimentos mudaram o rumo da história da humanidade. O Neoclassicismo ou Academicismo foi um dos movimentos que teve seu início na Europa, precedeu ao Rococó e antecedeu ao Romantismo e ocorreu entre o fim do século XVIII e o início do século XIX.  Nesse contexto, diversas mudanças e invenções de grandes proporções contribuíram para novas conquistas influenciando inclusive na criação artística europeia.
           Frente a essas mudanças, a Revolução Francesa e a Revolução industrial contribuíram significativamente para o fortalecimento da economia europeia culminando na queda do Império de Napoleão Bonaparte. Com a invasão do exército de Napoleão Bonaparte à Portugal, D. João VI rei de Portugal decide (com o apoio da Inglaterra) transferir-se com toda a corte e o poder de Portugal para o Brasil.
                 Com a chegada de D. João VI com a corte, a família real para o Brasil a princípio hospeda-se em Salvador (1808) seguindo em poucos dias para o Rio de Janeiro, trazendo em sua bagagem recursos inovadores para o desenvolvimento sociocultural e econômico da nova metrópole.


Vídeo: Missão Francesa: <https://www.youtube.com/watch?v=X98aTU7UIdA> Acesso em: 23/03/2018
           
             Missão Artística Francesa
Com a queda de Napoleão Bonaparte na França D. João VI resolve contratar um grupo de artistas franceses que pretendia sair da França, e com o apoio de Napoleão o grupo chega ao Brasil com ideia de modernização, sob o título de Missão Artística Francesa liderada por Jacques Le Breton com vasta experiência na Academia Francesa de Belas Artes.
Em 1816, com a chegada do grupo de artistas franceses D. João VI pretende inovar em todas as áreas, inclusive nas artes adotando as características da arte greco-romana usada na Europa. A missão do grupo era que os artistas representassem em suas obras o cotidiano da nova sede, cenas indígenas, animais típicos e paisagens em suas expressividades artísticas.
Assim, vários instrumentos relacionados à arte foram criados com o apoio de D. João VI, dentre eles a Academia Imperial de Belas Artes a Biblioteca Nacional, abertura dos portos, Banco do Brasil, dentre outros. Por volta de 1826, as primeiras manifestações do Neoclassicismo surgem no Brasil formando novos alunos para as artes e ofícios artísticos.
Os novos alunos da academia seguiriam uma concepção dentro dos padrões estéticos da Antiguidade e Renascentistas, porém com características onde o ideal de beleza não tentasse imitar a realidade, mas que tivesse a imitação nos clássicos, portanto o equilíbrio, a economia, a moderação e a racionalidade deveriam ser respeitados.
Logicamente, que as reações por parte dos brasileiros foram desfavoráveis às novas mudanças, todavia os princípios do Barroco seriam abandonados, tanto na pintura, na literatura e arquitetura, portanto uma nova concepção cultual estaria por vir. Na arquitetura, por exemplo: August Grandean de Montigny  ousa na edificação residencial adaptando a “estética neoclássica” ao clima tropical (1776-1850) (MIRANDA, 2010).
Da mesma forma a arquitetura Neoclássica brasileira seguiu dentro dos mesmos padrões neoclássicos europeus, porém divida em duas versões: o “neoclássico oficial” e a “versão provinciana, simplificada”. A versão provinciana simplificada era construída por escravos, enquanto a versão oficial era desenvolvida nos centros maiores, no litoral e os materiais utilizados eram importados nos padrões estéticos internacionais.
Nesses moldes percebemos que essas riquezas arquitetônicas neoclássicas ainda perduram em diversas cidades brasileiras dando uma contribuição histórica e cultural relevante, porém algumas são acometidas pelo abandono e a precariedade de conservação.
Se o Neoclassicismo se contrapôs ao Barroco e ao Rococó em todos os níveis da nossa cultura rasileira, na arquitetura no Estado do Ceará, teve a sua importância em diversos lugares, como é o caso do Teatro São José, Estação João Felipe, dentre outros.
Imagem: Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=esta%C3%A7%C3%A3o+jo%C3%A3o+felipe+fortaleza&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjg2dOTu4PaAhXOtlkKHazbAE4Q_AUICygC&biw=1517&bih=707#imgrc=Liq_HqF6mdOonM:>
                                                                                   Acesso em: 21/03/20118
Estação João Felipe
Localizada na região central de Fortaleza próxima ao litoral a Estação João Felipe está situada na zona central de Fortaleza, sua planta foi projetada por volta de 1800 sob a responsabilidade do engenheiro Henrique Fugare, um austríaco residente no Brasil. Seu espaço físico compreende por “quarenta metros de comprimento, doze metros de largura e oito metros de altura” (ALVES, 2017). 
Para Garcia (2014), a Estação João Felipe foi construída em uma área onde havia o Cemitério São Cassimiro e devido ao abandono 1877, parte dos restos mortais foram exumados e transferidos para o Cemitério São João Batista. Por ocasião do ciclo produtivo do algodão fez-se necessária a construção de uma via férrea que interligasse a zona algodoeira do Estado à região portuária de Fortaleza, pois a mesma era imprescindível para o crescimento econômico  brasileiro  em plena Era Industrial.
A construção da Estrada de ferro de Baturité como foi chamanda, é conhecida como a primeira linha férrea cearense – (1873) a “Estação Central foi construída sobre túmulos antigos” usando-se “mão de obra escrava e de retirantes da seca”, (GARCIA,2014),sendo assim considerada uma versão neoclássica provinciana.
Característica da Arquitetura
Com as contínuas reformas em 1946 passou a ser chamada de Estação Ferroviária João Felipe, sua arquitetura estilo neoclássico tem como principais características um pavimento com fachadas contíguas, possuem fenestração com arremates de cornijas e platibandas; em seu pórtico, as entradas se apresentam em arcos plenos (estilo românicos), podemos ainda perceber que o seu pórtico é semelhante ao Parthenon da Grécia. 
Seu frontão é feito em alto relevo, com telhados inclinados para os lados com coroamento triangular com um relógio na parte central; frisos quatro meias colunas dóricas, maciças, embutidos, pilares de sustentação. Apresente-se com simetria, planta quadrada e retangular em uma elevação com escadaria em quatro degraus na fachada principal.
Nas laterais segue uma fachada retangular, aos dois lados da fachada principal existem dezesseis janelões arqueados em madeira e vidros no estilo românico, além da clareza na pintura a linearidade, com nitidez nos contornos. De modo que foram respeitados os aspectos estéticos neoclássicos que incluem o equilíbrio, a economia, a moderação e a racionalidade exigidas nos padrões da arte greco-romana da Antiguidade.
Na parte interna existe uma ampla área retangular por onde circulavam os passageiros, além dos galpões hoje desativados local de acesso das locomotivas à bem pouco tempo. Infelizmente, apesar de esse edifício ter sido tombado pelo (IPAM) Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, essa edificação está desativada desde 2014 a espera algum projeto que preserve e revitalize essa riqueza arquitetônica neoclássica brasileira.
Esta foi um das atividades de História da Arte - Tema abordados no Curso de Licenciatura da UECE/UAB-
Por Lia Batista

Bibliografia:
GARCIA, Fátima. Estação João Felipe. 2014 Disponível em: <http://www.fortalezaemfotos.com.br/2014/01/estacao-joao-felipe.html>. Acessoe  em: 22/03/2018
ALVES, Valdecy. Estação Ferroviária João Felipe. 2017

MADEIRA,Vanessa. Diário do Nordeste.  Centenária Estação João Felipe fecha e dá lugar a novos percursos. 2014.

MIRANDA, Dilmar Santos, História da Arte I. Da arte rupestre ao neoclassicismo. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE). 2010.
Imagem Estação João Felipe
Disponível em: <Ihttps://www.google.com.br/search?q=esta%C3%A7%C3%A3o+jo%C3%A3o+felipe+fortaleza&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjg2dOTu4PaAhXOtlkKHazbAE4Q_AUICygC&biw=1517&bih=707#imgrc=Liq_HqF6mdOonM:>
 Acesso em: 2/03/20118

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

DIFICULDADES PSICOLÓGICAS DE APRENDIZAGEM ESCOLAR

 Psicologia da Aprendizagem é uma das disciplinas de Licenciatura em Artes visuais,, nesses termos o texto abaixo aborda sobre os alguns processos psicológicos recorrentes no impedimento da aprendizagem escolar. Vale a pena assistir o filme.

COMO ESTRELAS NA TERRA TODA CRIANÇA É ESPECIAL


Vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=6rxSS46Fwk4> Acesso em: 12/02/2017

     As dificuldade de aprendizagem no processo escolar pode ser atribuída a vários transtornos psicológicos os quais exigem do educador a diplomacia para promover  análise preventiva dos possíveis danos que porventura venham prejudicar o desempenho do aluno e a relação  de motivação do processo educacional. Diante disso, cabe ao educador está atento  a avaliação individual dos seus alunos, já que a relação diária é uma rotina constante no ambiente educacional.

    Segundo Pontel ((2015) a avaliação ou não de um aluno com Dificuldade de Aprendizagem (DA) ocorre quando há discrepância entre o desempenho escolar e a capacidade intelectual. Esses transtornos podem acontecer quanto ao desempenho oral, compreensão auditiva, capacidades básicas da leitura, cálculos e habilidades matemáticos. 
                          
       Frequentemente são encontrados em sala de aula alunos com algum tipo de transtorno, porém muitas vezes ignorados pela família e pelo corpo docente, postergando o problema. Nesse caso, torna-se desmotivador o processo de ensino aprendizagem, comprometendo a interrelação, aluno/professor e, por conseguinte a evasão escolar.
     
      As dificuldades na linguagem falada podem caracterizar-se de várias formas devido ao transtorno do desenvolvimento das articulações. A “dislalia”, por exemplo, se dá pela dificuldade de articular as palavras, troca de fonemas, infantilização da linguagem devido à idade. Enquanto a “Defasia expressiva” é apontada ao início da fala tardia da criança. Diante disso, podem ocorrer consequências a limitar o vocabulário e a linguagem telegráfica. Já a “disfasia receptiva”, é constatada quando pensamento e linguagem não se relacionam corretamente.

        Quanto à capacidade básica da leitura pode ocorrer devido a várias deficiências que dificultam a compreensão do texto escrito.  Um aluno com “dislexia” apresenta leitura de forma lenta atribuída a distorção visual e ausência de letras e palavras; como se estas tremulassem no papel. Este transtorno pode ser de origem neurológica, cognitiva ou psicomotora, logo o acompanhamento multidisciplinar é recomendado para melhorar o desempenho do aluno e a correão da dificuldade.              Nessa situação eu como educador, usaria da paciência, a motivação, aliada as práticas pedagógicas individualizadas com auxílio da família, afim de que essa discrepância entre o desempenho escolar e a capacidade intelectual seja amenizada.

       Enquanto na área da escrita a “disortografia” é comum indivíduo com esse transtorno apresentar dificuldade relacionada ao grafismo. Já a “Disgrafia” atribui-se a dificuldade de leitura e de cálculos, aos erros de pontuação, sintaxes, posição de letras, organização de parágrafos, estruturação da escrita (NUNES, SILVEIRA 2015).

     As habilidades de cálculos matemáticos: Para ser analisado esse transtorno é necessária a atenção do educador, pois muitas vezes esse problema está relacionado a uma disciplina não motivadora ou a uma dificuldade de relacionada à “discalculia”, que corresponde a incompreensão dos números, habilidade na contagem e na solução de “problemas verbais”, que com atenção do professor pode ser resolvido. No meu caso eu o estimularia e procuraria inserir na metodologia de ensino a gameficação, tecnologias digitais e artes para estimular o aluno a desmistificar a matemática, já que esses recursos é um atrativo no novo perfil de estudante.
       
     Dentre outros transtornos existem também os transtornos mentais, físicos e emocionais, além do transtorno de conduta e transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

     No transtorno de conduta a pessoa usa de agressividade, birras, tem comportamento antissocial,  dificuldade pra aceitar regras e limites podendo usar de atitudes ameaçadoras e furtos. Nesse caso é necessário acompanhamento multidisciplinar, eu como educador usaria do diálogo, regras bem definida no ambiente escolar, integração familiar, bem como o estímulo a práticas artísticas de seu interesse.

     Já, o transtorno emocional caracteriza-se pela internalização de problemas, pode levar a depressão, podendo ocorrer mais frequentemente na adolescência e infância (pode desencadear para a psicose).

    No caso do Transtorno do Déficit da Atenção e Hiperatividade (TDAH), refere-se ao indivíduo com dificuldade de concentração, age por impulsos, é não tem coordenação motora regular, é inquieto, ansioso e consequentemente tende a se inquietar no ambiente escolar. O desafio da educação desse aluno ocorre devido a uma série de obstáculos, entre eles: a inadequação do ambiente escolar, discriminação, despreparo do educador e a própria colaboração familiar.  

  Portanto, é de suma importância a sensibilidade da equipe docente para avaliar individualmente os alunos, já que a relação diária aluno/professor precisa trazer resultados positivos fora e dentro do ambiente educacional.

Por  Eliane Batista Barbosa (Lia)

Texto de atividade da disciplina de Psicologia da Aprendizagem do Curso de Licenciatura em artes Visuais-UECE-Universidade Estadual do Ceará/UAB-Univerdudade Aberta do Brasil.

REFERÊNCIAS

NUNES, Ana Ignez Belém Lima. Psicologia da aprendizagem / Ana Ignez Belém Lima Nunes e Rosemary Nascimento Silveira . – 3. ed. rev. – Fortaleza :
EdUECE, 2015.


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

ECO MUSEU DO MANGUE-FORTALEZA

Como plantar um mangue


Vídeo: https://www.youtube.com/edit?video_referrer=watch&video_id=ho7KlIPrUPM> Acesso em: 15/02/2018

Este mês de fevereiro tive a oportunidade de retornar a Sabiaguaba, na cidade de Fortaleza onde costumava frequentar, ainda na adolescência. Na época exixtiam apenas duas casas, muito mangue e liberdade para ficar junto a natureza, sem preocupação com sujeira e assim algumas famílias faziam pic nic aos domingos, e levavam suas redes de dormir para um descanso merecido..Atualmente existem um aglomerado de barracas e construções desordenadas que provocam agressões e devastação dos mangues.

 Com tamanha preocupação com o meio ambiente naquela área o ex-comerciante  do local, senhor Rusty Sabarreto, nascido em  Recife resolve abandonar suas atividades lucrativas  de barraqueiro  para investir na conscientização ambiental incentivando as pessoas a preservarem o a biodiversidade local, tentando evitar  práticas nocivas com o descarte irregular do lixo que geralmente era deixado pelos visitantes.

Por volta de 2005 ele resolve criar o Eco Museu Natural do Mangue, uma entidade sem fins lucrativos oferecendo palestras, oficinas e exposição  ao ar livre. Mesmo com a resistência de muitos ele resolveu firmar sua ideia juntamente com sua família e tem mostrado que é possível sim, ser feliz com poucos recursos e muita riqueza natural, pois vale apena enfrentar os obstáculos em prol de uma vida mais saudável.

No local é oferecida uma mostra de peixes e amimais aquáticos, como: fósseis de tubarão, peixes do Cariri, crustáceos e demais espécies que são doadas para o acervo do museu. Segundo Rocha (2017),  além de aproximadamente 200 espécies de carcaças que contribuem para o enriquecimento do acervo o museu oferece  "atividades como  caminhadas, canoagem e trilhas aos visitantes além do belo banho de mar e a oficina de plantio de mudas de mangue, áreas de desova de tartarugas, os sítios arqueológicos datados de mais de cinco mil anos".

Dessa vez o Senhor Rusty nos explicou como plantar uma muda de mangue vermelho e foi um prazer imenso retornar com meu esposo àquele local, onde começamos nossa história de amor em 1981 aos meus dezenove anos de idade. Ali podíamos desfrutar  da exuberância natural sem o excesso de barracas, poluição sonora e desconforto visual que pude constatar.

Aqui expresso minha admiração e parabenizo ao mentor da ideia da criação do Eco Museu  Natural do Mangue da Sabiaguaba, que atua como um anjo protetor daquele ecossistema que faz toda a diferença para a nossa cidade de Fortaleza, bem como para as futuras gerações. Ressaltando aos visitantes, que vale muito a pena fazer uma visita ao local e também contribuir para a limpeza daquele ambiente ecológico tão apreciável.

   













Fonte:
Disponível em<http://tribunadoceara.uol.com.br/diversao/turismo/unico-ecomuseu-de-fortaleza-oferece-passeio-ambiental-pelo-mangue-da-sabiaguaba/> Acesso em: 15/02/2018
Imagens: Lia Batista Barbosa e Francisco Paixão/2018

EMPREENDENDO COM O "LIXO" AUTOMOTIVO

A VERDADEIRAA HERANÇA ANCESTRAL

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