No século XVIII muitos acontecimentos mudaram o rumo
da história da humanidade. O Neoclassicismo ou Academicismo foi um dos movimentos que teve seu
início na Europa, precedeu ao Rococó e antecedeu ao Romantismo e ocorreu entre
o fim do século XVIII e
o início do século XIX. Nesse contexto,
diversas mudanças e invenções de grandes proporções contribuíram para novas
conquistas influenciando inclusive na criação artística europeia.
Frente a essas mudanças, a Revolução Francesa e a Revolução industrial
contribuíram significativamente para o fortalecimento da economia europeia
culminando na queda do Império de Napoleão Bonaparte. Com a invasão do exército de Napoleão Bonaparte à Portugal, D. João
VI rei de Portugal decide (com o apoio da Inglaterra) transferir-se com toda a
corte e o poder de Portugal para o Brasil.
Com a chegada de D. João VI com a corte, a família real para o Brasil a
princípio hospeda-se em Salvador (1808) seguindo em poucos dias para o Rio de
Janeiro, trazendo em sua bagagem recursos inovadores para o desenvolvimento
sociocultural e econômico da nova metrópole.
Vídeo: Missão Francesa: <https://www.youtube.com/watch?v=X98aTU7UIdA> Acesso em: 23/03/2018
Missão Artística Francesa
Com a queda de
Napoleão Bonaparte na França D. João VI resolve
contratar um grupo de artistas franceses que pretendia sair da França, e com o
apoio de Napoleão o grupo chega ao Brasil com ideia de modernização, sob o
título de Missão Artística Francesa liderada por Jacques Le Breton com vasta
experiência na Academia Francesa de Belas Artes.
Em 1816, com a chegada do grupo de artistas franceses D. João VI
pretende inovar em todas as áreas, inclusive nas artes adotando as
características da arte greco-romana usada na Europa. A missão do grupo era que
os artistas representassem em suas obras o cotidiano da nova sede, cenas indígenas,
animais típicos e paisagens em suas expressividades artísticas.
Assim, vários instrumentos
relacionados à arte foram criados com o apoio de D. João VI, dentre eles a Academia
Imperial de Belas Artes a Biblioteca Nacional, abertura dos portos, Banco do
Brasil, dentre outros. Por volta de 1826, as primeiras manifestações do
Neoclassicismo surgem no Brasil formando novos alunos para as artes e ofícios
artísticos.
Os novos alunos da academia seguiriam
uma concepção dentro dos padrões estéticos da Antiguidade e Renascentistas,
porém com características onde o ideal de beleza não tentasse imitar a
realidade, mas que tivesse a imitação nos clássicos, portanto o equilíbrio, a
economia, a moderação e a racionalidade deveriam ser respeitados.
Logicamente, que as reações por
parte dos brasileiros foram desfavoráveis às novas mudanças, todavia os
princípios do Barroco seriam abandonados, tanto na pintura, na literatura e
arquitetura, portanto uma nova concepção cultual estaria por vir. Na
arquitetura, por exemplo: August Grandean de Montigny ousa na edificação residencial adaptando a
“estética neoclássica” ao clima tropical (1776-1850) (MIRANDA, 2010).
Da mesma forma a
arquitetura Neoclássica brasileira seguiu dentro dos mesmos padrões
neoclássicos europeus, porém divida em duas versões: o “neoclássico oficial” e
a “versão provinciana, simplificada”. A versão provinciana simplificada era
construída por escravos, enquanto a versão oficial era desenvolvida nos centros
maiores, no litoral e os materiais utilizados eram importados nos padrões estéticos
internacionais.
Nesses moldes percebemos
que essas riquezas arquitetônicas neoclássicas ainda perduram em diversas
cidades brasileiras dando uma contribuição histórica e cultural relevante,
porém algumas são acometidas pelo abandono e a precariedade de conservação.
Se o Neoclassicismo
se contrapôs ao Barroco e ao Rococó em todos os níveis da nossa cultura
rasileira, na arquitetura no Estado do Ceará, teve a sua importância em
diversos lugares, como é o caso do Teatro São José, Estação João Felipe, dentre
outros.
Imagem: Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=esta%C3%A7%C3%A3o+jo%C3%A3o+felipe+fortaleza&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjg2dOTu4PaAhXOtlkKHazbAE4Q_AUICygC&biw=1517&bih=707#imgrc=Liq_HqF6mdOonM:>
Acesso em: 21/03/20118
Estação João Felipe
Localizada na região central de Fortaleza próxima ao litoral
a Estação João Felipe está situada na zona central de Fortaleza, sua planta foi
projetada por volta de 1800 sob a responsabilidade do engenheiro Henrique
Fugare, um austríaco residente no Brasil. Seu espaço físico compreende por “quarenta
metros de comprimento, doze metros de largura e oito metros de altura” (ALVES,
2017).
Para Garcia (2014), a Estação João Felipe foi construída em uma área onde havia o Cemitério São Cassimiro e devido ao abandono 1877, parte dos restos mortais foram exumados e transferidos para o Cemitério São João Batista. Por ocasião do ciclo produtivo do algodão fez-se necessária a construção de uma via férrea que interligasse a zona algodoeira do Estado à região portuária de Fortaleza, pois a mesma era imprescindível para o crescimento econômico brasileiro em plena Era Industrial.
A construção da Estrada de ferro de Baturité como foi chamanda, é conhecida como a primeira linha férrea cearense – (1873) a “Estação Central foi construída sobre túmulos antigos” usando-se “mão de obra escrava e de retirantes da seca”, (GARCIA,2014),sendo assim considerada uma versão neoclássica provinciana.
Para Garcia (2014), a Estação João Felipe foi construída em uma área onde havia o Cemitério São Cassimiro e devido ao abandono 1877, parte dos restos mortais foram exumados e transferidos para o Cemitério São João Batista. Por ocasião do ciclo produtivo do algodão fez-se necessária a construção de uma via férrea que interligasse a zona algodoeira do Estado à região portuária de Fortaleza, pois a mesma era imprescindível para o crescimento econômico brasileiro em plena Era Industrial.
A construção da Estrada de ferro de Baturité como foi chamanda, é conhecida como a primeira linha férrea cearense – (1873) a “Estação Central foi construída sobre túmulos antigos” usando-se “mão de obra escrava e de retirantes da seca”, (GARCIA,2014),sendo assim considerada uma versão neoclássica provinciana.
Característica da
Arquitetura
Com as contínuas reformas em 1946 passou a ser chamada de
Estação Ferroviária João Felipe, sua arquitetura estilo neoclássico tem como
principais características um pavimento com fachadas contíguas, possuem
fenestração com arremates de cornijas e platibandas; em seu pórtico, as entradas
se apresentam em arcos plenos (estilo românicos), podemos ainda perceber que o seu
pórtico é semelhante ao Parthenon da Grécia.
Seu frontão é feito em alto relevo, com telhados inclinados para os lados com coroamento triangular com um relógio na parte central; frisos quatro meias colunas dóricas, maciças, embutidos, pilares de sustentação. Apresente-se com simetria, planta quadrada e retangular em uma elevação com escadaria em quatro degraus na fachada principal.
Nas laterais segue uma fachada retangular, aos dois lados da fachada principal existem dezesseis janelões arqueados em madeira e vidros no estilo românico, além da clareza na pintura a linearidade, com nitidez nos contornos. De modo que foram respeitados os aspectos estéticos neoclássicos que incluem o equilíbrio, a economia, a moderação e a racionalidade exigidas nos padrões da arte greco-romana da Antiguidade.
Na parte interna existe uma ampla área retangular por onde circulavam os passageiros, além dos galpões hoje desativados local de acesso das locomotivas à bem pouco tempo. Infelizmente, apesar de esse edifício ter sido tombado pelo (IPAM) Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, essa edificação está desativada desde 2014 a espera algum projeto que preserve e revitalize essa riqueza arquitetônica neoclássica brasileira.
Seu frontão é feito em alto relevo, com telhados inclinados para os lados com coroamento triangular com um relógio na parte central; frisos quatro meias colunas dóricas, maciças, embutidos, pilares de sustentação. Apresente-se com simetria, planta quadrada e retangular em uma elevação com escadaria em quatro degraus na fachada principal.
Nas laterais segue uma fachada retangular, aos dois lados da fachada principal existem dezesseis janelões arqueados em madeira e vidros no estilo românico, além da clareza na pintura a linearidade, com nitidez nos contornos. De modo que foram respeitados os aspectos estéticos neoclássicos que incluem o equilíbrio, a economia, a moderação e a racionalidade exigidas nos padrões da arte greco-romana da Antiguidade.
Na parte interna existe uma ampla área retangular por onde circulavam os passageiros, além dos galpões hoje desativados local de acesso das locomotivas à bem pouco tempo. Infelizmente, apesar de esse edifício ter sido tombado pelo (IPAM) Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, essa edificação está desativada desde 2014 a espera algum projeto que preserve e revitalize essa riqueza arquitetônica neoclássica brasileira.
Esta foi um das atividades de História da Arte - Tema abordados no Curso de Licenciatura da UECE/UAB-
Por Lia Batista
Bibliografia:
Por Lia Batista
Bibliografia:
ARTE, Fans de história. Missão Francesa. 2018 Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-19/missao-francesa/
arquiteturadobrasil.wordpress.com/arquitetura-neoclassica-no-brasil/> Acesso em:
22/03/2018
GARCIA, Fátima. Estação João
Felipe. 2014 Disponível em: <http://www.fortalezaemfotos.com.br/2014/01/estacao-joao-felipe.html>. Acessoe em: 22/03/2018
ALVES, Valdecy. Estação
Ferroviária João Felipe. 2017
Disponível em: <http://valdecyalves.blogspot.com.br/2017/06/estacao-ferroviaria-joao-felipe.html> Acesso em: 22/0/018
MADEIRA,Vanessa. Diário do Nordeste. Centenária Estação João Felipe fecha e dá
lugar a novos percursos. 2014.
MIRANDA,
Dilmar Santos, História
da Arte I. Da arte rupestre ao neoclassicismo. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE). 2010.
Imagem Estação João Felipe
Disponível em: <Ihttps://www.google.com.br/search?q=esta%C3%A7%C3%A3o+jo%C3%A3o+felipe+fortaleza&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjg2dOTu4PaAhXOtlkKHazbAE4Q_AUICygC&biw=1517&bih=707#imgrc=Liq_HqF6mdOonM:>
Acesso em: 2/03/20118
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