É um projeto de empreendedorismo socioambiental, atuante no campo das Artes Visuais, escrita criativa (prosa e verso), economia circular e práticas ESG. Objetivo: fomentar práticas de empreendedorismo socioambiental com mulheres periféricas por meio da cultura visual fortalecendo o potencial criativo com foco no meio ambiente. Atividades: Exposições de arte, oficinas de pintura, artesanato ecológico, customização, palestras sobre educação ambiental e empoderamento feminino.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

ESTAÇÃO JOÃO FELIPE--CE-ARQUITETURA NEOCLÁSSICA NO BRASIL

       
          No século XVIII muitos acontecimentos mudaram o rumo da história da humanidade. O Neoclassicismo ou Academicismo foi um dos movimentos que teve seu início na Europa, precedeu ao Rococó e antecedeu ao Romantismo e ocorreu entre o fim do século XVIII e o início do século XIX.  Nesse contexto, diversas mudanças e invenções de grandes proporções contribuíram para novas conquistas influenciando inclusive na criação artística europeia.
           Frente a essas mudanças, a Revolução Francesa e a Revolução industrial contribuíram significativamente para o fortalecimento da economia europeia culminando na queda do Império de Napoleão Bonaparte. Com a invasão do exército de Napoleão Bonaparte à Portugal, D. João VI rei de Portugal decide (com o apoio da Inglaterra) transferir-se com toda a corte e o poder de Portugal para o Brasil.
                 Com a chegada de D. João VI com a corte, a família real para o Brasil a princípio hospeda-se em Salvador (1808) seguindo em poucos dias para o Rio de Janeiro, trazendo em sua bagagem recursos inovadores para o desenvolvimento sociocultural e econômico da nova metrópole.


Vídeo: Missão Francesa: <https://www.youtube.com/watch?v=X98aTU7UIdA> Acesso em: 23/03/2018
           
             Missão Artística Francesa
Com a queda de Napoleão Bonaparte na França D. João VI resolve contratar um grupo de artistas franceses que pretendia sair da França, e com o apoio de Napoleão o grupo chega ao Brasil com ideia de modernização, sob o título de Missão Artística Francesa liderada por Jacques Le Breton com vasta experiência na Academia Francesa de Belas Artes.
Em 1816, com a chegada do grupo de artistas franceses D. João VI pretende inovar em todas as áreas, inclusive nas artes adotando as características da arte greco-romana usada na Europa. A missão do grupo era que os artistas representassem em suas obras o cotidiano da nova sede, cenas indígenas, animais típicos e paisagens em suas expressividades artísticas.
Assim, vários instrumentos relacionados à arte foram criados com o apoio de D. João VI, dentre eles a Academia Imperial de Belas Artes a Biblioteca Nacional, abertura dos portos, Banco do Brasil, dentre outros. Por volta de 1826, as primeiras manifestações do Neoclassicismo surgem no Brasil formando novos alunos para as artes e ofícios artísticos.
Os novos alunos da academia seguiriam uma concepção dentro dos padrões estéticos da Antiguidade e Renascentistas, porém com características onde o ideal de beleza não tentasse imitar a realidade, mas que tivesse a imitação nos clássicos, portanto o equilíbrio, a economia, a moderação e a racionalidade deveriam ser respeitados.
Logicamente, que as reações por parte dos brasileiros foram desfavoráveis às novas mudanças, todavia os princípios do Barroco seriam abandonados, tanto na pintura, na literatura e arquitetura, portanto uma nova concepção cultual estaria por vir. Na arquitetura, por exemplo: August Grandean de Montigny  ousa na edificação residencial adaptando a “estética neoclássica” ao clima tropical (1776-1850) (MIRANDA, 2010).
Da mesma forma a arquitetura Neoclássica brasileira seguiu dentro dos mesmos padrões neoclássicos europeus, porém divida em duas versões: o “neoclássico oficial” e a “versão provinciana, simplificada”. A versão provinciana simplificada era construída por escravos, enquanto a versão oficial era desenvolvida nos centros maiores, no litoral e os materiais utilizados eram importados nos padrões estéticos internacionais.
Nesses moldes percebemos que essas riquezas arquitetônicas neoclássicas ainda perduram em diversas cidades brasileiras dando uma contribuição histórica e cultural relevante, porém algumas são acometidas pelo abandono e a precariedade de conservação.
Se o Neoclassicismo se contrapôs ao Barroco e ao Rococó em todos os níveis da nossa cultura rasileira, na arquitetura no Estado do Ceará, teve a sua importância em diversos lugares, como é o caso do Teatro São José, Estação João Felipe, dentre outros.
Imagem: Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=esta%C3%A7%C3%A3o+jo%C3%A3o+felipe+fortaleza&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjg2dOTu4PaAhXOtlkKHazbAE4Q_AUICygC&biw=1517&bih=707#imgrc=Liq_HqF6mdOonM:>
                                                                                   Acesso em: 21/03/20118
Estação João Felipe
Localizada na região central de Fortaleza próxima ao litoral a Estação João Felipe está situada na zona central de Fortaleza, sua planta foi projetada por volta de 1800 sob a responsabilidade do engenheiro Henrique Fugare, um austríaco residente no Brasil. Seu espaço físico compreende por “quarenta metros de comprimento, doze metros de largura e oito metros de altura” (ALVES, 2017). 
Para Garcia (2014), a Estação João Felipe foi construída em uma área onde havia o Cemitério São Cassimiro e devido ao abandono 1877, parte dos restos mortais foram exumados e transferidos para o Cemitério São João Batista. Por ocasião do ciclo produtivo do algodão fez-se necessária a construção de uma via férrea que interligasse a zona algodoeira do Estado à região portuária de Fortaleza, pois a mesma era imprescindível para o crescimento econômico  brasileiro  em plena Era Industrial.
A construção da Estrada de ferro de Baturité como foi chamanda, é conhecida como a primeira linha férrea cearense – (1873) a “Estação Central foi construída sobre túmulos antigos” usando-se “mão de obra escrava e de retirantes da seca”, (GARCIA,2014),sendo assim considerada uma versão neoclássica provinciana.
Característica da Arquitetura
Com as contínuas reformas em 1946 passou a ser chamada de Estação Ferroviária João Felipe, sua arquitetura estilo neoclássico tem como principais características um pavimento com fachadas contíguas, possuem fenestração com arremates de cornijas e platibandas; em seu pórtico, as entradas se apresentam em arcos plenos (estilo românicos), podemos ainda perceber que o seu pórtico é semelhante ao Parthenon da Grécia. 
Seu frontão é feito em alto relevo, com telhados inclinados para os lados com coroamento triangular com um relógio na parte central; frisos quatro meias colunas dóricas, maciças, embutidos, pilares de sustentação. Apresente-se com simetria, planta quadrada e retangular em uma elevação com escadaria em quatro degraus na fachada principal.
Nas laterais segue uma fachada retangular, aos dois lados da fachada principal existem dezesseis janelões arqueados em madeira e vidros no estilo românico, além da clareza na pintura a linearidade, com nitidez nos contornos. De modo que foram respeitados os aspectos estéticos neoclássicos que incluem o equilíbrio, a economia, a moderação e a racionalidade exigidas nos padrões da arte greco-romana da Antiguidade.
Na parte interna existe uma ampla área retangular por onde circulavam os passageiros, além dos galpões hoje desativados local de acesso das locomotivas à bem pouco tempo. Infelizmente, apesar de esse edifício ter sido tombado pelo (IPAM) Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, essa edificação está desativada desde 2014 a espera algum projeto que preserve e revitalize essa riqueza arquitetônica neoclássica brasileira.
Esta foi um das atividades de História da Arte - Tema abordados no Curso de Licenciatura da UECE/UAB-
Por Lia Batista

Bibliografia:
GARCIA, Fátima. Estação João Felipe. 2014 Disponível em: <http://www.fortalezaemfotos.com.br/2014/01/estacao-joao-felipe.html>. Acessoe  em: 22/03/2018
ALVES, Valdecy. Estação Ferroviária João Felipe. 2017

MADEIRA,Vanessa. Diário do Nordeste.  Centenária Estação João Felipe fecha e dá lugar a novos percursos. 2014.

MIRANDA, Dilmar Santos, História da Arte I. Da arte rupestre ao neoclassicismo. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE). 2010.
Imagem Estação João Felipe
Disponível em: <Ihttps://www.google.com.br/search?q=esta%C3%A7%C3%A3o+jo%C3%A3o+felipe+fortaleza&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjg2dOTu4PaAhXOtlkKHazbAE4Q_AUICygC&biw=1517&bih=707#imgrc=Liq_HqF6mdOonM:>
 Acesso em: 2/03/20118

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