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Disponível em: <https://www.hacer.com.br/kosuth> Acesso em: 01/11/2019.
Para quem tem uma visão mais conservadora da arte pode parecer
estranho o modo extraordinário que muitos artistas usam em suas poéticas contemporâneas.
O uso de objetos do cotidiano dialogam poeticamente com a prática criativa
dentro das mais variadas manifestações que se pautam na vivência sociocultural pela
qual o artista deseja se expressar. A arte contemporânea é na verdade polêmica
e até que se encontre ou não uma resposta para o seu conceito pelo que é, e o que
ainda se pode apresentar futuramente.
Nesse contexto de diversidade de estranhezas da arte contemporânea, teve
seu início nos Estados Unidos e na Europa no período Pós Guerra afim de
provocar um rompimento com a Arte Moderna. Com os avanços científicos e tecnológicos
na segunda metade do século XX, são visíveis os avanços
nos processos pelos quais novas perspectivas surgiram com o uso de outras linguagens
no campo das Artes Visuais. (OLEQUES, 2019).
Segundo Oleques (2019), a arte contemporânea
é constituída pelas manifestações do “O Happening, a Performance, a Instalação, a Arte Conceitual, o
Minimalismo, a Body Art, a Op Art, a Pop Art e a Art Street, tendo como
destaque os artistas Andy Warhol e Roy
Lichienstein nas décadas de 60 e 70”.
Especificamente a Arte Conceitual surge para romper com o formalismo e se situar na apreciação das ideias, e desestruturar o modo de fazer arte,
onde o objetivismo prevalece valorizando o processo conceitual do artista. Para
Archer (2001 p.71), a Arte Conceitual pretende dar seguimento ao que já existe,
porém não deve ser “subordinada” a tal. Todavia tem característica ideológica
dentro do “processo de movimentos pré-planejado”. Essa ideia poderá ser “arquitetada”,
“fabricada” porém não precisa ser produzida (ARCHER,
2001 p. 78).
Assim aconteceu com a obra “Uma e Três Cadeiras” do artista Joseph Kosuth, cujo
projeto era a arte como uma “fonte de informação não como concepção estética”. E
nessa lógica, o artista expressa, além
da forma de um objeto do cotidiano, concomitantemente outras formas de leitura fugindo da formalidade estética quando
apresenta o objeto cadeira, a fotografia e escrita da palavra cadeira com seu
significado. Portanto, ele rompe com
o formalismo e se situa no conceito das ideias para descartar o
modo de fazer arte; logo, pretende questionar sobre a
compreensão das relações e seus valores (UNIVERSIA, 2012)
A Arte conceitual atua na valorização da ideia para prevalecer sobre os
aspectos físicos, texturas dos objetos; cria um ambiente circundante propício;
não se preocupa com a estrutura física dimensional; ressigifica os objetos; induz
o observador a questionamentos; é versátil quanto as elementos; dá autonomia ao
artista e ao observador sendo estes sujeitos independentes. Assim surgem as
performances, instalações artísticas, dentre outros, para compor a uma cena da arte.
Nesse caso não se
importa com a crítica porque pretende difundir a mensagem e comunicar a contrariedade,
o exagero, a ideia do não consumismo, a aversão ao mercado da arte e a lógica
para promover reflexivamente a independência do pensamento na sociedade. Logo,
os conceitos tradicionais são irrelevantes, pois aposta no “culto ao que é
chamado de anteiarte” cujo termo remete a ressignificação das formalidades no
campo das artes, rompendo com as artes clássicas para uma arte ante convencional
(ARTOUT, 2019).
Assim, a Arte
Conceitual não se prende a objetividade, mas se propõe a ultrapassar os
meandros das técnicas detalhistas para enveredar pelo seu próprio conceito. O
artista se encontra consigo mesmo mergulhando nas fantasias em torno da
expressividade “absurda” do “eu” enigmático interior que supostamente alguém
vai suscitar uma explicação convincente, ou não.
Descrever a obra, mesmo que essa são seja produzida é a principal
característica investigatória no campo da arte contemporânea em especial a Arte
Conceitual. Essa ideia não se restringe a espaços físicos das galerias e ambiente
museológico. O espaço cibernético e outros suportes estarão sempre propício
para tal atuação criativa desses artistas aos quais fogem do tradicional para reverberar novos conceitos e desmistificar o modo preconceituoso de se fazer
arte.
Vídeo.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=hMW2E1-5JB4> Acesso em: 01/11/2019.
Esse artigo é parte das atividades propostas no curso de Licenciatura em Artes Visuais da UAB/UECE-Maracanaú.
BIBLIOGRAFIA
ARTE Conceitual. Arte Escola. Documenta Vídeo Brasil. Produção Patricia Roman. Artur Azevedo. 01out 2013. VÍDEO
ARTE Conceitual. ARTOUT, 2019.
Disponível em:<https://artout.com.br/arte-conceitual/
> Acesso em: 01/11/2019.
ARCHER, Michael - Arte Contemporânea - Uma
história concisa.pdf
July 12, 2017 | Author: Ilda Vilela | Category: N/A.
Disponível em: <http://periodicos.anhembi.br/arquivos/PTL/392580.pdf>
Acesso em: 01/11/2019.au
CONHEÇA,
Uma e Três Cadeiras.
Universia, 2012.
Disponível
em: <https://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/20. Acesso em: 01/11/2019.
OLEQUES,
Liane Carvalho.
Arte Contemporânea. InfoEscola, 2019
Disponível em: <https://www.infoescola.com/artes/arte-contemporanea/>
Acesso em: 01/11/2019.
SILVA,
Marcelo de Souza. Reflexões sobre Uma e Três Cadeiras, de Joseph Kosuth. HACER - História da Arte e da Cultura: Estudos e Reflexões,
Porto Alegre, 2019. Disponível em: <http://www.hacer.com.br/kosuth>.
Acesso em: 01/11/2019.
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