É um projeto de empreendedorismo socioambiental, atuante no campo das Artes Visuais, escrita criativa (prosa e verso), economia circular e práticas ESG. Objetivo: fomentar práticas de empreendedorismo socioambiental com mulheres periféricas por meio da cultura visual fortalecendo o potencial criativo com foco no meio ambiente. Atividades: Exposições de arte, oficinas de pintura, artesanato ecológico, customização, palestras sobre educação ambiental e empoderamento feminino.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

ARTE CONCEITUAL




Imagem:
Disponível em: <https://www.hacer.com.br/kosuth> Acesso em: 01/11/2019.

Para quem tem uma visão mais conservadora da arte pode parecer estranho o modo extraordinário que muitos artistas usam em suas poéticas contemporâneas. O uso de objetos do cotidiano dialogam poeticamente com a prática criativa dentro das mais variadas manifestações que se pautam na vivência sociocultural pela qual o artista deseja se expressar. A arte contemporânea é na verdade polêmica e até que se encontre ou não uma resposta para o seu conceito pelo que é, e o que ainda se pode apresentar futuramente.
Nesse contexto de diversidade de estranhezas da arte contemporânea, teve seu início nos Estados Unidos e na Europa no período Pós Guerra afim de provocar um rompimento com a Arte Moderna. Com os avanços científicos e tecnológicos na segunda metade do século XX, são visíveis os avanços nos processos pelos quais novas perspectivas surgiram com o uso de outras linguagens no campo das Artes Visuais. (OLEQUES, 2019).
 Segundo Oleques (2019), a arte contemporânea é constituída pelas manifestações do “O Happening, a Performance, a Instalação, a Arte Conceitual, o Minimalismo, a Body Art, a Op Art, a Pop Art e a Art Street, tendo como destaque os artistas Andy Warhol e Roy Lichienstein nas décadas de 60 e 70”.
Especificamente a Arte Conceitual surge para romper com o formalismo e se situar na apreciação das ideias, e desestruturar o modo de fazer arte, onde o objetivismo prevalece valorizando o processo conceitual do artista. Para Archer (2001 p.71), a Arte Conceitual pretende dar seguimento ao que já existe, porém não deve ser “subordinada” a tal. Todavia tem característica ideológica dentro do “processo de movimentos pré-planejado”. Essa ideia poderá ser “arquitetada”, “fabricada” porém não precisa ser produzida (ARCHER, 2001 p. 78).
Assim aconteceu com a obra “Uma e Três Cadeiras” do artista Joseph Kosuth, cujo projeto era a arte como uma “fonte de informação não como concepção estética”. E nessa lógica,  o artista expressa, além da forma de um objeto do cotidiano, concomitantemente outras formas de  leitura fugindo da formalidade estética quando apresenta o objeto cadeira, a fotografia e escrita da palavra cadeira com seu significado. Portanto, ele rompe com o formalismo e se situa no conceito das ideias para descartar o modo de fazer arte; logo, pretende questionar sobre a compreensão das relações e seus valores (UNIVERSIA, 2012)
  A Arte conceitual atua na valorização da ideia para prevalecer sobre os aspectos físicos, texturas dos objetos; cria um ambiente circundante propício; não se preocupa com a estrutura física dimensional; ressigifica os objetos; induz o observador a questionamentos; é versátil quanto as elementos; dá autonomia ao artista e ao observador sendo estes sujeitos independentes. Assim surgem as performances, instalações artísticas, dentre outros, para compor a uma cena da arte.

Nesse caso não se importa com a crítica porque pretende difundir a mensagem e comunicar a contrariedade, o exagero, a ideia do não consumismo, a aversão ao mercado da arte e a lógica para promover reflexivamente a independência do pensamento na sociedade. Logo, os conceitos tradicionais são irrelevantes, pois aposta no “culto ao que é chamado de anteiarte” cujo termo remete a ressignificação das formalidades no campo das artes, rompendo com as artes clássicas para uma arte ante convencional (ARTOUT, 2019).
   
Assim, a Arte Conceitual não se prende a objetividade, mas se propõe a ultrapassar os meandros das técnicas detalhistas para enveredar pelo seu próprio conceito. O artista se encontra consigo mesmo mergulhando nas fantasias em torno da expressividade “absurda” do “eu” enigmático interior que supostamente alguém vai suscitar uma explicação convincente, ou não.

Descrever a obra, mesmo que essa são seja produzida é a principal característica investigatória no campo da arte contemporânea em especial a Arte Conceitual. Essa ideia não se restringe a espaços físicos das galerias e ambiente museológico. O espaço cibernético e outros suportes estarão sempre propício para tal atuação criativa desses artistas aos quais fogem do tradicional para reverberar novos conceitos e  desmistificar o modo preconceituoso de se fazer arte.

 Saiba mais:

Vídeo. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=hMW2E1-5JB4> Acesso em: 01/11/2019.

Esse artigo é parte das atividades propostas no curso de Licenciatura em Artes Visuais da UAB/UECE-Maracanaú.




BIBLIOGRAFIA

ARTE Conceitual. Arte Escola. Documenta Vídeo Brasil. Produção Patricia Roman. Artur Azevedo. 01out 2013. VÍDEO

ARTE Conceitual. ARTOUT, 2019.
Disponível em:<https://artout.com.br/arte-conceitual/ > Acesso em: 01/11/2019.
ARCHER, Michael - Arte Contemporânea - Uma história concisa.pdf
July 12, 2017 | Author: Ilda Vilela | Category: N/A.
Disponível em: <http://periodicos.anhembi.br/arquivos/PTL/392580.pdf> Acesso em: 01/11/2019.au
CONHEÇA, Uma  e Três Cadeiras. Universia, 2012.
Disponível em: <https://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/20. Acesso em: 01/11/2019.
OLEQUES, Liane Carvalho. Arte Contemporânea. InfoEscola, 2019
Disponível em: <https://www.infoescola.com/artes/arte-contemporanea/> Acesso em: 01/11/2019.
SILVA, Marcelo de Souza. Reflexões sobre Uma e Três Cadeiras, de Joseph Kosuth. HACER - História da Arte e da Cultura: Estudos e Reflexões, Porto Alegre, 2019. Disponível em: <http://www.hacer.com.br/kosuth>. Acesso em: 01/11/2019.

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