É um projeto de empreendedorismo socioambiental, atuante no campo das Artes Visuais, escrita criativa (prosa e verso), economia circular e práticas ESG. Objetivo: fomentar práticas de empreendedorismo socioambiental com mulheres periféricas por meio da cultura visual fortalecendo o potencial criativo com foco no meio ambiente. Atividades: Exposições de arte, oficinas de pintura, artesanato ecológico, customização, palestras sobre educação ambiental e empoderamento feminino.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

ANTONIO BANDEIRA


ECLIPSE
Imagem 1:
Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra63922/eclipse> Acesso em: 21/03/2019
                Antônio Bandeira nascido em Fortaleza-CE nasceu em 1922 foi considerado um dos maiores artistas reconhecido internacionalmente. Ainda na infância sua vocação era visível passando a se destacar como desenhista, gravador e pintor e autodidata  nas artes plásticas. Em Fortaleza sua desenvoltura também o fez criar juntamente com Mário  Baratta  (1941) e outros artistas, o Centro Cultural de Belas Artes que após três anos viria a ser a SCAP-Sociedade Cearense de Artes Plásticas. Transferindo-se em 1945 para o Rio de Janeiro para vislumbrar outros caminhos iniciando-se nas exposições individuais,  indo estudar em Paris. E nessa trajetória que o artista vislumbrou mundo a fora conquistando vários prêmios deixando seu legado.(FELDMAN, 2018)
 Um artista de muitas cores, traços, pinceladas fortes, respingos e espatuladas; Antônio Bandeira é um caso poético com a pintura brasileira e a liberdade abstracionista. Sem preocupação com o academismo mergulha em sua proposta pictórica expressando a grandiosidade dos sentimentos obscuros do olhar convencional da sociedade para ser um mestre “autodidata” à frente do seu tempo (FELDMAN, 2018).
Segundo Lisboa (2019), na infância sua inspiração se dava pela liberdade de brincar entre as árvores e a vivencia na fundição de seu pai, visto que a mistura de cores obtidas pelo artista devia-se à do derretimento obtidos entre ferro e bronze.
 Apesar de ter tido aulas de desenho nessa fase a cópia seria o princípio a despertar-lhe o talento para outras técnicas posteriormente na vida adulta. Reconhecido internacionalmente com várias exposições, o cearense foi merecedor de vários prêmios que marcaram sua carreira.
Suas obras expressionistas abstratas transcendem aos emaranhados de tintas para que o apreciador vislumbre um mundo de expectativas e mistérios com movimentos ora gestuais, ora cadenciados que refletem um universo cósmico em constante transformação, fruto das vivências contidas na infância e que afluíram poeticamente do seu interior cheio de magia, natureza e multiculturalismo às vezes implícitos.
Com técnicas e experimentações variadas com guaches, aquarelas, óleo e outros, Bandeira conseguiu mostrar sua arte mundo a fora com inovações que nos inspira até hoje. Muitas obras continuam provocando reflexões em torno desse artista detentor de várias linguagens e códigos carregados de figurativismo e abstrações dentro do seu lirismo poético singular.

Uma de suas muitas obras, Eclipse é construída dentro da abstração informal gestual que representa o universo em constante movimento. Certamente o artista se debruçou intuitivamente em etapas para essa produção, pois a pintura em óleo tem uma secagem lenta; assim, para obter os efeitos nítidos das cores sobrepostas ele precisava esperar a secagem das camadas anteriores. Ao fundo, entretanto, os tons em azuis, branco, com alguns esfumaços de verde, rosa, vermelho e preto sugerem a expansão com seus mistérios infinitamente belos.  O elemento central em vermelho e amarelo irradia uma energia impetuosa cercada de significâncias que dentro de sua orbita pulsante se funde aos astros para inquietar o olhar do espectador como se fosse saltar da tela.
Os respingos foram feitos com a tela na horizontal tendo em vista que a tinta não escorre enquanto os traçados descontínuos em vários sentidos dialogam entre si e evidenciam a identidade e um equilíbrio qualitativo de um artista com experiência e vivencia poética aprimorada.



A GRANDE CIDADE ILUMINADA
Imagem 2:

Os códigos visuais desta obra se apresentam variados e em sua maioria estão disposto  uniformemente ao longo de toda a superfície do plano. Ao observá-la podemos inferir que se trata de uma obra abstrata, porém “não se limita apenas o que ela mostra ou simboliza, pois muitas vezes ela se completa com aquilo que nela vemos” (COSTELLA, 1997, p. 51).
Nesse sentido, o artista não estava preocupado em passar essa manifestação simbólica, pois a meu ver ele pretende explicitar seu sentimento de liberdade se movendo entre as cores primárias e traçados como se estivesse tramitando dentro de uma intimidade sensível e ao mesmo tempo expressional, logo ele não tem preocupação com a leitura do expectador, pois emerge intuitivamente em uma cidade imaginária vista aérea.
De acordo com Itaú Cultural (2019), “A Grande Cidade Iluminada” é uma obra em óleo sobre tela; em minha opinião tem a possibilidade de ter sido pintada na horizontal sobre uma superfície plana, pois os respingos nos permitem fazer essa inferência, pois não há escorrimento de tinta. Pelo que vejo, as cores primárias se misturam levemente na formação da base, provavelmente feita com o uso de pinceis para a primeira etapa e após a secagem o uso camadas espatuladas ou pincel chato e largo entre azul e vermelho que preenchem quase que toda a superfície; a finalização acontece com as sobreposições das cores intercaladas entre amarelo e preto na forma de respingos com aparentes linhas gestuais descontínuas em vários sentidos, portanto de difícil reprodução.
  Para o apreciador, as cores e formas induzem a deslocamento da visão em todos os sentidos sem causar incômodo, assim ele pode fazer várias leituras em busca de alguma resposta e a qualquer tempo. No meu entender o artista se conduziu intuitivamente não se preocupando com o resultado final. Provavelmente ele tenha se inspirado em alguma metrópole vista na parte superior ele tenha colocado o título depois de toda a conclusão. 


GUACHE COM AS MÃOS


               Guache sobre papel cartão é mais uma experimentação ousada de Antônio Bandeira, apesar transparecer uma abstração, o artista segue ao esboço prévio idealizando perspectivas tradicionais embora as cores definam um leve figurativo de uma paisagem com montanhas, caminhos, profundidade e luz.
De acordo com Carolpaolars (2013), “artistas deixam a perspectiva tradicional e criam formas no ato da pintura” dessa maneira exprimem os sentimentos utilizando “manchas e grafismo”. Nesse caso, Bandeira substitui os pincéis ou espátulas pelo uso das mãos para construir essas manchas e o guache com água em abundancia sobre papel cartão para essa produção aparentemente nostálgica.
                             
Se a liberdade de Bandeira se debruça a várias poéticas, analisar e contextualizar suas obras será sempre um desafio. Dessa forma, o artista nos instiga continuamente as refletir sobre as relações com o mundo dos sentimentos mais significativos e obscuros dos viventes.

OBS: Este artigo é parte de atividades da Disciplina de Arte e Cultura Brasileira do curso de Licenciatura em Artes Visuais da UAB/UECE.

CITAÇÃO: BATISTA, Lia. Antônio Bandeira. Abr 2019. Disponível em: <https://ecoarteliabatista.blogspot.com/b/post-preview?token=APq4FmAKhdPo14UTb-U-7kgbxRDEkUWTSrDpHzcY2x1bLSF10fsaBjXsOLL_aaNrM10LNzo5n2BHy3zQL-DNI3b3dC54gIBqO59nyk8GJyZVmY8nizqfD8979YDnpsyqZogH0yueGTRU&postId=3146722701056901911&type=POST

BIBLIOGRAFIA


A Grande Cidade Iluminada. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra4585/a-grande-cidade-iluminada>. Acesso em: 22 de Mar. 2019. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7.
CAROLPAOLARS. Abstracionismo Formal e Informal. Yeixst Blog.
COSTELLA, F. Antônio. Para Apreciar a Arte. Roteiro Didático. Ed. 3. São Paulo. Editora SENAC.1997.

ECLIPSE . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra63922/eclipse>. Acesso em: 21 de Mar. 2019. Verbete da Enciclopédia.

ISBN: 978-85-7979-060-7

FELDMAN, Carlos. Biografia. Instituto Antônio Bandeira. Disponível em: <http://www.institutoantoniobandeira.com.br/biografia> Acesso em: 20/03//2019

LISBOA, James. Antônio Bandeira.  Escritoriodearte.com > Artistas >
Disponível em: <https://www.escritoriodearte.com/artista/antonio-bandeira Acesso em: 221/03//2019.

MESTRE VITALINO-DO BARRO À FAMA


 Vídeo: 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NcNh5FN16uI> Acesso em: 16/03/2019
                   

             A multiculturalidade é uma característica que está presente na formação de  qualquer sociedade; processo este  resultante da migração de outras etnias por meio de uma “trama de diversidade” (ASSUNÇÃO; VASCONCELOS, 2015 p. 134), que  reflete diretamente na aquisição dos  valores e costumes  constituídos ao longo do tempo.
                    No Brasil, por exemplo, essa trama multicultural se correlaciona diretamente a presença de índios, migrantes europeus e africanos por ocasião da colonização portuguesa a partir do século XVI. As culturas europeias e africanas mudaram significativamente os hábitos dos nativos formando uma nova cultura que reflete no cotidianamente nossa sociedade.
              Com toda essa contribuição a arte brasileira teve seu desenrolar baseado em diversas correntes artísticas chegando a construir sua própria identidade com a semana de arte moderna de 1922.
Desde então o multiculturalismo tem uma perspectiva estética que tenta associar a expressividade artística e cultural como herança primordial de índios, africanos e europeus.     Segundo Bylaardt et all. 2019, a cultura do “trabalho em barro” no Brasil é originária dos “índios aborígenes” antes da colonização portuguesa, cabendo aos colonizadores a estruturação e concentração de mão-de-obra.
               Neste sentido, muitos artistas desprezaram a originalidade harmônica dos estilos clássicos para desvencilhar outras poéticas artísticas com tendência regionalista. O Mestre Vitalino, por exemplo, percorre dentro do multiculturalismo brasileiro por abordar a o cotidiano do sertanejo com a arte do barro. 
               Segundo Frazão (2016), desde a infância Mestre Vitalino se aventurou no manuseio do barro como um objeto lúdico; segundo ela “mais tarde tornaria ser sua arte, e o tornaria famoso”. Natural de Caruaru-PE, o artesão expressa mundo a fora a riqueza cultural brasileira especialmente do Nordeste com suas agruras, seus contrastes sociais e históricos.
                 E nesse contexto, não se esquivava ao arrancar da maleabilidade da terra fria suas tessituras estéticas.  Amassar com veemência o seu material escultórico o levou a produzir muitas obras e expô-las na Feira de Caruaru, consagrando-se como Artista Popular em várias exposições posteriormente. O que transparecia insignificante foi revelador para um filho de lavrador e uma artesã. A produção de pequenos bonecos e animais era feita com sobras de barro das panelas utilitárias feitas por sua mãe, porém, logo se transformaram em sucesso de vendas na feira. (FRAZÃO, 2016).
                  A musicalidade com o uso pífano o fazia encantador e mestre, porém o maior destaque viria ser a arte expressionista e figurativa com o barro. “A Casa de farinha” retrata o cotidiano regionalista com a mandioca como herança indígena.  Vale salientar que, intuitivamente a plasticidade dos movimentos e a precisão nos cortes expressam a consistência na habilidade com o material dialogando com suas origens.  Para desbastar suas obras o artista usava as mãos, penas, pedaços de madeira e materiais simples da sua região.

                   A técnica utilizada nesta escultura é a cerâmica policromada, isto é, tem várias tonalidade em uma mesma peça e geralmente com cores modernas. O artista comunga com elementos            multiculturais quando dialoga com o cotidiano rural nordestino, figuras populares, vaqueiro, bois, família de retirantes, festas, cangaço, religião, etc.


                       CASA DE FARINHA


Imagem:
Disponível em:
Acesso em: 13/03/2019
Técnica: Cerâmica Polocromada Tam. 30cmx23.50-Acervo Museu do Homem do Nordeste

                               RETIRANTES


Escultura em barro cozido-Tam. 17.5cmx30cm.
Imagem: Disponível em: <https://www.levyleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=303872> Acesso em: 13/03/2019.

                             Esta escultura reflete a angústia das miseráveis famílias nordestinas em busca de sobrevivência rumo à região Sudeste. Semelhantemente a obra de Cândido Portinari e aos escritores como, Raquel de Queiróz, Graciliano Ramos, dentre outros.
                                     CEIA

Imagem:
Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra63529/ceia>. Acesso em: 13 de Mar. 2019.
Técnica: Cerâmica policromada-Tamanho 14cmx24cm-

              Já a Ceia é uma escultura policromada a meu ver retrata um dia de festa, fartura, mesa arrumada, um jantar de casamento nordestino com a presença do padre, convidados especiais. E é nessa perspectiva que as influências da cultura brasileira vêm se conduzindo admiravelmente como resultante dos movimentos migratórias de outras raças formando essa “trama de diversidade” (ASSUNÇÃO; VASCONCELOS, 2015 p. 134), que  enriquece nosso gente, embora ainda pouco reconhecedor dessa propriedade.

Este texto é parte de atividades da disciplina Arte e Cultura Brasileira oferecida no Curso de Licenciatura em Artes Visuais da UAB/UECE. 

Referenciar

BARBOSA, Batista Eliane. Mestre Vitalino-arte do barro. 2019.
Disponível em: <https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8886927960691800423#editor/target=post;postID=2514941095223676579>


BIBLIOGRAFIA
BYLAARDT, M. P. et al. Tecnologia. ARTESANATO, Projeto Experimental. 2019. Disponível em: https://www.eba.ufmg.br/alunos/kurtnavigator/arteartesanato/origem.html Acesso em: 1603/2019

CASA de Farinha. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra63534/casa-de-farinha>. Acesso em: 14 de Mar. 2019. Verbete da Enciclopédia.

ISBN: 978-85-7979-060-7


CEIA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra63529/ceia>. Acesso em: 13 de Mar. 2019. Verbete da Enciclopédia.

ISBN: 978-85-7979-060-7.

 

FRAZÃO, Dilva. Mestre Vitalino. Artista popular brasileiro. Rio de Janeiro. 2019.

Disponível em: < https://www.ebiografia.com/mestre_vitalino/> Acesso em: 13/03/2019.

RETIRANTES. Franklin Levy. Leiloeiro Oficial. V6.1. Rio de Janeiro.2019.
Disponível em: <https://www.levyleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=303872> Acesso em: 13/03/2019.
VÌDEO:
VITALINO, ESCOLA SÃO DOMINGOS, 2013, 52.02min, som.,color. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NcNh5FN16uI> Acesso em: 16/03/2019.s





quinta-feira, 11 de abril de 2019

VÓ LUIZA-LONGEVIDADE E CUIDADOS ALÉM DA ESTÉTICA.

             

               Idade não é pretexto para a pessoa idosa se inativa. Chegar aos 95 anos de parece um tanto distante quando estamos na flor da idade. O Brasil está envelhecendo. Em um futuro bem próximo teremos um aumento expressivo de pessoas idosas; isto fruto da busca pela qualidade de vida e a decrescente taxa de natalidade. Há de se questionar o quanto precisamos fazer valer os direitos garantidos pelo Estatuto do Idoso, que além de ser moderno não é cumprido em sua totalidade.
                De acordo com Thaty (2017), o após os 60 anos manter a autonomia e independência está ligada diretamente a qualidade de vida e é dessa forma que o idoso permanece ativo desde que esteja inserido em práticas cotidianas que evitem o isolamento, a tristeza e por conseguinte a depressão. As atividades físicas, artísticas, a interatividade e companhias agradáveis são essenciais, sobretudo o carinho e o afeto familiar.
                É doloroso saber que muitos idosos são abandonados em asilos mesmo tendo familiares na mesma região. Eu mesma já visitei algumas entidades de acolhimento de idoso em que os colaboradores acolhem muitos perambulando pelas ruas, famintos, descalços e maltrapilhos. Que respeito podemos ter por aqueles que contribuíram com essa sociedade e que quando chegam em uma certa idade são usurpado de seus direitos? Será que a idade não vai chegar para nós que almejamos ter uma velhice?
                 A educação é a resposta para esas perguntas. Não necessariamente precisar ser uma família de classe alta, tendo em vista que muitos idosos vivem nas periferias das grandes metrópoles em suas calçadas e praças a jogarem conversa fora; atividades os levam a fazer crochê, jogar baralhos e fazer caminhadas. Às vezes as pessoas perguntam se eu faço arte porque já estou pensando na velhice e eu respondo que ela está a caminho.
                Cada dia percebo que essas atividades podem prolongar os anos e aliviar alguns transtornos recorrentes da longevidade. Um exemplo é o trabalho que acompanho com algumas idosas e vejo como estas anestesiam um pouco as dores. 
                  A arte trabalha a sensibilidade e dignifica o ser humano. As práticas artísticas quando bem orientadas alivia a tristeza, melhora a autoestima e as empoderam. 
        A Vó Luiza (95 anos) pode ser um exemplo de vida para todos nós. Apesar de doenças degenerativas como pressão alta, diabetes e artrose se mantém ativa com exercício físicos ao acordar, com a produção das bonecas de pano,  fuxico, a pintura e a vontade de aprender sempre; tudo isso regado de muita conversa com a vizinhança, atividades religiosas e o carinho da família.  
               “Por seis anos consecutivos, a Holanda foi apontada por ter o melhor sistema de saúde entre 35 países da Europa os idosos também vivem melhor do que os de outros países” Se nossos avós viviam 30 anos menos que nós, desde já precisamos colocar em pauta a discussão  sobre a essa tal  longevidade. “Especialistas alertam que o Brasil vai envelhecer antes de enriquecer, e isso aumenta os desafios” (THATY, 2017). Já que enriquecer parece utópico para a população brasileira, nada melhor que mudar o foco e pensar em outras alternativas para a idoneidade. Precisamos de alternativas viáveis para ocupar e cuidar dos nossos idosos. Respeito carinho, atividades que os mantenham lúcidos.
             Além de todos esses cuidados a saúde fragilizada do idoso precisa ser alcançada com amplitude pelas políticas públicas. “Hoje, 12,5% dos cerca de 50 milhões de usuários de planos têm 60 anos ou mais. Quase 90% sofrem de algum tipo de doença crônica, como diabetes, artroses e câncer” (CULLUCI, 2018).
                             Vale salientar que a renda do brasileiro nem sempre permite a aquisição de um plano de saúde. Dessa forma as políticas públicas precisão ser repensada.   
        
         No SUS, os gastos com o envelhecimento poderão atingir R$ 115 bilhões por ano em 2030, hoje estão em torno de R$ 45 bilhões anuais. Atualmente, 70% dos idosos dependem exclusivamente do sistema público. (CULLUCI, 2018).

           É desafiador pensar nessa estatística e vê que em muitos países o idoso é tratado com dignidade. O que vamos fazer para mudar esse cuidado com nós mesmo no futuro? 
Se o futuro já chegou pra Vó Luíza, tal vez haja uma explicação para se manter ativa. Além da chegada dos retalhos na casa dela é sempre um motivo de festa, sua serenidade nos impressiona; Pode ser essa uma das causas que a beneficiam, pois com seus 95 anos parece não ser um peso para ela mesma, nem pra família. Neto não “apita” na vida dela. Além das artes e travessuras que faz, ainda consegue fazer uma “comidinha de vó”, lanche para quem chega e a boa tapioca com café ou chá de capim santo (como ninguém). Neste mês foi matéria da imprensa local, onde relata sua experiência com as bonecas tradicionais e os fuxicos.
Ao adquirir bonecas para a filha, olha o  carinho do repórter Márcio Dornelles, para com a  Vó Luiza?

        Fruto da onda do bem, a arte da Vó Luiza, como é carinhosamente chamada Luiza Costa, de 95 anos, ganha novos lares. Apesar da idade, ainda pinta e faz bonecas de pano para a venda. Ri ao afirmar que a visão já não é a mesma e outro dia furou o dedo costurando, mas não para. Além da renda obtida, é um incentivo para se manter ativa. (DORNELES, 2019). 

               Com certeza ela tem mais um motivo para se empoderar. 
          Portanto, envelhecer é um processo natural que deve ser encarado com inserção de boas práticas dentro de uma visão ampla dos nossos direitos e deveres. Mesmo diante das limitações que ocorre com a longevidade é preciso educar as novas gerações para que os idosos sejam bem acolhidos. Precisamos reivindicar as politicas publicas de qualidade assim como a falta de acessibilidade urbana, a saúde, dentre outra. Cuidar do idoso deve ser uma um dever de todos não uma obrigação para isso é preciso inserir sua participação contínua na sociedade,  seja na cultura, na espiritualidade, economia só assim mundo mais será mais sustentável e o idoso mais feliz.
                                                                 

a








                                               
                                                      Na rua com as amigas idosas


Visita ao Museu do Caju 16/07/2019
Ao lado da Escultura de Lia Batista com mais de 700 fuxicos feitos por Vó Luisa.

 Imagens: Francisco Paixão-16/072019

Filmagem para a TV Janfgadeiro 19/07/2019
Fazendo tapioca




Imagens: Rute Batista 19/07/2019.
Participação especial em matéria para homenaagem ao dia das vovós.

Imagens: Arquivo pessoal Lia Batista. 04/2019



Fontes:

DORNELES, Marcio. Projetos sociais fomentam lideranças políticas em bairros da Capital. Diário do Nordeste, Fortaleza, 09 abr. 2019. Política, p. 20.

GOLLUCI, Cláudia. Estudos sobre a terceira idade apontam que Brasil chegará à velhice mais pobre e menos saudável. Folha de São Paulo, São Paulo, 20 mai. 2018.

THATY, Monica. Envelhecimento: o papel do idoso ativo na sociedade e no mercado de trabalho - Bloco 3. Radio Câmera. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/radio/materias/REPORTAGEM-ESPECIAL/528095-ENVELHECIMENTO-O-PAPEL-DO-IDOSO-ATIVO-NA-SOCIEDADE-E-NO-MERCADO-DE-TRABALHO-BLOCO-3.html> Acesso em: 11/04/2019

Imagens: Lia Batista-2019. Acervo pessoal

terça-feira, 2 de abril de 2019

MOVIMENTOS E ESTILOS ARTÍSTICOS

             Resultado de imagem para arte

Imagem: Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=arte&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwi2nsnp07HhAhUAHbkGHeT2Ao8Q_AUIDigB&biw=1517&bih=694#imgrc=Se5tAqwxaNzhAM:> Acesso em: 02/04/2019
       
              Relacionar o estudo dos elementos visuais  com os movimentos e estilos artísticos abordados por  Maria Salet Rocha,  seria o mesmo que pensar o potencial do artista com toda sua capacidade criativa, adequando naturalmente a um estilo ou movimento artístico.  Sabemos que os princípios das Artes Plásticas residem em seus elementos estes são imprescindíveis para a corporificação das composições artísticas. 
                Assim podemos citar: as  linhas e suas derivações; a superfície e suas duas dimensões; a cor e a luz, onde sem a mesma só restaria a escuridão e o volume que é formado por linhas e superfícies que somados à  luz  e cor  formam uma figura tridimensional, formando a percepção artística volumétrica.
            Na realidade os elementos abordados acima foram se desenvolvendo ao longo da história, juntamente com a formação do homem uma adequação à realidade  temporal e espacial. Vejamos a Pop Art, ou arte popular, que teve seu início na Inglaterra, manifestou-se mais  intensamente nos Estados Unidos, esta corrente artística incorpora as idéias irreverentes da época, o dadaísmo. 
          No Brasil por exemplo, podemos associar o estilo Barroco a uma situação social de nossa  época, em que o Brasil por ser um país místico teve uma identidade cultural com o Barroquismo,  preenchendo todas as características, tornando-se um solo cultural fértil para superar as diversas outras manifestações culturais existentes no país.  
        Já o  Cubismo surge com mais ênfase na França, este ousava  alterar a maneira de ser da perspectiva, tratava de decompor, para indicar liberdade, o que continua até hoje enquanto o Construtivismo e o Suprematismo Russo, surgem como elementos de  Revolução, violência e arte. 
     Todavia, o Impressionismo francês buscava novas formas de representar o mundo. O Expressionismo  e impressionismo; no Brasil, o expressionismo foi fortalecido através das obras de Cândido Portinari.  Romantismo, Naturalismo, Realismo e Neoclassicismo e outros, formavam movimentos artísticos que ditavam as relações dialéticas de cada época.
            Seria coerente pensar que os movimentos e correntes  abordadas pela autora influenciam até hoje as mais diversas práticas artísticas, pois seja qual  for ela, considero ferramentas essenciais de apoio técnico nas práticas e vivências de qualquer profissional das artes visuais. Portanto o artista será sempre o protagonista de seu tempo independentemente de qualquer estilo ou movimento que retrate em suas obras.
          "Com base na compreensão desse fato, é possível dimensionar a incrível capacidade de criação e interpretação do homem-artista, uma vez que a energia criadora que o move também é infinita e permanentemente mutável" (UNIVERSIA,2019).

Fontes:

ROCHA, F. Maria da Salet, Fundamentos das Artes Plásticas .2ª Edição 2011. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE).

O QUE É ARTE?  Texto. ENEM Universia. Disponível em: <http://www.universiaenem.com.br/sistema/faces/pagina/publica/conteudo/texto-html.xhtml?redirect=72150398214330272347473894707> Acesso em: 02/04/2019.



FORMAS DE EXPRESSÃO ARTISTICAS



Imagem: <https://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotoDirectLink-g303293-d8515191-i144641960-Fortaltur-Fortaleza_State_of_Ceara.html> Acesso em: 02/042017.

          As obras de artes da cidade de Fortaleza estão espalhadas por pontos estratégicos, onde provavelmente tem algum significado importante de acordo com sua representação histórica. Esculturas, teatros, pinturas, grafites, centros culturais, etc. Dentre elas a que mais me chamou atenção foi à representação artística escultural que envolve a lenda do romancista José de Alencar. Estas estão localizadas por algumas praças, como: a Estátua de Iracema na lagoa de Messejana, a Guardiã da Beira Mar e a do Mucuripe; esta última representa o português Martins Soares Moreno com sua amada Iracema, o filho Moacir e seu cachorro Japi. Este monumento foi produzido pelo artista plástico pernambucano, Corbiniano Lins, inaugurada em 1965 e restaurada em 2012, por Franzé D’aurora (MAGALHÃES, PRICILLA 2013).
Em se tratando de produção artística existe uma gama de materiais podem ser usados como uma variedade de  insumos em geral, que podem ser utilizados por diversos fins. Nesse contexto obseramos os estados em que a arte pode se apresentar, que vão desde Arte Figurativa, Abstrata, Gestual, Estrutural, ou outra qualquer.  Usando dessas atribuições é fundamental que sejam discutida e aplicadas no contexto escolar, pois é uma forma de trabalhar a criatividade, cognição, interatividade e a liberdade de pensamento desde a primeira infância. Para isso a diversidade de materiais é bem abrangente, como por exemplo: a massa de modelar, o papel, a argila, metal, os materiais recicláveis e até as esculturas digitais e das atuais impressoras 3D.
A partir dessas propostas o Arte-Educador deverá ter a responsabilidade de instigar e acompanhar o desenvolvimento na prática artística possibilitando a relação coerente com a linguagem visual dentro do seu planejamento cotidiano em sala de aula. A manipulação desses elementos das artes plásticas deve ser trabalhada abordando os eixos norteadores de aprendizagem. Assim, o fazer artístico, a apreciação do universo artístico, a reflexão devem sempre respeitar o conhecimento sociocultural de cada aluno.
Logicamente que trabalhar a história de nossos antepassados, como do romance de José Martiniano de Alencar na prática artística com jovens e adolescentes é menos interessante que trabalhar a arte contemporânea ou o grafite, mas cabe ao Arte-educador descobrirá a melhor maneira de aplicar exitosamente um tema como esse nessa faixa etária, pois só assim tentará o resgate  narrativo por meio das aptidões artísticas apresentadas.  
Em minha opinião, o mais importante da inserção das práticas da educação visual  na escola é impulsionar a sensibilidade e aprimoramento dos códigos influenciando na "inteligencia visual" (Mansur, 2017), logo é possível tornar o aluno um observador, questionador e apreciador dos objetos que se apresentam ao seu redor. Assim o aluno pode assimilar que a contemplação vai além da capacidade do simples “olhar biológico” já que o poder da observação propõe um diálogo íntimo, progressivo, dinâmico, como um mergulho da sensibilidade do eu.
Certamente para a criação das esculturas das estátuas da India Iracema espalhadas por Fortaleza provocaram em seus artistas momentos de contemplação desde a leitura da escrita elaborada pelo autor José de Alencar, perpassando por uma volta imaginária ao passado e muita pesquisa dos aspectos sócio culturais da época para a produção de cada obra de arte. E logicamente, que os escultores tiveram como inspiração outras referências artísticas como pinturas, adentrando às fantasias do escritor para produzir as releituras.
Só para enfatizar, que a estátua da lagoa de Messejana, foi construída em 2004 e a escolha dessa imagem passou por uma seleção entre várias modelos de Fortaleza, tendo como musa inspiradora Natália Oliveira, ex-integrante-BBB (CHAVES, 2005); a estátua mede “12 metros de altura e pesa 16 toneladas” (BENTO, 2012).
Baseado nesses moldes, o educador deve conduzir sua didática dentro ou fora da sala de aula promovendo aos alunos o fazer artístico dinâmico dentro de uma apreciação coletiva ou individual instigando a reflexão construtiva ao longo ou término de cada etapa tralhada deixando seu legado histórico dentro compreensão da linguagem visual.

Por Eliane Batista Barbosa (Lia)

Bibliografia:

ROCHA, Maria Salet. FUNDAMENTOS DAS ARTES PLÁSTICAS 2. ed. Minas Gerais: UAB/UECE, 2011.

Disponível em: <http://www.feriasnoceara.com.br/pontos-turisticos/estatua-de-iracema/> Acesso em: 31/08/2017

O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO VISUAL DOS EDUCANDOS EM IDADE PRÉ ESCOLAR
Natália Mansur/PDF, 2017

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