Vídeo:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NcNh5FN16uI> Acesso em: 16/03/2019
A multiculturalidade é uma característica que está
presente na formação de qualquer
sociedade; processo este resultante da migração
de outras etnias por meio de uma “trama de diversidade” (ASSUNÇÃO; VASCONCELOS,
2015 p. 134), que reflete diretamente na
aquisição dos valores e costumes constituídos ao longo do tempo.
No Brasil, por exemplo, essa trama multicultural se correlaciona
diretamente a presença de índios, migrantes europeus e africanos por ocasião da
colonização portuguesa a partir do século XVI. As culturas europeias e
africanas mudaram significativamente os hábitos dos nativos formando uma nova
cultura que reflete no cotidianamente nossa sociedade.
Com toda essa contribuição a arte brasileira teve
seu desenrolar baseado em diversas correntes artísticas chegando a construir
sua própria identidade com a semana de arte moderna de 1922.
Desde então o multiculturalismo tem uma perspectiva estética
que tenta associar a expressividade artística e cultural como herança
primordial de índios, africanos e europeus. Segundo Bylaardt et all. 2019, a cultura do “trabalho em barro” no Brasil é
originária dos “índios aborígenes” antes da colonização portuguesa, cabendo aos
colonizadores a estruturação e concentração de mão-de-obra.
Neste sentido, muitos artistas desprezaram a
originalidade harmônica dos estilos clássicos para desvencilhar outras poéticas
artísticas com tendência regionalista. O Mestre Vitalino, por exemplo, percorre
dentro do multiculturalismo brasileiro por abordar a o cotidiano do sertanejo com
a arte do barro.
Segundo Frazão (2016), desde a infância Mestre Vitalino
se aventurou no manuseio do barro como um objeto lúdico; segundo ela “mais
tarde tornaria ser sua arte, e o tornaria famoso”. Natural de Caruaru-PE, o
artesão expressa mundo a fora a riqueza cultural brasileira especialmente do
Nordeste com suas agruras, seus contrastes sociais e históricos.
E nesse
contexto, não se esquivava ao arrancar da
maleabilidade da terra fria suas tessituras estéticas. Amassar com veemência o seu material escultórico
o levou a produzir muitas obras e expô-las na Feira de Caruaru, consagrando-se
como Artista Popular em várias exposições posteriormente. O que transparecia
insignificante foi revelador para um filho de lavrador e uma artesã. A produção
de pequenos bonecos e animais era feita com sobras de barro das panelas utilitárias
feitas por sua mãe, porém, logo se transformaram em sucesso de vendas na feira.
(FRAZÃO, 2016).
A musicalidade com o uso pífano o fazia encantador
e mestre, porém o maior destaque viria ser a arte expressionista e figurativa com
o barro. “A Casa de farinha” retrata o cotidiano regionalista com a mandioca
como herança indígena. Vale salientar que,
intuitivamente a plasticidade dos movimentos e a precisão nos cortes expressam a
consistência na habilidade com o material dialogando com suas origens. Para desbastar suas obras o artista usava as
mãos, penas, pedaços de madeira e materiais simples da sua região.
A técnica utilizada nesta escultura é a cerâmica
policromada, isto é, tem várias tonalidade em uma mesma peça e geralmente com
cores modernas. O artista comunga com elementos multiculturais quando dialoga
com o cotidiano rural nordestino, figuras populares, vaqueiro, bois, família de
retirantes, festas, cangaço, religião, etc.
CASA DE FARINHA
Imagem:
Disponível em:
Acesso em: 13/03/2019
Técnica: Cerâmica Polocromada Tam. 30cmx23.50-Acervo Museu do
Homem do Nordeste
RETIRANTES
Escultura
em barro cozido-Tam. 17.5cmx30cm.
Esta escultura reflete a angústia das miseráveis famílias
nordestinas em busca de sobrevivência rumo à região Sudeste. Semelhantemente a
obra de Cândido Portinari e aos escritores como, Raquel de Queiróz, Graciliano
Ramos, dentre outros.
CEIA
Imagem:
Disponível
em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra63529/ceia>. Acesso em:
13 de Mar. 2019.
Técnica:
Cerâmica policromada-Tamanho 14cmx24cm-
Já a Ceia é uma escultura policromada a meu ver retrata
um dia de festa, fartura, mesa arrumada, um jantar de casamento nordestino com
a presença do padre, convidados especiais. E é nessa perspectiva que as influências
da cultura brasileira vêm se conduzindo admiravelmente como resultante dos movimentos
migratórias de outras raças formando essa “trama de diversidade” (ASSUNÇÃO;
VASCONCELOS, 2015 p. 134), que enriquece
nosso gente, embora ainda pouco reconhecedor dessa propriedade.
Este texto é parte de atividades da disciplina Arte e Cultura Brasileira oferecida no Curso de Licenciatura em Artes Visuais da UAB/UECE.
Referenciar
BARBOSA, Batista Eliane. Mestre Vitalino-arte do barro. 2019.
Disponível em: <https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8886927960691800423#editor/target=post;postID=2514941095223676579>
BIBLIOGRAFIA
BYLAARDT, M. P. et al. Tecnologia.
ARTESANATO, Projeto Experimental. 2019. Disponível em: https://www.eba.ufmg.br/alunos/kurtnavigator/arteartesanato/origem.html
Acesso em: 1603/2019
CASA de Farinha. In: ENCICLOPÉDIA
Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019.
Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra63534/casa-de-farinha>.
Acesso em: 14 de Mar. 2019. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
CEIA .
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú
Cultural, 2019. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra63529/ceia>. Acesso em: 13
de Mar. 2019. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7.
FRAZÃO, Dilva. Mestre Vitalino. Artista popular
brasileiro. Rio de Janeiro. 2019.
Disponível em: < https://www.ebiografia.com/mestre_vitalino/>
Acesso em: 13/03/2019.
RETIRANTES. Franklin
Levy. Leiloeiro Oficial. V6.1. Rio de Janeiro.2019.
Disponível em: <https://www.levyleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=303872>
Acesso em: 13/03/2019.
VÌDEO:
VITALINO, ESCOLA SÃO DOMINGOS, 2013, 52.02min, som.,color. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NcNh5FN16uI> Acesso em: 16/03/2019.s
VÌDEO:
VITALINO, ESCOLA SÃO DOMINGOS, 2013, 52.02min, som.,color. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NcNh5FN16uI> Acesso em: 16/03/2019.s
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