É um projeto de empreendedorismo socioambiental, atuante no campo das Artes Visuais, escrita criativa (prosa e verso), economia circular e práticas ESG. Objetivo: fomentar práticas de empreendedorismo socioambiental com mulheres periféricas por meio da cultura visual fortalecendo o potencial criativo com foco no meio ambiente. Atividades: Exposições de arte, oficinas de pintura, artesanato ecológico, customização, palestras sobre educação ambiental e empoderamento feminino.

sábado, 19 de outubro de 2019

ASSEMBLAGEM





Imagem: Arquivo pessoal  
Artista Lia Batista.- em: 17/09/2019.
O que é assemblagem.Segundo Imbroisi (2016), significa uma espécie de sobreposições de vários elementos em uma  obra  obra  de arte. Um espécie de colagem, encaixe, que juntas formam uma composição.  "O rmo Assemblage foi incorporado às artes, em 1953, pelo pintor e gravador francês Jean Dubuffet para a exposição The Art of Assemblage, no Museu de Arte Moderna – MoMA – de Nova York em 1961". Ao se utilizar de diversos materiais como papéis, tecidos, madeira “colados” a uma tela o artista consegue trapassar as imitações da superfície, rompendo assim o limite da pintura, criando uma junção da pintura om a escultura.

 

Quem são os artistas que iniciaram essa técnica na linguagem artística. Esta assemblagem foi produzida a partir das questões inquietantes sobre o consumismo, o acúmulo e    descarte incorreto dos resíduos sólidos nas grandes metrópoles pelo cidadão e as industrias. Essa problemática  tem feito com que muitos artistas contemporâneos se debrucem nessa dialética com o uso de árias   técnicas e linguagens para fomentar reflexões em torno desse tema. Se debruçar sobre essas questões  na sociedade atual é um desafio diante dos olhares do apelo ao consumo das mídias de massa e as facilidades do crédito.    
   
              Nesse contexto, essa colagem oferece elementos que apontam explicitamente o quanto estamos sendo sufocado por esse comportamento consumista e irresponsável quanto ao descarte inadequado, motivo pelo qual a se compreende preocupação a sociedade mundial.
           
         Com esta colagem pretendo mostrar o quanto a sociedade precisa encontrar uma solução para dar um destino correto para o lixo ao qual nos sufoca dia apos dia. A arte na escola  é uma das possibilidades de fomentar sobre essa problemática Nesses desdobramentos o trabalho com múltiplos materiais remetem ao homem que corre contra o tempo ao pular pra pegar a bússola e se orientar a procura de uma solução que possa aliar desenvolvimento econômico e meio ambiente, porém ainda sem muito norte, as discussões parecem não ter fim no sobe e desce das suas propostas.

O conceito adotado para esse trabalho foi baseado na sustentabilidade ambiental das praticas reflexivas do que podemos fazer a partir do que produzimos, consumimos e descartamos. Quais nossas atitudes corriqueiras nessa relação com nossos hábitos para promover qualidade de vida para as futuras gerações.
Como referencias plásticas e conceituais dessa obra utilizei a princípio o concretismo para a colagem dos blocos pretos em forma de escada onde  me inspirei na arte concreta de Luiz Sacilloto, considerado por Valdemar Cordeiro  o fundamento da arte concreta, onde “explora o princípio da equivalência entre figura e fundo, a igualdade medida entre cheios e vazios as contraposições entre positivo em negativo” (ITAÙ CULTURAL, 2017).  



Imagens: LUIZ Sacilotto. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10773/luiz-sacilotto>. Acesso em: 17 de Set. 2019. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7.

      Para a inserção e sobreposição dos outros elementos como botões, linhas, pregos, bijuterias, papeis, etc, tive a inspiração nas obras de Vik Muniz que trabalha com os resíduos sólidos.

Esse texto é parte das atividades acadêmicas do curso de Licenciatura em Artes Visuais da UAB/UECE-Polo Maracanaú-CE

Imagem:

Disponível em: <https://istoe.com.br/121937_A+ARTE+QUE+VEM+DO+LIXO/> Acesso em: Acesso em: 17/09/2019.

Por Lia Batista

BIBLIOGRAFIA

FILHO, Francisco Alves. TECNOLOGIA & MEIO AMBIENTE

A arte que vem do lixo. Isto é. Ed .Três Corações. São Paulo, 2011.

Disponível em: <https://istoe.com.br/121937_A+ARTE+QUE+VEM+DO+LIXO/> Acesso em: Acesso em: 17/09/2019.
IMBROSI, Mnargaret. Assembçage. História das Artes. 2016.


Diponível em: <https://www.historiadasartes.com/olho-vivo/atelie/assemblage/> Acesso em: 27/10/2017.
LUIZ Sacilotto. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10773/luiz-sacilotto>. Acesso em: 17 de Set. 2019. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7.



domingo, 21 de julho de 2019

MEMÓRIA ESCOLAR



                                                    INSTALAÇÕES ANTIGAS


                                                     
                                                            NOVAS INSTALAÇÕES



                
NOVAS INSTALAÇÕES

                      Imagens: Eliane Batista Barbosa (2019).

Das escolas as quais estudei muitas a fecharam. Por isso vou citar apenas a última onde cursei o Ensino Médio.

Escola Estadual de Ensino Médio Otávio Terceiro de Farias, hoje Escola Estadual de Ensino Médio, localizada na avenida C, 435- Jose Walter - Fortaleza-CE. Esta escola inaugurada em 1977(MOREIRA 2018).

Após terminar o ginasial aos 19 anos ingressei na nesta escola para cursar o Segundo Grau, no curso de Habilitação em Administração de Empresas cuja tendência tecnicista prevalecia. De acordo com Pianowiski e Goldiberg (2015, p. 17), Com disciplinas voltadas para o mercado te trabalho na área administrativa.
Ao chegar na escola fui muito bem recebida pela diretora e logo me encaminhou a coordenação. Tive a oportunidade de visitar as dependências, refeitórios, biblioteca, conversar com alguns professores e alunos. Pude constatar no espaço da antiga sede hoje funciona uma escola municipal que está muito deteriorada pela fachada podemos constatar nas imagens abaixo.
           As imagens contrastam, já eu foi construída uma nova sede voltada para educação em “tempo integral para que recebe o atualmente um total  de 1.171 jovens do ensino médio regular distribuído em três turnos”, segundo a coordenadora (MARILAC, 2019).  As estruturas físicas, aparentemente estão em ótimo estado de conservação e foi reinaugurada em 2014, pelo governador Camilo Santana (MOREIRA, 2018).
Como pude constatar, a nova sede está dividida em 3 pavimentos com escadas de concreto e 2 elevadores; ginásio poliesportivo; 12 salas de aula todas climatizadas e em uso; 1cozinha; 1 refeitório; (Alimentação escolar para os alunos com cardápio escolhido pelos próprio alunos); 2 bebedouros com água filtrada; 2 laboratórios de informática com 20 computadores cada totalizando 40 máquinas; 12 banheiros internos com chuveiros, inclusive com acessibilidade para portadores de necessidades especiais; 1 biblioteca climatizada, com ótimo acervo com cerca de 20 mil livros, segundo Cinara, (2019), informatizada com 4 computadores modernos, tem vários projetos de incentivo a leitura e pesquisa; jornal na escola; livro com coletânea de textos produzidos pelos alunos;  2 laboratórios de física e matemática; biologia e química; eu percebi que a artes visuais é bem intensa;1 sala de secretaria; 1 sala de recepção; 1 sala da diretoria; 1 sala coordenação; sala dos professores; almoxarifado; pátio coberto; estacionamento interno  com porteiro na entrada; coleta regular de lixo e reciclagem, esgoto de rede pública, acesso a internet e banda larga. Segundo alunos a turma tem acesso a pesquisas e atividades por meio do site da SEDUC com acesso em casa e na escola tudo orientado pelo professor.                   
Como nem tudo é perfeito as chuvas também causam seus estragos. O teto estava apresentando alguns defeitos e preocupação por parte da direção. Mas avista o que era na década de 1977 quando foi aberta à comunidade já houve muita evolução.
  O que questionamos é o porquê do desinteresse desses alunos com relação à aprendizagem. Antes tínhamos que comprar livros, quando podíamos ou nos dirigir a biblioteca pública, ou ainda recorrer ao colega. Hoje os professores estão angustiados sem encontrar uma resposta para tanto desinteresse nossos discentes. Talvez essa relação professor aluno precise adotar uma nova dialética em que ambos  aprendam juntos para uma formação de uma consciência mais critica.

Na investigação se identifica o universo vocabular e os temas geradores dos educandos. Na tematização são codificados e decodificados os temas de maneira contextualizada. Na problematização, abordam-se as situações concretas dos indivíduos, no seu contexto social, objetivando uma práxis transformadora (ROCHA 2010, p. 87).
               
                     Nesse contexto pude perceber no ambiente da biblioteca alguns ex-alunos que colaboram como voluntário, uma forma de contribuir a aprendizagem e o compartilhamento mesmo a estando cursando uma universidade, pois dividir as experiências com os demais alunos e o corpo docente pode influenciar nessa práxis transformadora em um sentido mais amplo.




BIBLIOGRAFIA

ESTADUAL, Escola Pública. Escola Professor Otávio Terceiro de Farias. Escol.as. 2019.

MOREIRA, Roberto. Governo do Ceará inaugura nova sede da Escola Otávio Terceiro de Farias, no José Walter. Diário do Nordeste. 28 jun2018

PIANOWISK, Fabiane; GOLDBERG, Luciane. Artes Plásticas: Métodos e técnicas do ensino de artes. 3. ed. Fortaleza  - Ceará: UECE, 2015.
ROCHA, Antônia Rozimar Machado. História da Educação. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE). 2. Ed. Fortaleza – Ceará: 2010


TRAMAS AVULSAS


Imagem: Acervo pessoal 2018

As obras trata-se de uma pintura em acrílico sobre tela tamanho 25cmx30cm com o tema Tramas Avulsas onde foram utilizadas cores primárias, algumas secundárias e terciárias, uso de tons vivos, sem texturas, porém apresentando sombras e luz bem definidas. Sobre um fundo verde existe a predominância de linhas curvas tanto na horizontal quanto na vertical em formas assimétricas tendo um sombreado indicando volume.

Esse trabalho apresenta uma estrutura impressionista com pinceladas ora vigorosas e curtas, ora suaves e longas retratando deixando transparecer a ideia de tramas de fitas coloridas de forma desestruturadas como se estivesse se desfazendo ou mal urdida. 

A proposta da criação é promover um diálogo sobre as atuais relações cotidianas no mundo contemporâneo onde às tramas humanas das redes sociais na atualidade são aparentemente coloridas e bem tecidas e que por um fio se desfazem facilmente.

A manifestação poética dessas tramas avulsas pode ser sentida por meio da intensidade das cores e o desenrolar das linhas curvilíneas, tendo na cor verde predominante do fundo a representatividade da esperança de novas atitudes em busca de um compromisso desejado ou uma relação mais duradoura e plena de afeto e sinceridade entre os indivíduos.

A impressão desestruturada apresentadas por meio das tramas reforçam a ideia de instabilidade, enquanto a continuidade das mesmas, ao estarem soltas relaciona-se à vontade de liberdade nas relações humanas.

De modo que esse trabalho foi inspirado na produção de teares de rede do meu tio quando eu era ainda criança e hoje me permiti a reconstruir visualmente essa imagem adormecida da infância associando esteticamente ao contexto da vida cotidiana e das relações humanas. 

OBS: Este trabalho foi feito no curso de Artes Visuais UAB/UECE-Polo Maracanaú, na disciplina de pintura I. Estudo da Cor e da forma. 

BIBLIOGRAFIA
ROCHA, Maria da Salet-Fundamentos das Artes Plásticas-2011/pdf


sexta-feira, 24 de maio de 2019

ABAYOMI-EXPERIÊNCIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA







Imagens Iolanda Santos e arquivos pessoais (2019).

O papel do professor deve perpassar aos conteúdos para propor ao aluno a capacidade de apropriação do conhecimento, pautado nas vivências de um ser intelectual e criativo.  A aquisição de novos saberes não se relega apenas as informações fugazes, mas as experiências vividas no trajeto social e da vida escolar.
Deixar o aluno ter suas próprias experiências sejam individuais ou coletivas é possibilitar a imersão dos sentidos em todas as formas cognitivas, intelectuais, emocionais que tendem a perceber o mundo sem, contudo se limitar a rotina pedagógica a qual deve ir além da didática conteudista.  
 A experiência é algo que nos “move” e nos impulsiona a buscar novas descobertas, sem que necessariamente precise ser explicadas ou descritas, pois sem elas não temos capacidade de vislumbrar caminhos obscuros que nos cercam e nos dão os reais sentido para encará-los.
Sabemos que a efemeridade do mundo da informação tem imposto ao indivíduo contemporâneo comportamentos “ao sujeito do estímulo, da vivência pontual, tudo o atravessa, tudo o excita, tudo o agita, tudo o choca, mas nada lhe acontece”. (BONDÌA, p.23). Por isso é importante que as experiências aconteçam em sala de aula evitando que “a falta de silêncio e de memória” (BONDÌA, p.23) afetem à experiências a qual  necessitamos para o desenvolvimento salutar e humanistico.
Nesse sentido, o profissional de arte deve cultivar um despertar sistêmico de sentidos reflexivos, pois isso possibilita aos alunos a  busca das  próprias e novas experiências, e estes tornam-se capazes de perceber o quanto é importante a prática do sensível com a imersão e a descoberta de si mesmos.
Para tanto, criar um ambiente adequado é o ponto de partida para promover as vivências sensíveis nas quais possibilitem ao educando a se conectar com o mundo interior a fim de transbordar seus sentimentos para seu exterior.
 Nesse sentido, um Projeto Pedagógico bem elaborado se faz necessário para que haja por parte do aluno a imersão reflexiva que relativize além da experimentação do que nos toca ou nos cerca.   Assim sendo sugiro a inserção do tema sobre a Boneca Abayomi, que segundo Vieira (2019) serviam para acalentar para os filhos das africanas no trajeto dos navios negreiros entre a África e o Brasil. 
 Adotar os temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais é garantir que a escola se aproprie de sua competência na aplicabilidade de projetos comprometidos “com o desenvolvimento” que possam intervir e transformar a realidade (PCNs, 1997 p.24). Logo, se faz necessária a prática da contação de história, que se comprometa em abordar o resgate das memórias afetivas e africanas, combatendo o preconceito e enfatizando o protagonismo e a resistência da mulher negra na sociedade.
O tema proposto permite dinamizar a prática pedagógica, sobretudo, aproximar equitativamente professor e aluno à experienciação frente a uma retrospectiva histórica das tradições culturais, e o incentivo a pesquisa sobre a trajetória dos escravos nos porões dos navios negreiros que eram transportadas como mercadoria da África para as Américas durante a diáspora no século XVI.

Da mesma forma, uma visão histórica da África contribui para a compreensão da formação cultural brasileira, tanto no que se refere às tradições como aos processos históricos que levaram seus habitantes a imigrarem para as Américas, e em particular para o Brasil, em diferentes momentos” (PCNs p.131).

O objetivo é promover um Encontro Precioso com os alunos para intensificar a reflexão sobre a importância do afeto, respeito ás diferenças, o combate a qualquer tipo de pré-conceito e a violência contra a mulher negra na sociedade.
Com essa prática é possível permitir que o aprendiz vivencie essa experiência rememorando quanto às tradições culturais, o trajeto das mães escravas dos navios negreiros da África para as Américas e produzir em sala de aula a Boneca Abayomi com o aproveitamento de trapos com amarrações.
 O projeto justifica-se devido à possibilidade de minimizar os transtornos provocados pelo preconceito racial, de gênero, o aumento da violência contra a mulher negra na sociedade contemporânea bem como os casos recorrentes de feminicídio.
Promover um diálogo por meio da prática do “brincar” é remeter espontaneamente o sujeito a uma experiência que pode mudar o rumo da história nessa relação simbólica da Abayomi com o passado, futuro, entre conceito e preconceito.
Portanto, a contação da história da Boneca Abayomi em sala de aula aponta uma abordagem interdisciplinar que pode ser aplicada em qualquer faixa etária, qualquer disciplina para intensificar reflexivamente sobre essas questões e partir experiência dos sentidos, pois só assim será possível relacionar os benefícios que serão obtidos em sala de aula e na sociedade.


AGRADECIMENTOS: Para que essa oficina fosse realizada com sucesso contamos presença dos alunos de várias localidades da região, a articulação da Assistente Social Iolanda Santos, organização de Ana Cristina do Vale Gomes, o apoio  do Armarinho Literário em Crateús e da Escola de Ensino Médio Lions Club de Crateús-CE na pessoa da diretora Adriane.

Apoio:
ARMARINHO LITERÁRIO: 
Grande variedades em livros  e opões de presentes
Rua Barão do Rio Branco, 1081-Centro--Crateús-CE.
Contato ( 88) 3691 3193/ (88)3691 0751.

Escola de Ensino Médio Lions Club.

Ação Eco Arte lia Batista/REMES-Rede de Mulheres Empreendedoras Sustentáveis.

Bibliografia:
ABAYOMI, Bonecas: símbolo de resistência, tradições e poder feminino.

BONDÌA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência*. Universidade de Barcelona, Espanha Tradução de João Wanderley Geraldi Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Lingüística. Jan/Fev/Mar/Abr 2002 Nº 19.
Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/371466779/n19a02-pdfAcesso em: 01/05/2019.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 146p. 1.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf> Acesso em: 30/04/2019.

ESCOLA PROFESSOR OTÁVIO TERCEIRO DE FARIAS





             

                     Imagens: Acervo pessoal (2019).

Das escolas as quais estudei muitas a fecharam. Por isso vou citar apenas a última onde cursei o Ensino Médio.

Escola Estadual de Ensino Médio Otávio Terceiro de Farias, hoje Escola Estadual de Ensino Médio, localizada na avenida C, 435- Jose Walter - Fortaleza-CE. Esta escola inaugurada em 1977(MOREIRA 2018).

Após terminar o ginasial aos 19 anos ingressei na nesta escola para cursar o Segundo Grau, no curso de Habilitação em Administração de Empresas cuja tendência tecnicista prevalecia. De acordo com Pianowiski e Goldiberg (2015, p. 17), Com disciplinas voltadas para o mercado te trabalho na área administrativa.
Ao chegar na escola fui muito bem recebida pela diretora e logo me encaminhou a coordenação. Tive a oportunidade de visitar as dependências, refeitórios, biblioteca, conversar com alguns professores e alunos. Pude constatar no espaço da antiga sede hoje funciona uma escola municipal que está muito deteriorada pela fachada podemos constatar nas imagens abaixo.
           As imagens contrastam, já eu foi construída uma nova sede voltada para educação em “tempo integral para que recebe o atualmente um total  de 1.171 jovens do ensino médio regular distribuído em três turnos”, segundo a coordenadora (MARILAC, 2019).  As estruturas físicas, aparentemente estão em ótimo estado de conservação e foi reinaugurada em 2014, pelo governador Camilo Santana (MOREIRA, 2018).
Como pude constatar, a nova sede está dividida em 3 pavimentos com escadas de concreto e 2 elevadores; ginásio poliesportivo; 12 salas de aula todas climatizadas e em uso; 1cozinha; 1 refeitório; (Alimentação escolar para os alunos com cardápio escolhido pelos próprio alunos); 2 bebedouros com agua filtrada; 2 laboratórios de informática com 20 computadores cada totalizando 40 máquinas; 12 banheiros internos com chuveiros, inclusive com acessibilidade para portadores de necessidades especiais; 1 biblioteca climatizada, com ótimo acervo com cerca de 20 mil livros, segundo Cinara, (2019), informatizada com 4 computadores modernos, tem vários projetos de incentivo a leitura e pesquisa; jornal na escola; livro com coletânea de textos produzidos pelos alunos;  2 laboratórios de física e matemática; biologia e química; eu percebi que a artes visuais é bem intensa;1 sala de secretaria; 1 sala de recepção; 1 sala da diretoria; 1 sala coordenação; sala dos professores; almoxarifado; pátio coberto; estacionamento interno  com porteiro na entrada; coleta regular de lixo e reciclagem, esgoto de rede pública, acesso a internet e banda larga. Segundo alunos a turma tem acesso a pesquisas e atividades por meio do site da SEDUC com acesso em casa e na escola tudo orientado pelo professor.                   
Como nem tudo é perfeito as chuvas também causam seus estragos. O teto estava apresentando alguns defeitos e preocupação por parte da direção. Mas avista o que era na década de 1977 quando foi aberta à comunidade já houve muita evolução.
  O que questionamos é o porquê do desinteresse desses alunos com relação à aprendizagem. Antes tínhamos que comprar livros, quando podíamos ou nos dirigir a biblioteca pública, ou ainda recorrer ao colega. Hoje os professores estão angustiados sem encontrar uma resposta para tanto desinteresse nossos discentes. Talvez essa relação professor aluno precise adotar uma nova dialética em que ambos  aprendam juntos para uma formação de uma consciência mais critica.

Na investigação se identifica o universo vocabular e os temas geradores dos educandos. Na tematização são codificados e decodificados os temas de maneira contextualizada. Na problematização, abordam-se as situações concretas dos indivíduos, no seu contexto social, objetivando uma práxis transformadora (ROCHA 2010, p. 87).
               
                     Nesse contexto pude perceber no ambiente da biblioteca alguns ex-alunos que colaboram como voluntário, uma forma de contribuir a aprendizagem e o compartilhamento mesmo a estando cursando uma universidade, pois dividir as experiências com os demais alunos e o corpo docente pode influenciar nessa práxis transformadora em um sentido mais amplo.



BIBLIOGRAFIA

ESTADUAL, Escola Pública. Escola Professor Otávio Terceiro de Farias. Escol.as. 2019.

MOREIRA, Roberto. Governo do Ceará inaugura nova sede da Esc

MINHA VIVÊNCIA ESCOLAR

SEMANA UNIVERSITÁRIA UECE-2017
APRESENTAÇÃO ACADÊMICA








Minha vida escolar começa aos seis anos de idade na “Carta de ABC” e na tabuada na escola comunitária Pontes Carvalho na periferia de Fortaleza. O sonho de passar de ano era ganhar cadernos novos e sair da carta de ABC. Lembro que estudei na “Cartilha do Povo”, na escola da Dona Eunice em um livro com volume único com disciplinas de Matemática, Linguagem, Ciências e Estudos Sociais apenas.

Meu material didático se resumia a um simples caderno, lápis de escrever e a uma caixinha de lápis com seis cores. Isso era tudo para uma estudante em que precisava aprender a ler, escrever e fazer as quatro operações matemáticas.

Naquela época a cultura era que as mulheres fossem preparadas apenas para casar, ter filhos e nada mais. Nessa trajetória fui migrando de escolinha em escolinha até chegar a quarta série. Entre o carrancismo dos professores, puxões de orelhas e palmatória para a punição os rebeldes, às vezes conseguia alguma professora mais humanas que nos davam uma segunda chance nas atividades as quais não tínhamos bons resultados. O drama para quem não se enquadrava no decoreba das leituras e da tabuada era vexatório, principalmente no dia de arguição. Aos 7 anos, aprendi as ler as primeiras palavras com o professor Neto.

Nessa Pedagogia, o aluno é visto como um ‘depositório’ de conteúdos. A preocupação pedagógica foca-se no produto final e o processo não é importante. O conteúdo é reprodutivista e, portanto, mantém a divisão social” (PIANOVISKI; GOLDBERG, p. 14, 2015).

 Nos anos 70 depois de passar após terminar a quarta série do primário no Instituto 15 de Novembro, com a professora Zilá consegui meia bolsa de estudos para ingressar no quinto ano ginasial no (particular) Colégio Santa Cruz em Parangaba, onde o sistema educacional não era muito diferente, além da preponderância dos professores, olhar dos diretores teria que enfrentar a distancia de casa.

Por dois anos acordava de madrugada ia e voltava a pé por falta de recursos financeiros, transporte coletivo raro, quando muito apanhava carona no ônibus escolar da Faculdade de Veterinária-UECE. Por não poder comprar material didático e livros encontrei dificuldades para acompanhar os conteúdos de matemática e português e sempre era aprovada com nota mínima.

Sem biblioteca na escola, toda a tensão estava centrada na aula expositiva do professor e para completar geralmente copiava conteúdos dos livros dos colegas para não reprovar. As disciplinas propostas no ginasial eram de Português, Matemática, Ciências, OSPB-Organização Social e Política Brasileira, Estudos Sociais, Educação Moral e Cívica, Educação Física, e Religião.

O medo da reprovação era evidente, pois não podia perder a bolsa do ano seguinte. O medo da reprovação era uma constante com a turma e mesmo assim, nunca pensei em desistir. Após o sexto ano consegui bolsa integral para estudar à noite no Colégio Francisco Nunes Cavalcante no bairro Prefeito José Walter, onde cursei o sétimo e oitavo anos. Nesse período a continuação das disciplinas anteriores acrescida de Biologia, Química e Física. Como era em período noturno os professores já eram mais flexíveis e abertos às discussões, até porque  a maioria dos alunos era adulta parte trabalhava durante o dia. Nessa época eu já dava reforço escolar na comunidade e vendia catálogo da Avon, assim não precisava mais ir a pé e transporte público já não era raro.

Após terminar o ginasial aos 19 anos ingressei na Escola Estatual Otávio Terceiro de Farias para fazer o Segundo Grau, hoje Ensino Médio, no curso de Habilidade em Administração de Empresa. Aproveitava o tempo livre para fazer alguns cursos gratuitos de datilografia e na área de escritório no Centro Social Urbano José Walter no período da tarde e já ficava para o horário da noite.

No curso de Habilidade em Administração de Empresas a tendência tecnicista se fazia necessárias. De acordo com Pianowiski e Goldiberg (2015, p. 17), essa tendência surgiu devido o “processo de industrialização e desenvolvimento econômico” brasileiro, pois havia uma demanda racional e mecânica  a qual pretendia formar a mão de obras especializadas; sendo assim, a formação de mão de obra teria que ser direcionada para a indústria, dessa maneira a formação do estudante  teria seus “objetivos, conteúdos, estratégias, técnicas e avaliação” com essa finalidade,  principalmente no dois últimos anos de curso.

O currículo escolar era compreendia pelas disciplinas de Administração de Empresas, Inglês, Contabilidade, Mecanografia, Organização de Empresarial Matemática Financeira e Geométrica, além de Física, Química, Geografia, História do Brasil, História Geral, Educação Física, Literatura, Biologia.

A pós 20 anos de trabalho, dona de casa e empreendedora de vestuário resolvi enfrentar novos desafios. Fechei a empresa e resolvi me preparar para o ENEM. Durante dois anos, meus domingos se resumiram ao Pré-ENEN no Ginásio Paulo Sarazate. Com o incentivo dos filhos o cursinho transcorreu sem a preocupação com os resultados. A Prefeitura de Fortaleza oferecia vale transporte, lanche, apostilas, além de excelentes professores, lousa digital, interprete de libras, uma sala de aula gigante com mais de três mil alunos e vídeo aulas para revisão posterior. Diferentemente de tudo o que a tinha visto em termo de aprendizagem, as disciplinas do currículo eram Linguagem e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências Humanas e ciências da Natureza e Redação.

Depois de 32 anos ausente da sala de aula com os filhos já se formando consegui uma bolsa integral via Enem para a UNICHRISTUS. Em 2014 escolhi o Curso Técnico em Multimeios Didáticos ao qual tive muita afinidade. Os professores todos em idade de serem meus filhos. No começo eu até fiquei sem jeito, mas recebi apoio e o carinho da turma que me ajudou nas atividades e os professores apesar de seguir uma tendência tecnicista imposta pelo curso eram mais interativos e dinâmicos.  Assim, os mestres já não se consideravam os donos do saber já que fazíamos parte da construção do conhecimento compartilhando as ideias e vivencias.

O Curso Técnico em Multimeios Didáticos é um curso oferecido pelo Ministério da Educação via Sistema de Seleção Unificada (SISUTEC) que prepara o profissional para dar suporte ao professor diante dos novos desafios tecnológicos. Ele é habilitado com aulas praticas para colaborar com o professor na área de ferramentas interativas e digitais, criando projetos que suscite aos discentes a uma aprendizagem mais dinâmica frente às novas tecnologias, bem como as práticas artísticas manuais e digitais.

Português Instrumental, Metodologia da Pesquisa Científica, Elaboração de Projetos, Disciplina de EAD, Biblioteca, Multimeios na Educação, Tecnologias Assistivas e Inclusiva, Laboratório de Informática, Educação para o Trabalho, Práticas Pedagógicas e Tecnológicas, Material Impresso e Textuais, Práticas Trabalhistas, Informática Aplicada e Empreendedorismo são as disciplinas da grade curricular do curso.

Antes de terminar o curso de Multimeios Didáticos, tentei Geografia na UECE, mas não deu certo, fiquei em nono lugar nos classificáveis e em seguida ingressei na Licenciatura em Artes Visuais via vestibular. Confesso que esse sempre foi o curso dos meus sonhos desde o primeiro momento que voltei a estudar.

Portanto, estou muito orgulhosa em fazer parte da turma de Artes Visuais UAB/UECE-Maracanaú onde encontrei excelentes professores e tenho um ótimo relacionamento com todos. Gosto da metodologia aplicada no Sistema EAD, mas o encontro é sempre muito especial.



OBS:
Este artigo faz parte dostrabalhos academicos da disciplina de História da Educaçao do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da UAB/UECE-Polo Maracanaú.

BIBLIOGRAFIA

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PIANOWISK, Fabiane; GOLDBERG, Luciane. Artes Plásticas: Metodos e técnicas do ensino de artes. 3. ed. Fortaleza  - Ceará: UECE, 2015.
PRONATEC, Unicristus, 2014.
Disponível em: <https://unichristus.edu.br/noticias/pronatec/> Acesso em: 01/04/2017



EMPREENDENDO COM O "LIXO" AUTOMOTIVO

A VERDADEIRAA HERANÇA ANCESTRAL

Título: Lavadeiras Acrílico S/ eucatex- 2014 Artista: Lia Batista Tamanho: 40x60cm Imagem: Disponível em:  https://br.pinterest.com/pin/5559...