É um projeto de empreendedorismo socioambiental, atuante no campo das Artes Visuais, escrita criativa (prosa e verso), economia circular e práticas ESG. Objetivo: fomentar práticas de empreendedorismo socioambiental com mulheres periféricas por meio da cultura visual fortalecendo o potencial criativo com foco no meio ambiente. Atividades: Exposições de arte, oficinas de pintura, artesanato ecológico, customização, palestras sobre educação ambiental e empoderamento feminino.

domingo, 28 de outubro de 2018

PINTURA ABSTRATA-ARTE CONTEMPORÂNEA

Por que será que quando visitamos exposições por ai vimos tantas obras que não compreendemos? Obras de arte abstrata podem ter significados (ou não) extraordinários no momento de criação para o artista. 
Para os apreciadores esse tipo de arte provoca rejeição no primeiro momento, principalmente para quem não tem intimidade com esses aspectos visuais que a arte contemporânea se propõe.


A estranheza da arte contemporânea remete ao medo do novo diante da multiplicidade de eventos, da forma de olhar e entender as novas propostas visuais. Quando nos deparamos com esse tipo de  abordagem artística, questionamos a princípio, até porque somos educados para apreciar e aceitar somente o "belo" convencional, esteticamente falando. Logo, é mais fácil aceitar o que é óbvio e convencional, por isso a arte contemporânea nos parece  de difícil compreensão. 

Por incrível que pareça a arte abstrata está presente no nosso dia a dia, embora nosso olhar não está treinado pra enxergá-la na prática. Assim,  quando passamos a conhecer um pouco a trajetória do artista ela ganha um sentido, mesmo que a cada apreciação tenhamos uma mensagem diferente. 

Essa produção artística acima foi elaborada em suporte de aço (antena de tv a cabo) inspirada no artista abstracionista Jackson Pollock. O artista se expressa gestualmente com respingos de tintas diretamente nos painéis na horizontal no chão para fazer suas obras de forma rítmicas e seriadas conhecida como pintura de ação (action painting).

Assim, como Pollock, o meu inconsciente se apropriou  dos campos de flores de Holambra em junho passado minha última viagem a São Paulo e dai consegui me surpreender com essa obra que hoje está exposta no polo da Universidade Aberta do Brasil em Maracanaú-CE, onde curso graduação em Licenciatura em Artes Visuais.


No curso de Licenciatura em Artes Visuais da UECE (universidade Estadual do Ceará)/UAB (universidade Aberta do Brasil) EaD em Maracanaú, a disciplina de Desenho e Pintura II, tivemos a possibilidade de aprender a desconstruir a ideia de que a arte precisa ser necessariamente bela para ser aceita.

Para o arte educador é de suma importância perpassar por esse olhar de ressignificação da arte, seja na pintura, no teatro na dança ou nas artes digitais. Logo, abordar esse tema é promover a liberdade da expressão e comunicação visual dentro ou fora do ambiente escolar. 

Assim, perturbar pelas formas criativas de produzir arte contemporânea pode representar uma inquietação expressiva de uma nova forma de enxergar o mundo, na visão questionadora e ampliada de um artista.  Eu por exemplo, apesar de alguns ensaios ainda estou tentando me encontrar com essa estranheza que a arte contemporânea remete.

OBS: Esta pintura é parte de uma atividade do curso de Licenciatura em Artes Visuais UAB/UECE -Polo Maracanaú, na disciplina de Desenho e Pintura II. Ano de 17/06/2018, proessor Alfredo Barros.

Fonte:


MARTINS, Simone R;IMBROSI, Margaret H.  Número 1A, 1948, Jackson Pollock. História das Artes > Olho-vivo > Análise Estética > Obras Analisadas. 2018.

Disponível em:
 <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/numero-1a-1948-jackson-pollock/> 
Acesso em: 28/10/2018

terça-feira, 16 de outubro de 2018

O ÊXTASE DE SANTA TEREZA






Imagem:
 Disponível em: <http://www.romapravoce.com/extase-santa-teresa-davila-bernini/> Acesso em: 09/102018

O Êxtase de Santa Tereza trata-se de uma escultura barroca de cunho religioso feita em mármore branco e colorido produzido entre 1598-1680 pelo artista italiano Gian Lorenzo Bernini. A obra encontra-se “em um nicho em mármore e bronze dourado na Capela Cornaro na Igreja de Santa Maria della Vittoria, Roma” (ROSSI, 2013).
 De acordo com Rossi (2013), para essa obra o artista segue as ordens da Igreja Católica Romana cuja finalidade é estimular a sensibilidade religiosa dos fiéis.
Ao observar a escultura podemos inferir alguns pontos de vista estéticos. De acordo com Costela (1997), esses pontos de vista podem colaborar na compreensão do significado e o porquê do fazer artístico.
Nesse sentido, associar que a obra pode se inserir em vários contextos aos quais os elementos visuais nela presentes instigam na leitura e compreensão. São por exemplo: conteúdo factual, expressional, convencional, institucional, etc.
  Os pontos de vista institucional e convencional atende as necessidades da igreja para sensibilizar os fiéis. É uma obra realista, expressional, pois corrobora visivelmente com a expressividade provocando o sentimento do perplexo no expectador diante dos traços expressivos da face e corpo da santa em posição de desmaio e extremo prazer.
A estrutura mostra riqueza de detalhes desde a parte superior com o aglomerado de hastes em bronze insinuando aos raios de estrela que se sobrepõe na ala central espelhando sobre as personagens sobre uma nuvem formando um cenário teatral requintado; logo à frente as esculturas em mármore branco se sobressaem com vestes volumosas, fluidas e bem detalhadas com plasticidade excepcional.
A iluminação presente amplia a todo o cenário proporcionando maior fidelidade e sensibilidade nos corpos alongados (característica barroca) evidenciando os gestos, o detalhamento das mãos, o caimento esvoaçante das vestimentas e a expressividade dos rostos e dos gestos singelos.       
Todavia vale ressaltar que a emotividade não atua de forma isolada, mas harmonicamente em todo o conjunto da obra. Ainda podemos constatar a presença do anjo sorridente, jovial com lança dourada, asas abertas com corpo parcialmente coberto com roupas fluidas como que balançadas pelo vento. Ao perceber o anjo com a lança a Santa “desfalece sobre uma nuvem” com um prazer intenso de “êxtase e exaustão”.
Sob outros olhares para além do “fervor religioso” o “Êxtase de Santa Tereza” impresso na escultura de Berrnini perpassa uma “interpretação emblemática” a cercada do questionamento que se supõe “mais para o carnal que para o que para o espiritual” (ROMA PRA VOCÊ, 2013).
 Certamente Bernini se fez transportar sensivelmente para compor essa obra, cuja magnitude dos detalhes nos permite imaginar a sua imersão sobrenatural de estar inserido na leveza de uma nuvem sentindo o balançar dos ventos, o cintilar da estrela para representar divinamente tamanha obra prima, que sem dúvida nenhuma pode ser considerada uma das mais belas do século XVII.
Portanto, a engenhosidade artística, o tipo de mármore, as ferramentas contribuíram significativamente o acabamento perfeito que perpassa ao espectador a sensação de drama emoção e movimento.

Texto refere-se a atividade da disciplina de  Modelgem e Escultura do curso de Licenciatura em Artes Visuais UAB/UECE.
 Por Lia Batista

BIBLIOGRAFIA
COSTELLA, F. Antônio. Para Apreciar a Arte. Roteiro Didático. Ed. 3. São Paulo. Editora SENAC.1997.
Disponível em:

LUCIANA. O Êxtase da Santa Tereza D’Avila, de Bernini: Beleza, Eros e até Psicanálise. Termini. 22/05/2017. Roma pra você

ROSSI, Juliana. Renascimento.Joinville, 18 fev. 2008. Blog Desenho e História da Arte.
Disponível em: < http://julirossi.blogspot.com.br/2008/02/renascimento.html >. Acesso em 08/10/2018


segunda-feira, 8 de outubro de 2018

IRACEMA-GUARDIÃ DE FORTALEZA



Imagem:
Disponível em:  http://mochileirosecampistas.blogspot.com/2012/09/ Acesso em: 24/09/2018


           Sob o sol de Fortaleza, lá está ela; A virgem dos lábios de mel – Iracema - está a índia do romance de José de Alencar. Sua imponência aos olhos dos transeuntes, sejam turistas ou conterrâneos, lá estar... A identidade das nossas origens indianistas; mulher, guerreira, sedutora e simplesmente índia; em formas delicadas, bronzeada e metalizada.  
        
          De acordo com nossos estudos em estética existem valores e pontos de vista que são atribuídos e que nos fazem entender melhor uma obra de arte. No ponto de vista factual, segundo Cidade (2015), a “obra de Zenon Barreto inaugurada em 1996” foi projetada em pedra a qual representa as formas e curvas femininas da índia Iracema. 

        Sob o ponto de vista Expressional a Guardiã de Fortaleza aparece com aspecto tridimensional como uma guerreira com arco em estilo figurativo sobre uma base geométrica em mármore à beira mar de Fortaleza precisamente na praia de Iracema.

         No ponto de vista neo-factual, devido ao desgaste do tempo e o vandalismo o monumento foi restaurado em 2012, com “modificações mais rígidas”.
Sob o ponto de vista Técnico o monumento foi “assinado pelo escultor Franzé D’Aurora, mede 4,68m de altura” e recebeu em sua restauração a cobertura de cobre com direito a ângulos mais modernos e delicados com referência a anterior (CIDADE, 2015).
         
       Do ponto de vista Estético ela está diretamente ligada ao sentimento de preservação histórica que remetem ao romance de José de Alencar, enquanto que o ponto de vista Atualizado a obra reflete a nossa contemporaneidade e o modo pelo qual cada pessoa enxerga e se envolve sensivelmente com o enredo indianista e romântico.

       Do ponto de vista Institucional a obra de Zenon Barreto é considerada um patrimônio cultural do povo de Fortaleza, portanto para qualquer tipo de intervenção é necessária uma análise mais ampla e até um debate formal da sociedade. Porém, a prefeitura de Fortaleza é a instituição responsável para esse fim. 
   
        Sob o ponto de vista Comercial, embora a escultura seja de grande porte, a imagem do monumento é amplamente comercializada como cartão postal de Fortaleza, propriedade e identidade cultural do povo fortalezense.

Este poste corresponde a atividade da disciplina de  Estética do curso de Licenciatura em Artes Visuais UAB/UECE.

Por Lia Batista
Artista Plástica

FONTE:

COSTELLA, F. Antônio. Para Apreciar a Arte. Roteiro Didático. Ed. 3. São Paulo. Editora SENAC.1997.

Disponível em:
 Imagem:

MOCHILEIROS e Campistas. Disponível em:  http://mochileirosecampistas.blogspot.com/2012/09/ Acesso em: 24/09/2018

MUDANÇAS na Estátua Iracema Guardiã chamam atenção. Diário do Nordeste online. Fortaleza, 16 jun. 2015. Cidade.




sexta-feira, 7 de setembro de 2018

METODOLOGIA NO ENSINO DA ARTE.



Vídeo
 Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=l5_EMEU4kwY> Acesso em: 07/09/2018

Abordagem metodológica do ensino da Arte compreende por vários métodos aos quais os professores utilizam para aplicar em sala de aula com seus alunos as práticas artísticas. A cada dia percebemos que há uma necessidade de ressignificar o modo dessa abordagem. Contudo vale salientar que a habilidade e o conhecimento, agregado às experimentações do arte educador é fundamental no dia a dia.  Na disciplina de Metodologia da Pesquisa em Artes podemos perceber a importância desse conhecimento para promover o debate das análises no que tange aos métodos  que abrangem as práticas artísticas que vão desde as metodologias tradicionais até as mais modernas.
O resultado positivo do ensino da Arte por parte do professor não depende apenas da sua formação, mas de uma série de fatores que juntos contribuem para a aprendizagem dos alunos, todavia vale ressaltar que as questões socioculturais ao qual este educando está inserido devem ser consideradas. Assim sendo, esses aspectos socioculturais ao serem aproveitados podem auferir a bons resultados na abordagem criativa do aluno, agregando maior significância quando essa experimentação humana parte desse pressuposto.
Em épocas passadas os padrões de ensino da Arte consistiam em meras repetições de técnicas, até porque a arte era voltada para a padronização Revolução Industrial, onde a capacidade criativa do aluno não era respeitada, pois ele simplesmente tinha que seguir o modelo da fábrica e da produção em massa.
Logicamente que, com a vinda da Missão Francesa para o Brasil no século XIX, e a criação da Academia Imperial de Belas Artes seria necessário a introdução de um modelo tido como “oficial” de ensino de Arte semelhante aos moldes europeus, para atender os anseios da corte de D. João VI.
Ao mudar-se para a nova colônia de Portugal, D. João VI queria, portanto, que os padrões e técnicas da Europa servissem como referências para as práticas do desenho e da pintura e que estes permaneceram como regra para atender o mercado das elites dominantes, porém com uma identidade própria de brasilidade.
Com o passar dos anos as práticas voltadas para o mercado de trabalho ainda se mantiveram nas escolas primárias e secundárias sempre visando à profissionalização do aluno em que os utilitários e as atividades giravam em torno do exercício artesanal enfatizando as noções de construções geométricas, perspectivas, etc. dentro do mais absoluto rigor técnico.
Esta prática “tradicional” o professor se limitava a aplicação de conteúdos; o aluno era mero espectador do processo educacional e o professor era considerado detentor do saber. Para isso bastava que o aluno não fugisse a regra da repetição proposta em sala. Infelizmente, ainda hoje alguns professores pensam dessa forma, mesmo sabendo nenhum conhecimento, muito menos a arte é um produto acabado.
Perceber que as mudanças trouxeram suas significâncias pode nos parecer notório, todavia isso ocorreu de forma um tanto o quanto sutil, pois as políticas educacionais sempre avançaram sem a devida relevância a que de direito.
No decorrer dos anos na década de 1960 a Escola Nova abordou uma nova metodologia em que se passou a respeitar o mais o potencial criativo valorizando as aptidões e iniciativas do aluno, bem como a experiência, a preponderância do fazer artístico de uma maneira em que a “livre expressão” fosse determinante nos resultados das criações.  Encarar o certo ou errado na produção artística já não era fato, até porque a liberdade de escolhas passou a ser respeitada, até mesmo na utilização dos materiais escolhidos pelo aluno. Dessa forma, cabia ao professor acompanhar os trabalhos sem interferência nas inspirações.
Segundo, Santomauro (2009), a partir de 1971, “Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)”, começou a se pensar em uma nova  maneira do ensino da Arte. A metodologia “Sociointeracionista” na década de 1980 passa a ser uma abordagem mais condizente na formação do aluno, tendo em vista a inserção das novas linguagens em sala de aula, como por exemplo: a dança, as artes visuais, a música e o teatro.  Assim, a possibilidade de enriquecimento de novas formas de compartilhar as experiências são relevantes diante das trocas de saberes entre os indivíduos, cabendo ao professor apenas intermediar o diálogo sobre o que poderá ser abordado nos eixos da produção, a apreciação e a reflexão sem, contudo limitar essas discussões no processo.
Portanto, não há mais espaço para o tradicionalismo do ensino da arte, tendo em vista que o professor deve usar das práticas inovadoras dentro do contexto histórico e social para abordar as novas tendências que levem ao aluno a refletir sobre a necessidade de ressignificar o conhecimento artístico usando inclusive as tendências contemporâneas que possam ir além da imitação e das relações  estéticas convencionais.

Por Lia Batista-Atividade referente a disciplina de Metodologia da Pesquisa e do Ensino da Arte-UECE/UAB.
FONTES:

CONTEÚDOS e Metodologia do Ensino da Arte. Produzido por Faculdade Fetac. mar 2017. Vídeo.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=l5_EMEU4kwY> Acesso em: 07/09/2018
FERRARI, Maria Heloísa  e FUZARI, Maria F. de Resendi. Cortez. Metodologia do Ensino de Arte. Arte Educação.  1993. Disponível em: <http://www.arteducacao.pro.br/metodologia-do-ensino-de-arte.html> Acesso em: 26/04/2018.  
 GOMES, Cristina. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. Disponível em: <https://www.infoescola.com/historia/revolucao-industrial/>
Acesso em: 30/04/2018.
SALES, José Albio Moreira. Metodologia da Pesquisa e do Ensino de Artes.  SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE). 2010.
SANTOMAURO, Beatriz.  O que ensinar em arte. mar. 2009. Disponível em:<https://novaescola.org.br/conteudo/1509/o-que-ensinar-em-arte> Acesso em: 24/04/2018

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

BONECA ABAYOMI-OFICINAS ITINERANTES

BONECA ABAYOMI


A boneca Abayomi-The Abayomi Doll

Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dpvmakYu6oE&feature=youtu.be> Acesso em: 01 fev 2021




No século XVI, com pedaços de suas saias as mães africanas que eram transportadas em navios negreiros para o Brasil, acalentavam seus filhos com minúsculas bonecas de pano, como forma de aliviar a angústia no trajeto entre África e Brasil.
                                                             ORIGEM
                  De acordo com Vieira (2015), a boneca Abayomi tem origem na etnia-linguística Iorubá no continente africano e significa “encontro precioso”. Durante o trajeto, as mães produziam as bonecas com pedaços das próprias saias, contavam histórias para tentar acalentar seus filhos  e estes as guardavam como amuletos.       
                   Simples de fazer: Sem costura e com apenas nós, a Abayomi vai encantando pela sua importância memorável. Como símbolo de resistência e protagonismo da mulher na sociedade atual, essa história tenta afirmar a identidade cultural afro-brasileira, provocando reflexões em torno das lutas e da aceitação das nossas origens na contemporaneidade.
                      Para além das fronteiras do Estado do Ceará as oficinas de bonecas Abayomi vão tomando formas com o estilo Eco Arte e depois da Creche Francisco Erasmo Pitombeira no Parque Dois Irmãos em Fortaleza e o XI Seminário SATRE-UECE, chega às donas de casa de Serra Negra e à Escola Municipal Luiz Barbosa, localizada na Rua Monteiro Lobato, 187, Pimentéis em Águas de Lindoya-São Paulo. 
                   Foi uma honra ser recebida pela diretora Denise e seus alunos; juntos trocamos ideias e experiências, onde também fizemos uma mini exposição de pinturas em tela e com artesanato oriundos de materiais recicláveis para a turma de alunos de sétimo ano. Eu e a artesã Edilene da Silva tivemos o apoio do senhor Otacísio Pereira e do Escritório de Contabilidade Santa Rita em Águas de Lindoya.
            No geral o projeto de oficinas itinerantes Abayomi suscita o  debates sobre o preconceito, o feminicídio, a resistência da mulher negra e ainda promove uma reflexão sobre as questões de gênero. As oficinas são ministradas de acordo com cada público alvo.
           Para jovens e crianças são apresentadas as questões afetivas, as relações interpessoais na escola,  na comunidade, adolescência, e o combate ao bulling, bem como da afetividade entre os membros da família que atualmente está sendo substituída pelo uso abusivo das redes sociais dentro do próprio lar. 
              Quanto ao público adulto a oficina apresenta uma discussão mais ampla onde são abordados assuntos relacionados a resistência da mulher negra, o  racismo, o combate a homofobia, relações amorosas, dentre outras questões.
              Para tanto é preciso enfatizar que  toda instituição educacional tem o direito e o dever de abordar sobre os temas transversais aos quais dentre eles está  do ponto de vista das relações étnicas, escravidão e mercantilização dos povos africanos.
                            
                            Da mesma forma, uma visão histórica da Ásia contribui para a                                               compreensão  da   formação cultural brasileira, tanto no que se refere às                               tradições como a  processos históricos que levaram seus habitantes                                     a imigrarem para as  Américas, e em particular para o Brasil, em                                            diferentes momentos (PCNs p.131). 
  1.       A oficina começa com uma oração do Pai Nosso e uma dinâmica energizadora em círculo sempre de mãos dadas para depois iniciar a apresentação sobre a  história da Abayomi.  O Objetivo principal é abordar a relação simbólica da boneca com os aspectos de resistência e o protagonismo da mulher na sociedade atual, bem como afirmar a identidade cultural afro-brasileira, provocando reflexões em torno das lutas e da aceitação das nossas origens na contemporaneidade. 
  2.     A segundo bloco, fala-se um pouco da história da boneca no modo geral, como surgiram e qual o significado em determinadas civilizações desde o Paleolítico até a atualidade. 
  3.       No terceiro bloco são apresentadas as ações internas e externas do ateliê e as práticas artísticas e socioambientais nas comunidades, tais como o resgate da cultura popular da boneca de pano, citando o exemplo a Vó Luíza (94) que mantém a tradição com as netas e bisnetas. Dessa forma o uso dos retalhos para a produção das bonecas possibilita discussões dos temas transversais, podendo ser aplicados  na educação por meio da contação de história com os alunos.
  4.    Quarto bloco, aponta as exposições trabalhos artísticos, empoderamento da mulher, casos de    superação e auto aceitação para a melhoria da autoestima. 
  5.       Último bloco onde acontece o passo a passo da confecção da Boneca Abayomi e para finalizar acontece  o momento de escuta e encerramento.
A experiência de mediar as oficinas de Abayomi tem sido muito enriquecedora devido as suas peculiaridades. Todavia percebo visivelmente no rosto das pessoas que a sensibilidade flui de uma forma espontânea irradiando uma energia própria que emana espontaneamente sem receio, pois percebo que a cada finalização ocorre uma liberação intensa de empoderamento e alívio.
Veja! Quanto aos homens presentes nas oficinas noto que mesmo que transpareçam receosos, se empenham com veemência na produção da boneca; alguns se manifestam discursivamente, elogiam e partilham suas algumas experiencias.

                    
 Escola Municipal Luiz Barbosa

Águas de Lindoyoa-Pimentéis-São Paulo-Jun-2018







Oficina de Abayomi no Ateliê Eco Arte


        Oficinas com os pais - CEI Francisco Erasmo da Silva Pitombeiras Parque Dois Irmãos Fortaleza-CE   


Oficina na XI Seminário de Estudos SATRE-Centro de Humanidades - UECE-Ago/2018


Campanha solidária de doação de sangue -Salve o Miguel-

Oficina no Polo UECE/UAB-Maracanau-CE



Oficina no Bom Jardim- Igreja Sheikinah-Acão Mulher/2018





Polo UAB/UECE-Maracanaú-
Escola Francisco Jaborandi de Melo-Fortaleza
XIII Semana Universitária UECE-
II Feira do Conhecimento do Ceará
CEI-Maria de Carvalho Martins II


 Saiba mais: 
O vídeo da Priscila Batista mostra que a maior aflição da mulher negra é cuidar do cabelo, a ditadura da beleza feminina e auto preconceito.


ABAYOMI, Bonecas: símbolo de resistência,tradição e poder feminino



    BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais.  Pluralidade Cultural parte 1. 
    Disponível em:            http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pluralidade.pdf Acesso em:                      27/08/2018 
.   
    MEU Big Chop. Cortei o cabelo com 5 meses de transição. Produção de Priscila Batista Barbosa.Ceará: MAIS QUE RUBIS, 2015. VÍDEO
DDisponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=srwI7y01sog> Acesso em: 27/08/2018.

VA BONECA Abayomi - The Abayomi Doll. Produção Cleiber Andrade. 2019. Fortaleza
íDisponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dpvmakYu6oE&feature=youtu.be> Acesso em: 01 fev 2021








ARTE CONCRETA DE LUIZ SACILOTTO



Vídeo:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RzPx_4Z9dWI> Acesso em 23/08/2018


Apesar da Semana de Arte Moderna trazer mais liberdade na literatura, nas artes plásticas, na música, etc., o conceito do belo, estética perfeita é dinâmico e muda de acordo com o tempo, podendo ser influenciado pelos aspectos políticos, econômicos e socioculturais fazendo-se necessário investir em novas possibilidades artísticas que transcendam os anseios das sociedades, contudo a inquietude humana exige novas perspectivas estéticas.
Nesse contexto, surge em meados do século XX, a Arte Contemporânea adentrando a tridimensionalidade, a irreverência e novos conceitos para um discurso mais livre no fazer artístico. A Arte Contemporânea ultrapassa as fronteiras do imaginário chegando à Era Digital quebrando paradigma após a Segunda Guerra Mundial.
A Era Digital trouxe inovações e questionamentos que intrigam a própria a crítica de arte e deixa a pergunta sem resposta, do que pode ser realmente arte? A desconstrução do belo perpassa por várias vertentes.  A liberdade de expressão e o uso de materiais passam a integrar os novos rumos de uma nova Cultura Visual aos quais não temos dimensões aonde vamos chegar.
Logo, nesse sentido se envereda o mundo das artes transitando pela diversidade de recursos e ideias criativas e o Brasil, portanto, se insere nesse contexto de afirmação indenitária a qual acompanha esse desdobramento percorrendo as várias experiências, experimentos, modalidades e tipologias artísticas.
A globalização, por exemplo, tem contribuído para o avanço do conhecimento tecnológico ao qual conecta o cidadão instantaneamente a qualquer parte do planeta. Assim, a produção artística vai quebrando paradigmas e trazendo novos valores.
Experimentar esses valores parece-nos vislumbrar novos movimentos que vão se relacionar com tudo inclusive com as relações de consumo, rompendo com os antigos modos da produção artística.
A Op Arte, Arte Cinética, Arte Povera, Abstracionismo, Concretismo, dentre outros movimentos da Arte Contemporânea crescem exponencialmente para conquistar novos atores das Artes Visuais. O Concretismo chega com uma nova proposta e como referência desse movimento Sacilotto foi um dos artistas brasileiros que se destacou mundialmente pela ousadia do seu estilo inovador.
O paulistano Luiz Sacilloto apesar de começar a trabalhar aos dezessete anos sempre esteve ligado às técnicas de desenho, pintura e trabalhos com metais; a precisão na pintura de letras e projetos de alumínio o levou a desenvolver interesse pelas artes plásticas.            “No início, seus trabalhos são figurativos. Paisagens e retratos de tendência expressionista, mas a partir de 1947 realiza suas primeiras experiências no domínio da abstração geométrica, sendo um dos pioneiros da arte concreta no País”. (IMBROSI, 2016).  Logo, o Concretismo de Luiz Sacilotto tenta romper com o figurativo deixando de lado a representatividade objetiva para se lançar na geometrização das linhas e formas.
Ao observar a plasticidade de suas obras, somos induzidos a perceber que o artista quer brincar com o olhar do apreciador provocando uma inquietação, para a progressão contemplativa; ora parecem dobraduras em movimentos ou escadas que podem levar a algum lugar. O aspecto de algumas obras visualmente em movimento pode ser também caracterizada como Arte Cinética ou Op Arte, devido a ideia tridimensionalidade.
 A ilusão de ótica presente em seus trabalhos é acompanhada de progressão, precisão matemática milimetricamente calculada do positivo e negativo, união de formas e conteúdos. O dinamismo estético nos deixa dúvida quanto à sua técnica; aparentemente não são feitas artesanalmente e sim com ferramentas digitais. Provavelmente a precisão nos corte com os metais e o desenho das letras associadas ao seu ofício o tenha influenciado na perfeição dos traçados precisos das linhas com o manuseio dos pincéis.
Apesar de parecerem simples a Arte Concreta de Luiz Sacilotto apresentam geralmente cores chapadas com traços bem definidas, volume, profundidade, tridimensionalidade, movimento, luz e sombra. O ritmo sequenciado dessas linhas e formas provocam incômodos visuais e podem fazer o apreciador a desviar o olhar. Os elementos repetidos em algumas séries promovem diálogo entre si e formulam uma fantástica completude no conjunto da obra.
Para tanto a concisão das formas e linhas de Sacilotto tende ser provocador e inquietante, sem, contudo apresentar frieza e elasticidade estrutural o que dá ao apreciador a vontade de tocar em cada peça separadamente como em um jogo de elementos soltos em 3D.  “São justamente esses aspectos construtivos do desempenho perceptivo que irão, pela via dos atos subjetivos, reaproximar a investigação estética do âmbito do conhecimento”. (BARROS 2010, p. 19).
De acordo com Marques (2018), o artista teria deixado a “tela de lado” para enveredar pela tridimensionalidade para fazer “relevos em alumínios pintados e uma sequência de esculturas em latão e alumínio” e como vemos Sacillotto se transporta do simples ao complexo, da tela ao metal com a mesma desenvoltura.
Ao observar algumas esculturas em metais percebi que o artista tem compromisso com a seriedade e simplicidade, pois, são desprovidas de sensações ou sentimentos, por isso acho um tanto desafiador classificá-las com mais propriedade, logo a semelhança estrutural entre os elementos nos convida a observação por repetidas vezes nos conduzindo a um olhar descompromissado da reflexão.
Portanto, dessa forma é que a Arte Contemporânea pretende atingir a inquietude humana dentro das novas perspectivas estéticas promovendo novos conceitos para um discurso mais livre ultrapassando as fronteiras do imaginário sem necessariamente ter uma relação direta com a vida cotidiana.
Por Eliane Batista Barbosa (LIA)

OBS: O texto acima corresponde  a uma das atividades da disciplina de História da Arte do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da UECE/UAB-Maracanaú.
Fontes:

BARROS, Fernando R. de Moraes. Estética, 2010. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE).
COUTINHO, Rafael. 2012. Culturamix.com. História da Arte Ocidental – Arte Contemporânea no Brasil.
DIANA, Daniela. Toda Matéria. Arte Contemporânea. 2018.
 Disponível em:<https://www.todamateria.com.br/arte-contemporanea/> Acesso em 20/08/2018
IMBROISI, Margaret. História das Artes. Luiz Sacilotto, 2016
SACILOTTO, Luiz. Pinturas Brasileiras.com. Biografia, 2018. Disponível em:




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EMPREENDENDO COM O "LIXO" AUTOMOTIVO

A VERDADEIRAA HERANÇA ANCESTRAL

Título: Lavadeiras Acrílico S/ eucatex- 2014 Artista: Lia Batista Tamanho: 40x60cm Imagem: Disponível em:  https://br.pinterest.com/pin/5559...