quarta-feira, 15 de abril de 2020

CONCRETISMO E NEOCONCRETISMO

       

        

          





As obras acima são de autoria da artista Lia Batista. 
Imagens: Lia Batista-2020.

Concretismo – O abstracionismo geométrico é considerado uma tendência da arte brasileira a partir da década de 1950 que surge para se contrapor ao Modernismo por meio dos “movimentos Concretismo e Neoconcretismo”, época em que se aspirou o crescimento econômico ao qual veio ilustrar a euforia da era industrial e do crescimento urbano nas grandes metrópoles.
De acordo com Sua Pesquisa (2019), esse movimento vanguardista teve seu ápice na década de 1960 e seus percussores foram: Max Bill (artes plásticas), Pierre Schaeffer (música) e Vladimir Mayakovsky (poesia).
A Arte Construtiva ou Arte Concreta aparece como a mais importante corrente da arte contemporânea, pois o desenvolvimento na sociedade tecnológica corrobora no cotidiano da sociedade provocando mais conexão ente a “arte e a vida”.
Nesse sentido, a arte Concreta se baseia em “concepções matemáticas” apresenta obras com clareza das formas, “rígidas e racionais", geométricas exatas, progressão, com linhas, cores e superfícies com originalidade para o processo criativos sem nenhuma conexão com o figurativismo ou outras correntes conservadoras.
Prevalece o princípio da racionalidade para a compreensão para os quais os “meios determinavam a produção artística, detendo-se no campo do estudo da linguagem da arte enquanto um processo de significação” (ASSUNÇÃO e VASCONCELOS 2015, p. 105).
A objetividade e a clareza são características peculiares dando a impressão de uma arte acessível a todos, com linhas horizontais, verticais, simplicidade e movimento. Segundo Cunha (2019), em 1956 as divergências ocorridas por “ocasião da I Exposição de Arte Concreta” entre os grupos Frente (carioca) e Ruptura (São Paulo) acontecem “distorções de regras” ao virem à tona por diferenças políticas e culturais.
Tais divergências resultaram em mais liberdade criativa, o experimentalismo que passaram a ser mais importante que a racionalidade e rigidez. Porém, com as diferencias políticas e culturais dos artistas cariocas se sobrepondo ideias gerais do movimento, a dissidência resultaria em mais liberdade artística e a “expressão humanista”, com o surgimento do Neoconcretismo, um movimento autenticamente de artistas brasileiros,
Enquanto o movimento Concretismo prima pela forma e baseia-se nas concepção matemática, rigidez, simplicidade racionalidade, o movimento Neoconcretista se firma na subjetividade, emoção, sensorialidade e a expressividade. A obra acontece com a interação e manipulação pelo espectador e inserção maior do público. Artista do movimento Neoconcretista que se destacaram: Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissman, Lygia Clarck e Lygia Pape, Hélio Oiticica - Reynaldo Jardim, Hércules Barsotti, Willys de Castro e Theon Spanudis (SUA PESQUSA, 2019).
Segundo Basbaum (2001 p. 24) sem dúvida, “a antropologia neoconcreta do corpo-a-corpo” no campo da arte faz-se necessário “atrair o espectador para transformá-lo em agente de uma corporeidade orgânica, supostamente não metafórica”.  
 Os artistas buscam outras formas fugindo da bidimensionalidade dos quadros para outros formatos de obras de arte. No caso do conjunto escultórico “Bichos” de Ligia Clark e os “Parangolés” de Hélio Oiticica justificam essa mudança. Com a tridimensionalidade nas formas escultóricas os espectadores constroem uma relação da experiência da prática sensível com a estética onde acontece a sensação de mais liberdade criativa e do experimentalismo, assim pretendia romper com a distância entre o espaço da obra e o espectador com o processo participativo (ASSUNÇÃO e VASCONCELOS 2015, p. 119).

                                         Em março de 1959, foi lançado no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, o manifesto neoconcretista assinado por Ferreira Gullar, Ligia Clarck, Ligia Pape, Amilcar de Castro, Franz Weissmann, Reynaldo Jardim, Theon Spanudis para definitivamente separar a artes do Rio de Janeiro e de São Paulo. Este manifesto serviu de abertura para a primeira exposição de arte neoconcreta (MARTINS E IMBROISI, 2018).

Nesse sentido o movimento Neoconcretista no Brasil veio confirmar e transcender os espaços das galerias propondo mais liberdade aos artistas revolucionando o fazer e pensar a arte. Novas propostas desconstruíram o movimento Concretista reinventando os suportes tradicionais como pintura e esculturas, para recriar meios inusitados na prática criativa com a inserção corpo a corpo do espectador.
SAIBA MAIS:

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Vídeo:

     CONCRETISMO - História da Arte | 24. Produção de Zaac. Arte & Educação. 2017. Vídeo.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YjdlpB_jJGo> Acesso em: 15/04/2020.

BIBLIOGRAFIA

ASSUNÇÃO, Ana C. L.; VASCONCELOS, Flávia M. de B. P. Arte e Cultura Brasileira. Artes plásticas. Fortaleza: Ed 1. UECE, 2015.
CUNHA, Arnaldo Marques. CONCRETISMO NO BRASIL. Brasil Artes enciclopédia. Disponível em: <http://www.brasilarteseível nciclopedias.com.br/temas/concretismo_no_brasil.html> Acesso em: 04/11/2019.
MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret H. Impressionismo. Disponível em: < https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-20/abstracionismo/neoconcretismo/> 04/11/2019.
RASBAUM, Ricardo. Arte contemporânea brasileira: texturas, dicções, ficções
Estratégias. Rio de Janeiro-Ambiciosos: Marca d'Água Livraria e Editora Ltda, 2001.






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