As obras acima são de autoria da artista Lia Batista.
Imagens: Lia Batista-2020.
De acordo com Sua Pesquisa (2019), esse
movimento vanguardista teve seu ápice na década de 1960 e seus percussores
foram: Max Bill (artes plásticas), Pierre Schaeffer (música) e Vladimir
Mayakovsky (poesia).
A Arte Construtiva ou Arte Concreta
aparece como a mais importante corrente da arte contemporânea, pois o desenvolvimento
na sociedade tecnológica corrobora no cotidiano da sociedade provocando mais
conexão ente a “arte e a vida”.
Nesse sentido, a arte Concreta se
baseia em “concepções matemáticas” apresenta obras com clareza das formas,
“rígidas e racionais", geométricas exatas, progressão, com linhas, cores e
superfícies com originalidade para o processo criativos sem nenhuma conexão com
o figurativismo ou outras correntes conservadoras.
Prevalece o princípio da racionalidade
para a compreensão para os quais os “meios determinavam a produção artística,
detendo-se no campo do estudo da linguagem da arte enquanto um processo de
significação” (ASSUNÇÃO e VASCONCELOS 2015, p. 105).
A objetividade e a clareza são características
peculiares dando a impressão de uma arte acessível a todos, com linhas
horizontais, verticais, simplicidade e movimento. Segundo Cunha (2019), em 1956
as divergências ocorridas por “ocasião da I Exposição de Arte Concreta” entre
os grupos Frente (carioca) e Ruptura (São Paulo) acontecem “distorções de
regras” ao virem à tona por diferenças políticas e culturais.
Tais divergências resultaram em mais
liberdade criativa, o experimentalismo que passaram a ser mais importante que a
racionalidade e rigidez. Porém, com as diferencias políticas e culturais dos
artistas cariocas se sobrepondo ideias gerais do movimento, a dissidência
resultaria em mais liberdade artística e a “expressão humanista”, com o
surgimento do Neoconcretismo, um movimento autenticamente de artistas
brasileiros,
Enquanto o movimento Concretismo prima
pela forma e baseia-se nas concepção matemática, rigidez, simplicidade
racionalidade, o movimento Neoconcretista se firma na subjetividade, emoção, sensorialidade
e a expressividade. A obra acontece com a interação e manipulação pelo
espectador e inserção maior do público. Artista do movimento Neoconcretista que
se destacaram: Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissman, Lygia Clarck
e Lygia Pape, Hélio Oiticica - Reynaldo Jardim, Hércules Barsotti, Willys de
Castro e Theon Spanudis (SUA PESQUSA, 2019).
Segundo Basbaum (2001 p.
24) sem dúvida, “a antropologia neoconcreta do corpo-a-corpo” no campo da arte
faz-se necessário “atrair o espectador para transformá-lo em agente de uma
corporeidade orgânica, supostamente não metafórica”.
Os artistas buscam outras formas fugindo da
bidimensionalidade dos quadros para outros formatos de obras de arte. No caso
do conjunto escultórico “Bichos” de Ligia Clark e os “Parangolés” de Hélio Oiticica
justificam essa mudança. Com a tridimensionalidade nas formas escultóricas os
espectadores constroem uma relação da experiência da prática sensível com a
estética onde acontece a sensação de mais liberdade
criativa e do experimentalismo, assim pretendia romper com a distância entre o
espaço da obra e o espectador com o processo participativo (ASSUNÇÃO e
VASCONCELOS 2015, p. 119).
Em
março de 1959, foi lançado no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, o
manifesto neoconcretista assinado por Ferreira Gullar, Ligia Clarck, Ligia
Pape, Amilcar de Castro, Franz Weissmann, Reynaldo Jardim, Theon Spanudis para
definitivamente separar a artes do Rio de Janeiro e de São Paulo. Este
manifesto serviu de abertura para a primeira exposição de arte neoconcreta
(MARTINS E IMBROISI, 2018).
Nesse
sentido o movimento Neoconcretista no Brasil veio confirmar e transcender
os espaços das galerias
propondo mais liberdade aos artistas revolucionando o fazer e pensar a arte. Novas
propostas desconstruíram o movimento Concretista reinventando os suportes tradicionais como pintura e esculturas, para recriar meios
inusitados na prática criativa com a inserção corpo a corpo do espectador.
SAIBA MAIS:
Vídeo:
CONCRETISMO - História da Arte | 24. Produção de Zaac. Arte & Educação. 2017. Vídeo.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YjdlpB_jJGo> Acesso em: 15/04/2020.BIBLIOGRAFIA
ASSUNÇÃO,
Ana C. L.; VASCONCELOS, Flávia M. de B. P. Arte
e Cultura Brasileira. Artes plásticas.
Fortaleza: Ed 1. UECE, 2015.
CUNHA, Arnaldo
Marques. CONCRETISMO NO BRASIL. Brasil Artes enciclopédia. Disponível
em: <http://www.brasilarteseível
nciclopedias.com.br/temas/concretismo_no_brasil.html> Acesso em:
04/11/2019.
MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret H. Impressionismo. Disponível em:
< https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-20/abstracionismo/neoconcretismo/> 04/11/2019.
RASBAUM,
Ricardo. Arte contemporânea brasileira:
texturas, dicções, ficções
Estratégias. Rio de
Janeiro-Ambiciosos: Marca d'Água Livraria e Editora Ltda, 2001.
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