segunda-feira, 16 de setembro de 2024

O INVISÍVEL - SETEMBRO AMARELO

O INVISÍVEL


Por Lia Batista

Enxergar o invisível, 

O cotidiano, 

Imagens,

Além do óbvio

Abstrato de sentimentos profundos

Além da cor, do movimento, da textura…

Uma narrativa qualquer,

Olhos vendados, tato, olfato, audição, paladar.

Ver não é apenas olhar o interessante,

Ver é a dinâmica sensorial

Encontro especial, consigo mesmo,

Sensações adversas

Ir além das questões físicas

Evolução,

Autonomia estética,

Enxergue o invisível!



Imagem: Paixão Barbosa, 2024

          Setembro é o mês de campanha de conscientização no combate ao suicídio; o termo "Setembro Amarelo" é usado como um mês-referência para promover a reflexão sobre os cuidados, atenção e prevenção aos casos de transtornos mentais que cada dia aumentam na sociedade contemporânea.

          Diante do exposto, o Instituto Recomeçando promoveu o I Encontro de Saúde Mental, realizado no Colégio Monteiro Lobato, no Parque Dois Irmãos - Fortaleza.

         Na ocasião, uma roda de conversa com vários participantes, voluntários e defensores de um debate mais aberto na sociedade, justamente para haver uma consciência preventiva e sem preconceito.

    A psicóloga Eveline Frota foi a mediadora do debate, e eu, como convidada, pude expor a importância da arteterapia na prevenção e tratamento dos transtornos mentais, baseando-me nas experiências com mulheres no nosso espaço Eco Arte Lia Batista.

       Portanto, o poema "O invisível" traz em sua poética um alerta para a busca de se ver além do óbvio; isso significa estarmos alerta sobre o comportamento do indivíduo, dos nossos familiares e colaboradores, aos primeiros sinais; sejam verbais ou corporais e de como aplicar uma abordagem cuidadosa até o encaminhamento e a prescrição medica, quando for o caso. 

       Gratidão ao meu amigo Magno Lima por ter me indicado a participar desse evento em um momento tão oportuno.
Fonte: BATISTA, Lia. Poemas sutis/Lia Batista. Fortaleza: RDS, 2024

domingo, 8 de setembro de 2024

RENDEIRA



Por Lia Batista

Almofada de palha e chita 

Ao som do vento a soprar 

Vê a onda e o movimento 

A rendeira tem seu sonhar 

Colher espinhos de cactos

Para a trama facilitar.


Da prainha à sombra fresca 

De um cajueiro a vingar 

 Na praça com os seus bilros

Espinhos gigantes a espetar

A sua arte pratica

Como se fosse um bailar.


Risco certo e mãos jeitosas 

Faz o esboço no papel 

No dançar dos movimentos 

De espinhos se faz Cordel 

Na calçada da igreja 

Da Prainha a Cascavel.


Sua trama apertada 

Sempre ao raiar do sol 

A sua renda perfeita 

Debaixo de um paiol 

Ou sob uma nuvem branca

Da almofada de chita

Sai sempre um ou o girassol.


Fonte: 

BATISTA, Lia. Poemas sutis/Lia Batista-Fortaleza: RDS, 2024


 

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

REDE SEM FRONTEIRA NO NORDESTE


            

Rede Sem Fronteiras é    uma  organização   da sociedade civil com sede em  Lisboa,  organizada por  governos,      nos  locais e academias   literárias  que articulam em prol da   cultura lusófona e da língua  portuguesa   na  defesa  dos  direitos  de pessoas refugiadas, imigrantes, estando presente em mais de 30 países. Em grande estilo, em comemoração ao "Jubileu de Estanho" (10 anos), estive participando da Convenção Internacional da Rede Sem Fronteiras, sendo, portanto, finalizada nos dias 19 a 25 de agosto de 2024, no Nordeste brasileiro; em Mossoró (RN) aconteceu o enterramento da Cápsula do Tempo no Museu do Sertão, que será aberta após 50 anos.

Em Fortaleza (CE) um dos palcos do evento foi no clube Náutico Atlético Cearense, com apresentações culturais, Feira Literária e de Empreendedorismo, saraus, dentre outras atividades, reunindo representantes de vários países. 

Por ter me tornado membro oficial, colaborei como parceira representando o Museu do Caju do Ceará, onde fiquei responsável, juntamente com Rosa Virginia, secretária da ALMECE (Academia de Letras dos Municípios Cearenses), pela pasta de ornamentação e na organização da Feira de Empreendedorismo.

Durante seis meses, produzi, juntamente com algumas parceiras da Eco Arte, a decoração com mini esculturas de cajus, com foco no reaproveitamento de materiais que seriam descartados no meio ambiente. Assim, foram confeccionadas 150 almofadinhas de cajus que serviram para a decoração do  palco  e da mesa da recepção. 

                                        

No encerramento, além das apresentações artísticas e dos empreendedores (dia 23), foram entregues certificados de participação para expositores, escritores, bem como premiações a escritores vencedores de concursos literários, escolas e instituições presentes.

 

                                         


Portanto, agradeço à Rede sem Fronteiras e à presidente Dyandrea Portugal por conceder-me mais essa experiência, além das homenagens concedidas pela ALECE (Assembleia Legislativa do Estado do Ceará), em comemoração aos 10 anos da Rede Sem Fronteiras, o selo oficial comemorativo e o Troféu Cultura Sem Fronteiras que foram entregues no Espaço Atheneè (Lullas Buffet) em cerimônia de gala na noite de 25 de agosto.





Fonte: 
Imagens: acervo pessoal, 2024.























segunda-feira, 1 de abril de 2024

                                                             

                                  BONECAS DA VÓ LUIZA


                  Luiza Costa Barbosa, a Vó Luíza, a bonequeira conhecida também em Banabuiú como Digô, nasceu na ribeira do rio Banabuiú em 1924 e desde pequena sempre produziu as chamadas “bruxinhas” com as sobras de retalhos da sua mãe, costureira. Assim entretinha as crianças, os filhos e filhas narrando estórias e fazendo sua própria história.

         A centenária, apesar da idade, continua fazendo bonecas de pano, não com tanta habilidade e perfeição.

Estas a mantém lúcida, e feliz, sobretudo pelo prazer em perpetuar a tradição secular inspirada no teatro de bonecos de Antonio Eridan, segundo relato da família.

Com todo o capricho, Vó Luíza ensina o ofício para as mulheres, netas e bisnetas, e diz orgulhosamente: “essa é minha arte”.

As bonecas pretas que relutava em produzir, não estão para brincadeira; muitas estão espalhadas por vários países como símbolo da nossa herança ancestral africana.

Assim promove o debate, sobre o preconceito racial, ancestralidade, beleza afro-brasileira, sobretudo nem ela mesmo imaginou que as bonecas iam tão longe, que iam promover um diálogo com temas recorrentes, como feminismo, memórias e pré-conceito racial.

Com essas narrativas, ela virou matéria jornalisticas em Fortaleza e emocionou dezenas de pessoas, fazendo um resgate das memórias afetivas que cada um faz questão de explicitar em suas falas e lágrimas às vezes silenciosa.

E é assim que Vó Luiza continua mantendo a serenidade, a saúde mental e sendo querida por todos, principalmente as suas cuidadoras.


Instagram: @voluiza97


01/04/2024


Por Lia Batista


Texto corrigido: por inteligência Artificial

Linguaje Tool


segunda-feira, 18 de março de 2024

ESTÍMULO LITERÁRIO - "PRÊMIO CAROLINA MARIA DE JESUS "



Estou aqui para compartilhar a minha experiência como escritora de artigos científicos publicados em Anais universitários e revistas acadêmicas no Ceará, sobretudo para falar do estímulo que recebi do "Premio Carolina Maria de Jesus", Oneida Pontes da acadêmica da ALMECE-Academia de Letras dos Municípios Cearenses e da cordelista Ivonete Moraes, as quais admiro incondicionamente.

Com esse incentivo durante o ano de 2023 participei do concurso do Ministério da Cultura - Prêmio Carolina Maria de Jesus, um edital feito exclusivamente para mulheres, no qual foram  aprovadas com nota máxima sessenta e uma, compremiação de R$ 50,000,00 (cinquenta mil reais para cada autora).

De acordo como edital que eu chei muito didático, de fácil entendimento; as obras  poderiam ser entre poesias, contos, romances, roteiro de teatro, quadrinhos e crônicas.

Quando abriu o edital eu estava com 130 poesias escritas e formatadas para serem publicadas em algum momento. Atendendo ao requisito de no minimo de 70 poesias, participei com 79 textos em forma de poesias.

Para minha surpresa fiquei entre as classificadas e isso me estimula a continuar escrever sobre as poéticas cotidianas, sentimento, meio ambiente, cultura, empreendedorismo e empoderamento da mulher.

O prêmio mostrou que as mulheres tem suas habilidades criativas quando são convocadas e incentivadas de forma equitativa. Esse concurso abriu caminho para que elas sejam incluidas e reconhecidadas pela cultura e pelo poder públiuco.

Apesar exercerem multiplas funcões são capazes de enfrentar desafios que as levam a comunicar e descrever seus sonhos, lutas e resistências quando lhes são oportunizadas.

Com esse estímulo, durante o ano de 2023 me submeti a alguns desafios, além dos desdobramentos sutentáveis com as artes visuais e outras linguagens como de costume para enveredar pelo campo da escrita criativa. 

Me preparei para me postular como sócia efetiva da ALMECE-Academia de Letras dos Municípios Cearenses, localizada aqui em Fortaleza, sob a presidência interina do Confrade Francisco de Assis Clementindo, sobretudo que o Presidente efetivo Nicodemos Napoleão, que se encontrava impossibilitado de exercer suas funções devido ao comprometimento de sua saude, no qual veio afalecer. 

Infelizmente não pude conhecê-lo, mas pelo clamor e admiração dos almecianos, acredito ter sido um homem íntegro, de boa índole com dedicação ao exercício da suas funções.

Devo muito ao Edital do Prêmio Carolina Maria de Jesus, que me levou a  vislumbrar outras perspectivas literárias, pois, esse desafio levou a candidatar-me à cadeira de número 124, relativa ao município de  Banabuiu, no Sertão Central cearense pela ALMECE.

Nesse tempo com essa nova experiência e a convite de Oneida Pontes, meu curriculo foi aprovado entre algumas discussões, mediante alegativa de que eu era "apenas" uma artísta visual e por não ter experiência, nem publicado nenhuma obra literária, ainda.

De certo, que durante a reunião, apesar do esvaziamento da sala como forma de protesto, o voto da maioria foi favorável à minha eleição. 

Assim fui aceita concluindo todo o processo com a escrita de uma momografia sobre o município de Banabuiú-CE 

De modo é que após a publicação de um texto como colaboradora na XIII Coletânea da Almece, onde sou co-autora,  muito me encheu de orgulho e aqui estou para dizer que em 16 de março fui empossada como acadêmica efetiva na cadeira 124, representando Banabuiú. 


Bibliografia

ALMECE. Academia de Letras dos Municípios Cearenses.
Disponível em: <https://almece.webnode.com.br/>Acesso em: 26 de fev. 2024.

EDITAL. Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres 2023. 
Disponível em: https://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/2017.Acesso em: 25 fev. 2024.



ALMECE - MONOGRAFIA SOBRE O MUNICÍPIO DE BANABUIU - CADEIRA 124

     


As imagens: Tobias, Samuel, Rute e Lucimenire (2024).







Empossada


Eu e meu esposo Francisco Paixao Barbosa


Com a família


Com o filho e amiga


PROCESSO SELETIVO 
ALMECE-ACADEMIA DE  LETRAS DOS MUNICÍPIOS CEARENSES

    Ingressei na ALMECE- Academia de Letras dos Municípios Cearenses, indicada por uma amiga Acadêmica. A escrira Oneida Pontes, que acompanhava as minhas postagens nas redes sociais. Após  algum tempo ele me incentivou a escrever para publicações de livros e eu peguei gosto. Fui escrevendo...

         Passei por um processo seletivo de avaliação curricular, predominantemente focado nas artes visuais. Porém, como já tinha algumas publicações em revistas científicas e ganhado alguns concursos culturais, (apesar de não ter publicado nenhum livro como alegou um dos membros da comissão)acabei por ser eleita por voto da maioria e meu esposo Francisco Paixão Barbosa como acadêmico emérito, por ser frequente nas reuniões.

        Só observando que o acadêmico emérito pode participar das sessões, porém não tem direito a votar nas pautas regimentais.

          Após  todas as instruções e após 6 meses acompanhando as reuniões, tive como requisito para efetivação de membro efetivo a escrita de uma monografia sobre o município escolhido.

           Portanto, com uma metodologia específica da própria organização acadêmica, minha pesquisa se deu sobre o município de Banabuiú, terra onde meu esposo nasceu.

O evento aconteceu neste sábado dia 16 de março de 2024em reunião na Casa de Juvenal Galeno na rua Gen. Sampaio, 1128 - Centro, Fortaleza - CE, 60020-030


Aqui estou disponibilizando na íntegra todo o meu estudo que durou aproximadamente seis meses de pesquisa.



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CAPA

                                                                



ELIANE BATISTA BARBOSA








BANABUIÚ ALÉM DAS ÁGUAS










Trabalho de pesquisa apresentado à ALMECE- Academia de Letras dos Municípios Cearenses como requisito parcial para a obtenção do título de sócia efetiva.






FORTALEZA-CEARÁ 

2024






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AGRADECIMENTOS


A Deus pelo dom da vida, por me conceder a graça de obter mais essa oportunidade de produzir esse trabalho.

Aos meus filhos, meu esposo, minha mãe, que me acompanharam em todos os momentos, meu pai (in memorian) e a minha família.

Ao povo de Banabuiú.

Agradecimento especial a vó Luiza (cumade Digô), a caríssima amiga Confreira Oneida Pontes que me indicou e me instigou a esse desafio, a Lucimeire Marques por sua contribuição nessa pesquisa, ao caríssimo Presidente Confrade Sr. Francisco Clementino, a banca examinadora e a todos os demais Almecianos(as) desta conceituada Academia de Letras dos Municípios do Ceará que me acolheram.




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PREFÁCIO



Em 2002, em uma das minhas idas e vindas ao Município de Banabuiú, sendo bem acolhida na residência da Tia Maria Clotilde, eu e meu esposo (filho da terra), fomos guiados até a ponte sobre o Açude Arrojado Lisboa, para contemplar as belas águas, a represa e o Véu de Noiva.

O nobre morador, Sr. Manuel de Cícero (in memorian), esposo da Tia Maria Clotilde, foi nosso guia. Muito bem humorado narrou vários fatos e lendas marcantes, que até hoje as guardo na memória.


Uma delas foi a seguinte:


- Reza a lenda, que há muito tempo atrás algumas tribos indígenas habitavam por estas bandas. Conta-se que por aqui existia um cacique de uma delas, por nome “Buiú”, muito respeitado e querido por todos. Em época de seca, o sol escaldante, a falta de água causava muitos transtornos, sofrimentos e calor intenso.

Com o passar do tempo, “Buiú”, já velho, cansado, doente e sem forças para respirar, agonizando pediu para um pajé abaná-lo com artefato feito com palha de carnaúba.

Ele aflito, se dirigiu ao pajé e pediu:

– Abana Buiú… abana Buiú…

E o pajé prontamente o atendeu, tentando amenizar a situação.

De certo é que passaram-se alguns dias e ele não resistiu e foi morar em outra dimensão; depois disso começaram a chamar o lugar de Banabuiú.

Lenda à parte, quero por meio desta pesquisa prestar uma homenagem ao povo de Banabuiú, como também pleitear a cadeira de número 124 desta conceituada Academia Literária dos Municípios Cearenses (ALMECE).






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SUMÁRIO


1       INTRODUÇÃO 6

2       DADOS GERAIS 6

3       DADOS HISTÓRICOS 7

3.1    Etimologia 8

3.1.1 Patrimônio Arqueológico 9

3.1.2 Colonização 11

3.1.3 Data de criação 12

4       DEMOGRAFIA 13

5       ASPECTOS 13

5.1    Geográficos 13

5.1.1 Vegetação 14

5.1.2 Clima 14

5.1.3 Hidrografía e recursos hídricos 14

5.1.4 Relevo e solos 14

5. 2   Educacionais 15

5.2.1 Culturais e esportivos 15

5.2.2 Meios de comunicação 16

5.2.3 Políticos 16

5.2.4 Econômicos 17

5.2.5 Saúde 18

5.2.6 Infraestrutura 19

5.2.7 Religiosos 20

5.2.8 Filhos Ilustres 22

5.2.9 Pontos turísticos. 29

6   CONSIDERAÇÕES FINAIS 34

         BIBLIOGRAFIA 35

         SITES 38

         ANEXO 40




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1 INTRODUÇÃO


O presente trabalho tem como objetivo realizar uma pesquisa sobre o Município de Banabuiú no Estado do Ceará, que servirá como critério de aprovação para a Academia de Letras do Município Cearenses (ALMECE). Nesse contexto utilizei a pesquisa qualitativa do tipo bibliográfica, pois serão utilizadas fontes bibliográficas de livros, artigos, revistas e internet que servirão como referência para a exploração do estudo em curso.

Ao desenvolver a pesquisa bibliográfica os dados utilizados são obtidos através de livros e artigos científicos, sobretudo boa parte dessas pesquisas têm como base estudos exploratórios (GIL, 2002, p. 44).

Nesse contexto surge a problematização: Como surgiu o município de Banabuiú e quais aspectos contribuíram para seu desenvolvimento?

Para responder esse questionamento apresento os dados gerais que devem conter, etimologia, aspectos históricos, políticos, geográficos, econômicos e culturais, bem como personalidades que ilustraram e contribuíram para o desenvolvimento social, literário, cultural e econômico do município, como: a tradição secular do Teatro de Bonecos e Cassimiro Côco, a literatura de Cordel e o Teatro Cotinha que usa de suas poéticas e resistências para levar a alma do sertão nas suas itinerâncias por todo o Ceará.

Como justificativa optei por pesquisar este município por ser um lugar no qual tenho parentes por afinidades nascidos e residentes na localidade. Por fim, apresento minhas considerações finais e meus agradecimentos pela oportunidade de representar o município de Banabuiú.


2 DADOS GERAIS


Banabuiú é um município brasileiro localizado no Estado do Ceará, pertencente à Mesorregião dos Sertões Cearenses e Microrregião do Sertão Central que faz divisa com  os municípios de Solonópoles, Milhã, Quixeramobim, Jaguaretama, Quixadá e Morada Nova, ocupando assim, uma área de 1 080, 986 km². Possui, segundo o censo do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2022), uma população de 17.192, densidade demográfica 15,91 por quilômetro quadrado sendo o 114º do estado e o 1983º do país (IBGE, 2023). O IDH corresponde a 0,606; receitas oriundas de fontes externas de 91,9%, com salário médio em torno de R$ 1.800 salários mínimos.

O município conta com sete bairros sendo: Alto Alegre, Balneário Banabuiú, Centro, Conjunto Esperança, Vila Brasília, Vila Operária e Vila dos Marianos e os quatro distritos são: Banabuiú, Laranjeiras, Pedras Brancas, Rinaré e Sitiá.


3 DADOS HISTÓRICOS


Banabuiú é conhecido por ter um povo afetuoso, paisagens cercadas de serras que mudam de cor com o bailar das nuvens sob sol intenso, localizada no Sertão Central do Ceará, com grande potencialidade turística e cultural para encantar o visitante desde o primeiro momento.

A história de Banabuiú perpassa a beleza das suas águas cristalinas, a barragem do Açude Arrojado Lisboa, o Véu de noivas, a gentileza do seu povo simples e acolhedor, pois o desenvolvimento da cidade mostra os desafios, as lutas e a resistência no meio das adversidades do Sertão Central cearense.

De acordo com o IBGE (2020), Banabuiú era conhecido como “Acampamento Banabuiú” e em seguida transformado em Povoado, pois a sede do município por vias não teria sido a sede do distrito de Banabuiú, e seu desenvolvimento aconteceu com as obras iniciais da construção do Açude Arrojado Lisboa, que teve início em 1952, considerado o marco fundamental de sua história.

O DNOCS-Departamento Nacional de Obras Contra às Secas foi o responsável pelo processo de construção, instalações dos canteiros de obras, acampamento e vias de acesso. Em 1960, a continuação da obra aconteceu sob ameaça de cheias, causando lentidão e preocupação dos construtores, tendo em vista que era a única passagem do volume de água para seu afluente e em 1963 foi possível a retomada das obras, sendo portanto concluídas em 1966.



Açude Arrojado Lisboa (1966).


Fonte: Internet (2023).

Disponível em:https://banabuiuovaledasborboletas.wordpress.com/2017/04/27/primeiro-post-do-blog/#jp-carousel-33> Acesso em: 06 out. 2023.


Nas décadas de 50, 60 e 70, o desenvolvimento do Banabuiú foi atribuído a construção do açude, sobretudo pela chegada de operários de várias parte do país, estes portanto, em sua subalternidade eram denominados de “cassacos”, trabalhavam sob o sol escaldante, sem se quer pertencer a uma classe operária, e por força das circunstâncias foram formando famílias.

A cidade cresceu em torno do Açude Arrojado Lisboa, sendo assim considerada uma das maiores barragens do Nordeste, tendo como referência arquitetônica a antiga Igreja do Sítio Barra do Sitiá, erguida em 1719.


3.1 Etimologia


Nesta seção pretendo apresentar o topônimo do município, data de criação bem como a linha do tempo quando da formação administrativa até a categoria atual  de município.


O    topônimo banabuiú vem    do tupi    guarani bana (borboleta) e buy ou puyú (brejo),  e  significa brejo  das  borboletas. De  acordo com Tomás Pompeu de Sousa Brasil, banabuiú significa rio que tem muitas voltas: bana(que torce, volteia), bui(muito, com excesso), e u (água, rio). Sua denominação original era Poço Preto, depois Laranjeira e, desde 1943, Banabuiú(WIKIPÉDIA, 2023).


Gentílico: Banabuiuense 


De acordo com PMB (2023), pesquisas recentes apontam que havia a presença de etnias indigena “tais como os Potiguara, falantes de um idioma do tronco Tupi- Guarani,  além  dos Tarairiú (algumas  vezes  mencionados  em  relatos) como Paiacu e Janduí), Panati, Jenipapo-Canindé, Baturité e Ariú”. No entanto, Poço Preto teria sido a anterior denominação do distrito de Laranjeiras que pertencia a Quixadá (PMB, 2020).


3.1.1 Patrimônio Arqueológico


Para afirmar a presença dessas etnias, o Relatório de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico, registra que, no distrito de Laranjeiras há vestígios arqueológicos que comprovam a identificação de ferramentas, fragmentos cerâmicos, diversas lascas, núcleos e eixos com marcas de abrasão usadas para caças de animais, marcas de polimento intencional na superfície das rochas, além e dezenas de lajedos e gravuras rupestres (BRANDI, p. 29 e 30. 2022).

A imagem abaixo traz essa característica própria com linhas e traços feitos com formas rudimentares de marcas tipo positivas e negativas bem semelhante as técnicas usadas nas paredes das cavernas por nossos ancestrais. 

Para Barroso (2019, p. 51), “Os conjuntos de pinturas rupestres encontrados em grutas e cavernas do Paleolítico superior (última etapa da Idade da Pedra Lascada, que data aproximadamente de 30.000 a 10.000 anos a.C)”. Portanto, esses registros antigos continuarão encantando gerações.


Gravuras rupestres (2022).


Fonte: Internet (2023).

Disponível em: <https://forquilhaontemhojeesempre.blogspot.com/2009/12/arqueologia-no- municipio-de-banabuiu.html> Acesso em: 17 out. 2023.


Nessa afirmativa, podemos constatar: um “Sítio unicomponencial, pré-colonial, superfície, céu aberto, oficina lítica, ocorre predominantemente instrumentos fabricados sobre arenito silicificado: lascas com ou sem retoque, núcleos, raspadores, percutores e almofarizes” (IPHAN, 2015).


                                      Seixo Com Marcas de Polimento



Fonte: Wikipedia (2023). Disponível em:

>https://pt.wikipedia.org/wiki/Banabui%C3%BA#/media/Ficheiro:Laranjeiras_03.jpg> Acesso em: 18 de out. 2023.


Portanto, essa citação acima nos fornece dados documentais que as estruturas fixas existentes, corroboram com os achados, pois trata-se de um sítio pré-colonial a céu aberto, apresentando estrutura com evidência de uso por humanos em um passado remoto.


3.1.2 Colonização


Nesse contexto, o processo de conquista e territorialização dos colonizadores europeus e indígenas nos sertões contava com a participação ativa dos nativos.

A efetiva colonização europeia teria se iniciado somente na segunda metade do século XVII com a expansão da pecuária sobre as terras da Capitania do Siará Grande, motivada pela expulsão dos holandeses do Nordeste sobretudo com o crescimento da “produção açucareira nos litorais pernambucano e baiano” (BEZERRA, 2023).

No início do século XVII, com as entradas no sertão-de-dentro, as entradas do Capitão-Mor Pero Coelho de Sousa (1603) e dos padres jesuítas Francisco Pinto e Luís Figueira (1607), desceram parte do rio Jaguaribe.

No período da carne seca, charque e couro, se deu a formação de fazendas, sítios e charqueadas ao longo do rio Jaguaribe e Banabuiú, bem como parte de outros sertões e estados do Nordeste, sob intensos conflitos com grupos indígenas existentes nessas regiões.


3.1.3 Data de criação

 

Neste subitem iremos acompanhar a linha do tempo que ilustra a formação administrativa desde 1899, quando foi criado o distrito de Laranjeiras até a denominação de Banabuiú elevado a condição definitiva de município.


  • 1899 - 26 de agosto - Ato estadual se transformou em distrito e foi denominado de Laranjeiras.

  • 1911 - Em divisão administrativa, (constituído do distrito sede), referente ao distrito de Laranjeiras figura no município de Quixadá (IBGE, 2023).

  • 1918 - 29 de outubro - Lei nº 1.613- Elevado a condição de vila Laranjeiras, sendo antigo distrito de Quixeramobim, (núcleo central do município de Banabuiú), onde tornou-se politicamente autônomo. (SEDUC, 2023).

  • 1919- 29 agosto - Lei nº 1564, foi desmembrado de Quixadá (IBGE, 2023).

  • 1920 - Setembro - No quadro de apuração do Recenseamento Geral a vila aparece constituída de dois distritos: Laranjeiras e Barra do Sitiá.

  • 1926 - 08 de setembro - Lei Estadual nº 2392 - O município de Laranjeiras é extinto, sendo seu território anexado ao município de Quixadá, mas não figurado no Quixadá.

  • 1933 - Em divisão administrativa, Laranjeira figura no município de Quixadá. (IBGE, 2023).

  • 1938 - 20 de dezembro - Lei Nº 448 - Laranjeiras torna-se distrito de Quixadá (SEDUC, 2023).

  • 1943 - 30 de dezembro de 1943- Lei nº 1.114 - Recebe o nome de Banabuiú e ficou estabelecido que a denominação de Laranjeiras mudaria para Banabuiú.

  • 1988 - 25 de janeiro - Lei nº 11.427 - Banabuiú foi elevado definitivamente à categoria de município em (SEDUC, 2023).


4 DEMOGRAFIA


De acordo com o último censo do IBGE (2022), Banabuiú conta com 17.195 habitantes, comparando com outros municípios do país fica em 1983° lugar e em relação ao estado 114°e na região geográfica seu ranking ocupa a posição 6°. Com 15,91 hab/km 2. Sendo o 3676° no país, 168° no estado e 8°lugar na região


IDM -  (Índice de Desenvolvimento Municipal)-segundo CADERNO DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BANABUIÚ (2020), tem o número de habitantes total correspondente a 17.315;

Número de habitantes urbano:  8.753

Número de habitantes rurais 8.562. 

Esses dados têm como referência o ano de 2016, com estimativa de 17.968 habitantes, tendo portanto, o percentual de 0,20% sobre o Estado do Ceará, com IDM² de 20,229 ocupando um ranking de 115.


IDH – (Índice de Desenvolvimento Humano)-Para o IBGE (2023), em 2021, o cadastro central de empresas no município conta com 194 unidades, enquanto ” o salário médio mensal seria de 1.8 salários mínimos e a proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 8.7%''. renda com PIB per capita em (2020) 11. 453,61 R$ índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 0,606; receitas oriundas de fontes externas de 91,9%.


5 ASPECTOS


5.1 Geográficos 


Este item trata sobre os aspectos geográficos bem como, distritos, bairros, limites, rodovias, clima, vegetação, relevo e solo.

Quanto aos aspectos geográficos o município de Banabuiú tem 17.192 Área:

1.081 km²; Latitude: 5º 18’ 22’’; Longitude: 38º 55’ 12’’; Altitude: 100 m e Precipitação pluviométrica (média em 2022): 886,8 mm (Anuário do Ceará, 2023) e faz divisa com Solonópoles, Milhã, Quixadá, Quixeramobim, Jaguaretama e Morada Nova, na região do Sertão Central e conta com sete bairros (IBGE, 2022).


5.1.1 Vegetação


A vegetação do município é composta por “caatinga arbustiva aberta, densa e floresta mista dicótilo-palmácea e (mata ciliar com carnaúba)” porém, podemos encontrar também o cultivo de “cajueiros ao longo do rio”. A prática da agricultura de subsistência é própria da região, bem como a comercialização de algodão, cultivo do milho, feijão, hortas e cajus.


5.1.2 Clima


O clima predominante na região é tropical quente semiárido, com chuvas de fevereiro a abril, pluviometria 886,8 mm (ANUÁRIO DO CEARÁ 2023).


5.1.3 Hidrografía e recursos hídricos


Em Banabuiú localiza-se a bacia hidrográfica do Rio Banabuiú onde foi construído o Açude Arrojado Lisboa (Banabuiú) como é conhecido; o Rio Sitiá (distrito de Sitiá) que deságua o rio Sitiá; a parede do Açude Pedras Brancas, além de outros pequenos recursos hídricos, como: riachos Cruxoti e Pimenta.

Já a sub-bacia hidrográfica do município de Banabuiú, pertence à bacia do Jaguaribe, sendo este, o grande acumulador de água através dos fluxos de água que chegam ao rio principal, “Banabuiú”.


5.1.4 Relevo e solos


O relevo é composto de planícies ribeirinhas, serras secas, sertões e tabuleiros interiores podemos destacar as serras da Passagem, do Logradouro e dos Tanquinhos “apresentando solos arenosos e coesivos no estuário do rio, mas em geral com solo arenoso predominante” (SEDUC, 2023).


5. 2 Educacionais


Nesse item quero apresentar os aspectos educacionais do município de Banabuiú no período de 2021, onde a taxa de escolarização de 6 a 14 anos corresponde a 98%. 

Segundo IBGE (2023)  o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica)-[2021]- a taxas se divide da seguinte forma:  


  • Anos iniciais (Rede pública) – ensino fundamental (Rede pública) - 4,9;  

  • Anos finais (Rede pública) - ensino fundamental – 5,1; 

  • Matrículas do ensino fundamental ((Rede pública )2.697; 

  • Matrículas no ensino médio (Rede pública)- 776.

  • Docentes (ensino fundamental) 136 docentes; 

  • Docentes (ensino médio) 26.

  • Número de estabelecimentos de ensino fundamental- 13 unidades

  • Número de estabelecimentos de ensino médio: 1 

  • Universidade: 1 (Unicatólica).

  • Bibliotecas: 2 principais


5.2.1 Culturais e esportivos


Em seguida serão considerados aspectos importantes que levaram ao desenvolvimento e os novos caminhos que contribuem para o turismo e cultura local.

No município existem duas bibliotecas sendo a principal Biblioteca Municipal Aureni Santiago Lopes Nobre (Biblioteca pública), criada pelo projeto de lei nº 20 datado de 15 de abril de 1989.

Começou com apenas 500 livros, chegando a  6.500 exemplares, entre livros, revistas e periódicos. Hoje o equipamento tem projetos de estímulo à leitura, Clube da leitura, concurso de Cordel, redação, e ciclo de palestras, além do projeto "Conte de lá que eu conto de cá" (BRITO, 2021) e a segunda, Biblioteca Library. 


5.2.2 Meios de comunicação


Emissoras de Rádio  Rádio Laser FM-104.9 FM - Comunitária; Rádio Web Líder , Banabuiú / CE - Brasil; dez quadras esportivas, dois estádios de futebol, cinco centros culturais.

 Equipamentos  inexistentes: emissoras de TV, Museus e jornais locais.


5.2.3 Políticos


Neste tópico falarei sobre os aspectos políticos, o desenrolar dos processos eleitorais, as trajetórias dos representantes públicos de maior destaque dos poderes executivo e legislativo do município de Banabuiú.

A partir de 1988, a emancipação de Banabuiú permitiu que sua autonomia elegesse seus próprios representantes. A administração municipal tem sua sede em Banabuiú, é composta pelos poderes executivo e legislativo, sendo o poder executivo representado pelo prefeito e auxiliado pelo gabinete e seus secretários.

O primeiro prefeito da cidade, Benedito Gonçalves de Melo e vice Aluízio Cajazeiras (1989-1992) foi eleito em 1988, chegando a ser reeleito em 1997, sucedendo, portanto, o colega Aluízio Cajazeiras (1993 à 1996). Com a fatalidade de sua  morte,  ocasionada  por  um  acidente  de  trânsito  em  Ibaretama, assumiu sua vice, Isabel Maria Queiroz Freitas (Isa) (1997-2000) até então a única mulher prefeita a concluir o mandato até o final da gestão, no ano de 2000.

No entanto, não sendo reeleita, perdeu o páreo para Antônio Sales Magalhães (2000 a 2004 e de 2004 a 2008), reeleito por dois mandatos (conhecido como período da Era Sales), resolvendo apoiar Veridiano Pereira Sales (o sobrinho) (2008-2012) sendo este eleito. Em 2012, Antônio Sales concorreu (sem êxito) com Veridiano, conseguindo, portanto, Veridiano se reeleger por mais um mandato (2013-2016) (PMB, 2023).

Em 2017 a cidade passou a ser governada por Francisco Hermes Nobre (Edinho Nobre-PDT)  atual prefeito que está em seu segundo mandato; seu vice é José Arimatéa da Silva, eleitos com 59,80% dos votos válidos no ano de 2020 (TRE, 2020).


De acordo com o Anuário do Ceará (2023), o município conta com 14.739 eleitores (abr – 2023). Deputados federais mais votados (2022): Mauro Filho com

4.084 votos; Idilvan com 1.185 votos e Eunício com 832 votos;

Deputados estaduais mais votados (2022): Gabriella Aguiar com 4.583 votos; Leonardo Pinheiro – 1.469 votos;

Vereadores mais votados (2020): Clériston Aurélio com 826 votos; Thiago do Jiqui com 773 votos e Daniel Bandeira com 691 votos;

Poder Executivo: Prefeito Francisco Hermes Nobre e vice-prefeito: José Arimatéa da Silva, eleitos em 2020, já o Poder Legislativo conta com 11 vereadores.


5.2.4 Econômicos


Neste item apresento os aspectos relacionados à economia, atividades industriais, comerciais e culturais que contribuem para a riqueza da região.

 No geral, no em Banabuiú existem  194 empresas, entre comércios, indústrias e outras organizações sem fins lucrativos, por exemplo: em média 1636 pessoas estão ocupadas; 1498 pessoas assalariadas com salário médio  de R$ 1,8 salários mínimos. Salários e outras remunerações compreende 36.567 (x1000).

  • Indústria

Já no centro de Banabuiú, as  duas maiores indústrias que contribuem com a empregabilidade local são:  Libra Ligas do Brasil S/A, com faturamento de 150,4 milhões de reais (ICONODATA, 2023),  fábrica de ferro silício e a CHESF (Companhia Hidroelétrica do São Francisco), responsáveis pelos postos de empregos, além da Prefeitura Municipal de Banabuiú 

  • Comércio

Já o número  de estabelecimentos comerciais entre varejista e atacadistas são 281 (IPECE, 2017).

  • Serviços

Atualmente conta com 216 empresas prestadoras de serviços entre elas, hotéis, serviço de informática, saúde, internet, geologia, dentre outras (ECONODATA, 2023).

  • Pecuária 

Sobre a economia de Banabuiú na zona rural podemos afirmar que a criação do gado bovino, suíno e produção avícola são atividades que contribuem significativamente para a geração de renda das famílias, sobretudo oportunizando emprego com a produção de derivados do leite que é próprio da região com a fabricação de produtos artesanais.

Vejamos abaixo o efetivo dos rebanhos efetivos na pecuária de Banabuiú, segundo IBGE (2022): 

Bovino: 28.229; 

Caprino: 12.845; 

Equino: 899;

Galináceo:49.850;

Mel  de abelha: 3.500;

Ovino: 36.840;

Suíno: 4.852;

  • Culturas agrícolas

Segundo o IBGE, (2023), a extração vegetal e a silvicultura também contribuem para a riqueza do lugar, sobretudo a carnaúba, o carvão vegetal, lenha e madeira em tora, sendo também incluída na zona rural a atividade pesqueira.

A produção local compreende por lavoura permanente o plantio de acerola, caju, coco-baía, manga e limão; já a lavoura temporária, entende-se por: cana de açúcar forrageira, feijão, macaxeira, milho, milho forrageiro, sorgo forrageiro e palma forrageira. 


5.2.5 Saúde


No município  de Banabuiú  a taxa média de mortalidade infantil é de 8.13 para cada 1.000 nascidos vivos; já as internações causadas por diarréias correspondem a 0.8 para cada mil habitantes. Fazendo um paralelo com todos os municípios do estado do Ceará, o município atinge uma “posição  129 de 184 e 110 de 184, respectivamente”.  Em comparação com as cidades de todo o Brasil essas posições são de “3210 de 5570 e 2710 de 5570, respectivamente” (IBGE, 2023).

De acordo com BRASIL (2023), Banabuiú apresenta 27 estabelecimentos de saúde, entre laboratórios, clínicas,  consultórios dentários, públicos, privados com registro no Ministério da Saúde, incluindo o Hospital Municipal Senador Carlos Jereissati. 


5.2.6 Infraestrutura


Em se tratando do meio ambiente,  a rede de Esgotamento Sanitário do município de Banabuiú de acordo com o (IBGE , 2020), apresenta apenas, 17.6% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 88% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 1.7% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio)”. 


Em um paralelo com outros municípios do estado, ocupa a “posição 88 de 184, 109 de 184 e 133 de 184, respectivamente”. Em relação a outras cidades do Brasil, sua posição é 3815 de 5570, 1697 de 5570 e 4181 de 5570, respectivamente”( IBGE, 2020).

A  rede coletora de esgotamento sanitário atende a 4.341 domicílios, correspondendo a um total de 4 km de extensão.

  • Abastecimento de água

Quanto ao abastecimento de água Banabuiú abastece 3.385 unidades, com 21 rede distribuição de água, com um volume aproximado de 1.368 mililitro de água por dia, a um consumo diário de 1.014 litros consumidos diariamente com perdas de 25,9% (IBGE, 2020).

  • Energia e comunicação

Em 2020 foi implantada pelo Governo do Estado três novas Linhas de Transmissão pela Companhia  em tensão 230 KV, construída em circuito simples,  que liga as Subestações de Banabuiú e Russas.

  A Companhia hidrelétrica do São Francisco – Chesf, a fim de apresentar novas demandas por meio da Seinfra, tem feito articulações periódicas e vem estudando a possibilidade de geração de energia renovável para melhorar junto a Chesf o atendimento à população em busca de reforçar o suprimento de energia no Estado. Com essa operação Banabuiú é contemplado com o projeto, que será suportado por 225 torres e 112 Km de extensão (CEARÁ, 2020).

  • Internet

            Há também fornecimento de internet em pontos diferenciados na zona urbana e rural, por meio da fibra ótica ou a rádio, dependendo da disponibilidade dos serviços cabeamento e roteadores inclusive com capacidade de absorção, conexões simultâneas para atender as demandas da secretaria de cultura, turismo e comércio do município (PMB, 2023).

  • Postos de combustíveis

No município de Banabuiú existem cinco empresas que atendem a demanda de abastecimento de combustíveis. 

  • Transportes: 

De acordo com o IBGE (2022) a frota de transporte corresponde a 4852 veículos entre os mais diversos, sendo 45 ônibus.


5.2.7 Religiosos


  As festas religiosas fazem parte do calendário cultural de Banabuiú, como por exemplo: a Festa de São Sebastião, em Laranjeiras (20 de Fevereiro), a festa da Padroeira Nossa Senhora de Fátima (13 de Maio) e a Festa Nossa Senhora da Imaculada Conceição – Barra do Sitiá (8 de Dezembro), além dessas tradições há também a Semana do Município (18 a 25 de Janeiro).


Igreja Nossa Senhora de Fátima



Banabuiú - Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação

Fonte: Seduc (2023).

Disponível em: https://www.crede12.seduc.ce.gov.br/banabuiu/ Acesso em:

17 out. 2023.

               Segundo, Capela de São Sebastião (2014), em Laranjeiras está localizada a Igreja de São Sebastião, mais antiga do município de Banabuiú e suas festividades acontecem de 10 a 20 de janeiro.


Capela de São Sebastião



Banabuiú – Wikipédia, a enciclopédia livre

Fonte: Wikipedia (2023).

Disponível em: <https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Igreja_de_S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3o_%28Laranjeiras%29.jpg> Acesso em: 16 out. 2023.


Quanto à construção da  capela é datada de 1802, sendo inaugurada após a vinda da imagem do padroeiro de Icó (CE); em 20 de janeiro de 1852 aconteceu a celebração da primeira missa pelo Padre Francisco, de Quixadá, porém a segunda fase da construção aconteceu em 1910, quando foi feito o presbitério (altar).

Outras igrejas do Município: Santa Terezinha (Fazenda Aroeiras); Igreja de São Sebastião (Creche); Igreja de Santa Luzia; Capela São Pedro e Imagem de Nossa Senhora de Fátima (destino religioso) (Google, 2023).

Demais templos existentes são: Igreja Assembleia de Deus em Banabuiú - Ministério Templo Central; Universal do Reino de Deus; Adventista do 7° dia; Mórmons; Centros de umbanda, dentre outros. 


5.2.8 Filhos Ilustres


Nesse tópico apresentarei algumas personalidades ilustres que se destacaram na história de Banabuiú.


Benedito Gonçalves


Imagem: Internet (2023).

Disponível em: 

< ttps://amadeufilhoquixada.blogspot.com/2015/04/dr-benedito-goncalves-de-melo-ele.html> Acesso em: 10 dez 2023.


Como não poderia deixar de ser, o Dr. Benedito Gonçalves de Melo considero o primeiro ilustre,sobretudo por ter sido eleito o primeiro prefeito de Banabuiú. Benedito nasceu em Laranjeiras-Banabuiú, (ainda distrito) em 29 de abril de 1947, era filho  de Valdomiro Gonçalves Pimenta e Maria Helena Gonçalves, casado com Maria de Fátima Pires de Melo e teve apenas um filho por nome Henrique Augusto Pires de Melo.

  Benedito ainda jovem, na companhia de  cinco amigos cearenses foram em busca de realizar o sonho de cursar medicina na UFMA-Universidade Federal do Maranhão, pois sua intenção era prestar serviços na área de clínica médica e obstetrícia.

Ao retornar de sua formação em medicina, ainda muito jovem fixou residência em  Quixadá e em horários fixos trabalhava no hospital e Maternidade Jesus Maria José e em outros horários fazia atendimento particular na própria clínica (por nome São Luís) em parceria com outros colegas de profissão, assim atendia a população de Quixadá e região. 

Segundo Lucimeire Marques (2023), amiga de Benedito Gonçalves, me afirmou que ele sempre a chamava por Francimeire (pois nunca acertava seu nome); e em 1991 ela veio exclusivamente de São Luís a convite do médico para residir e trabalhar como secretária e atendente da Clínica. Pela praticidade Benedito preferiu fixar residência próximo ao local de trabalho, precisamente ao lado do Chalé da Pedra, no centro de Quixadá.

Segundo seu relato, ele era muito centrado; muitas vezes ela presenciava seu grande senso de humanidade, pois não exercia a função por dinheiro e quando não dava tempo chegar ao hospital com a paciente, o médico a atendia na própria casa ou fazia os partos no próprio carro, ou onde fosse possível; portanto, não media esforços para salvar vidas. Devido ao seu carisma, senso humanitário e bons serviços prestados à população, Benedito Gonçalves de Melo encarou com maestria o desafio para se tornar o primeiro prefeito de Banabuiú após a emancipação, atuando de forma ética e marcante deixando saudades.

Com agenda apertada ele conciliava com desenvoltura a profissão de médico em Quixadá e o exercício de prefeito de Banabuiú de forma que a população fosse bem servida, tanto é que muitos projetos atuais tiveram início em sua gestão.

Até hoje os moradores de Banabuiú o tem como referência, onde segundo Amadeu Filho (2023),  muitos moradores estampam com estima as paredes de suas residências com seu retrato como prova de eterna gratidão.

Como já citei anteriormente,  Benedito Gonçalves foi eleito de 1989 a 1992 logo após a emancipação do município de Banabuiú em 1988, chegando a ser reeleito em 1997. 

Porém, no dia 18 de dezembro de 1997, vindo com alguns amigos professores para receberem títulos em Fortaleza, o cansaço do grande líder foi maior, perdendo o controle da direção do veículo. A fatalidade aconteceu na cidade de Ibaretama, consequentemente vindo a óbito de forma trágica e dolorosa deixando os conterrâneos com saudades até hoje lembrado com orgulho.


Simão Cavalcante


Fonte: Mapa Cultural do Ceará (2023)

Disponível em: < https://mapacultural.secult.ce.gov.br/agente/9940/#/tab=sobre> Acesso em: 18 de out. 2023.


Antonio Simão Cavalcante, nasceu na localidade de Penha-Banabuiú-CE, Simão é filho de Maria Clotilde Cavalcante e Manoel Lopes Cavalcante. Desde muito cedo, dedicou-se à profissão de professor, muito antes da sua formação. É mestre em História e Letras pela FECLES/UECE e em Ciências da Educação pela Universidade de San Carlos, especializado em Ensino e Pesquisa pelas Faculdades Kurius e graduado em História pela UECE-Universidade Estadual Ceará (2004). É fundador e diretor do grupo de Teatro Coletivo Cotinha de Banabuiú, fundado em 2000.

Tem experiência na área de Educação - com ênfase em História da Educação, Ciências Humanas e Sociais. Trabalha como professor no ensino básico e superior no Centro Universitário Católica de Quixadá (UniCatólica), além de lecionar e coordenar grupos de estudos e pesquisas nos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design Gráfico. 

Atua como DIRETOR DE CULTURA, na Secretaria de Cultura, Turismo, Indústria e Comércio de Banabuiú - CE, no Governo Municipal de Banabuiú. E mesmo com essa bagagem de conhecimentos, Simão tem investido sua criatividade de forma admirável na região onde nasceu possibilitando o crescimento social, artístico, turístico e cultural junto aos seus conterrâneos. 


Rouxinol do Rinaré


Fonte: Mapa Cultural do Ceará (2023)

Disponível em: https://mapacultural.secult.ce.gov.br/agente/18569 Acesso em: 18 out. 2023.


Antonio Carlos da Silva, é escritor e poeta cordelista, conhecido como Rouxinol do Rinaré; é natural do distrito de Rinaré em Banabuiú-Ceará, nascido em 1966, mora atualmente em Fortaleza. É membro da Academia Brasileira de Cordéis e da Sociedade dos Amigos de Rodolfo Theóphilo. 

Com mais de 80 títulos, entre eles, a versão em cordel de “O Alienista de Machado de Assis” que já foi escolhida por escolas em Belo Horizonte (2013); adotada em projetos da Biblioteca Nacional, além de fazer parte dos projetos da Biblioteca Nacional (RJ) por duas vezes tendo sido inserida no catálogo de literatura da feira de Frankfurt na Alemanha (2013).


A versão em cordel. 

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Disponível em:

<https://editoranovaalexandria.com.br/product/o-alienista-em-cordel/> Acesso em: 26 de out. 2023.


Outra obra importante foi o livro de cordel, ”Criar, rimar e letrar” de sua coautoria, que foi escolhido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para o projeto Livros na Sala de Aula (2013).

Nessa perspectiva, suas obras são objetos de pesquisas acadêmicas para alunos de universidades e com essa vasta experiência, ele atua em outras atividades exercendo mediação em oficinas de cordel, além de ser revisor de textos há mais de 15 anos. Isso deu ao cordelista algumas honrarias como: 1º lugar no I Concurso Paulista de Literatura de Cordel (2002); Prêmio Mais Cultura de Cordel – 2010 (MinC);

PAIC, Prosa & Poesia (2012), entre outros” (MAPA CULTURAL DO CEARÁ, 2023).




Mestre Vanderley




Fonte: Mapa Cultural do Ceará (2023).

Disponível em:<https://mapacultural.secult.ce.gov.br/agente/36257/> acesso em: 18 de out. 2023.


O Mestre da Cultura Vanderley Bonequeiro com nome de batismo, Antônio Vanderli de Oliveira, nasceu em Laranjeiras, no sertão central do Ceará, distrito de Banabuiú-Ce, em 09 de fevereiro de 1966, filho do bonequeiro Antonio Eridan, é casado com Ducicleide.

Vanderley, desde os oito, anos acompanhava o pai; este, orgulhosamente reproduz a brincadeira de Cassimiro Coco no circo sendo uma das atrações preferidas do público, tendo exercido a atividade de cobrador de ingresso durante os espetáculos do pai. Assim, para que continuasse o legado, herdou um acervo de 15 personagens de seu pai.

Segundo Dossiê (2014), seu pai Antonio Eridan, além de manipulador, era figurinista dos bonecos e interpretava a vozes dos bonecos; após os espetáculos geralmente havia música ao vivo acompanhado de sanfona, zabumba, triângulo, pandeiro e muitas delas próximas de Laranjeiras e outra eram percorridos “mais de 30 léguas de bicicleta” com o tempo seu pai comprou um carro para agilizar o trabalho. As apresentações eram agendadas com antecedência e geralmente os músicos o acompanhavam nas viagens com os cassimeiros, caso contrário o dono da festa contrata o conjunto musical.

Conforme, Dossiê (2014) “Às histórias e personagens que fazem parte da brincadeira de Wanderley são as mesmas do seu pai, que por sua vez, foi influenciado por outro cassimireiro da região, Chico Bonequeiro”. O enredo principal do espetáculo relata as peripécias de Cassimiro Coco e de sua namorada, Maria Titela.

Wanderley lembra do esforço que o pai fazia para realizar suas apresentações, já que a sobrevivência da família dependia da brincadeira. “Aos 25 anos, com o pai debilitado, Wanderley recebeu do mesmo sua mala de bonecos para prosseguir com a brincadeira do Cassimiro Coco, o que ele faz com dedicação e talento”. (DOSSIÊ p. 193).

Nessa época os filhos da vó Luiza, (conhecida como cumade Digô) tem boas lembranças, “pois era muito divertido sair na boca da noite dos finais de semana para assistir aos espetáculos apresentados por Antonio Eridan, na década de 60”, juntamente com seus pais, parentes e a comunidade do entorno.


   O Teatro de Bonecos Popular do Nordeste acontece na  relação   brincante,   bonecos/                                                             personagens e público, ou seja, é uma ação comunitária, de encontro e de comunicação.                                                             Para tal, é necessário reunir pessoas  diante de uma tolda e ter as condições mínimas para                                                            a apresentação da brincadeira” (DOSSIÊ, 2014, p.77).
               

Essa prática teatral é repassada de geração em geração, às vezes não tem o reconhecimento merecido, sobretudo economicamente tem que recorrer a outras atividades para sobreviver; Para o mestre Vanderley, sua vasta experiência faz com que seja reconhecido como mestre do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste dando continuidade à brincadeira, usando os mesmos personagens e histórias. 

Atualmente ele se apresenta em eventos festivos, escolas e etc., além de ser reconhecido pelo talento, ainda é recompensado economicamente pelo que faz, com prazer.


5.2.9 Pontos turísticos.


O turismo é um setor que vem crescendo exponencialmente no  município desde sua emancipação, sobretudo por apresentar paisagens e belezas naturais convidativas pela força das águas do Açude Arrojado Lisboa.

A cidade de Banabuiú tem como atrativo turístico da região o Carnaval das águas (Fevereiro/Março), no beira rio, com linda paisagem do balneário e Véu de Noivas (abertos 24h) e a Banartes, feira do calendário turístico anual.

Abaixo cito alguns pontos de turismo em destaque na região:


Véu de Noivas


Fonte: Mapa Cultural do Ceará (2023).

Disponível em: https://mapacultural.secult.ce.gov.br/agente/99376/ Acesso em: 18 out. 2023.


Segundo a PMB (2023), “O município elenca entre os únicos cinco entre dezenove do Sertão Central que receberam certificação do Ministério do Turismo do Governo Federal e fazem parte do Mapa Turístico do Ceará”.

As águas do Rio Banabuiú são consideradas atrativo natural do município, pois propicia durante o ano inteiro momentos de lazer e qualidade de vida, tanto para os moradores, como para os visitantes (TURISMO, 2023).

Além do Véu de Noiva, existem outros pontos turísticos importantes: O Letreiro de Banabuiú,  Poço da Pedra (lugar de trilha de caminhada), Praça 25 de Janeiro, encontro do Rio Sitiá com Banabuiú e encontro das águas do Rio Quixeramobim com o Rio Banabuiú (Google, 2023).


Atrações importantes no calendário turístico além do carnaval das águas:


há presença expressiva de artistas locais, comércio de artesanato de palha, bordado, renda, gastronomia, etc., além do tradicional festival de violeiros, shows de calouros, quadrilhas juninas e atrações que fortalecem a economia. O evento conta com o apoio do governo, secretaria de turismo e da população.

Segundo Rabelo (2022), Benedita Oliveira (Lila) e mais cinco jovens (Marilia Sá, Rose, Orquídea, Maristela e Ana Dina) pensaram e projetaram a feira a fim de promover um encontro cultural, onde houvesse exposições e atrações artísticas entre os moradores. 

A Feira de Artes de Banabuiú é realizada no segundo semestre do ano, onde 


BANARTES 2023.


Fonte: Diário de Quixadá (2023).

Disponível em: https://www.diariodequixada.com.br/cidades/banartes-2023-tem-estimativa-de-movimentar-r-3-milhoes-na-economia-local/ Acesso em: 17 out. 2023. 


As jovens sempre à frente de seu tempo, mesmo na época em que Banabuiú ainda era distrito de Quixadá (1988), tinham participação ativa nos projetos culturais e políticos do município.

Logo, a criação da Banartes foi parte do projeto político do então candidato a prefeito Dr. Benedito Gonçalves, no qual veio se concretizar com a eleição exitosa, pois fazia parte do contexto político de emancipação do município, sendo portanto, institucionalizada pela Prefeitura Municipal, como evento impulsionador do processo de emancipação do município (1988). A princípio recebeu o nome de FeirArtes, mudando portanto para Banartes, no mesmo ano (RABELO, 2022).

A festa que começou de maneira tímida ganhou uma dimensão mais turística e espetacular na gestão do prefeito Antônio Sales Magalhães (PL, 2000-2004)”, porém ao longo dos anos tem se adequado ao processo turístico, sobretudo na atual gestão, pois o prefeito, Francisco Hermes Nobre (PDT), se preocupa com o resgate das raízes culturais e históricas, objetivo inicial do evento. No ano de 2023, estimou-se que aproximadamente 10 mil pessoas estiveram presentes, além de ser injetado cerca 30 milhões de reais na economia local (DIÁRIO DE QUIXADÁ, 2023).

Quero ressaltar que desde o ano 2000 há também a participação do Coletivo de Teatro Cotinha de Banabuiú, no qual tem como diretor e mentor, o teatrólogo, Professor e Ms. Simão Cavalcante, um personagem ousado que acreditou no potencial de seus alunos e na feira Banartes como projeto inovador, sendo portanto, palco anual para as apresentações teatrais.


Coletivo Cotinha


A Companhia Teatral Cotinha iniciou suas atividades artísticas com a proposta de integrar jovens da localidade e o amor ao teatro, pelo então jovem Antônio Simão Cavalcante, no ano 2000.

O nome da companhia, sugestivamente presta “homenagem a uma personagem real, chamada Dona Cotinha, que apreciava muito teatro, mesmo sem nunca ter tido oportunidade de adentrar a um deles” (PMB 2023); outra sugestão era fazer uma alusão ao significado de “cota” relacionado a ingresso, entrada, uma pequena contribuição (a chamada cotinha).

O coletivo Cotinha faz turnê por todo o estado do Ceará levando com ousadia a alma do sertão, suas poéticas e resistências. Atualmente encontra-se em obras, a construção o espaço físico do “Teatro Clô Cavalcante”, sendo pioneiro na região banabuiuense e o único “constituído por um grupo independente de teatro no Estado do Ceará”, que conta com o apoio do Governo do Municipal de Banabuiú, parceiros locais, além da sociedade civil e amigos da arte (BRITO, 2021).

O nome “Teatro Clô Cavalcante”, pretende homenagear a mãe adotiva do fundador (Simão Cavalcante) que na verdade foi a primeira figurinista do coletivo Cotinha, em Banabuiú.

Maria Clotilde Cavalcante (in memorian), a Tia Maria, como a conheci, afetivamente me acolheu em sua residência em 2002. Ela era irmã adotiva da minha sogra, (a bonequeira – Cumade Digô-100), ambas nascidas na região ribeirinha.

Apesar da idade, ela ainda continua fazendo bonecas de pano; segundo, Dossiê Interpretativo (2014, p. 100), as bonecas de pano “são totalmente feitas de tecido, preenchidas com tecido ou algodão, vestidas com roupas e adereços específicos”; as chamadas bruxinhas que a Cumade Digô faz ainda, remetem às memórias de infância, tradição de Banabuiú. Por sinal, até um tempo desses ela cultivava pés de algodão no quintal de casa para enchê-las. 

Segundo relatos de parentes, “cumade Digô” se inspirou na tradição secular do Teatro de Bonecos e Cassimiro Côco, manipulados pelo bonequeiro Antonio Eridan, (pai do Mestre Vanderley) na década de 50, 60 e 70, onde juntamente com a família assistia aos espetáculos nas festividades de Banabuiú.              

Como esse povo não pára de ser criativo, vem aí mais um empreendimento cultural como destaque cheio de surpresas para quem quiser apreciar, em breve. Dessa vez a novidade será a criação do filme “A Botija” e pelo visto vai ser sucesso garantido.

        “A Botija-o filme” é o mais novo projeto cultural sob a direção do professor e mestre Simão Cavalcante. No momento está em fase de edição, contando com um elenco de atores e amigos mais que especial da comunidade ribeirinha do São Gonçalo e Exu.


Elenco do filme “A Botija”


Imagem: Facebook (2024).

Disponível em: <https://www.facebook.com/photo/?fbid=7667370403276413&set=a.542940119052846&locale=pt_BR> Acesso em: 31 jan. 2024.


         “A Botija” portanto, apresenta em sua narrativa cenas do cotidiano de Banabuiú, desenvolvendo um trabalho sério, porém a diversão, as risadas e a nostalgia não poderiam faltar enfatizando os acontecimentos e memórias do povo do município de Banabuiú.


6 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Acredito que ao finalizar esta pesquisa por meio de fontes do tipo bibliográfica espero ter respondido aos questionamentos como base do estudo exploratório sobre o Município de Banabuiú no Estado do Ceará.

Além dos aspectos naturais, físicos, geográficos, políticos, etc., que o lugar apresenta, o patrimônio imaterial dos teatros de bonecos que fizeram parte desta narrativa, marcaram fortemente o desdobramento deste estudo, tendo em vista a minha relação pessoal com alguns agentes pesquisados.

Diante dos achados encontrei personalidades que narram suas histórias sem ao menos ter noção do que seja conhecimento acadêmico, mas impressionam pela simplicidade nas lutas frente ao resgate da cultura local, preservando o afeto, o legado de pai para filho, onde as memórias e saberes ancestrais resistem ao tempo em meio às adversidades envergonhando nossas consciências.

Cabe-nos, enquanto sociedade “intelectualmente constituída” buscar uma aproximação desse bem; A disseminação desses saberes, no contexto literário precisa incentivar, divulgar, cuidar e valorizar o patrimônio cultural de Banabuiú, que de brincadeira nada tem; quando brincadeira é coisa séria a representatividade das tradições do Teatro de Bonecos Popular merece ser aplaudida.

Portanto, muito me engrandece a experiência dentro desse recorte pesquisado, pois pretendo buscar mais experiência e aproximação entre a literatura e a realidade vivida pelo povo banabuiuenses.

Assim, agradeço a oportunidade para representar o município de Banabuiú, como fase de admissão nesta conceituada Academia de Letras dos Municípios do Ceará - ALMECE, pois espero ter contribuído também para homenagear ao povo de Banabuiú, que com suas lutas têm desenvolvido o seu potencial acolhedor, empreendedor e criativo ressignificando a história do sertão central cearense.

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  ANEXO


Bandeira de Banabuiú



Banabuiú – Wikipédia, a enciclopédia livre

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BANARTES-Feira de Arte de Banabuiú (2019).


Banabuiú comemora Banartes 2019 com multidão, grandes bandas e segurança  reforçada | Monólitos Post

Fonte: Internet (2023).

Disponível em: https://www.monolitospost.com/2019/07/15/banabuiu-comemora-banartes-2019-com- multidao-grandes-bandas-e-seguranca-reforcada/ Acesso em: 17 out. 2023.


Companhia de Teatro Cotinha (2020).


Grupo de Teatro realiza vaquinha solidária para construção de equipamento  cênico em Banabuiú-CE - Verso - Diário do Nordeste

Fonte: Diário do Nordeste (2023).

Disponível em: <https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/verso/grupo-de-teatro-realiza-vaquinha- solidaria-para-construcao-de-equipamento-cenico-em-banabuiu-ce-1.2977559> Acesso em: 17 out. 2023.



Fonte: PMB (2023)

Disponível em: https://www.banabuiu.ce.gov.br/informa.php?id=310 Acesso em: 17 out. 2023.


  Bonequeira Vó Luiza, (cumade Digô) 98 anos na TV Diário (2019).


Fonte: Acervo pessoal (2019).



Programa na TV Diário


Fonte: Acervo pessoal (2019).



Produção de bonecas às vésperas dos 100 anos.


Fonte: Acervo pessoal (2024).




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