segunda-feira, 16 de setembro de 2024

O INVISÍVEL - SETEMBRO AMARELO

O INVISÍVEL


Por Lia Batista

Enxergar o invisível, 

O cotidiano, 

Imagens,

Além do óbvio

Abstrato de sentimentos profundos

Além da cor, do movimento, da textura…

Uma narrativa qualquer,

Olhos vendados, tato, olfato, audição, paladar.

Ver não é apenas olhar o interessante,

Ver é a dinâmica sensorial

Encontro especial, consigo mesmo,

Sensações adversas

Ir além das questões físicas

Evolução,

Autonomia estética,

Enxergue o invisível!



Imagem: Paixão Barbosa, 2024

          Setembro é o mês de campanha de conscientização no combate ao suicídio; o termo "Setembro Amarelo" é usado como um mês-referência para promover a reflexão sobre os cuidados, atenção e prevenção aos casos de transtornos mentais que cada dia aumentam na sociedade contemporânea.

          Diante do exposto, o Instituto Recomeçando promoveu o I Encontro de Saúde Mental, realizado no Colégio Monteiro Lobato, no Parque Dois Irmãos - Fortaleza.

         Na ocasião, uma roda de conversa com vários participantes, voluntários e defensores de um debate mais aberto na sociedade, justamente para haver uma consciência preventiva e sem preconceito.

    A psicóloga Eveline Frota foi a mediadora do debate, e eu, como convidada, pude expor a importância da arteterapia na prevenção e tratamento dos transtornos mentais, baseando-me nas experiências com mulheres no nosso espaço Eco Arte Lia Batista.

       Portanto, o poema "O invisível" traz em sua poética um alerta para a busca de se ver além do óbvio; isso significa estarmos alerta sobre o comportamento do indivíduo, dos nossos familiares e colaboradores, aos primeiros sinais; sejam verbais ou corporais e de como aplicar uma abordagem cuidadosa até o encaminhamento e a prescrição medica, quando for o caso. 

       Gratidão ao meu amigo Magno Lima por ter me indicado a participar desse evento em um momento tão oportuno.
Fonte: BATISTA, Lia. Poemas sutis/Lia Batista. Fortaleza: RDS, 2024

domingo, 8 de setembro de 2024

RENDEIRA



Por Lia Batista

Almofada de palha e chita 

Ao som do vento a soprar 

Vê a onda e o movimento 

A rendeira tem seu sonhar 

Colher espinhos de cactos

Para a trama facilitar.


Da prainha à sombra fresca 

De um cajueiro a vingar 

 Na praça com os seus bilros

Espinhos gigantes a espetar

A sua arte pratica

Como se fosse um bailar.


Risco certo e mãos jeitosas 

Faz o esboço no papel 

No dançar dos movimentos 

De espinhos se faz Cordel 

Na calçada da igreja 

Da Prainha a Cascavel.


Sua trama apertada 

Sempre ao raiar do sol 

A sua renda perfeita 

Debaixo de um paiol 

Ou sob uma nuvem branca

Da almofada de chita

Sai sempre um ou o girassol.


Fonte: 

BATISTA, Lia. Poemas sutis/Lia Batista-Fortaleza: RDS, 2024