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segunda-feira, 4 de março de 2019

PINTURA "NEM SE DESPEDIU DE MIM"




Ficha técnica:
Título: "NEM SE DESPEDIU DE MIM"
Técnica: Mista
Dimensão: 60cmx82cm
Ano: 2016
Categoria: Assemblage
Artista: Lia Batista

PROCESSO CRIATIVO

                       Essa obra de arte foi inspirada na música nordestina de Luiz Gonzaga "Nem se Despediu de Mim" e faz parte da série Cultura Brasilis. A ideia de produzir uma obra dessa relevância não surgiu à toa. Por apreciar a cultura e a música nordestina em especial de Luis Gonzaga procurei compor neste trabalho uma imagem que lembra os traços físicos do ator Chambinho como personagem contemporâneo e que representa muito bem o "Rei do Baião" em cenário tipicamente nordestino com as característica peculiares do chapéu de couro, sanfona e gibão.
                            Produzida na técnica mista em óleo,   pincéis chato de número 18, 12, 4  e espátulas. Com preenchimento tipo  pintura de fundo e para o personagem  usei a técnica de pintura em camadas finas (veladura) e para a vegetação foi utilizada a espátula e pincéis. 
                            
                          De acordo com Pianowiski e Goldberg (2015, p. 111), As transparências obtidas por meio do óleo de    denominada de velaturas, podemos obter uma imagem com profundidade e que de tão fina que é a camada as vezes só se consegue descrever as cores por mio de um microscópio. Eu por exemplo costume fazer isso diretamente na tela, por isso nunca consegui copiar com precisão a  mesma obra fielmente.


                         Como de costume uso a marca  Acrilex em meus trabalhos  por terem uma cartela de cores diversificadas e de ótima qualidade. Nesta obra usei as tonalidades  como: azuis, verdes, branco, marrom Wandick, ocre, sombra queimada, amarelo indiano, preto, amarelo pele, vermelho e laranja. 

                       Para o chapéu foram usados bijuterias velhas, como estrelas em aço, tradicional couro e o relógio, este  para dar enfase a poética musical e promover um diálogo da contagem das horas e despedida que o autor retrata na música. Os cactos representam a seca e a resistência e a perseverança de dias melhores do povo do sertanejo. A sanfona foi produzida com um filtros de ar automotivo alinhavada sobre a tela e esta caracteriza a identidade do "Rei do Baião". Essa técnica é chamada de assemblagem por se tratar de agregar vários materiais aos quais o artista achar interessante para a composição da obra. 
                 
                  Esse tipo de técnica é muito usada na arte contemporânea tendo em vista a  disponibilidade de resíduo estão disponibilizado no meio ambiente. Esse trabalho também serve como uma "manifestação de protesto" em que se pretende levar o espectador a reflexão sobre o consumo inconsciente e o tratamento incorreto do lixo e suas consequências.
         
                       O reuso do filtro nessa obra pode ser  do automóvel "Royalit Free", composto de papel e uma espécie de resina que dar maior resistência podendo ser lavado levemente. Esse é o procedimento que faço antes de reusar esse material. 

                                                                  CONCEITO DA OBRA

                     Não há dúvida que a cultura é um processo de leitura que nos apresenta uma diversidade de signos que identificam a origem e o cotidiano de um povo. Esse processo é dinâmico enriquecedor ao qual nos remete a antiguidade de uma determinada população. Dessa forma decodificar as tradições culturais de um povo carece de informações histórica para a compreensão de todo o processo das tradições e das memórias.
               
                  A pluralidade de culturas relacionadas as referencias "dialogam e se fundiram" em muitos aspectos criando uma identidade tipicamente brasileira advinda das culturas africanas, europeias e indígenas que enriquecem nos aspectos artísticos como um todo, desde as crenças, musicas, costumes, dentre outros (ASSUNÇÃO; VASCONCELOS 2015 p. 12).
               
                 Dentre esses sinos o  nordeste  traz uma herança cultural de extrema grandeza. A música por exemplo apresenta ritmos diversos, mas o Baião com seu ritmo  frenético e contagiante adota o uso sanfona, zabumba, viola caipira, flauta doce e triângulo.
               
                    De acordo com Pesquisa (2019), essa música nordestina teve início na década de 1940 por meio de Luis Gonzaga como "rei do Baião' e Humberto Teixeira, o "doutor do baião" cujas origens musicais são de tradição  "caipira e danças indígenas".
                 
                    De sorte é que o "rei do Baião" consegui representar a angústia do  homem sertanejo  com originalidade e desenvoltura. A música " Nem se despediu de Mim" relata a pressa de uma pessoa amada em beber água na quartinha, uma espécie de deposito de água para beber usada nas casas do sertão, e nesse diálogo romântico à espera da amada deseja que ela quebre o pote, a quartinha em caso de arrependimento. 

                Segundo alguns historiadores "Baião" seria o nome originado de baiano e que esse ritmo é resultante da união do batuque dos escravos, uma espécie música e dança dos escravos com portugueses, "moda de viola e danças indígenas", conhecida como Lundu (COELHO, 2015).

                  Detalhes históricos à parte sabemos que a música é uma modalidade artística que expressa sentimentos e atemporal diante da sua poética. Assim, como qualquer de Arte a sensibilidade de quem ler e interpreta é algo peculiar de cada olhar sensível; É uma inter-relação complexa estabelecida de acordo com os diversos contextos socioculturais e históricos..

                 Portanto essa representação pictórica da música de Luiz Gonzada pretende relacionar uma experiencia visual e tátil com a música em que o apreciador possa ter uma conexão da prática  do sensível consigo mesmo e com nossas origens. Espero orgulhosamente que o "arrasta o pé do Baião" de Seu Luis esteja vivo e sossegado sem se despedir da cultura brasileira também por meio dessa obra pictórica.

Por: Lia Batista

Vídeo

Vídeo:
Nem se despediu de mim - Luiz Gonzaga - Composição: Luiz Gonzaga e João Silva
Música 200. 02.set.2009.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Vv7CeUGj0Nk&list=RDVv7CeUGj0Nk&start_radio=1&t=198> Acesso em: 04/03/2019

Bibliografia:

PESQUISA, Sua.com. Baião. 2019.
Disponível em: <https://www.suapesquisa.com/o_que_e/baiao.htm>> Acesso em: 12/02/2018.
COELHO, Aldemário, Blog oficial do Forrozeiro. Curiosidades do Nordeste: O que é Baião?. Fev,2015.
Disponível em: <http://www.adelmariocoelho.com.br/blog/curiosidades/curiosidades-nordeste-baiao-430.html> Acesso em: 12/02/2018.

FREE, Royalit. DreamstimeFiltro de ar do carro no fundo brancoJanuary 02nd, 2013.

Disponível em: <https://pt.dreamstime.com/imagem-de-stock-royalty-free-filtro-de-ar-automotivo-image31417476de ar po> Acesso em: 04/03/2019

Música 200. Nem se despediu de mim - Luiz Gonzaga. 
02.set.2009.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Vv7CeUGj0Nk&list=RDVv7CeUGj0Nk&start_radio=1&t=198> Acesso em: 04/03/2019


PIANOWISK, Fabiane; GOLDBERG, Luciane. Artes Plásticas: Métodos e técnicas do ensino de artes. 3. ed. Fortaleza  - Ceará: UECE, 2015. p. 111.









quinta-feira, 8 de novembro de 2018

BRASIL INCLUSIVO




  



Ficha técnica:
Título: BRASIL INCLUSIVO
Técnica: Acrílico sobre tela
Dimensão: 55cmx90cm (Bidimensional)
Ano: 2018
CATEGORIA: Pintura
PROCESSO CRIATIVO:

            Esta obra foi inspirada em rabiscos que haviam sido guardados desde 2007 e que este ano resolvi por ocasião da Copa do Mundo precisava aumentar a série “Cultura Brasilis” para uma exposição no North Shopping Fortaleza. Foi produzida sobre lona de algodão água e tintas acrílicas diluídas em água, levou cerca de dois dias para ser concluída. Para o preenchimento da superfície foi usado pinceladas cheias e longas. 
            Pinceis utilizados foram do tipo chato número 12, 14 com cerdas duras e pincel N° 4 com cerdas macias para fazer finalização dos alinhavos brancos. Também foram usadas cores quentes como: laranja e vermelho; frias como azul e verde, marrom Wandick, verde oliva e verde folha com leve sombreamento. As cores de fundo são chapadas e o sol com pequenos sombreados nas personagens e no sol dando a impressão de raios intercalando o amarelo e laranja com o branco.  As linhas de pesponto cadenciados é uma inspiração baseada na arte do couro de Expedito Celeiro de Nova Olinda-CE.

CONCEITO DA OBRA

                 Em meio a tantas desilusões no mundo contemporâneo a arte ainda resiste com sua poética, dentro de um lirismo que nos possibilita inferir as práticas do sensível modo de pensar, seja por meio de protesto, indignação ou até mesmo a busca pelo afeto, amor perfeito que nos sujeita a reverenciar a plasticidade de obras de arte que nos comove intimamente como se a prática artista estivesse encrustado no nosso pensamento ou tivesse feito parte da subjetividade viva.
Distante do Paleolítico onde as cavernas com seus lugares obscuros serviam de suporte para o que viria a ser “Arte” um dia, os desenhos iconográficos nos inspira a um ritual criativo na construção e descoberta do modo peculiar do fazer artístico na sociedade contemporânea.
                 Certamente a comunicação vem mudando ao longo dos séculos fazendo com que o homem busque novas maneiras de dialogar com o outro. Se isso é evolução eu não sei; todavia esse diálogo precisa ser entendido explicitamente, coisa que na arte nem sempre isso é compreendido. Apesar desse contraponto o sentimento do ser humano continua o mesmo em todas as épocas embora a simbologia seja distinta. Se já no Paleolítico a arte rupestre era produzida com ferramentas rudimentares, hoje as tecnologias digitais nos apresentam novas possibilidades de construção imagética, porém o sentimento, a percepção humana continua influenciada pela cultura visual do cotidiano de cada civilização.
                  Nesse contexto, a sensibilidade se perpetua mesmo com novos olhares e saberes que fazem do homem eterno dentro do seu contexto social. Dessa forma, a arte resiste ao tempo provando que o amor e a inclusão do outro nos estimula a continuar sensível.
Para tanto, a criação da obra “Brasil Inclusivo” vem tratar dessas questões do cotidiano, da emotividade, da família, da inclusão e da natureza humana.
                    É uma obra que foi inspirada em rabiscos que haviam sido guardados desde 2007 e que este ano resolvi por ocasião da Copa do Mundo, busquei aumentar a série “Cultura Brasilis” para uma exposição no North Shopping Fortaleza.
O trabalho tenta trazer para o centro da discussão um diálogo reflexivo com intimidade das questões socioculturais brasileiras, com suas características étnico-raciais e ícones que remetem à seca, a pesca com devida significância a resistência e continuidade ao serem colocadas linhas de continuidade em cores tropicais delimitados por pontos brancos como se fossem alinhavos.
                    Esta foi inspirada na arte do couro de Expedito Celeiro de Nova Olinda-CE que surgiram a ideia dos alinhavos e seus contornos de pontos sequenciados em branco que demarcam as formas curvilíneas crescentes, que representam a expansão e a continuidade resistente da cultura brasileira; Também pode ser simbolizada como uma colcha de retalhos que se move em torno da imigração de vários povos por ocasião do descobrimento do Brasil e com mais expressividade com o domínio português e a descoberta do ouro em Minas Gerais. De acordo com site Brasil Escola (2018), “calcula-se que nos primeiros cinquenta anos do século XVIII entraram só em Minas, mais de 900.000 pessoas”.
                A obra Brasil Inclusivo é um convite à reflexão sobre as nossas origens, as nossas limitações quanto são inseridas a imagem do cego com bengala e sem óculos, do cadeirante e da mulher gestante e da Iracema, ícone da representatividade indígena cearense do escritor José de Alencar.
            Nesse sentido, associar que a obra pode se inserir em vários contextos aos quais os elementos visuais instigam na leitura e compreensão é fato. É uma obra figurativa, contemporânea que nos mostra a riqueza de detalhes desde a parte superior com viga sobre os ombros das personagens adultas como se fosse um peso da responsabilidade, logo á frente uma coluna que se caracteriza como uma limitação da diversidade e regionalidades cultural do nosso povo.
            Portanto, a presença da Bandeira Brasileira é muito bem vinda nesse contexto, pois simboliza muito bem essa classificação pictórica, a qual a tornará como uma obra sempre atualizada diante da brasilidade consoante idealização das riquezas, que nos destinam para promoção da autoconfiança, do sentimento de brasilidade, a resistência e o orgulho que se sobrepõem as demais questões. 
           Assim, essa obra pretende inferir a reflexão sobre o nosso cotidiano, a diversidade sociocultural para que tenhamos uma cidadania plena de direitos e respeito ao próximo.

OBS: A ANÁLISE DA OBRA SE DEU A PARTIR DO PONTO DE VISTA DA ARTISTA, PODENDO SER AMPLIADA POSTERIORMENTE.
Por: Lia Batista

Fonte:
ESCOLA, Brasil. Imigração no Brasil.
Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/brasil/imigracao-no-brasil.htm>  Acesso em: 01//112018







 


domingo, 28 de outubro de 2018

PINTURA ABSTRATA-ARTE CONTEMPORÂNEA

Por que será que quando visitamos exposições por ai vimos tantas obras que não compreendemos? Obras de arte abstrata podem ter significados (ou não) extraordinários no momento de criação para o artista. 
Para os apreciadores esse tipo de arte provoca rejeição no primeiro momento, principalmente para quem não tem intimidade com esses aspectos visuais que a arte contemporânea se propõe.


A estranheza da arte contemporânea remete ao medo do novo diante da multiplicidade de eventos, da forma de olhar e entender as novas propostas visuais. Quando nos deparamos com esse tipo de  abordagem artística, questionamos a princípio, até porque somos educados para apreciar e aceitar somente o "belo" convencional, esteticamente falando. Logo, é mais fácil aceitar o que é óbvio e convencional, por isso a arte contemporânea nos parece  de difícil compreensão. 

Por incrível que pareça a arte abstrata está presente no nosso dia a dia, embora nosso olhar não está treinado pra enxergá-la na prática. Assim,  quando passamos a conhecer um pouco a trajetória do artista ela ganha um sentido, mesmo que a cada apreciação tenhamos uma mensagem diferente. 

Essa produção artística acima foi elaborada em suporte de aço (antena de tv a cabo) inspirada no artista abstracionista Jackson Pollock. O artista se expressa gestualmente com respingos de tintas diretamente nos painéis na horizontal no chão para fazer suas obras de forma rítmicas e seriadas conhecida como pintura de ação (action painting).

Assim, como Pollock, o meu inconsciente se apropriou  dos campos de flores de Holambra em junho passado minha última viagem a São Paulo e dai consegui me surpreender com essa obra que hoje está exposta no polo da Universidade Aberta do Brasil em Maracanaú-CE, onde curso graduação em Licenciatura em Artes Visuais.


No curso de Licenciatura em Artes Visuais da UECE (universidade Estadual do Ceará)/UAB (universidade Aberta do Brasil) EaD em Maracanaú, a disciplina de Desenho e Pintura II, tivemos a possibilidade de aprender a desconstruir a ideia de que a arte precisa ser necessariamente bela para ser aceita.

Para o arte educador é de suma importância perpassar por esse olhar de ressignificação da arte, seja na pintura, no teatro na dança ou nas artes digitais. Logo, abordar esse tema é promover a liberdade da expressão e comunicação visual dentro ou fora do ambiente escolar. 

Assim, perturbar pelas formas criativas de produzir arte contemporânea pode representar uma inquietação expressiva de uma nova forma de enxergar o mundo, na visão questionadora e ampliada de um artista.  Eu por exemplo, apesar de alguns ensaios ainda estou tentando me encontrar com essa estranheza que a arte contemporânea remete.

OBS: Esta pintura é parte de uma atividade do curso de Licenciatura em Artes Visuais UAB/UECE -Polo Maracanaú, na disciplina de Desenho e Pintura II. Ano de 17/06/2018, proessor Alfredo Barros.

Fonte:


MARTINS, Simone R;IMBROSI, Margaret H.  Número 1A, 1948, Jackson Pollock. História das Artes > Olho-vivo > Análise Estética > Obras Analisadas. 2018.

Disponível em:
 <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/numero-1a-1948-jackson-pollock/> 
Acesso em: 28/10/2018

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

ARTE CONCRETA DE LUIZ SACILOTTO



Vídeo:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=RzPx_4Z9dWI> Acesso em 23/08/2018


Apesar da Semana de Arte Moderna trazer mais liberdade na literatura, nas artes plásticas, na música, etc., o conceito do belo, estética perfeita é dinâmico e muda de acordo com o tempo, podendo ser influenciado pelos aspectos políticos, econômicos e socioculturais fazendo-se necessário investir em novas possibilidades artísticas que transcendam os anseios das sociedades, contudo a inquietude humana exige novas perspectivas estéticas.
Nesse contexto, surge em meados do século XX, a Arte Contemporânea adentrando a tridimensionalidade, a irreverência e novos conceitos para um discurso mais livre no fazer artístico. A Arte Contemporânea ultrapassa as fronteiras do imaginário chegando à Era Digital quebrando paradigma após a Segunda Guerra Mundial.
A Era Digital trouxe inovações e questionamentos que intrigam a própria a crítica de arte e deixa a pergunta sem resposta, do que pode ser realmente arte? A desconstrução do belo perpassa por várias vertentes.  A liberdade de expressão e o uso de materiais passam a integrar os novos rumos de uma nova Cultura Visual aos quais não temos dimensões aonde vamos chegar.
Logo, nesse sentido se envereda o mundo das artes transitando pela diversidade de recursos e ideias criativas e o Brasil, portanto, se insere nesse contexto de afirmação indenitária a qual acompanha esse desdobramento percorrendo as várias experiências, experimentos, modalidades e tipologias artísticas.
A globalização, por exemplo, tem contribuído para o avanço do conhecimento tecnológico ao qual conecta o cidadão instantaneamente a qualquer parte do planeta. Assim, a produção artística vai quebrando paradigmas e trazendo novos valores.
Experimentar esses valores parece-nos vislumbrar novos movimentos que vão se relacionar com tudo inclusive com as relações de consumo, rompendo com os antigos modos da produção artística.
A Op Arte, Arte Cinética, Arte Povera, Abstracionismo, Concretismo, dentre outros movimentos da Arte Contemporânea crescem exponencialmente para conquistar novos atores das Artes Visuais. O Concretismo chega com uma nova proposta e como referência desse movimento Sacilotto foi um dos artistas brasileiros que se destacou mundialmente pela ousadia do seu estilo inovador.
O paulistano Luiz Sacilloto apesar de começar a trabalhar aos dezessete anos sempre esteve ligado às técnicas de desenho, pintura e trabalhos com metais; a precisão na pintura de letras e projetos de alumínio o levou a desenvolver interesse pelas artes plásticas.            “No início, seus trabalhos são figurativos. Paisagens e retratos de tendência expressionista, mas a partir de 1947 realiza suas primeiras experiências no domínio da abstração geométrica, sendo um dos pioneiros da arte concreta no País”. (IMBROSI, 2016).  Logo, o Concretismo de Luiz Sacilotto tenta romper com o figurativo deixando de lado a representatividade objetiva para se lançar na geometrização das linhas e formas.
Ao observar a plasticidade de suas obras, somos induzidos a perceber que o artista quer brincar com o olhar do apreciador provocando uma inquietação, para a progressão contemplativa; ora parecem dobraduras em movimentos ou escadas que podem levar a algum lugar. O aspecto de algumas obras visualmente em movimento pode ser também caracterizada como Arte Cinética ou Op Arte, devido a ideia tridimensionalidade.
 A ilusão de ótica presente em seus trabalhos é acompanhada de progressão, precisão matemática milimetricamente calculada do positivo e negativo, união de formas e conteúdos. O dinamismo estético nos deixa dúvida quanto à sua técnica; aparentemente não são feitas artesanalmente e sim com ferramentas digitais. Provavelmente a precisão nos corte com os metais e o desenho das letras associadas ao seu ofício o tenha influenciado na perfeição dos traçados precisos das linhas com o manuseio dos pincéis.
Apesar de parecerem simples a Arte Concreta de Luiz Sacilotto apresentam geralmente cores chapadas com traços bem definidas, volume, profundidade, tridimensionalidade, movimento, luz e sombra. O ritmo sequenciado dessas linhas e formas provocam incômodos visuais e podem fazer o apreciador a desviar o olhar. Os elementos repetidos em algumas séries promovem diálogo entre si e formulam uma fantástica completude no conjunto da obra.
Para tanto a concisão das formas e linhas de Sacilotto tende ser provocador e inquietante, sem, contudo apresentar frieza e elasticidade estrutural o que dá ao apreciador a vontade de tocar em cada peça separadamente como em um jogo de elementos soltos em 3D.  “São justamente esses aspectos construtivos do desempenho perceptivo que irão, pela via dos atos subjetivos, reaproximar a investigação estética do âmbito do conhecimento”. (BARROS 2010, p. 19).
De acordo com Marques (2018), o artista teria deixado a “tela de lado” para enveredar pela tridimensionalidade para fazer “relevos em alumínios pintados e uma sequência de esculturas em latão e alumínio” e como vemos Sacillotto se transporta do simples ao complexo, da tela ao metal com a mesma desenvoltura.
Ao observar algumas esculturas em metais percebi que o artista tem compromisso com a seriedade e simplicidade, pois, são desprovidas de sensações ou sentimentos, por isso acho um tanto desafiador classificá-las com mais propriedade, logo a semelhança estrutural entre os elementos nos convida a observação por repetidas vezes nos conduzindo a um olhar descompromissado da reflexão.
Portanto, dessa forma é que a Arte Contemporânea pretende atingir a inquietude humana dentro das novas perspectivas estéticas promovendo novos conceitos para um discurso mais livre ultrapassando as fronteiras do imaginário sem necessariamente ter uma relação direta com a vida cotidiana.
Por Eliane Batista Barbosa (LIA)

OBS: O texto acima corresponde  a uma das atividades da disciplina de História da Arte do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da UECE/UAB-Maracanaú.
Fontes:

BARROS, Fernando R. de Moraes. Estética, 2010. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (SEAD/UECE).
COUTINHO, Rafael. 2012. Culturamix.com. História da Arte Ocidental – Arte Contemporânea no Brasil.
DIANA, Daniela. Toda Matéria. Arte Contemporânea. 2018.
 Disponível em:<https://www.todamateria.com.br/arte-contemporanea/> Acesso em 20/08/2018
IMBROISI, Margaret. História das Artes. Luiz Sacilotto, 2016
SACILOTTO, Luiz. Pinturas Brasileiras.com. Biografia, 2018. Disponível em:




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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Quem somos?





Com tanta turbulência no contexto político nos últimos dias decidi protestar de forma pictórica e mostrar que a nossa manifestação precisa ser explicitada de qualquer forma. Com as denúncias e escândalos do mensalão, da operação Lava Jato, na cúpula do governo brasileiro, depois do impeachment da e presidente Dilma Roussef, o golpe se confirma a cada dia.

Diante das circunstâncias resolvi manifesta-me nessa tela em óleo com indagações cujas respostas serão da diante da sua percepção visual. Quem somos mostra a nossa mistura de raças e a beleza de um povo miscigenado deixando de uma variação de culturas que aqui chegaram para promover essa desestrutura genética e cultural com os nativos, ao qual deixou uma característica ímpar de uma beleza estética e uma cultural invejável a qualquer outro lugar do mundo.

Logo, com esses cruzamentos de índios, negros e brancos herdamos além das características físicas a riqueza cultural.  Historicamente os maus hábitos e a ganância, bem como a vontade de invadir o alheio e criar o "tal jeitinho brasileiro" mal visto lá fora, nem sempre dar certo.
De sorte é que a heranças malditas da corrução que se instalou desde a invasão portuguesa até hoje assola nossa terra.

Depois das promessas de que o "Brasil seria o país do futuro", os desmandos e a sujeira dos nossos governantes saíram de "debaixo do tapete" e a cada dia entristece a todos nós. "Aqui fica minha indagação": Quem somos, para onde vamos, e quem seremos? E você que vai visualizar essa obra de arte comece a fazer as suas também, e veja se consegue se sensibilizar e indagar-se, para propor uma resolução a partir de você.

Deus nos ajude e obrigada!

Fontes
Dispponível em:
 <http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/09/torcedora-racista-gremio-diz-que-intencao-nao-era-ofender.html< Acesso em 05/06/2017
http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/caras-pintadas/>Acesso em 05/06/2017
http://verdademundial.com.br/2015/09/miscigenacao-os-povos-no-brasil/>Acesso em 05/06/2017

quarta-feira, 19 de abril de 2017

ADRIANA VAREJÃO-PAREDE COM INCISÕES A LA FONTANA II

   


Imagem:
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/02/tela-de-varejao-e-obra-de-um-artista-brasileiro-vivo-mais-caro-da-historia.html

Título: Parede com Incisões à La Fontana II
Autor da obra: Adriana Varejão
Data: 2001
Dimensão: 180.00cm x 250.00cm
Técnica: Óleo sobre tela e poliuretano em suporte de alumínio e madeira
 Adriana Varejão é artista plástica contemporânea nascida no Rio de Janeiro em 1964 passou a infância em Brasília e no Rio de Janeiro ingressou no curso de engenharia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) em 1981 abandonando no ano seguinte após 2 anos resolve estudar nos cursos livres na escola de Artes Visuais do Parque de Lages (RJ)  fez sua primeira exposição individual em 1988, na galeria Thomas Cohn. A artista se consagrou devido suas obras de arte serem relacionadas a peles vísceras rasgadas, canibalismo, esquartejamento e azulejaria. A artista vem ganhando cada vez mais espaço e é uma das artistas brasileiras de mais destaque na cena contemporânea, no Brasil e exterior.
"Parede com incisões a La Fontana II" é uma das obras principais da artista e foi leiloada em 2011, na Christie’s de Londres e foi tida como a obra mais cara de um artista brasileiro vivo. E atingiu cerca de R$ 2,72 milhões, incluindo a comissão do leiloeiro. A obra apresentada segue uma tendência contemporânea por se interessar em mostrar as verdades do inconsciente que levam a seguir variadas linguagens e a constante experimentação de novas técnicas para atingir novos olhares, conceitos e hábitos artísticos com forma bidimensional, linhas verticais e horizontais com cores complementares como vermelho, vinho, contrastando cores neutras como o preto, branco e cinza. Para a produção dessa obra de arte Adriana Varejão teve como inspiração Goya e Lúcio Fontana.
 Na obra citada a artista presta uma homenagem a "Lucio Fontana (1898-1968)-Pintor, escultor e ceramista nascido em Rosário na Argentina. Desenvolveu sua carreira na Itália.  Suas obras após 1960 foram monocromáticas cortadas ou furadas sendo denominadas de Conceito Espacial, dai transformando-se em trabalhos bidimensionais". (ARTARTE, 2017)
A obra de arte “Parede com incisões à La Fontana II”, apresenta visualmente uma parede com azulejos acinzentados na composição há uma série de linhas verticais e horizontais que impressionam quanto à continuidade, cuja proposta é fazer referência azulejos, a arquitetura, construções, habitação em que abrigam o inconsciente, a intimidade; o acinzentado predominante reflete a um sentimento nebuloso, enquanto a pureza da luminosidade que parte de leves pinceladas de branco contrasta diretamente com o volume e a cor vermelha da carne exposta em seis rasgos na vertical com diferentes dimensões na parte central da tela.  Os rasgos parecem ter sido feitos com um objeto perfurante, como faca ou estilete e dentro das incisões observa-se uma textura de cor vermelho escuro, imitando vísceras escapando nos relevos saindo do interior da parede.  No lado superior esquerdo existe um pequeno furo e em alguns pontos pequenas manchas aparentando vestígios de sangue, como que tocado por alguém. Próximo aos rasgos algumas pinceladas na cor branca provocam maior luminosidade, o que dá mais volume às bordas das fissuras.
De acordo com minha percepção tenho a impressão que a artista ao mostrar as vísceras rasgadas, pretende levar o apreciador a refletir sobre a dor, as relações interpessoais do individuo tal qual o grau de intimidade que pretendemos ter com o outro ou com nós mesmos, ou representação da intimidade por traz de uma parede. Essa dialética obedece a um discurso subliminar com característica pragmática, com funções latentes manifestas onde há integração com o reforço de instigar as emoções e valores afetivos. Portanto, eu enquanto apreciador tive uma sensação extremamente repugnante e asquerosa, que provoca um sofrimento psíquico muito forte de profunda dor.

Por: Lia Batista
Bibliografia:
https://www.youtube.com/watch?v=8c-5bXV7u8g- em 10/04/2017

http://www.ava.uece.br/pluginfile.php/44327/mod_assign/intro/Topico-01.pdf- em 10/04/2017




Saia mais:




Fontes: 
 http://arteseanp.blogspot.com.br/2015/02/lucio-fontana.html
http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/02/tela-de-varejao-e-obra-de-um-artista-brasileiro-vivo-mais-caro-da-historia.html Acesso em 12/04/2017
https://www.youtube.com/watch?v=8c-5bXV7u8g acesso em: 12/04/2017

domingo, 4 de setembro de 2016

VIDA REAL-Arte com reciclagem

Esta semana o  programa Vida Real aconteceu no meu bairro Serrinha e a Eco Arte-Lia Batista, esteve marcando presença. O programa é um quadro do CE TV 2ª  Edição, na TV Verdes Mares, afiliada da Rede Globo. Este quadro mostra os talentos dos bairros e como o trabalho criativo pode mudar o contexto socioeconômico dos moradores.
Por intermédio deste programa muitos talentos são evidenciados e contactados melhorando ainda mais as possibilidades de geração de renda nas comunidades. 
Como participante desta semana, agradeço a atenção da equipe, em especial ao repórter Almir Gadelhas pelo seu carisma e  forma com que divulgou nosso trabalho de economia criativa com as artes. 





Para conferir a matéria clik no link abaixo:

http://g1.globo.com/ceara/cetv-1dicao/videos/v/vida-real-visita-bairro-da-serrinha-em-fortaleza/5278690/


Fonte: http://globotv.globo.com/busca/?q=CETV+2%C2%AA+Edi%C3%A7%C3%A3o+-+Fortaleza

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Renda-se ao Ceará

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Fazendo arte com filtro de ar de carro

Olá!
O filtro de ar de carro, se você não sabe, é uma peça importante para o bom desempenho do veículo. Temporariamente deve ser substituido para evitar posteriores danos ao motor. Sua função é impedir que partículas impuras de ar penetrem no motor  causando sérios danos ao seu carro. Por isso é importante que pelo menos, a cada 10 ou 15 mil quilômetros seja trocado.
 Veja mais informações:
 http://revista.pensecarros.com.br/noticia/2013/10/filtros-de-carros-entenda-suas-funcoes-e-mantenha-a-manutencao-em-dia-4317649.html

Agora fazendo arte com os filtros









Após essa troca,  não esqueça de que a economia criativa é uma opção para não descartá-lo no meio ambiente, pois com eles faço
 lindos quadros ecológicos.
Antes de fazer essa artesania faço uma limpeza com jato de água e sabão em pó, em seguida, passo gesso acrílico para tirar a característica de sujeira, http://www.acrilex.com.br/produtoDetalhe.asp?id=23, um produto de ótima qualidade.

Depois de seco utilizo tinta aquarela, http://www.pentel.com.br/produtos/artes/aquarelas, que dá um efeito e aveludado. Para intensificar a luminosidade  uso a dimensinal branca da acrilex. http://www.acrilex.com.br/produtoDetalhe.asp?id=10. Quanto aos pincéis, gosto da condor por serem macios. Nessas peças usei um com cerdas longas próprias para aquarela e pinceis n° 6 chato. Quanto a moldura já vem pronta é só finalizar com duas demãos de tinta acrílica fosca para artesanato. Fiz o acabamento atrás e nas laterias com cola quente e carpete, (mas tembém pode usar tecido, papel ou feltro) e por último coloquei um gancho para tendurá-lo.
Fica muito bem em pequenos espaços. 
A minha dica de hoje é colocá-los no hall da escada.