segunda-feira, 8 de junho de 2020

POÉTICAS DIGITAIS NO ENSINO DE ARTES VISUAIS


Mesmo diante de toda a inserção dos dispositivos tecnológicos no cotidiano das sociedades percebo que ainda está longe de se ter o uso razoável das inter mídias no contexto pedagógico no processo de ensino/aprendizagem. É comum em sala de aula a evidência do distanciamento entre o interesse dos alunos pelos conteúdos didáticos propostos, com as práticas pedagógicas tradicionais.  
     Embora haja uma gama de recursos tecnológicos inseridos no cotidiano da sociedade, a educação escolar contemporânea ainda não se deu conta de que as múltiplas possibilidades dessas ferramentas ao serem agregadas no processo do ensino/aprendizagem podem colaborar positivamente como fator coadjuvante na vida dos docentes e discentes fora e dentro da sala de aula.

A integração da arte com as tecnologias digitais abre novas possibilidades para o ensino da arte na escola, tornando-se um importante instrumento de mediação no processo ensino/aprendizagem. Tanto nas relações com as proposições artísticas específicas das tecnologias digitais, como na possibilidade de pesquisas no âmbito da história da arte ou da cultura visual emergente deste meio, bem como na produção e tratamento de imagens que possam ser construídos por projetos educacionais (BERTOLLETI 2010, p. 3).

Sabemos que os Smartfones, as câmeras fotográficas, os computadores e a internet não alcançam linearmente a maioria dos estudantes da escola da rede pública, porém não se pode abstraí-los da lógica educacional, onde a sociedade em geral tem mais acesso a internet. A escola, todavia dá prioridade à metodologias tradicionais em que o uso do livro impresso e despreparo dos educadores junto às novas mídias embaraçam o processo de inserção de outros saberes, sobretudo quanto às poéticas digitais.
Percebo que na maioria das instituições de ensino da rede pública os laboratórios de informática são bem equipados, modernos; porém, os alunos têm acesso restrito, professor não qualificado e muitas vezes sem rede de internet. 
Esse distanciamento parece antagonizar com,

As ações do fazer artístico, em específico da poesia digital, estendem, ampliam e estabelecem relações além do campo literário. Desenvolve-se um diálogo e intercâmbio entre a Literatura, Artes Visuais, Ciência da Computação e Tecnologia da Informação no contexto de criação (BUZELLO, 2011).

E é nesse fazer artístico que as crianças desde os primeiros meses estão sendo inseridas pelos próprios pais a verem imagens, perceberem sons, já dentro de um processo de encantamento com as tecnologias digitais contemporâneas.
Nesse sentido, essa relação com as novas tecnologias precisam estar em consonância com as práticas pedagógicas no ambiente escolar desde a primeira infância concomitantemente com outras metodologias do ensino, no que tange a BNCC em que o aluno de primeiro ao quinto ano do ensino fundamental 1 explore “diferentes tecnologias e recursos digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de criação artística” (BNCC 2018, p. 203).
Nesse contexto é possível desenvolver com os alunos da rede pública a produção de pequenos vídeos (com o uso do celular dos próprios alunos) seja com imagens em movimento ou fotografias que depois possam ser descarregadas no laboratório de informática, que geralmente toda escola pública tem. Ou então o material pode ser enviado para o professor por meio do What App. Cada atividade deve ser estruturada de acordo com a faixa etária da cada aluno.
 Esta atividade vai proporcionar a experimentação com ferramentas como Movie Maker ou outros aplicativos, podendo estas serem editadas e modificadas com o uso de Power Point, Photoshop online, Fotor, Gimp, dentre outros. Dessa maneira a pesquisa no campo das Artes Visuais torna-se mais instigante, pois podemos inserir outros recursos como:  textos, colagens, música, efeitos de transição e outros.
Com tais manipulação torna-se possível ampliar as habilidades e o conhecimento dos alunos de forma lúdica e prazerosa podendo posteriormente ser feito um descarregamento em uma rede social como o You Tube.  Acredito que o vídeo é uma ideia bastante instigadora por envolver várias ferramentas de inter relação em que o aluno vai se inserindo no projeto e aprendendo sem perceber que está em uma pesquisa, pois ao explorá-las, a criatividade e a curiosidade funcionam como mola propulsora da motivação.
Para Bertolette (2010, p. 5),

Qualquer programa de ensino deverá, desta forma, ser elaborada a partir de três ações: fazer (expressar-se e comunicar-se através de linguagens artísticas – visual, sonora, cênica, corporal), contextualizar (buscar subsídios, através de pesquisa, para a apreensão das manifestações culturais) e ler imagens (decodificar e apreender significados).


Diante dessa inserção tecnológica no cotidiano da sociedade é preciso que a escola avance nas práticas pedagógicas no processo de ensino/aprendizagem, pois durante os estágios percebi que quase nada mudou do meu tempo de estudo há quase 50 aos atrás. Os alunos do século XXI buscam uma revolução em sala de aula e a sociedade precisa repensar e construir novas práticas educacionais. Talvez a partir de agora, depois dessa pandemia do Covid-19, isolamento social pode ser que as práticas educacionais sejam remodeladas por parte da sociedade.
Acredito que não podemos esquecer que a inter relação da “linguagem tecno-artística-poética, entendida como plurisignificação, e sob esse viés ela pode ser lida e apreciada usufruindo de itens como som e visualidade das palavras representadas de outras formas poéticas” (BUZELLO 2011, p. 21).
Dessa maneira a educação escolar contemporânea carece dessa “fusão conceitual de meios distintos entre si que, conjugados no nível do seu significado, formam um terceiro meio, este, diferente dos anteriores, e por isso mesmo, apto a uma nova classificação e denominação” (LONGHI 2002, p. 3), para correlacionar às com as múltiplas possibilidades no processo do ensino/aprendizagem.

 







ABAYOMI - ENCONTRO PRECIOSO
Capa da literatura de Cordel de Ivonete Morais-Arte de Lia Batista 02/2020
 
 XILOGRAVURA E FOTOGRAFIA 
Capa da literatura de Cordel de Ivonete Morais Cordelista-Arte de Lia Batista 02/2020


FOTOGRAFIA DE PINTURA EM TELA
COM INTERVENÇÃO DO EDITOR DE FOTOS 


ARTE COLAGENS, FOTOGRAFIA
E TEXTO


ARTE COLAGENS, FOTOGRAFIA
E TEXTO

 ARTE INTEGRATIVA ABAYOMI- ARTE COLAGENS, FOTOGRAFIA



ARTE INTEGRATIVA, ARTE COLAGENS, FOTOGRAFIA


Imagens: Lia Batista. 25/05/2020.


AUTORRETRATO E EDITOR PHOTOSHOP. 

OBS: Esse artigo é parte das atividades da disciplina optativa de Poéticas Digitais do curso de Licenciatura em Artes Visuais do Polo UAB/uece-Maracanaú-CE - 7° semestre. 

Acesse gratuitamente e faça da sua criatividade fluir produzindo belas intervenções fotográficas.

PHOTOSHOP ONLINE EM PORTUGUÊS.

Disponível em: <http://www.photoshoponline.net.br/> Acesso em: 12/014/2020.

FOTOR

Disponível em: <https://www.fotor.com/pt/>

BIBLIOGRAFIA

BERTOLETTI, Andréa.  Tecnologias digitais e o ensino da arte: algumas reflexões
Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). In. V Ciclo de Investigações do PPGAV-UDESC. Santa Catrina, 3,4 e 5 nov. 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Secretários de Educação – CONSED. União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME, Dez 2018.

BUZELLO, Adriano Gabriel. Poesia Digital: Trajetória, poética e visualidade. 2011. 85 f. Monografia (Graduação em Artes Visuais) Curso de Artes Visuis, Universidade do Extremo Sul - Catarinense, UNESC - Criciúma, Jul, 2011.

LONGHI, Raquel RitterIntermedia, ou para Entender as Poéticas DigitaisPontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) In. INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação.XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Salvador/BA – 1 a 5 Set 2002.
                                                

segunda-feira, 25 de maio de 2020

RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE ARTES


Imagem retirada da internet. 
Disponível em: <https://kingscomunicacao.com.br/recursos-audiovisuais/ > Acesso em: 25/05/2020.

PRODUÇÃO DE AUDIOVISUAL 

Nos anos finais do Ensino do Fundamental a maturidade dos alunos já se caracteriza pela capacidade de maior discernimento quanto às informações que os fazem perceber qualitativamente o mundo em sua volta. Nesse sentido o uso das tecnologias digitais deve ser inserido sem restrição para celebrar o conhecimento, a criticidade do fazer artístico no processo pedagógico.
Segundo Redefor, (2011, p 46), “esta concepção se configura em paralelo ao desenvolvimento das tecnologias visuais no século XX”. Nesse sentido a “cultura visual” tem seus avanços com incremento das tecnologias. Assim é necessário uma “reprodução das técnicas de imagens” que sejam capazes de transpor ao sujeito a importância semântica para a nova modalidade da educação.
É a partir desta concepção que se dissemina a ideia da alfabetização visual. O incentivo à criação de um filme por exemplo, ou vídeo documentário são atividades em que as habilidades específicas precisam ser inseridas em sala de aula pelo profissional de artes visuais, sobretudo porque parte do alunato contemporâneo tem certa familiaridade com o mundo tecnológico pelo qual são atraídos corriqueiramente, seja pelos jogos digitais nos computadores ou pelos Smartfones.
Se apropriando dessa ferramenta o professor pode escolher um tema e desenvolver junto aos discentes um projeto em que os recursos digitais sejam aplicados na ampliação do desenvolvimento artístico de forma motivadora, em sala ou extra sala. De acordo com (BNCC 2018, p. 211) “identificar, manipular diferentes tecnologias e recursos digitais” faz do aluno um indivíduo mais reflexivo, critico, responsável por seus atos na promoção de uma vivência pautada no respeito e na ética.
Segundo Sawaya e Nishida (2017, p.5), os elementos da linguagem visual “se inter-relacionam entre si” de maneira que outras linguagens se imbricam com enquadramento, palheta de cores, iluminação, fotografia, edição, etc., e aos poucos se comunicam por meio dos efeitos que “geram experiências cognitivas e estéticas” se correlacionando entre si.                               
O professor pode convidar a turma a produzir um micro documentário ou um filme de ficção, começando pelo roteiro, pesquisa, escolha do tema, produção, distribuição das tarefas, a edição e veiculação nas redes sociais etc. Essa ferramenta pedagógica vai estimular a prática, a criatividade, o interesse e a aprendizagem de maneira mais dinâmica bem concatenada às práticas tecnológicas digitais as quais o aluno tem afinidade.
No contexto escolar do ensino fundamental II, não necessariamente essa metodologia precisa ser algo tão elaborado, mas que suscite ao aluno um olhar mais atento para envolvimento com as prática audiovisuais e suas ferramentas específicas como: áudio, edição, câmera, iluminação, parte artística etc.
“Sendo assim, ao configurar e operar no âmbito das práticas artísticas o sujeito necessariamente precisa estar conectado com os aspectos estéticos” que agreguem a originalidade “conceitual ou material” cujas questões estão ligadas entre as “dimensões da Proposta Triangular (REDEFOR 2011, p.52).
Todavia, vale ressaltar que partindo para a realidade há uma disparidades sociocultural quanto a formação do professor de arte e falta de recursos tecnológicos na maioria das instituições públicas para a exploração dessa metodologia com as tecnologia digitais. Nesse sentido não se pode atribuir responsabilidades apenas ao discente ou ao arte educador. Muitas vezes o educando e professor se sente desestimulado frente a essas dificuldades corriqueiras.
Espera-se que com o tempo essas competências e estruturas metodológicas adotadas na Educação Básica no ensino de artes não fiquem apenas no papel, mas que a escola e a sociedade se adequem a essas novas regras para que o engajamento entre sociedade e práticas educacionais entrem  em conformidade com a realidade, amplitude e integralidade do conhecimento.

Referências.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Secretários de Educação – CONSED. União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME, Dez 2018.
FORMAÇÃO, docente. Curso de Especialização para Magistério SEESP. Ensino Fundamental e Médio. Módulo 1.UNESP/Redefor. São Paulo, 2011.

SAWAYA, Maximiliano Augusto. NISHIDA, Sawaya Cíntia Yuri. Docência, inovação e investigação. Produção de filmes de ficção e documentários como prática pedagógica nos anos finais do Ensino Fundamental. 8° SMEDUC. UNIT-Aracaju. 2017.
Disponível em: < file:///C:/Users/User/Desktop/8541-29582-1-SM.pdf> Acesso em: 21/10/2019





sexta-feira, 15 de maio de 2020

MULHER, RESISTÊNCIA E DOR NO ISOLAMENTO SOCIAL-ENSAIO DIGITAL



Mulher, resistência e dor: violência doméstica no âmbito do isolamento social.














Todas as imagens e arte são de autoria de Lia Batista, 10/05/2020.

CORONAVÍRUS


Esse vírus nada mais é do que o agente causador da pandemia que transita por todo o mundo. Segundo o site Dasa (2020), “pertence a família de vírus (CoV)” e pode causar doenças respiratórias desde as mais leves podendo evoluir para as mais graves como é o caso da “Síndrome Aguda Respiratória Severa (SARS)” (DASA, 2020).

O vírus é mais letal em pessoas com mais de 60 anos e com histórico de outras doenças, como: diabetes, hipertensão, asma, gestantes, etc. Contudo isso, não significa que os mais jovens estejam isentos do contágio e da suas complicações que podem levar à morte.

Por ser um caso desconhecido da ciência por ter surgido há pouco tempo em que as primeiras vítimas ocorreram na cidade de Wuhan na China (DA REDAÇÃO, 2020), é preciso estar atento para a higiene pessoal e coletiva a fim de evitar o contágio e disseminação. Prevenir ainda é o melhor remédio, sobretudo lavar as mãos com água e sabão, e na ausência destes elementos usar álcool em gel (plano B), não compartilhar objetos pessoais, usar máscaras de proteção e aderir ao isolamento social.

A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER DURANTE A PANDEMIA.

Ao me voltar para esse contexto analiso o cotidiano das sociedades, em especificamente a mulher, brasileira, mãe, dona de casa, periférica e sem estrutura socioeconômica frente aos desafios diversos frente a esse isolamento social. Sem renda, sem espaço físico, sem casa, ou em casa e sem amparo governamental para suprir os básico mínimo necessário para uma vida sustentável.

Um agravante a amedronta: a violência doméstica por parte de alguns companheiros ou familiares a qual tem levado muitas a óbito. Para Bianquini (2020), essa de violência doméstica se torna mais “difícil, por conta da restrição de serviços e de movimentação na quarentena, pela possível diminuição de renda, e pela própria convivência diária e ininterrupta com o agressor”. Como artista me debruço sobre essa causa para me indignar e me solidarizar por meio da arte. Assim surge o: Tema: Mulher, resistência e dor: violência doméstica no âmbito do isolamento social. Daí descrevo um pouco de como foi o meu processo criativo com as poéticas digitais.

PROCESSO CRIATIVO

Nesse isolamento social os artista de todo os lugares se mobilizam em suas inquietações quanto ao Coronavírus e suas perspectivas. As novas formas de comunicar por intermédio das redes sociais tem instigado o mundo dos humanos a se reinventar. Eu enquanto artista, também tenho refletido sobre as questões sociais, econômicas e culturais e seus desdobramentos nesse novo contexto de vivência com as inquietudes duvidosas de um novo cenário mundial.

O meu processo criativo se deu a partir do contexto atual de isolamento social atribuído à pandemia. Com esse sentimento tento abordar a crescente violência doméstica contra a mulher, suas angústias frente as adversidades, sociopolíticas, econômicas, além da possibilidade de contrair a Covid 19, ou ter algum parente infectado com risco de morte. Desse modo. Diante disso acho conveniente promover um debate sobre, o resistir das múltiplas atividades domésticas, agressões físicas, psicológicas por parte de muitos companheiros durante esse “fique em casa”.

Como isso me inspirei nos fatos recorrentes e em casa improvisei o meu cenário para compor esse ensaio. Vesti-me de um personagem para me expor dialeticamente em um propósito poético de dor, angustia e aprisionamento que muitas mulheres vêm sendo vítimas. Acredito que muitas gostariam de que fosse apenas uma representação artística surreal, um pesadelo talvez... Como diante dessa dor também não posso calar, aí vai o meu protesto com esse ensaio com as poéticas digitais e de como aconteceu o meu processo criativo.

 Passei vários dias sentindo necessidade de abordar esse tema. Percebi que em quase toda casa tem um quarto com uma janela, uma grade. Daí, por traz de uma janela com grade fiz várias selfs com o Smartfone para ilustrar essa angústia. Para Longi (2002, p.2), “a palavra queria ir além do papel, fundir-se com a imagem, o som, e criar movimento”, para gerar significado a fim de servir de suporte nesse processo de criação com os meios digitais, onde a imagem tem mais força as palavras, por isso mesmo não os deixa calar, e não podemos calar diante da violência, seja ela qual for, especialmente a violência doméstica contra a mulher, essa peça chave da reprodução humana, protagonista e célula mater da família.

Além da minhas selfs esse ensaio apresenta imagens de duas outras mulheres que também representam a coragem de se expor para comunicar a sua insatisfação com o tema abordado nesse questionamento. 
                
                 EDIÇÃO

Para a edição utilizei o editor de foto Be Funky,  que baixei gratuitamente para recortar no celular muito fácil de manipular, desfocar, substituir cor e inserir vários elementos. Achei bem intuitivo mesmo nessa versão free e os recursos bem sugestivos.
Outros aplicativos de edição de fotos utilizados: Fotor e OIE, e Photoshop online.



BIBLIOGRAFIA

BIANQUINI, Heloisa. Combate à violência doméstica em tempos de pandemia: o papel do Direito. Consultor Jurídico. Abril, 2020. Seção Colunista. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2020-abr-24/direito-pos-graduacao-combate-violencia-domestica-tempos-pandemia>

Acesso em: 15/05/2020.

CORONAVIRUS o que é, sintomas e como se prevenir da Covid 19. DASA. 2020.
Disponível em: <https://dasa.com.br/coronavirus> Acesso em: 15/05/2020.


DA REDAÇÃO. Wuhan, onde surgiu o novo coronavírus, é exemplo de ‘esperança’, diz OMS. VEJA, São Paulo, mar 2020. Seção Mundo.


EDITOR de foto online. OIE. 2020
Disponível em: < https://www.online-image-editor.com/?language=portuguese> Acesso em: 15/052020.

EDIÇÃO de fotos e Design gráfico feitos para todos. BEFUNKY. 2020.
Disponível em: <https://www.befunky.com/pt/> Acesso em: 15/05/2020.


LONGHI, Raquel Ritter. Intermedia, ou para Entender as Poéticas Digitais. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) In. INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação.XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Salvador/BA – 1 a 5 Set 2002.

PHOTOSHOP Online - Grátis em Português. 2020.

Disponível em:

<

http://www.photoshoponline.net.br/> Acesso em: 15/05/2020.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

ECO PUFF- UM CASO DE SUCESSO COM OS FILTROS DE AR AUTOMOTIVO


Primeiro Eco Puff.

Paixão a primeira vista. Quando esses filtros chegaram no ateliê os meus olhos brilharam e pensei logo em um banquinho fofo. Eu e minha irmã Edilene, também artesã ficamos imagiando como ficaria essa obra de arte. Passamos a desenhar e prospectar com seria feita essa produção de modo que não tirasse a originalidade do filtro.

                 Em 2013 era criado no ateliê Eco Arte Lia Batista o primeiro eco puf feito a partir do filtro de ar automotivo e recebeu o nome sugestivo de D'AMBI por ser uma alusão a ideia de Moabe da Silva Batista, técnico em Meio ambiente ao qual me conseguiu os filtros de ar. D'amb seria alusão a novo Desgn com a utilização de materiais ambientalmente correto oriundo do descarte dos resíduos sólidos urbanos.

                 D'amb me deu muito trabalho por ser a primeira peça nesse sentido. Ele tem basicamente um modelo original do filtro com um suporte de madeira com estofamento de esponja e tecido vermelho na parte superior e um botão no centro. Sua pintura foi pensada para ter um fundo branco e transparecer parte de um jardim. A técnica aplicada foi com a tinta acrílica da marca Acrilex  para tela, com motivos de tulipas nas cores vermelha, laranja e folhagem verde. 

                A intenção dessa primeira peça sempre foi respeitar a originalidade do filtro conservando-se a base de borracha e finalizando com um acabamento de carpete para proteção.

              Com o decorrer do tempo outras ideias foram surgindo, mas o Eco Puff D'amb sempre reinou no meu espaço de artes aqui no ateliê. D´amb já esteve marcando presença em várias exposições ambientais, em Fortaleza e Pecém.  Não como peça utilitária, mas como obra de arte exclusiva mas pela sua importância na história inovadora com os filtros de ar automotivos a qual me deu uma premiação em 2015 pela UNIFOR,

             Como podemos ver nas imagens abaixo, já foram desenvolvido vários outros modelos, com outros materiais, coberturas acolchoadas, ráfia, chita, napas, fuxicos, crochês, retalhos, cordas, banners e pano de sombrinha. 

          Não trabalhamos em escala comercial. Apenas nos interessa a projeção das ideias como incentivo a prática criativa para ser adotada por outras pessoas em função da economia criativa circular a qual se propõe a mudar os hábitos baseados nos 8Rs da sustentabilidade com o uso de materiais recicláveis para fins de conscientização sobre as práticas da sustentabilidade ambiental minimizando os danos ao meio ambiente. 



Imagem: Lia Batista. 11/05/2020.

Eco Puff coberto com pano de sombrinha


Imagem: Lia Batista. 11/05/2020.

Eco Puff com coberto com tecido de chita.

OBS: Esses filtros são de ônibus ou caminhão tem bastante resistência, pois contém dupla estrutura em aço na horizontal, intercaladas com papel sanfonado. São encontrados em garagens,  porém é preciso ser higienizados com agua corrente e sabão e sol para secar. Para quem não tem habilidades com esse tipo de trabalho aconselho usar luvas e máscaras. 

Agora é a sua vez de colocar a mão na massa. E boa sorte!

FAÇA VOCÊ MESMO:


Vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=i7bDkCuzK94> Acesso em: 11/05/2020.


Bibliografia


ACRYLIC Colors. Acrilex Tintas Artisticas. 2020


COMO fazer um banquinho com filtro de ar de ônibus. Produção de Eliane Batista Barbosa. Fortaleza: 2016. 1 VÍDEO.

ECO puff de filtro de ar-D'amb. Jan, 2014.

8Rs DA SUSTEBTABILIDADE. Oby Engenharia Ambiental. SC.Jun. 2016.
Acesso em: 02/03/2020.

PENSE no futuro, seja sustentável. OBAY, Engenharia ambiental.

11/02/2019. 



quarta-feira, 15 de abril de 2020

CONCRETISMO E NEOCONCRETISMO

       

        

          





As obras acima são de autoria da artista Lia Batista. 
Imagens: Lia Batista-2020.

Concretismo – O abstracionismo geométrico é considerado uma tendência da arte brasileira a partir da década de 1950 que surge para se contrapor ao Modernismo por meio dos “movimentos Concretismo e Neoconcretismo”, época em que se aspirou o crescimento econômico ao qual veio ilustrar a euforia da era industrial e do crescimento urbano nas grandes metrópoles.
De acordo com Sua Pesquisa (2019), esse movimento vanguardista teve seu ápice na década de 1960 e seus percussores foram: Max Bill (artes plásticas), Pierre Schaeffer (música) e Vladimir Mayakovsky (poesia).
A Arte Construtiva ou Arte Concreta aparece como a mais importante corrente da arte contemporânea, pois o desenvolvimento na sociedade tecnológica corrobora no cotidiano da sociedade provocando mais conexão ente a “arte e a vida”.
Nesse sentido, a arte Concreta se baseia em “concepções matemáticas” apresenta obras com clareza das formas, “rígidas e racionais", geométricas exatas, progressão, com linhas, cores e superfícies com originalidade para o processo criativos sem nenhuma conexão com o figurativismo ou outras correntes conservadoras.
Prevalece o princípio da racionalidade para a compreensão para os quais os “meios determinavam a produção artística, detendo-se no campo do estudo da linguagem da arte enquanto um processo de significação” (ASSUNÇÃO e VASCONCELOS 2015, p. 105).
A objetividade e a clareza são características peculiares dando a impressão de uma arte acessível a todos, com linhas horizontais, verticais, simplicidade e movimento. Segundo Cunha (2019), em 1956 as divergências ocorridas por “ocasião da I Exposição de Arte Concreta” entre os grupos Frente (carioca) e Ruptura (São Paulo) acontecem “distorções de regras” ao virem à tona por diferenças políticas e culturais.
Tais divergências resultaram em mais liberdade criativa, o experimentalismo que passaram a ser mais importante que a racionalidade e rigidez. Porém, com as diferencias políticas e culturais dos artistas cariocas se sobrepondo ideias gerais do movimento, a dissidência resultaria em mais liberdade artística e a “expressão humanista”, com o surgimento do Neoconcretismo, um movimento autenticamente de artistas brasileiros,
Enquanto o movimento Concretismo prima pela forma e baseia-se nas concepção matemática, rigidez, simplicidade racionalidade, o movimento Neoconcretista se firma na subjetividade, emoção, sensorialidade e a expressividade. A obra acontece com a interação e manipulação pelo espectador e inserção maior do público. Artista do movimento Neoconcretista que se destacaram: Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissman, Lygia Clarck e Lygia Pape, Hélio Oiticica - Reynaldo Jardim, Hércules Barsotti, Willys de Castro e Theon Spanudis (SUA PESQUSA, 2019).
Segundo Basbaum (2001 p. 24) sem dúvida, “a antropologia neoconcreta do corpo-a-corpo” no campo da arte faz-se necessário “atrair o espectador para transformá-lo em agente de uma corporeidade orgânica, supostamente não metafórica”.  
 Os artistas buscam outras formas fugindo da bidimensionalidade dos quadros para outros formatos de obras de arte. No caso do conjunto escultórico “Bichos” de Ligia Clark e os “Parangolés” de Hélio Oiticica justificam essa mudança. Com a tridimensionalidade nas formas escultóricas os espectadores constroem uma relação da experiência da prática sensível com a estética onde acontece a sensação de mais liberdade criativa e do experimentalismo, assim pretendia romper com a distância entre o espaço da obra e o espectador com o processo participativo (ASSUNÇÃO e VASCONCELOS 2015, p. 119).

                                         Em março de 1959, foi lançado no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, o manifesto neoconcretista assinado por Ferreira Gullar, Ligia Clarck, Ligia Pape, Amilcar de Castro, Franz Weissmann, Reynaldo Jardim, Theon Spanudis para definitivamente separar a artes do Rio de Janeiro e de São Paulo. Este manifesto serviu de abertura para a primeira exposição de arte neoconcreta (MARTINS E IMBROISI, 2018).

Nesse sentido o movimento Neoconcretista no Brasil veio confirmar e transcender os espaços das galerias propondo mais liberdade aos artistas revolucionando o fazer e pensar a arte. Novas propostas desconstruíram o movimento Concretista reinventando os suportes tradicionais como pintura e esculturas, para recriar meios inusitados na prática criativa com a inserção corpo a corpo do espectador.
SAIBA MAIS:

:
Vídeo:

     CONCRETISMO - História da Arte | 24. Produção de Zaac. Arte & Educação. 2017. Vídeo.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YjdlpB_jJGo> Acesso em: 15/04/2020.

BIBLIOGRAFIA

ASSUNÇÃO, Ana C. L.; VASCONCELOS, Flávia M. de B. P. Arte e Cultura Brasileira. Artes plásticas. Fortaleza: Ed 1. UECE, 2015.
CUNHA, Arnaldo Marques. CONCRETISMO NO BRASIL. Brasil Artes enciclopédia. Disponível em: <http://www.brasilarteseível nciclopedias.com.br/temas/concretismo_no_brasil.html> Acesso em: 04/11/2019.
MARTINS, Simone R.; IMBROISI, Margaret H. Impressionismo. Disponível em: < https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-20/abstracionismo/neoconcretismo/> 04/11/2019.
RASBAUM, Ricardo. Arte contemporânea brasileira: texturas, dicções, ficções
Estratégias. Rio de Janeiro-Ambiciosos: Marca d'Água Livraria e Editora Ltda, 2001.